Something About His Eyes - Fremione escrita por nanny
Notas iniciais do capítulo
capítulo dedicado à todas as leitoras. todas *-* espero que gostem. :)
PV Hermione Granger
Entrei novamente na sala de Snape, e antes que desmoronasse em lágrimas, ele caminhou até mim, trancou a porta e me abraçou.
Uma das vantagens em tê-lo por perto, é que não é preciso dizer nada. Ele sempre diz que minha mente é aberta demais, e que meu inconsciente grita – causando-o dores de cabeça.
“Uma rata de biblioteca!” minha consciência gritava.
- Você não é uma rata de biblioteca. – Ele disse deixando uma gargalhada escapar. – Se soubesse como eu era, e o que eu passava na sua idade, se acharia a bruxa mais maravilhosa do mundo.
Não pude reprimir um sorriso. Uma das outras razões que me fazem achá-lo tão maravilhoso, é que ele usa qualquer arma pra me fazer sorrir. Mesmo que precise insultar até “você-sabe-quem”, ele consegue.
Snape me abraçou e ficamos ali por um tempo. Não conseguia parar de chorar – e desejar que Angelina e Fred morressem. Já fiquei nervosa o suficiente com o fato de que Harry quase matou o Malfoy – tudo bem que eu o odeio, mas não precisava disso. E tudo isso graças ao livro do tal príncipe mestiço. Severus ainda fez suspense e disse “mesmo sabendo sobre o príncipe, não posso te contar nada.” Meu melhor amigo quase matou um estudante com o maldito "sectumsempra", e isso não foi o suficiente pra Snape me contar sobre o tal príncipe. Ele apenas disse que cuidou pessoalmente do Malfoy, e que ele está bem – como se isso fosse me aliviar ou me fazer ficar mais tranquila. E aí quando eu saio, encontro a cena mais linda desde o começo do ano... “É pra querer arrancar cabeças ou não é?”
- Vem aqui. – Severus disse me puxando pela mão e abrindo um pequeno armário no canto da sala. – Eu não sou mais professor de poções, mas ainda sou bom nisso. E claro, tenho as minhas aqui.
Entregou-me um frasco pequeno, com um líquido engraçado e colorido.
- É criação minha. – Ele disse respondendo minhas prováveis dúvidas. – Se sair daqui nesse estado, vai chorar mais e corre riscos de arrancar a cabeça de “certos alunos”. Não queremos isso, certo? Então vai tomar isso, se acalmar e depois tirar essa história à limpo.
- Eu posso até tomar. – Eu abri o frasco e senti o cheiro agradável. – Mas não quero tirar essa história à limpo. Ela é ex-namorada dele, eles querem ficar juntos. Sou um empecilho. Acabou.
- Não é bem assim, e você sabe que não. – Ele disse, parecendo irritado. – Depois de todos os momentos que você teve com esse Weasley, não posso acreditar que consiga cogitar o fato de que ele goste de outra garota.
- Você entrar e sair da minha mente o tempo todo não deve ser saudável. – Disse tentando soar nervosa, mas não deu certo.
- Você deixa sua mente aberta, pensa nele o dia inteiro, grita consigo mesma e discute com sua consciência, e no final o culpado sou eu? – Ele perguntou me fazendo rir.
- Eu estou decidida. E não quero olhar na cara dele.
- Hermione. – Snape disse parecendo chateado comigo. – Pare de ser estúpida. Lembra-se do seu pesadelo?
- Claro que lembro. – Eu revirei os olhos. – Porque essa pergu-
- E se acontecesse hoje? – Ele me interrompeu, sério. – E se eu e o Weasley morrêssemos hoje, e amanhã você estivesse caminhando entre nossas lápides? Gostaria de pensar que o deixou morrer sem conversar com você? Sem te esclarecer as coisas ou ser sincero? Ia gostar de saber que não o deu chances pra se explicar?
Fiquei em silêncio. “Merlin te enviou pra facilitar minha vida, só pode.” Pensei e Snape deu um sorriso.
- Obrigada. – Disse abraçando-o forte.
- Você não precisa agradecer. – Ele sorriu. – Agora tome... E deixe-me te dar um conselho... Converse com ela antes.
- O que? – Perguntei incrédula.
Nunca troquei “oi” com Angelina Johnson. De repente abordá-la e dizer “O que é que você estava fazendo aos abraços com o meu Fred, sua vadia?” não ia ser legal.
Snape riu divertido, e eu não resisti. Ri junto.
- Não precisa dizer exatamente isso. – Ele ainda ria. – É que... Provavelmente ele também está confuso. Então, se for até ela primeiro, ela vai conversar contigo com mais calma, e talvez um caldeirão de “verdade” seja o que você precisa agora.
- Snape, você é meu salvador. – Disse beijando sua testa.
- Você é uma tola mesmo, garota. – Disse rindo e destrancando a porta. – E faça o favor de esquecer a história do príncipe por um tempo, você saberá sobre ele na hora certa.
Bebi a poção em um gole e deixei o frasco com ele. Saí da sala de Snape decidida à procurar Angelina, mas não foi preciso. Assim que saí, dei de cara com ela sentada no mesmo lugar. Ela me deu um sorriso fraco.
- Eu preciso conversar com você. – Ela disse e ao contrário do que imaginava, eu não fiquei nervosa. – Urgente.
- Tudo bem. – Disse simplesmente e segurei sua mão, levantando-a do chão.
- Vem. – Me puxou pela mão e caminhamos até um corredor mais vazio ainda. – Eu sei que você e Fred estão...
- Eu e Fred não temos nada.
- Ele me contou. – Ela disse e eu encarei o chão. – Sei que “não têm nada”, mas também tenho certeza de que se gostam.
- Eu estou magoada. – Disse simplesmente e ela sorriu.
- Espero que eu não seja o motivo. – Ela revirou os olhos. – Estou saindo com o George. Pedi pra conversar com Fred à sós, porque queria contá-lo, mas ao mesmo tempo, temia por nossa amizade. Então, quando ele reagiu bem, fiquei tão feliz que acabei abraçando-o. E foi aí que você apareceu.
Digeri a história e não me pareceu estranha. O que estava me parecendo estranho – de um tempo pra cá – era George, que vivia escrevendo pergaminhos escondido e sumindo durante a manhã, a tarde e à noite. Tudo se encaixava, e um alívio enorme me envolveu. Senti-me a pessoa mais feliz do mundo, e avancei pra cima de Angelina. Abracei-a forte e logo depois saí correndo.
Precisava encontrar Fred e acabar com todo esse mal entendido. Topei contra o quadro da mulher-gorda, e gritei “amortentia”, ela se assustou e me deu passagem. Olhei a sala comunal por todos os lados e encontrei todos, menos Fred. George me lançou um olhar significativo e fez menção às escadas do dormitório masculino. Corri o lance de escadas em um piscar de olhos e sem hesitar, invadi o dormitório.
A cena que eu encontrei não podia ter sido melhor. Fred, banho, toalha, cabelo molhado, sem camisa. Tive um infarto que durou vinte segundos... Fred está parcialmente vestido. "Só a parte de baixo." A toalha está em um dos ombros, e seus cabelos estão pingando e molhando-o. Seus olhos estão vermelhos e eu me senti mal por deduzir que ele estava chorando. Ficamos em silêncio, só nos olhando nos olhos. Sentia seu cheiro, mesmo de onde estava – na distância de uma cama. E seus olhos pareciam querer atravessar minha alma.
- Me desc... – Disse ao mesmo tempo em que ele. Mutuamente nos interrompemos.
Caímos na gargalhada. Antes que minha coragem se esvaísse, pulei a cama que nos dividia e me aproximei dele. Sentia sua respiração se misturando com a minha, e... Merlin... Acho que vou desmaiar. Seus cabelos molhados me molhavam também. Aproximei-me um pouco mais, roçando nossos narizes. Milésimos de segundos haviam passado, mas parecia que estávamos ali há horas. Cada respiração, cada movimento era tão preciso e tão novo, que eu me sentia insegura. Antes que o pouco de coragem que tinha fosse totalmente pelos ares, coloquei minha mão em sua nuca e o puxei pra mim, beijando-o. Fred me puxou e me sentou em seu colo, aprofundando o beijo e entrelaçando sua mão em meus cabelos. Ficamos perdidos no momento perfeito e nos separamos implorando por ar alguns minutos depois.
Mesmo o dormitório não sendo muito iluminado, vi seu sorriso aliviado se abrir. Respirei fundo e o beijei novamente, me perdendo naquela nova sensação que eu desejei sentir pro resto da minha vida.
Separamos-nos depois de alguns minutos, e ele deu um sorriso. Pegou a toalha, secou os cabelos e vestiu uma blusa. Não sei o que pensar, e não faço idéia de que coragem foi essa que me invadiu. “A poção de Snape” pensei com um sorriso no rosto.
Fred me lançou um sorriso maravilhoso e me levantou, me puxando pela mão, pra sairmos no dormitório. Meu medo agora, é o que vamos dizer pra Ron, Harry, Ginny e todos os outros. Antes de sairmos, soltamos nossas mãos – ambos morrendo de medo do que íamos encontrar do lado de fora – e saímos lado a lado.
Ao contrário do que eu imaginava, nem todos estavam interessados em nós dois. George nos olhava com um sorriso enorme. Harry e Ron com uma careta de desinformados, e Ginny quase me atacou assim que saí do dormitório.
- Você vem comigo. – Ela me pegou pela mão e me puxou. – E você também.
Assim que passamos perto de Ron e Lilá, que estavam lado a lado, Ginny puxou a menina pela mão. Ronald fechou a cara.
- Desculpe Ronald. – Ginny sorriu pra ele, que parecia emburrado. – Mas é coisa de garotas.
- Rouba minha melhor amiga, e como se não fosse o bastante... – Ele disse suspirando. – Rouba a... Minha... Lilá.
Juro que achei que ele fosse dizer “minha namorada”, Lilá sorriu – mas parecia tão decepcionada quanto eu, por Ron não tê-la chamado de namorada – e veio conosco na maior boa vontade.
Entramos no dormitório feminino e Ginny me jogou na cama.
- Você vai ter que abrir o jogo de qualquer jeito. – Ela disse me apontando o indicador.
Olhei em volta e notei que as meninas estavam preparando – quase uma festa – uma comemoração.
- Abrir o jogo? – Perguntei rindo. – Do que você está falando?
- Eu e Harry nos beijamos. – Ela disse se jogando na cama, ao meu lado. – Eu o beijei, quando fomos levar o livro do príncipe pra sala precisa.
- Ginny! – Gritei e abracei a ruiva, que parecia nas nuvens.
- Foi tão... – Ela suspirou. – Mas agora é a sua vez.
- Bom... – Respirei fundo. – Nos beijamos. Quer dizer... Eu o beijei.
- Garotas com atitude... – Disse Lilá me entregando um copo que parecia conter uísque de fogo. – Você encontra na Grifinória.
Uísque de fogo puro. “Como é que essas meninas conseguem trazer isso pra cá, Merlin?”
Peguei o copo e todas nós começamos a beber.
- Estamos comemorando o que mesmo? – Perguntei rindo, depois de alguns copos.
- Mulheres que sabem o que fazem. – Lilá piscou, cambaleando e caindo na sua cama logo em seguida. – E que sabem quem agarram.
Gargalhamos e ficamos ali. Bebendo, conversando e rindo. Foi uma comemoração e tanto, e graças à Merlin, amanhã é sábado.
x-x-x-x-x
Abri os olhos e parecia que alguém estava martelando minha cabeça. Tudo ficou embaçado e minha cabeça parecia rodar. Vi Ginny desmaiada em sua cama, e as outras meninas igualmente desacordadas. Levantei-me com muito custo e comecei a cambalear escada abaixo.
- Hermione! – Ouvi um grito e alguém correndo pra perto de mim.
Antes que pudesse atingir o chão, senti braços fortes me envolvendo e me sentando no sofá.
- Você enlouqueceu? – Perguntou a voz, tirando os cabelos que estavam no meu rosto. – Uísque de fogo? Hermione!
- E... Eu... – Tentei falar alguma coisa, mas como não tinha nada pra dizer, fiquei calada.
Senti os braços fortes me envolverem de novo e me pegarem no colo. Saímos por uma passagem e eu acabei fechando os olhos. A pessoa caminhou, caminhou e caminhou, e quando parou, fui sentada à força numa cama macia e senti água gelada sendo jogada no meu rosto. “O que está acontecendo aqui?” Pensei alarmada, quase voltando à minha consciência normal.
O cheiro que emanava na pequena sala era inconfundível.
- Fred? – Chamei e ele se virou pra mim. – Onde eu estou?
- Você bebeu uísque de fogo. Puro! – Ele disse sério. – E acho que bebeu muito... Só de me aproximar, senti o cheiro.
- Minha cabeça vai explodir. – Eu disse colocando a mão na cabeça. – Eu acho que vou vomitar.
- Estamos na sala precisa, Hermione. – Ele disse paciente. – Se você passar mal, eu acho que pode vomitar ali.
Fred apontou um pequeno box, que parecia ser um banheiro.
- E eu trouxe vomitilhas. – Ele sorriu. – Se você precisar, é claro.
- Eu quero colocar esse mal estar pra fora logo. – Disse estendendo a mão. – Me dê essas vomitilhas.
x-x-x-x-x
Depois de vomitar até meus órgãos internos, Fred me deu a parte roxa da pastilha e eu me senti incrivelmente bem.
Voltamos pra cama onde ele tinha me sentado antes. Fred me abraçou e eu me senti segura.
- Então quer dizer que estavam comemorando? – Ele perguntou com um sorriso. – Posso saber qual foi o motivo da comemoração?
- Acho que pode. – Eu disse me sentando e olhando pra ele. – Foi a comemoração por todas as G.A's.
Disse e dei uma gargalhada, analisando a careta de confusão que ele fez.
- O que seria uma G.A, senhorita? – Perguntou revirando os olhos e eu sorri.
- Grifinórias de Atitude, claro. – Sussurrei e ele riu.
- E por acaso eu tenho alguma coisa com essa comemoração? – Ele ergueu a sobrancelha.
- Óbvio que tem. – Disse dando os ombros. – Você, Ron e Harry.
- Peraí. – Ele me olhou, intrigado. – O que o Harry tem haver com... Ah não! Eu vou acabar com o Potter!
Caí na gargalhada.
- Então quer dizer que você morre de ciúmes da sua garotinha?
- Ela... – Ele disse nervoso. – Ela é mais nova que ele. Ele não pode se aprovei-
- Olha só quem está falando de “idade”, Fred. – Eu disse revirando os olhos. – E se não reparou, comemoramos a atitude das garotas, o que mostra que quem deu o primeiro passo, foi ela.
- Primeiro passo? – Ele gritou. – Quantos passos eles deram?
Gargalhei novamente.
- Eles só se beijaram. – Eu disse e ele suspirou aliviado. – Acalme-se.
Fred tirou um caramelo do bolso e colocou na boca.
- E eu? – Perguntei irritada. – Eu não ganho doce?
- Só boas garotas ganham doce. – Ele disse sério. – Você não é uma boa garota.
- E o que as garotas más ganham? – Sorri maliciosa e ele pareceu se engasgar com o caramelo.
- Garotas más ganham chocolate. – Ele tirou o chocolate do bolso e me entregou.
Gargalhei antes de pegar e colocar na boca. “Não brinque com fogo, se não quiser acabar com queimaduras.” A primeira frase sábia de minha querida consciência. “E quem disse que eu tenho medo de queimaduras?” Foi o que pensei antes de me virar pra Fred e me aproximar, beijando-o novamente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado *-* Não vou demorar com o próximo, mas já que meu pai está me expulsando daqui com pontapés, acho melhor sair agora O_O Beijos e até o próximo.