1997 escrita por N_blackie


Capítulo 18
Lewis




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/159907/chapter/18

“Cuidado, garotos, sem muita força,” disse o Agente Lennox, que chamara os garotos mais velhos para acudir Padfoot. Lewis se oferecera, e posicionou a cabeça da amiga com cuidado na superfície macia do assento da cabine. Jack estava sendo cuidado por outro agente, e Leonard chagara poucos minutos depois de saber do ataque à irmã, gritando com todos no caminho até chegar aonde Adhara e Jack estavam. Agora ele esperava junto de Jack, os braços cruzados e olhando feio para todos que se aproximavam.

Lewis estava pessoalmente abalado com o ataque, não só por ter sido com Padfoot, mas também porque era a primeira vez que via um dementador na vida. Achava que nunca iria se recuperar do efeito horrível que sentia, e mesmo depois de comer algumas barras de chocolate que os agentes lhe entregaram ainda sentia uma dor de barriga incomoda, e que lhe dizia mais do que qualquer curandeiro que estava passando mal.

Mas naquele momento o foco não era ele e sua dor, e sim Adhara, que deitava como morta no banco à sua frente. Harry quebrara a barra de chocolate e tentava fazer com que ela engolisse, enquanto Romulus relatava aos agentes o que acontecera na cabine. Lewis suspirou, e limitou-se a passar os dedos pela linha do cabelo de Adhara, desejando que ela acordasse logo e terminasse com aquela sensação horrível que sentia.

“Ela pode ter morrido, Prongs?” perguntou a Harry, que o olhou assustado antes de responder.

“Não! Bem, eu acho que não, pelo menos... Está respirando, só não acorda,” seu rosto estava pálido também, mas o olhar dançava entre o rosto de Adhara e o pescoço dela, de onde o Dementador tirara algo na hora do ataque, “o que ele queria com o colar de Padfoot? Ela ficou tão assustada quando a corrente arrebentou, não é possível que fosse tão importante assim...”

“Foi presente do pai dela, né, pode ser isso.” Lewis disse, e Harry assentiu em silencio, “o dementador pode ser um daqueles fãs do Sirius, e queria algo dele pra ter de lembrança...”

“Wormtail!” Hermione censurou a brincadeira, e Lewis ergueu as mãos em defesa própria.

“Que foi? Só tentando descontrair...”

A cabeça de Adhara se mexeu perto de Lewis, e o garoto soltou uma exclamação e chamou os amigos para perto. Ela se mexeu novamente, e fez uma careta de dor enquanto abria os olhos. Lennox afastou Lewis com o braço agilmente, e assim que conseguiu conjurar um balde ao lado do assento, e garota se sentou e começou a vomitar. Lewis se afastou assustado, e Harry esfregou as costas de Adhara em solidariedade enquanto ela colocava tudo para fora.

“Criatura filha da p- “gemeu ela de dentro do balde, sem conseguir completar essa e outra série de xingamentos que tentava gritar e o vomito não deixava. Romulus parou de conversar com o funcionário do ministério para acudi-la, e logo Lennox estava a seu lado, segurando a varinha na vertical diante dos olhos de Adhara.

“Está melhor?” perguntou, e sua resposta foi um gesto obsceno da garota. Lewis não conseguiu segurar o riso, e Harry olhou feio para ele enquanto tentava se desculpar pela amiga ao agente. Lennox não pareceu muito abalado.

“Acho que mereci essa,” sorriu solidário, e Adhara fungou dentro do balde. Esperaram a última onda de vomito vir, e quando Padfoot se levantou, Lennox fez alguns testes com ela, “chegaremos à Hogwarts em uma hora, cuidem dela enquanto avisamos a escola para esperar com uma equipe de apoio.”

Quando os agentes começaram a deixar a cabine e dispersar o aglomerado de alunos que se formara, Jack e Leonard se aproximaram, e ficaram em silencio perto da irmã.

Lewis ficou mais aliviado ao ver que Pads sobrevivera ao ataque, e conseguira reunir forças para continuar comendo o chocolate restante. Ofereceu aos outros, mas até Adhara recusou, provavelmente com medo de vomitar aquilo também.

“Quando chegarmos, vou falar com Flitwick e avisar que encontro com você na Ala Hospitalar, ok?” Leonard instruiu quando Lennox avisou que chegariam dali a poucos minutos. Adhara deu de ombros, ainda pálida enquanto se apoiava nos ombros de Harry, e Leonard sorriu. Lewis não entendia como os gêmeos conseguiam ser tão relaxados em relação ao mau humor de Adhara, e os admirava por isso. Ele mesmo recebia várias patadas dela durante a semana, mas sabia que ela estava brincando, então não se importava, mas com Jack e Leo as coisas eram um pouco mais sérias.

O trem começou a parar, mas antes deles saltarem para a estação, agentes do Ministério da haviam pego Adhara e a encaminhado para a Professora McGonagal, que a esperava preocupada ao lado de Hagrid. O meio gigante acenou para os meninos, e fez um carinho grosseiro na cabeça de Adie quando ela e Minerva seguiram ao castelo juntas.

Lewis acenou para Pads quando ela se afastou, e se juntou a Harry e Romulus para entrar nas carruagens. Jack estava com eles ainda, mas não falara nada desde o ataque. Lewis notou e cutucou Harry para apontar para o quintanista, e Prongs mudou de assento para ficar ao lado dele. Lewis sorriu para tentar animar Jack, e Harry deu tapinhas em seu ombro.

“Que bosta de ano.” Ele xingou em resposta, e Lewis olhou para o vazio, desanimado com o clima que se formou na carruagem. Não muito depois, as carruagens começaram a ir mais devagar, e logo estavam parados no meio do caminho. O garoto se ergueu para olhar a distância, e viu que uma barreira havia montada nos portões da escola, e que agentes uniformizados estavam parando as carruagens uma a uma e só as deixando passar depois de algum tempo.

“Vai ficar pior, viu.” Avisou, sentando-se. Uma fila de homens e mulheres de uniforme começou a se alastrar pelas carruagens, e logo um agente carrancudo apareceu a seu lado.

“Todos pra fora.” Mandou, e Lewis franziu a testa enquanto descia, trocando olhares com Harry e Romulus. No coche de trás, Ron e Hermione os olharam assustados, e foram todos mandados ficar enfileirados.

“Estão com algum artefato das trevas?”

“Não?” Harry olhou confuso, e o homem simplesmente estendeu as mãos enormes.

“Bolsos.”

Esvaziaram os bolsos, e o homem passou o olho criticamente por cada coisa que levavam consigo, pegando algumas e observando mais de perto. “Posso saber o que está acontecendo?” Harry indagou novamente, “segundo o artigo quinze do estatuto- “

“Quieto, moleque.”

“Vocês não podem me revistar sem dizer o motivo- “

“Eu disse pra calar a boca, Potter.”

Lewis desejou que Harry parasse de insistir, porque já bastava um dos amigos dele no hospital no mesmo dia. Voltou-se para Romulus e disse ao amigo para mandar Prongs calar a boca, e Moony sibilou irritado a mesma ordem para Harry.

O grandalhão terminou a inspeção com uma passagem num detector estranho que tinha nas mãos, e mandou que voltassem à carruagem e ficassem quietos esperando. Assim que os deixou, Harry soltou uma exclamação indignada.

“Ele é um auror, tem o dever por lei de responder o que eu perguntei!”

“Vai dizer ao seu pai?”

“Não sou Malfoy, Wormtail, minha mãe conhece as leis, ela disse que isso não pode acontecer!”

“Ser espancado por um auror não vai mudar a situação, vai?” Romulus interrompeu rispidamente, “por favor, a gente não precisa de você no hospital também, seja racional.”

Harry fungou aborrecido, e Lewis agradeceu mentalmente por não discutirem mais sobre isso. O tempo ainda estava virado desde o ataque ao trem, e não havia indicação de que iria melhorar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "1997" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.