PDV Edward

Bella se despediu e foi embora pela janela, como sempre, a noite até que tinha sido proveitosa, tomei um banho e desci para a cozinha para procurar algo pra comer, todos já estavam dormindo, então só comi um suco com uns biscoitos.

Subi novamente e me deitei pra tentar dormir.

(...)

Acordei com o despertador tocando, me levantei ainda sonolento, ainda era muito cedo e eu não tinha o que fazer, peguei um livro qualquer e comecei a lê-lo. Uma passagem me chamou atenção, pelo visto estou começando a me interessar por leitura.

Depois de algum tempo fui tomar banho e tomar o café da manhã, assim que entro na sala de estar, dou de cara com a fadinha.

-Oi, Belinha. Vim logo cedo pra irmos juntas, já que você nunca mais me esperou. – Ela fez uma carinha de raiva, mas logo voltou ao seu estado normal de espirito.

-Que bom, Alice. Já tomou café? – Perguntei.

-Ainda não, pretendia tomar café aqui também. – Respondeu ela na cara de pau.

-Tudo bem, então vamos. – Seguimos até a cozinha. E como sempre Charlie e Renée estavam lá.

Uma conversa animada se seguiu enquanto tomávamos café. Até que o dia começou bem.

PDV Bella

Acordei animada, minha ideia poderia funcionar, e finalmente voltaríamos ao normal. Tinha que ser otimista. Tomei banho e quando cheguei para tomar café, Carlisle já tinha saído. Mesmo assim o café da manhã com Esme foi bem agradável.

Quando saí, Jake já esperava no portão.

-E aí, mano? – Cumprimentou ele.

-Tudo na boa. – Falei.

-Entra aí, vamo logo. – Ele disse.

Eu entrei e rapidamente chegamos à escola. Já tinha até me acostumado com o jeito maluco que Jake dirigia.

Ele disse que tinha que falar com algum professor, não prestei atenção no nome, e saiu me deixando sozinha na entrada. Sentei em um banco e fiquei esperando por Edward. Precisava muito falar com ele.

PDV Edward

Eu e a fadinha chegamos rápido à escola, e assim que entramos avistei Bella sentada em um banco. Dei uma desculpa qualquer pra Alice e fui em direção à ela.

Ela sorriu com a minha aproximação e começou a falar sem dar tempo nem ao menos de desejar um bom dia.

-Tive uma ideia, andei pesquisando na internet ontem, e eu posso ter achado a solução para o nosso problema. – Ela falou animada. Realmente essa informação era bem melhor que um bom dia.

-Que ótimo, e qual é a ideia? – Perguntei ansioso por saber o que poderia nos fazer voltar ao normal.

-Vamos visitar uma cigana, cartomante, ou algo assim. Pode ser que ela consiga nos fazer voltar ao normal. – Ela realmente acreditava que isso ia funcionar?

Parece que a nerdzinha que eu conhecia está mais mudada a cada dia que passa.

- Olha, eu não sei o que você bebe quando você acorda, mas eu afirmo que não está te fazendo bem. Como uma cigana vai poder nos ajudar? – Perguntei cético.

-Nós não sabemos que forças estranhas nos fizeram mudar de corpos. Vai ver ela pode nos dizer, nos dar uma dica do que fazer, eu sei lá. – Ela parecia que não ia desistir da ideia tão cedo. – Se você não quiser ir, eu vou sozinha. Já estou com o endereço aqui, não preciso de voc... – Antes que ela terminasse a frase eu a interrompi.

-Tudo bem. Eu vou com você. – Antes mesmo de passar pela minha cabeça, as palavras já tinham saído, não sei como essa garota consegue me convencer a fazer essas loucuras.

PDV Bella

Depois de contar minha ideia a Edward e de ter o feito concordar em ir visitar a tal cigana fomos para a aula, demorou bastante a passar, acho que pela ansiedade de que terminasse logo.

O intervalo se passou como sempre e voltamos a aulas, mas finalmente estávamos livres. Todas as aulas do dia tinham acabado. Fui para a sala onde Edward estava e fiquei esperando ele na porta.

Quase todo mundo saiu antes que ele passasse com Alice em seu encalço. Acenei e ele logo entendeu o que era. Não ouvi o que ele disse pra Alice, mas conseguiu se livrar dela rapidamente.

-E aí, vamos? – Perguntou ele.

-Claro. – Olhei o endereço que estava anotado no caderno e fomos até lá.

Ao chegarmos no local, comecei a duvidar da ideia, já não me parecia tão boa. Era um prédio antigo, sem nenhum atrativo. Mas já que viemos até aqui, temos que seguir em frente.

PDV Edward

Só mesmo a Bella pra me arrastar a um lugar como esse. Uma rua minúscula onde a maioria das casas estavam abandonadas. Seguimos até um prédio caindo aos pedaços, e ao chegarmos na recepção, se é que aquilo podia ser chamado assim, o porteiro perguntou o que queríamos ali.

- Queremos falar com a dona... – Ela parou um pouco e procurou o nome da mulher no caderno onde havia anotado. – Charlotte.

O porteiro nos olhou de forma assustadora, e respondeu:

-Madame Charlotte. Apartamento 3C. – Não havia muita entonação na voz que ele usou, e isso só aumentou a aparência estranha que ele tinha.

Subimos até o apartamento 3C e ao chegarmos lá, Bella foi logo tocando a campainha.

Uma, duas, três vezes e nada.

Ela decidiu então, chamar.

-Madame Charlotte? – Ela falou num tom alto.

-Vamos embora, não tem ninguém aqui. – Falei a puxando de volta as escadas.

-De jeito nenhum, temos que ir lá. - Ela bateu na porta e essa se abriu ao mínimo toque.

- Então se é assim, melhor acabar logo com isso. Isso se não acabarem com a gente antes.  – Entrei no apartamento, e o que eu vi já era mais ou menos o que a minha mente havia formulado durante o caminho para cá.

Uma grande quantidade de móveis, um cheiro muito forte de incenso, e uma decoração um pouco... exótica.

Bella pareceu um pouco mais espantada do que eu. Mas mesmo assim entramos no apartamento até um quarto onde na porta estava escrito: “CONSULTAS”.

-Ela é médica por acaso? – Perguntei tentando quebrar o clima estranho daquele lugar.

Bella fez um gesto para que eu fizesse silêncio. E bateu na porta.

Uma voz aguda respondeu as batidas.

-Podem entrar, já esperava por vocês.

Se pelo menos voltássemos ao normal...

PDV Bella

A dona da voz era uma mulher de meia idade, vestida com roupas estranhas, mas que parecia realmente uma cigana.

-E então, o que os traz aqui? – Perguntou ela.

-Uma coisa um pouco estranha... Nós... meio que... trocamos de corpos. – Respondi.

-Hm...entendo. – Ela nos analisou de cima a baixo, e por fim disse:

-É um caso simples, para a sorte de vocês. A única coisa que precisam fazer é enterrar o nome um do outro em um parque da cidade, depois disso deem três voltas ao redor da árvore mais próxima e estarão de volta ao que sempre foram.

Fiquei feliz e ao mesmo tempo inquieta com uma solução assim tão fácil para todos os nossos problemas, mas antes que eu tivesse tempo pra falar algo, ela completou:

-Agora vocês tem que ir, rápido. Mas não sem antes pagar pela consulta, já que esse é o meu trabalho.

Edward que até o momento não tinha falado nada, resolveu se pronunciar.

-E quanto a senhora cobra? – Perguntou ele.

-Não muito, 100 dólares bastam. – Ela falou calmamente.

-100 dólares! Nós não ficamos aqui nem 10 minutos. – Reclamou Edward. Mas se desse certo, sairia até barato, resolvi pagar logo.

E ao sairmos de lá, fomos direto em busca de um parque.

PDV Edward

Sabia que essa ideia era furada. A mulher é a maior charlatã que já vi na vida, mas pelo visto, Bella acreditou nela. Fomos a um parque e fizemos tudo o que ela disse que precisávamos fazer, e obviamente não funcionou.

A única coisa para que serviu, foi para que as pessoas nos achassem malucos. Nesse momento, nos encontrávamos sentados em um banco isolado no parque.

-Não entendo, devia ter funcionado. – Bella falou.

-Você sinceramente acredita nisso? – Perguntei.

-Eu tento acreditar já que foi a única solução que encontrei. – Ela disse com o semblante triste.

Não sei o que deu em mim, mas em um momento estava sentado afastado dela e no outro a abraçava tentando confortá-la.

-Nós vamos dar um jeito nisso. Só precisamos pensar com calma. – Falei ainda com os braços em volta dela.

E por mais estranho que fosse, ela não se afastou. Somente concordou.

-Mas quanto tempo isso vai levar? Não posso continuar minha vida desse jeito. – Ela disse.

Eu levantei a cabeça e a olhei, apesar de ser a minha imagem ali, nada se parecia comigo, só conseguia pensar nela. E sem que eu percebesse, nós estávamos muito próximos... Próximos demais.

Nossos lábios se encostaram e foi como se o mundo tivesse parado ali, naquele momento, e só existisse aquela garota nele. Algo que nunca havia sentido com nenhuma outra garota, um sentimento inexplicável, mas estava ali, e só o que eu queria era que não acabasse mais. O beijo que começou calmo, estava se tornando mais urgente, e a cada segundo que passava a sensação se tornava mais incrível, e alucinante, até que ela simplesmente se afastou.