Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 7
Capítulo 7 - Primeira aula... Com Perséfone!


Notas iniciais do capítulo

O outro foi curtinho para que esse fosse completo. Espero que gostem. Adoro o incetivo de vocês!



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Fomos andando pela rua, estava tendo aquela chuvinha irritante que não é capaz de molhar, mas deixa sua visão bem embaçada. Não via para onde Raoni estava me levando até nós pararmos em frente a uma trilha.

Ao chegar exatamente no lugar que estive na noite passada tive uma espécie de déjà vu, como se eu tivesse me esquecido de algum acontecimento muito importante, o que seria?

-Raoni, eu não acho que é uma boa idéia a gente entrar na floresta. – Falei baixo.

-Você quer saber ou não controlar seus poderes? Por que se quer eu não quero correr o risco de queimar minha casa novamente.

-Quero, mas... – Eu não queria entrar naquela floresta assustadora de filme de terror.

 - É floresta ou a ignorância.  Qual vai ser? – Ele me perguntou impaciente.

-Tá. – Suspirei vencida.

-Relaxa, eu te protejo. – E agarrou minha cintura, me embrenhado na floresta.

O caminho era muito íngreme e imprevisível, quase cair umas sete vezes. Se Raoni não estivesse ao meu lado eu teria me estabacado bonito. As árvores cobriam boa parte do céu, fazendo anoitecer mais cedo.

Ruídos e assobios de animais me fizeram arrepiar meu corpo todo. Se Raoni não estivesse me segurando com tanta força eu com certeza já teria saído correndo gritando.

     Chegamos a frente de um rio muito negro. Raoni parou e contemplou as águas turvas. De repente, a água começou a se movimentar como se alguma coisa estivesse prestes a sair. Dei um passo para trás e fiz Raoni de escudo.

   -Fique calma. – Ele sibilou.

   -Eu tô calma, quem disse que eu não tô calma?! –Minha voz estava elevada e minhas unhas cravavam seu braço.

Um borbulho no rio, me fez pular.

-Tô vendo. –Ele murmurou.

Lentamente pude ver seu cabelo loiro ir aparecendo e vindo em minha direção. Seu rosto, mas quando eu fixei meus olhos nos seus que eu pude a reconhecer.

-Perséfone. –Falei, incrédula.

-Olá Naara. Como vai? –Sua voz era melodiosa e bonita sua voz era bastante convidativa.

Dei um passo a frente.

-Pare, sua abestalhada! – Raoni ralhou interrompendo todo o clima mágico - Naara feche os olhos e tape os ouvidos!

 -Poxa, eu sequer posso me divertir um pouco? – Ela perguntou mal-humorada, nadando até a beirada do rio.

- A não ser eu queira viver cem anos presa, espero que não. – Raoni falou sério.

-Peraí, dá pra vocês me incluírem nessa conversa por que eu tô boiando? – Falei encarando os dois – E Raoni por que você me trouxe aqui, nós não tínhamos brigado feio?

-Águas passadas querida. – E sorriu para a piada íntima – Estou aqui para te ajudar.

-Não quero sua ajuda! – Rosnei dando meia-volta.

-Eu sei que foi você a culpada elos dois incêndios. –Ela contou me fazendo parar – Eu sei exatamente como está se sentindo.   

-Como assim? –Perguntei, olhando desconfiada para ela.

-Perdida. Como se tudo não fizesse mais sentido. –Explicou. – Só que eu já passei desta fase.

A olhei, será que eu podia confiar nela? Tentei ouvir meu coração mais ele estava mudo. Quando eu preciso de ajuda, o que ele faz? Faz um completo silêncio.

-Dá pra falar alguma coisa que dê sentido a isto tudo? –Pedi.

Ela e Raoni trocaram um olhar sinistro e depois ele assentiu.

-Eu tenho afinidade com a água, por isso eu não me queimei quando seu... Poder tentou me matar.

-Eu  não quis te matar! – Afirmei.

-Eu ainda não terminei! – Ela falou irritada – Por isso eu sou tão boa nadadora e você quase ficou presa no fundo do rio comigo. Eu posso transformar um lindo dia de sol num lugar mais frio que o pólo norte e posso usar os poderes da água e me transformar em qualquer animal aquático quando eu quiser.

-É por isso que você tem esses olhos mega azuis?

-Sim. Ficaria estranho meu cabelo azul não acha? – Fez menção aos meus cabelos, ela respondeu a pergunta que eu acabei de formar na minha cabeça – Sim cada avatar tem seu elemento simbolizado em alguma parte do corpo. Os meus olhos são azuis como a água, seu cabelo é da cor do fogo e... A cor de Raoni é a cor da terra. Bem obvio né?

-Peraí! Raoni você tem afinidade com a terra, por que não me contou?

-Não teve tempo, eu ia te falar, obrigada Perséfone. –Chutou uma pedra que ela se esquivou.

-De nada, sempre conte com minha ajuda. – E voltou para água – Vocês vão ter uma DR ou vamos começar com a aula?

-Que aula? – Perguntei confusa.

-Você não veio pra cá aprender como se controla seus poderes? Então?

-Ah, é. – Cocei a cabeça, eu tinha esquecido completamente depois de tanta novidade. –Vamos, como vamos começar?

-Pensei em você treinar com Perséfone enquanto eu lhes guio, já que seus elementos são opostos. – Raoni explicou.

-Tá, legal. – E comecei a entrar no rio. Senti um pouco de frio, mas nada demais. Perséfone me encarava como se esperasse que eu me transformasse em um bicho-papão.  

 -Naara, tente pensar em fogo, tente o materializar. – Eu fiz o que ele pediu e uma labareda se formou dentro d’água.

-Legal! – Disse surpresa.

-Sim. Agora tente fazer essa labareda maior, como um grande muro entre você e ela. Concentre-se. – Eu fechei os olhos e comecei a imaginar um muro ao meu redor – Perfeito. Agora você Perséfone, tente destruir esse muro, devagar. Naara o mantenha aceso até quanto puder.

-OK. – Sussurrei ainda de olhos fechados.

Senti um murro de água me acertar, fazendo o muro que eu havia construído desmoronar.

-Merda! – Falei frustrada.

-Calma, foi sua primeira vez. Tentem de novo!

Com o passar das horas eu fiquei expert em fazer muros fortes o bastante para redemoinho e tsunamis. Deixando Raoni feliz e minha adversária nada contente.

-Perséfone preste atenção, deixe seu ego de lado! Estamos aqui para ajudar Naara não em uma competição de quem é mais forte! – Raoni reclamou pela milésima vez.

Desta vez, invés de murmurar alguma besteira ela fez Raoni tomar um banho de água fria. Tá, eu ri.

-Ei, eu quero atacar agora. –Falei, surpreendendo os dois.

-Tá, vamos tentar. Perséfone...

-Eu já sei, cala a boca! – E sorrindo travessa pra mim, fez um muro enorme. – Vem meu bem.

Tentei todas as minhas forças, mas apenas saiu uma bolinha de fogo quicando de volta ao bater no muro.

-Naara, foco. Eu sei que você é capaz de fazer um estrago nesse muro. Eu vi o que fez na festa, tente fazer o mesmo.

 -Naquele dia eu tava com muita raiva, não sei se consigo. –Suspirei.

-Consegue sim. Já sei,  por que você estava com tanta raiva? –Ele me perguntou em tom pratico.

   - E-Eu não quero falar. – Na verdade era muito vexatório, e eu sabia que ele riria da minha cara.

-Ah, vamos! Estamos aqui te treinando, pense em nós como seus professores.

Perséfone assentiu por detrás daquela água toda.

-Ah, qual é?! – Perséfone reclamou – Não vamos rir se foi por que quebrou uma unha, isso acontece, e é realmente uma droga!

-Não foi por isso. – Sussurrei, sentindo-me corar.

-Então foi por quê? Diz logo, Naara não tenho o dia todo. –Ela falou, com clara impaciência.

-Tá. Foi por que eu vi vocês dois se beijando. –Falei rápido, mas claramente.

 -Ciúmes...Típico do fogo. –Pôs um dedo no queixo, pensativo - Tive uma idéia e acho que pode dar certo.

Ele pulou no rio e nadou até Perséfone. Sorrindo de canto de boca pra mim, abraçou-a possessivamente por trás.

-Nada, ainda não estou com raiva. – Dei de ombros.

- E isso? –Puxou ela e lhe beijou ardentemente.

Agora sim, isto, com certeza, fez meu corpo esquentar. Senti meus cabelos voarem loucamente. Juntei toda a minha raiva nas mãos e joguei o meu poder sobre eles.

Uma bola de fogo gigante passou pelo muro e atacou os dois fazendo-os serem arremessados uns três metros depois do rio, se chocando estrondosamente em uma árvore.

-Isso que é amor. –Perséfone comentou tocando em seu vestido chamuscado – Mais uma vez! – E se preparou para pular na água.  

-Ah não! –Reclamei. Não queria ver os dois se beijando novamente – Fiquei cansada, talvez outro dia. – Ou nunca mais!  Completei mentalmente.

 - Tá, chega por hoje. – Raoni concordou comigo. – Vamos Naara tenho que levar para casa, sua avó já deve estar preocupada.

Minha avó, Meu Deus! Eu tinha esquecido completamente dela. Ela devia ter chamado a SWAT para me procurar! E isso não foi um exagero.

Nadei que nem um foguete até a beira, pulei para terra, pensei em me secar e pronto. Minha roupa estava sequinha novamente. Até que eu podia me acostumar com essa afinidade bizarra, seria bastante útil nessa cidade que só chove...

-Tchau, Perséfone até amanhã. –Falei de costas para ela.

-Até – E pulou no rio fazendo um splash!. – Tchau Raoni – Falou toda melosa e soltou um beijo para ele, a fazendo levar uma bela bola de fogo na cabeça – Deus, como você é ciumenta!

Fomos andando e ele sorria para mim o tempo todo.

-O que foi? –Perguntei, irritada pelo galho que tentou me fazer tropeçar.

    -Quer conversar sobre o que aconteceu? – Sabia que isso não sairia barato.

-Er, não.

-Ok, sem comentários. Pelo menos, por agora. – Complementou baixinho.

 Deus se estiver me ouvindo seja bonzinho e faça com que esse agora jamais chegue... 


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews!!!!!