Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek
Notas iniciais do capítulo
O outro foi curtinho para que esse fosse completo. Espero que gostem. Adoro o incetivo de vocês!
Fomos andando pela rua, estava tendo aquela chuvinha irritante que não é capaz de molhar, mas deixa sua visão bem embaçada. Não via para onde Raoni estava me levando até nós pararmos em frente a uma trilha.
Ao chegar exatamente no lugar que estive na noite passada tive uma espécie de déjà vu, como se eu tivesse me esquecido de algum acontecimento muito importante, o que seria?
-Raoni, eu não acho que é uma boa idéia a gente entrar na floresta. – Falei baixo.
-Você quer saber ou não controlar seus poderes? Por que se quer eu não quero correr o risco de queimar minha casa novamente.
-Quero, mas... – Eu não queria entrar naquela floresta assustadora de filme de terror.
- É floresta ou a ignorância. Qual vai ser? – Ele me perguntou impaciente.
-Tá. – Suspirei vencida.
-Relaxa, eu te protejo. – E agarrou minha cintura, me embrenhado na floresta.
O caminho era muito íngreme e imprevisível, quase cair umas sete vezes. Se Raoni não estivesse ao meu lado eu teria me estabacado bonito. As árvores cobriam boa parte do céu, fazendo anoitecer mais cedo.
Ruídos e assobios de animais me fizeram arrepiar meu corpo todo. Se Raoni não estivesse me segurando com tanta força eu com certeza já teria saído correndo gritando.
Chegamos a frente de um rio muito negro. Raoni parou e contemplou as águas turvas. De repente, a água começou a se movimentar como se alguma coisa estivesse prestes a sair. Dei um passo para trás e fiz Raoni de escudo.
-Fique calma. – Ele sibilou.
-Eu tô calma, quem disse que eu não tô calma?! –Minha voz estava elevada e minhas unhas cravavam seu braço.
Um borbulho no rio, me fez pular.
-Tô vendo. –Ele murmurou.
Lentamente pude ver seu cabelo loiro ir aparecendo e vindo em minha direção. Seu rosto, mas quando eu fixei meus olhos nos seus que eu pude a reconhecer.
-Perséfone. –Falei, incrédula.
-Olá Naara. Como vai? –Sua voz era melodiosa e bonita sua voz era bastante convidativa.
Dei um passo a frente.
-Pare, sua abestalhada! – Raoni ralhou interrompendo todo o clima mágico - Naara feche os olhos e tape os ouvidos!
-Poxa, eu sequer posso me divertir um pouco? – Ela perguntou mal-humorada, nadando até a beirada do rio.
- A não ser eu queira viver cem anos presa, espero que não. – Raoni falou sério.
-Peraí, dá pra vocês me incluírem nessa conversa por que eu tô boiando? – Falei encarando os dois – E Raoni por que você me trouxe aqui, nós não tínhamos brigado feio?
-Águas passadas querida. – E sorriu para a piada íntima – Estou aqui para te ajudar.
-Não quero sua ajuda! – Rosnei dando meia-volta.
-Eu sei que foi você a culpada elos dois incêndios. –Ela contou me fazendo parar – Eu sei exatamente como está se sentindo.
-Como assim? –Perguntei, olhando desconfiada para ela.
-Perdida. Como se tudo não fizesse mais sentido. –Explicou. – Só que eu já passei desta fase.
A olhei, será que eu podia confiar nela? Tentei ouvir meu coração mais ele estava mudo. Quando eu preciso de ajuda, o que ele faz? Faz um completo silêncio.
-Dá pra falar alguma coisa que dê sentido a isto tudo? –Pedi.
Ela e Raoni trocaram um olhar sinistro e depois ele assentiu.
-Eu tenho afinidade com a água, por isso eu não me queimei quando seu... Poder tentou me matar.
-Eu não quis te matar! – Afirmei.
-Eu ainda não terminei! – Ela falou irritada – Por isso eu sou tão boa nadadora e você quase ficou presa no fundo do rio comigo. Eu posso transformar um lindo dia de sol num lugar mais frio que o pólo norte e posso usar os poderes da água e me transformar em qualquer animal aquático quando eu quiser.
-É por isso que você tem esses olhos mega azuis?
-Sim. Ficaria estranho meu cabelo azul não acha? – Fez menção aos meus cabelos, ela respondeu a pergunta que eu acabei de formar na minha cabeça – Sim cada avatar tem seu elemento simbolizado em alguma parte do corpo. Os meus olhos são azuis como a água, seu cabelo é da cor do fogo e... A cor de Raoni é a cor da terra. Bem obvio né?
-Peraí! Raoni você tem afinidade com a terra, por que não me contou?
-Não teve tempo, eu ia te falar, obrigada Perséfone. –Chutou uma pedra que ela se esquivou.
-De nada, sempre conte com minha ajuda. – E voltou para água – Vocês vão ter uma DR ou vamos começar com a aula?
-Que aula? – Perguntei confusa.
-Você não veio pra cá aprender como se controla seus poderes? Então?
-Ah, é. – Cocei a cabeça, eu tinha esquecido completamente depois de tanta novidade. –Vamos, como vamos começar?
-Pensei em você treinar com Perséfone enquanto eu lhes guio, já que seus elementos são opostos. – Raoni explicou.
-Tá, legal. – E comecei a entrar no rio. Senti um pouco de frio, mas nada demais. Perséfone me encarava como se esperasse que eu me transformasse em um bicho-papão.
-Naara, tente pensar em fogo, tente o materializar. – Eu fiz o que ele pediu e uma labareda se formou dentro d’água.
-Legal! – Disse surpresa.
-Sim. Agora tente fazer essa labareda maior, como um grande muro entre você e ela. Concentre-se. – Eu fechei os olhos e comecei a imaginar um muro ao meu redor – Perfeito. Agora você Perséfone, tente destruir esse muro, devagar. Naara o mantenha aceso até quanto puder.
-OK. – Sussurrei ainda de olhos fechados.
Senti um murro de água me acertar, fazendo o muro que eu havia construído desmoronar.
-Merda! – Falei frustrada.
-Calma, foi sua primeira vez. Tentem de novo!
Com o passar das horas eu fiquei expert em fazer muros fortes o bastante para redemoinho e tsunamis. Deixando Raoni feliz e minha adversária nada contente.
-Perséfone preste atenção, deixe seu ego de lado! Estamos aqui para ajudar Naara não em uma competição de quem é mais forte! – Raoni reclamou pela milésima vez.
Desta vez, invés de murmurar alguma besteira ela fez Raoni tomar um banho de água fria. Tá, eu ri.
-Ei, eu quero atacar agora. –Falei, surpreendendo os dois.
-Tá, vamos tentar. Perséfone...
-Eu já sei, cala a boca! – E sorrindo travessa pra mim, fez um muro enorme. – Vem meu bem.
Tentei todas as minhas forças, mas apenas saiu uma bolinha de fogo quicando de volta ao bater no muro.
-Naara, foco. Eu sei que você é capaz de fazer um estrago nesse muro. Eu vi o que fez na festa, tente fazer o mesmo.
-Naquele dia eu tava com muita raiva, não sei se consigo. –Suspirei.
-Consegue sim. Já sei, por que você estava com tanta raiva? –Ele me perguntou em tom pratico.
- E-Eu não quero falar. – Na verdade era muito vexatório, e eu sabia que ele riria da minha cara.
-Ah, vamos! Estamos aqui te treinando, pense em nós como seus professores.
Perséfone assentiu por detrás daquela água toda.
-Ah, qual é?! – Perséfone reclamou – Não vamos rir se foi por que quebrou uma unha, isso acontece, e é realmente uma droga!
-Não foi por isso. – Sussurrei, sentindo-me corar.
-Então foi por quê? Diz logo, Naara não tenho o dia todo. –Ela falou, com clara impaciência.
-Tá. Foi por que eu vi vocês dois se beijando. –Falei rápido, mas claramente.
-Ciúmes...Típico do fogo. –Pôs um dedo no queixo, pensativo - Tive uma idéia e acho que pode dar certo.
Ele pulou no rio e nadou até Perséfone. Sorrindo de canto de boca pra mim, abraçou-a possessivamente por trás.
-Nada, ainda não estou com raiva. – Dei de ombros.
- E isso? –Puxou ela e lhe beijou ardentemente.
Agora sim, isto, com certeza, fez meu corpo esquentar. Senti meus cabelos voarem loucamente. Juntei toda a minha raiva nas mãos e joguei o meu poder sobre eles.
Uma bola de fogo gigante passou pelo muro e atacou os dois fazendo-os serem arremessados uns três metros depois do rio, se chocando estrondosamente em uma árvore.
-Isso que é amor. –Perséfone comentou tocando em seu vestido chamuscado – Mais uma vez! – E se preparou para pular na água.
-Ah não! –Reclamei. Não queria ver os dois se beijando novamente – Fiquei cansada, talvez outro dia. – Ou nunca mais! Completei mentalmente.
- Tá, chega por hoje. – Raoni concordou comigo. – Vamos Naara tenho que levar para casa, sua avó já deve estar preocupada.
Minha avó, Meu Deus! Eu tinha esquecido completamente dela. Ela devia ter chamado a SWAT para me procurar! E isso não foi um exagero.
Nadei que nem um foguete até a beira, pulei para terra, pensei em me secar e pronto. Minha roupa estava sequinha novamente. Até que eu podia me acostumar com essa afinidade bizarra, seria bastante útil nessa cidade que só chove...
-Tchau, Perséfone até amanhã. –Falei de costas para ela.
-Até – E pulou no rio fazendo um splash!. – Tchau Raoni – Falou toda melosa e soltou um beijo para ele, a fazendo levar uma bela bola de fogo na cabeça – Deus, como você é ciumenta!
Fomos andando e ele sorria para mim o tempo todo.
-O que foi? –Perguntei, irritada pelo galho que tentou me fazer tropeçar.
-Quer conversar sobre o que aconteceu? – Sabia que isso não sairia barato.
-Er, não.
-Ok, sem comentários. Pelo menos, por agora. – Complementou baixinho.
Deus se estiver me ouvindo seja bonzinho e faça com que esse agora jamais chegue...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Mandem reviews!!!!!