1997 escrita por N_blackie


Capítulo 103
Leonard




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“Leo, cuidado!” Violet gritou, e Leonard jogou-se no chão para escapar de um galho particularmente agressivo que o Salgueiro Lutador lançou em sua direção. Era a primeira vez – e a última, se dependesse dele – que usavam a passagem sob a imensa árvore, e Leo entendeu porque ela era tão bem escondida. Era impossível de usar!

Agora tinham de fazer malabarismos para escapar daquela árvore doida e dos comensais ao mesmo tempo. E ainda dizem que você é um gênio, pensou Leonard, se arrastando para evitar ter um olho arrancado por causa da própria estupidez. Violet tinha escapado por pouco, e agora duelava um homem que se aproximara deles ao ver a dificuldade dos dois em escapar dali. Leo apontou para o pé dele com a varinha, e com um movimento ágil, trouxe o homem para perto de si e saiu da frente. O Salgueiro acertou-o em cheio, e em sua fúria, lançou-o para longe dali.

“Está vendo alguém?” Perguntou, sem conseguir distinguir os irmãos ou amigos próximos em meio aos alunos que detinham comensais na orla da Floresta. Flechas voavam das áreas mais remotas das árvores, provavelmente lançadas pelos centauros, e alguns companheiros de Ordem duelavam aqui e ali.

“Ali, olha!” Finalmente, ela exclamou, aliviada. Leonard procurou quem ela encontrara, mas a confusão era muita, e quando olhou para trás, viu uma aranha imensa andando em sua direção.

“Violet...”

“É Harry!” Ela acenava freneticamente, tentando chamar a atenção do irmão. Leonard não sabia se prestava mais atenção no bicho gigante que estava para alcança-los ou no irmão da namorada. “Harry!”

Alguém acertou a aranha com um raio branco, e ela se retardou um pouco, dando tempo ao garoto para procurar por Prongs. Ele passava por entre os grupos que duelavam como um fantasma, e por uma fração de segundo Leonard temeu que fosse mesmo um. Contudo, seus passos pareciam bem sólidos, e a expressão dura em seu rosto também. Parecia estranhamente alheio ao que estava acontecendo ao seu redor. Violet parecia confusa.

“Porque ele está indo para a Floresta? Leo, ele não pode entrar lá, os centauros estão furiosos!”

“Harry deve saber o que faz, calma.” Respondeu, meio incerto. O clique-clique das patas da aranha chegaram mais perto, e ele pegou o pulso de Violet automaticamente. “Discutimos isso daqui a pouco, corre!”

Violet sequer olhou para trás, e começou a segui-lo. Leo olhava para trás de tempos em tempos, mas a aranha estava rápida em seu encalço. Começou a correr de costas para Violet, e exclamou um feitiço atrás do outro para pará-la.

“Aranha Exumai! Aranha Exumai!”

Concentrado em retardar o bicho, não viu uma pedra no caminho. Sentiu o calcanhar arder, e o impacto de suas costas no chão gerou uma onda de choque que subia da base de sua coluna. A acromântula salivava pelos palpos, e começou a abaixar-se em sua direção, pronta para a janta. Violet gritou, e uma sombra gigante e desgrenhada se jogou à sua frente. Hagrid parou diante dele, com as mãos erguidas para a aranha.

“Upa, Upa! Calma, amigo! Amigo!”

“Sério?” Cuspiu um pouco de terra que engolira na confusão, e apontou a varinha com mais raiva para a aranha. “Sai da frente, Hagrid! Essa coisa não vai ser amigo de ninguém!

“Não seja insensível, Leo!”

“EU?” Esganiçou, mas não teve tempo de continuar a discussão. Violet o puxou para longe.

“Vamos, anda! Precisamos achar Harry!”

“Você acredita nesse cara? Ah, francamente, eu e Hagrid vamos ter uma conversa depois que isso acabar...” Bateu os pés enquanto a seguia. Harry desaparecera dentro das árvores.

“Harry?” Violet gritou. “Harry!”

As árvores ainda eram bem espaçadas naquela área, mas uma sensação péssima de que estavam sendo vigiados cutucava a nuca de Leo. Violet continuou chamando pelo irmão. Ao fundo, discretamente, ele achou que ouvira um sibilo.

“Viola.” Chamou, apontando a varinha de um lado para o outro. “Viola, vamos embora daqui.”

“Harry! Leo, pra onde ele foi? Harry!”

“Viola.”

Deu dois passos para trás, e um par de olhos brilhou atrás de um arbusto. Seu primeiro instinto – um bem estúpido, tinha de admitir – foi pegar Violet e jogá-la para trás de si. A menina gritou, e de trás das folhagens saiu a maior cobra que já vira.

“Leo!” Violet o ajudou a se levantar, e começaram a correr da cobra. “Leo, essa deve ser Nagini!”

Leonard não teve tempo de comemorar o encontro com a última horcrux. Não tinham como mata-la agora. A não ser que desse tempo de Violet encontrar Hermione. Tinha de atrasar aquela cobra. “Vá atrás de Hermione, Viola!” Disse, desacelerando. A cobra se arrastava sinuosamente até ele.

“No que está pensando?” Violet também quase parou, mas Leonard a acelerou com o braço.

“Não pare, vá até Hermione. Vou atrasar a cobra.”

Parou, e lançou um feitiço no animal, que desviou com um movimento de cabeça. Nagini agora se movia rápido demais para não alcança-lo. Violet tentou puxa-lo dali.

“Não fique aí!”

Leonard não ouviu. Desviou uma, duas vezes, do bote da cobra. Mas na terceira foi muito lento.

“LEONARD!”

Assim que sentiu as presas afiadas da cobra se cravarem na pele de seu tornozelo, uma sensação de dormência se alastrou por suas pernas, e sua respiração começou a ficar pesada. Sentiu os braços se Violet envolverem suas pernas e o tirarem da boca de Nagini, e viu seu vulto diante de si. Ao fundo, um canto extraordinariamente belo ecoou pela floresta, e a última coisa que Leonard viu antes de desmaiar foi a silhueta em chamas de um pássaro imenso.


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