1997 escrita por N_blackie


Capítulo 10
Harry


Notas iniciais do capítulo

Como o anterior estava curtinho, coloco mais esse hoje :) Espero que gostem!



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Faltava uma semana para as aulas retornarem, e Harry não podia estar se sentindo mais nostálgico. Aquele, depois de tanto tempo, seria seu último ano no castelo, sua última oportunidade de ganhar uma copa de quadribol, suas últimas aulas, até mesmo suas últimas detenções. Sentiria falta de Hogwarts, e sobretudo, sentiria saudades do que vivera ali.

Violet, como sempre, falava alto com Leonard através do espelho-de-duas-faces, tentando decidir quais livros levaria para passar os primeiros meses antes do natal, e Samantha perseguia um pomo de ouro que comprara para treinar e que acidentalmente se soltara da caixa, voando pelos corredores desenfreadamente como se zombasse da ruiva que o perseguia.

Sorrindo fracamente, se voltou a seu próprio trabalho, tentar encaixar a montanha de livros, vestes, apetrechos e truques mágicos que comprara dentro do malão, deixando espaço para adições de última hora que sempre aconteciam (como Adhara precisar de espaço para levar coisas dela, por exemplo). Tentava encaixar um último livro no canto junto dos outros, quando soltou um grunhido alto. Esquecera do livro de DCAT na sala, provavelmente embaixo dos cinto quilos de ração para coruja que Lily insistira para comprar e “aproveitar” de última hora.

Bufando, se arrastou até o corredor, e capturou o pomo perdido assim que o viu. “Quem é o apanhador?” perguntou presunçoso para Sam quando ela se aproximou ofegante. A irmã lhe mostrou a língua e pegou a bola dourada de sua mão, se trancando no quarto. Dando de ombros, Harry continuou, amaldiçoando seu quarto na última porta do corredor enquanto tinha que caminhar pela porta de Violet para chegar ás escadas, e fechou ele mesmo a porta para abafar as risadas altas da irmã menor. Merlin sabia como meninas de quinze anos conseguem ser barulhentas!

Com a voz de Violet retida atrás das portas, notou a som de vozes falando alto perto das escadas, e quando se aproximou mais, notou que vinha de dentro do escritório de seu pai. Uma luz fraca vinha debaixo da porta, indicando que não tinham acendido mais que o abajur para conversar lá dentro, e as sombras de pés que conseguiam ser discernidas através do fraco feixe luminoso andavam de um lado para o outro, preocupadas.

Por um minuto, cogitou se devia ou não se rebaixar ao nível de ouvir atrás de portas. Fazia anos que não passava por essa situação, e não era tão atrevido quanto Adhara e simplesmente deitar diante de qualquer fresta que escondesse alguma confusão. Contudo, as vozes realmente pareciam agitadas, e antes que sua moral pudesse retê-lo, ajoelhou e encostou a orelha na fenda inferior.

“...de que precisam abrir casos antigos pra investigar!” a voz de James soava preocupada, e Harry viu seus pés pararem num canto. O par de Lily se aproximou dele.

“Mas porque Barty Crouch faria isso, James? Será que não está se precipitando? Ele é um homem velho, trabalha no ministério a vida toda, talvez só esteja querendo ser justo- “

“Com Voldemort? Francamente, Lily! Ele insinuou que eu tivesse assassinado o homem, pela varinha de Merlin!”

“Sh!” chiou a mulher “Não fale alto assim que as crianças não foram dormir. Fudge não pode ter levado essa acusação a sério, só isso que estou dizendo!”

“Mas levou!” James baixou o tom, e suspirou, “Não sei o que ele tem naquela cabeça, mas levou. E agora? E se eu perco o meu emprego? Crouch quer o meu cargo, sempre quis que eu sei!”

“Vamos resolver isso, vai dar tudo certo...”

A voz de sua mãe podia ter soado firme, mas o estomago de Harry embrulhou com a discussão, e se arrependeu instantaneamente de tê-la escutado. Apressado, se ergueu do chão e desembestou para baixo, sentando na pilha de sacolas e tirando os óculos um segundo. O barulho de passos se aproximou, e as sombras dos pais surgiram na curva das escadas enquanto suas vozes sussurravam sobre outros assuntos.

Harry pulou do lugar, fingindo estar arrumando a bagunça da sala, e quando a mãe chegou, virou-se sorrindo. “Esqueci meu livro e vi a bagunça,” explicou, censurando-se por dentro pela velocidade culpada com que falava, “fiz mal?”

Lily parecia distraída, mas fez algum esforço para sorrir e negar com a cabeça. James, atrás dela, estava um pouco abatido, como se não tivesse dormido bem na noite anterior e fosse forçado a fazer muito esforço para ficar acordado. Harry teve pena do pai, e gostaria que Fudge pudesse ver o estrago que sua estupidez estava causando em sua família. Seu pai era um ótimo auror, e todos gostavam dele, porque ouvir fofocas de um velho gagá que nem o Crouch para julgá-lo?

“Já jantou?” sua mãe perguntou, usando a varinha para fazer desaparecer algumas embalagens vazias enquanto guiava o marido para a cozinha, “se quiser posso fritar bacon.”

“Não, estou bem. Vou, hm, subir então.” Mostrou o livro para ela e, sorrindo amarelo, fez menção de subir. “Não se esqueça do jantar nos Weasley amanhã!” avisou ela.

Não vou, mamãe, disse fracamente, não vou.


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