Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 35
Capítulo 35 - Perséfone.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado para os melhores leitores em todo o mundo. E obrigada pela recomendação que Dark Sky ganhou. São leitores como vocês que servem de perfeita inspiração para nós continuarmos escrevendo. E uma pergunta (é, de novo) vocês gostam em ter a prettysemileek como co-autora? é só uma curiosidade dela sabe?
Agora boa leitura para vocês :*



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Perséfone saiu pisando firme, toda marrenta e Luka a seguiu com o olhar. Não sei porquê, mas eu não conseguia sentir ciúmes dele... mas isso não quer dizer que eu não gosto dele, só que é diferente de quando eu era toda apaixonadinha por Raoni.

Peraí, eu disse era apaixonada por ele?! Ah, melhor deixar para lá...

Talvez, pois ele tem se mostrado tão... Canalha, que eu até fico me perguntando como um dia fui perdidamente apaixonada por ele. Olha quem está julgando, uma garota casada que é lendáriamente destinada a outro e que ainda tem uma história mal resolvida com o dito cujo...como eu disse, Zoey me espere que eu tô quase lá...

Aff, eu deveria ficar sozinha, mas quem disse que eu consigo?!

Assim que chegamos em casa, eu segurei a mão de Luka e o puxei para o meu quarto. Eu é que não iria dormir sozinha depois de tudo que eu ouvi naquela noite... Tá, nem eu caí nessa desculpa extremamente esfarrapada. Eu quis dormir com meu marido e ponto. E ele que falasse alguma coisa...

 Assim que deitamos, ele me abraçou, pondo minha cabeça em seu braço no qual eu fiz de travesseiro e quase dormi, o que facilmente teria acontecido senão fosse por ele, que achou que eu estava naquele momento para conversa.

-Você acha que eu sou mal? – Ele me perguntou com uma verdadeira curiosidade.

-Sim, muito. – Respodi meio dormindo meio acordada. –Mas você só é quando e com quem quer. –Complementei – Comigo você é um doce, principalmente agora e eu gosto disso por que faz com que eu acredite que sou muito especial.

Ele pareceu não gostar da resposta, pois me virou com brutalidade e pairou sobre mim, sorrindo maliciosamente.

- E agora? – Ele me perguntou fazendo aquela cara de poderoso chefão.

 -Continua um doce. –Falei brincando.

 Ele me beijou ferozomente, tirando meu folêgo e o dele de uma só vez. Ele deitou ao meu lado e beijou meu pescoço e sussurrou no meu ouvido.

-E agora? – Sua voz enrouquecida e manhosa que nem a de um gato me fez arrepiar.

-Você é um malvado mais doce que eu já conheci, satisfeito?

-Nem um pouco. – Seus olhos trabordavam segundas intenções e eu logo compreendi o que eram.

 Acordei mais de dez da manhã. Gente, eu era a pessoa mais filona de aula da face da terra, já tinha mais de um mês que eu não dava as caras por lá, porém não seria logo hoje que eu quebraria tal tradição. Se eu não ficasse de recuperação seria um alivio e tanto, mas duvidava que isso fosse acontecer.

 Eu já tinha uma coisa que eu deveria fazer e sabia que seria a coisa mais dificil que eu terei que fazer na vida e olhe que casar não foi mole pra mim. Desci e encontrei Luka no escritório, lógico.

Ele sentava na sua poltrona com um livro grosso a mão, pareceia tão absorto em seu contéudo que pareceu sequer notar minha presença na sala.

-Oi Naara. –Ele falou ainda lendo, como se pegasse uma criança em flagrante tentando fugir.

 -Oi Luka, bom dia. – Cumprimentei-o hesitante.

Ele estendeu o indicador e chamou-me em silêncio, abrindo espaço para que eu me sentasse no seu colo. Obedeci sem questionar, dando uma olhada no que ele lia: Lendas Indigenas.

Pra quê ele tava lendo isso, principalmente na parte de imortalidade de um consorte de uma xamã, descedente da Jacuí?!

Tentando ignorar o arrepio que me percorreu a espinha ao ver o topico em negrito, beijo-lhe os lábios do meu marido carinhosamente.Ele tocou na minha cintura e puxou mais para si, possesivamente. Beijei-lhe o pescoço, adorando sua colonia e o cheiro da sua loção pós barba. Não é que estava começando a gostar o jeito com que ele estava sempre bem arrumado e cheiroso?

-Estava pensando em fazer uma pequena reforma no meu quarto. – Ele comentou.

 -Tá. –Dei de ombros. – A casa é sua e o quarto é seu.

 -Eu estava pensando em transformá-lo em closet, enquanto nós realmente vivemos como marido e mulher.

Eu quase engasguei. É lógico que eu adorava a companhia de Luka, mas tê-lo todos os dias em minha cama, sério?!

-Depois a gente conversa. – Saí pela tangente. –Eu vou sair, vou na casa de Perséfone.

Senti o corpo todo dele retesar. Eu quase perguntei qual era a dele com ela, mas esse não era o momento. Então apenas perguntei:

-Você se importa?

-Não. – respondeu, trincando os dentes. – Só não volte muito tarde, está bem?

-Ah, claro. Só se lembre que o dia acabou de começar.

-E cuidado com o lobo. – ele ironizou, rindo.

-O mesmo para você. – digo batendo a porta com força.

Não foi difícil encontrar a casa de Perséfone, embora eu já tivesse ido lá apenas uma vez, tinha uma vaga ideia de onde era e principalmente era meio fácil de notar a gigante mansão cor de rosa a quilômetros de distância.

Eu sabia que Perséfone não estava bem e por isso decidi vê-la. Quando cheguei a sua casa encontrei-a no seu belo quarto branco, chorando. Ela ainda usava as mesmas roupas de ontem, pude notar, e pela sua cara não havia dormido também. Nunca pensei que fosse me sentir assim ao vê-la daquele jeito totalmente contrario aos padrões dela, mas tive muita pena dela.

Percebi que era crucial vê-la assim. Mas me leva a crer que até mesmo as pessoas mais frias que existem são capazes de sentir e de principalmente de demonstrar os seus sentimentos por alguém. No instante em que ela me viu, tentou se recompuser limpando as lágrimas que escorriam de seu belo rosto, mas mesmo assim ainda continha os resíduos de um choro e de uma noite perdida.

 -Você não deveria estar aqui. - ela disse ríspida, virando o rosto.

 - Eu sei. Mas não podia te deixar assim. Nunca fomos melhores amigas e nem mesmo amigas, só que não quero que você continue sofrendo por minha causa. –Garanti-lhe honesta. – Sempre vi Brian como um amigo, um bom amigo, você sabe disso.

- Mas ele é apaixonado por você e que bom que você se importa, mas eu dispenso isso. -Falou amarga - Sabe, você já teve a sensação de que quer ter tudo, mas o mundo faz questão de tirar isso de você assim que se conquista a tal coisa? –Assenti solidaria, eu sabia exatamente como era. E ela notou isso também. - É assim que eu me sinto agora. E eu sei da maldição, mas eu tô sendo inimaginavelmente legal com você, né? Poxa, primeiro eu achava que tinha o Luka, mas era tudo ilusão, depois veio Raoni, mas nós não passamos de bons amigos e agora por ultimo, quando eu acho que encontrei o amor da minha vida, descubro que ele tem uma história milenar contigo. Que injustiça... Eu aqui sem nenhum e você com os três aos seus pés...

-Opa,opa. – Interrompi abrupta. – Eu sou casada com o Luka e foi você que o dispensou, se eu bem me lembro. Os outros dois que correm atrás de mim...Ah, você acha que eu iria procurar mais problema pra minha vida já complicada? –Ela esboçou um fraco sorriso. –Fala sério... Mas por favor, não se machuque por isso. Você é uma garota linda e muito especial. Tenha certeza que nenhum idiota merece nem essas lágrimas que saem de seu rosto.

-Obrigada.- ela agradeceu me abraçando. – Você foi a melhor companhia e amiga que encontrei até agora. Não acredito que demorei tanto tempo para perceber isso, ah como sou idiota. Só não espalhe isso por ai porque se não a coisa vai ficar bem feia para o seu lado. –Ameaçou-me cortante - E eu falo sério.

-Tudo bem. – retribuo seu abraço sem dar tanta importância as suas ultimas palavras. Demoro a soltá-la e ela não fez questão de fazê-lo também. – E quem diria que água e fogo poderiam se dar tão bem?

-Tudo é possível. – ela disse, finalmente me soltando. Ela materializou uma pequena labareda de água e eu fiz o mesmo com o fogo. Unimos nossas mãos em o que parecia ser um cumprimento. Ficamos decepcionadas por alguns segundos ao ver que o fogo se apagou e a água evaporou. – Até mesmo fogo e água que quando juntos podem destruir um ao outro, mas também pode acabar com o mundo.

-Só que nós não. –Levantei e ergui a mão para o alto como sinal de bravura. - Somos conquistadoras e defensoras do mundo. A única coisa que nós destruímos é corações de garotos idiotas que não sabem valorizar uma garota. – ela riu do meu discurso patético, esse era o propósito. – Se for a sua vontade, volte com o Brian. Não deixe que minha vida estrague a sua. Eu jamais ficaria com um cara que uma amiga é afim, converse com ele. Se quiser pode deixar que eu faço isso, contanto que você fique feliz ok?

-Eu vou tentar. – respondeu, dando seu melhor sorriso e jogando um banho de água fria em mim. Reclamei por ela ter feito aquilo, mas me defendi jogando fogo nela. Irônico como o fogo não tinha efeito sobre ela enquanto a água me encharcava toda.

O que só prova que a vida não é justa pra ninguém, muito menos pra mim. 

Continuamos a brincar assim até eu finalmente perceber que estava ficando tarde e ir embora de volta para casa. Eu podia pressentir que Luka já devia estar possesso por eu ter demorado tanto.


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Notas finais do capítulo

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