1997 escrita por N_blackie


Capítulo 67
Violet




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“Ah, meu Deus, Lucy!” Jane Emmett, colega de Violet por muito tempo em Transfiguração, chegou correndo quando Neville abriu a porta da Sala Precisa, e Violet se afastou do tornozelo inchado de Lucy para as irmãs poderem se abraçar. Jane dera muito bacana pra ficar sofrendo com a suposta morte da irmã, então tinha convencido Leonard a trazê-la para o refúgio também.

“Pronto,” Leo se aproximou dela, “feliz?”

“Muito. Olhe pra elas, é tão bom poder fazer alguém feliz nesses tempos tão difíceis.”

“Se está feliz, também estou.” Ele acariciou sua bochecha com o dedão, e olhou o relógio. “Pollux deve chegar daqui a pouco. Deve ter algo importante a dizer, não foi muito discreto quando me abordou no banheiro. Estava tenso.”

“Tomara que sejam boas notícias. “

“A probabilidade é baixa, “ele crispou os lábios, “mas nesse momento, qualquer notícia é boa notícia.”

Violet queria dar um beijo nele, mas sentiu vergonha do resto dos colegas que estavam em volta. Leonard crescera, tanto em altura quanto em maturidade, e embora Violet tivesse um medo velado de que ficasse alto demais para ela – literalmente – estava orgulhosa da atitude dele. Ele só estava fazendo aquilo para proteger quem amava, e para os padrões de Leo era muito esforço emocional.

Sorriu para si mesma, e quando voltou a mirá-lo, notou que ele a olhava de volta. “No que está pensando?” perguntou.

“Você é linda. “foi a resposta, seguida de um muxoxo, “Gostaria que não estivéssemos nesse inferno para poder aproveitar o nosso namoro.”

“Eu também. Mas teremos tempo pra isso. Eu acredito.”

“Você sempre acredita nas pessoas, Viola.”

“Se parar de acreditar, fico maluca e paranoica. Sem contar que alguém precisa acreditar, ou Lucy nunca mais veria a irmã.”

Leo continuou sorrindo de um jeito bobo que fez Violet rir. Depois, sem avisar, abaixou-se e beijou-a.

“Ele ficou doido!” gritava sua consciência, mas de alguma forma maluca beijar Leonard a fazia sentir-se poderosa. Era aquela aura de liderança nele, com certeza. Se afastaram, e Leo beijou sua testa.

“Pollux chegou.”

Violet sentiu o rosto esquentar quando notou que o garoto Black lhes encarava, esperando pacientemente o beijo terminar com os braços cruzados. Estava mais pálido do que o comum, mas sua expressão branca não denunciava nada do que pudesse estar pensando. Isso inquietava Violet.

“Você assusta as pessoas assim!” Reclamou, ainda envergonhada, e decidiu ajudar Lucy um pouco. As gêmeas estavam ocupadas cuidando de Colin, então se oferecera para ficar com a garota, que só tinha um tornozelo ruim.

Jane a abraçou e agradeceu profundamente, e quando viu Pollux ali, coçou a nuca, sem jeito. “Putz, ele está com vocês?”

“Está, “Violet observou o namorado ouvir Pollux com a testa franzida, “é primo de Leonard.”

“Vish, acho que fiquei nervosa quando achei que Lucy tinha morrido e devo ter ofendido ele de umas quinze formas diferentes.”

“Pollux não é muito sensível...Não se preocupe por enquanto.”

“Viola, um minuto!”

Estranhando o chamado de Leonard, Violet se aproximou dos garotos. “Harry está com um dos espelhos de duas-faces?”

“Hm... Não sei, mas é provável. Ele nunca larga aquilo, dividia o par com a sua irmã, inclusive.”

“Droga, com certeza Adhara não levou o dela. “ Leo bufou de frustração, mergulhando as mãos nos bolsos. “Precisamos dar um jeito de nos comunicar. Pollux aqui disse que os comensais têm uma boa ideia de onde eles estão, precisamos avisar pra eles. “

“Eu poderia tentar entrar na Mansão e procurar, mas seria arriscado.”

“Seria mesmo, Pollux, não vale a p-“

“Não temos opção, Violet. Pode voltar para a Mansão assim?”

“Com a boa justificativa, posso tentar.”

“Ok, faça isso. Se tiver sucesso, primeiro avise Adhara, depois me traga o espelho. “

“Oui. Até logo.” Pollux assentiu e os deixou, saindo rapidamente pela porta. Leonard coçou a cabeça.

“Como estão os garotos e Lucy?”

“Ela vai ficar bem, disse que o tornozelo nem dói mais. Art não sofreu nada grave, só o susto. Luna está com ele, acho que não precisamos nos preocupar mais. Colin é mais grave. Padma disse que vão tentar resolver os ferimentos visíveis antes de ver o que fizeram com a cabeça dele. “

“Entendo. Acho melhor voltarmos para os dormitórios, então, já estamos super lotados aqui. “

“Vou com você, que tal?” Violet sorriu, segurando a mão dele.

“Tudo bem, mas vamos prestar atenção nos corredores. Não posso levar o Mapa, Richard está usando para fazer uns esquemas que pedi.”

Violet assentiu, e tirou a mão da dele a contragosto. Leonard passou na mesa de Rich, que lhe mostrou alguns pergaminhos desenrolados, e deu um tapinha encorajador nas costas dele. “Tomara que consigamos pegar os espelhos. Preciso saber onde está Jack e os outros.”

“Vamos conseguir. Pollux é estranho o suficiente para se camuflar naquele grupo.”

Os dois riram, e Leonard pediu pela porta de saída, que abriu lentamente. O corredor do sétimo andar estava escuro e fresco, e os dois saíram pé ante pé. “Vamos até a passagem da lavanderia, você desce por lá até os dormitórios gerais, ok?” disse ele, revoltado. “Prometo que isso vai acabar, de verdade.”

“Vai sim. “Violet lhe deu um beijo na bochecha. A passagem da lavanderia ficava atrás de um quadro com duas mulheres batendo panos na beira de um rio, e quando você cutucava o ombro da que estava segurando uma cesta, ela abria o quadro. Violet virou-se para Leo.

“Boa noite. “

“Boa noite. Durma bem.”

“Vou tentar.”

Violet se colocou na ponta dos pés e beijou-o nos lábios, respirando fundo enquanto tentava se apegar a sensação para dormir bem. Contudo, antes que pudesse gravar completamente o cheiro que desprendia do cabelo de Leo, ele soltou-a, e Violet arregalou os olhos.

Filch segurava uma lanterna, e quando distinguiu a figura de Leonard, o garoto empurrou Violet para dentro do quadro. A garota sentiu-se perder o equilíbrio, e segurou nas festas da parede para ficar de pé, encostando o ouvido na parte detrás da pintura para ouvir, os dedos cruzados no colo.

“Ahá! Sabia que ia te pegar, Black.”

“Boa noite, Filch, como está?”

“Ainda limpando a sujeira que você armou nas masmorras, moleque!”

“Minha sujeira? Não entendo o que está sugerindo.”

“Não se faça de inocente, garoto,” o som de um cabo batendo no chão ecoou no corredor silencioso,” você vem comigo!”

“Não pode me levar assim!”

“Posso porque já passou do toque de recolher! Ahá! Acho que estamos com problemas, hein!”

A mão de Violet voou instintivamente para o bolso, e uma onda de desespero tomou conta de si quando lembrou que estava sem a varinha. Roupas roçaram do lado oposto da parede.

“Entendo. Umbridge está ansiosa para me ver, não?”

“Ah, ela está! Vamos para a sala dela, vou querer assistir o que ela vai fazer com você, garoto asqueroso! Anda! Quero ver os seus colegas mal-educados sobreviverem sem você.”

Violet apertou os olhos, sentindo os lábios tremerem enquanto se controlava para não chorar. O que quer que tivesse acontecido com Colin, com certeza não seria metade do que Umbridge faria com Leonard. O seu Leonard.


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