Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 31
Capítulo 31 - É agora...




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POV DE RAONI.

Arrastei Perséfone daquela maldita casa praticamente à força.

 Eu queria ir embora dessa medíocre cidade agora! A única coisa que me prendia aqui está apaixonada por outro e eu estava a ponto de tornar Naara viúva.

-Eu não sei quanto tempo vou agüentar essa situação. – Comentei a Perséfone.

Ela me olhou assustada.

-Você sabe que não podemos deixar as emoções tomar conta de nós, Naara é nossa última esperança... –Falou prudente.

-Ela já se bandeou para o lado daquele maridinho de merda dela, Perséfone! – Gritei. – Você acha que ela realmente vai nos ajudar?

-Sim, acho. Naara é uma pessoa decente e quando souber da verdade, vai nos ajudar.  – Falou realmente acreditando nisso.

Ri sarcástico.

 -Como você é ingênua Perséfone! –Bradei. – Quando ela souber da verdade, ela vai nos odiar para sempre!

Ela estremeceu.

-Você acha? – Ela perguntou baixinho, com medo.

Olhei sério e assenti.

-Ela já ficou puta quando eu contei uma parte, imagine quando ela souber de tudo... Naara não é conhecida por agir de cabeça fria. – Comentei realista.

-Se ela não estivesse desconfiada sobre o passado... Mas e se ela souber por um jeito errado, você não acha que ela vai ficar muito mais furiosa por saber que nós sabíamos e não contamos a ela?

-Eu não sei. – Dei de ombros. – Vai lá para o seu namoradinho vai... Já vai dar meia-noite. –Avisei tentando me livrar dela.

-Ih! É mesmo! – Ela falou andando apressada e olhando para o relógio, porém ao me olhar parou – Você vai ficar bem, amigo?

Assenti.

-Pior não pode ficar, né? – Sorri, mas pareceu mais uma careta que um sorriso.

Ela sorriu solidaria e saiu correndo atrás de Brian.

Continuei andando até que meu celular tocou a musica irritante que Izabel programou para quando ela ligasse.

-O que é Izabel? – Eu já estava perdendo a paciência com essa garota grudenta.

Graças a Deus, que daqui a pouco eu não vou precisar mais dela.

-Onde você está meu amor? –Sua voz histérica e melosa me dava nos nervos.

   -Por aí. – Falei curto e grosso.

-Quando vem pra casa? – Ela perguntou.

Aff, dai-me paciência senhor...

Desde que eu e Naara terminamos Izabel praticamente se mudou pra minha casa, ela é tão grudenta que não me deixa sequer respirar.

 Senti saudades de quando os ciúmes de Naara era o meu maior problema...

-Não sei, quando eu tiver com vontade. –Falei desligando.

Inclusive o celular.

Vi um vulto pela praça e me pus em estado de alerta máximo, mas era apenas Brian sentado no banco, imerso em pensamentos.

-Já tá fugindo de Perséfone Brian? –Perguntei o assustando.

-Ah... Oi Raoni... Não é isso. – Falou desconcertado.

-Relaxa, eu sei como ela é um pé no saco. –Falei solidário.

Má idéia, pois o senti enrijecer o rosto e cerrar as mãos em punhos.

 -Eu não gosto que fale do seu passado com a minha namorada, ok? – Senti o seu tom de ameaça.

-Calma cara, esqueceu que eu sou louco pela Naara?

Ele saiu daquela posição de ataque, assim que eu pronunciei essas palavras. Virou pra mim e sorriu amarelo, e eu sabia a pergunta sem ao menos ele fazer.

-É, eu tô me sentindo uma droga em vê-la casada. – Falei mal-humorado.

 Ele deu de ombros.

-Eu sei o que você está sentindo... – Falou segurando meu ombro com força.

-Claro! Você também era apaixonado por ela! – Falei irônico pelo seu tom consolador.

Senti-o estremecer e olhar ao longe.

Desvencilhei-me do seu aperto, tava nem aí por parecer mal educado.  Pra quê fingir que estava tudo bem, se não estava porra nenhuma?

-É tão obvio? – Ele perguntou todo sem graça.

-Depende. Duvido que Perséfone tenha notado. – Falei sabendo que era isso que ele queria saber.

Ele suspirou aliviado.

-Ela ia ficar uma fera! As duas podem ser amigas e tal, mas só até a página dois. Se alguma cruzar o caminho da outra, tá ferrada. – Falou categórico. – E por conseqüência, nós também.

-Aham. – Concordei.

Meu relógio apitou.

   -Que horas são? – Ele perguntou sobressaltado, sua pele estava pálida que nem um fantasma.

   -Cinco para as doze. – Respondi.

   Ele deu um pulo e saiu correndo, apressado.

   -Tenho que ir, você entende, né? – Falou já ao longe.

   -Ah, claro. – Eu sou tão compreensivo... Complementei sarcástico mentalmente.

   Como se a noite não já estivesse uma porcaria, me aparece o casal do ano indo em direção à floresta, com umas caras muito suspeitas.

   -Não é da minha conta! – Murmurei raivoso tentando convencer a mim mesmo.

    Porém eu sabia que eles iam fazer uma besteira das grandes, pois, o que mais eles estariam fazendo indo para a floresta numa noite de lua cheia?

Piquenique noturno que não era...

    Desisti de ouvir minha cabeça, pois, eu sabia que no final eu fazia mesmo o que coração mandava e nesse caso ele dizia pra ir proteger Naara.

POV DE NAARA.

-Se você ainda não notou, essa floresta é enorme! – Luka comentou depois de dar uma volta inteira no perímetro da floresta.

-Sério? –Perguntei rolando os olhos. –Se você não me diz...

-Como você vai achar o lugar que você viu aquele lobo pela primeira vez? – Ele me perguntou, me achando uma idiota por tentar achar o lugar exato.

-Cala a boca, que eu tô pensando. – Reclamei.

De repente, uma lâmpada acendeu na minha mente.

Eu espalmei minha mão no chão barroso e ordenei -me mostre o lugar correto- mentalmente, e esperei que desse certo.

-Pirou? – Luka me perguntou atrapalhando minha concentração.

-Veja. – Falei.

E a pulseira que Raoni me deu foi se desenroscando do meu pulso e escorregando para fora, depois como aqueles fogos de criança, ela saiu serpentando fazendo Luka pular.

-Cobra! – Ele gritou.

-Olha aí o homem com quem eu me casei. – Falei cética.  

Ainda estava agachada quando a pulseira voltou se entrelaçando em mim novamente. Foi como se eu apertasse o botão de pesquisa do Google e tivesse uma resposta certa instantaneamente.

-Três metros para direita – Disse em voz alta e Luka me seguiu.

E realmente era o lugar que eu tinha ido um mês atrás, pois lá estava a pedra que Perséfone estava sentada e uma trilha mal-feita para a floresta.

-É aqui. – Avisei.

- E agora? –Luka me perguntou jogando a máquina de uma mão pra outra.

-Vá para aquela pedra. – E apontei-a.

Ele andou até lá se escorou nela, olhando para o relógio.

-Falta um minuto. – Comunicou-me.

Um minuto. Faltava apenas um minuto para a lua cheia, um minuto apenas para eu saber o que diabos realmente estava acontecendo comigo.

Ouvi um estalo.

Olhei para Luka, brava, pois, ele bem sabia que devíamos ficar em silêncio. Porém ele deu de ombros.

-Não fui eu. – Sussurrou na defensiva.

-Então quem foi? – Também sussurrei, porém ríspida.

-Eu. –Uma voz seca e terrivelmente conhecida veio de atrás de mim. 

  Raoni era a ultima pessoa que eu esperava aqui, isso incluindo o Papa.

-Por que está aqui? –Perguntei surpresa, não consegui conter o sorriso.

 -Porque eu sou um idiota. – Falou sério cruzando os braços no peito e me fitando. – E você?

-E-Eu... – Gaguejei.

-Ela está comigo. – Luka falou me interrompendo, depois me abraçando possesivamente.

Só faltou ele me dar uma bordoada na cabeça e saí arrastando-me pelos cabelos, e isso não foi uma bela imagem de se imaginar.

Eu ia dar uma má resposta à ele, mas fui surpreendida por um rugido bem próximo a nós.

De repente, toda aquela briguinha ficou para o segundo plano e eles vieram até mim, cada um de um lado abraçou-me, protegendo-me, os dois do seu jeito próprio.

-Tem certeza que quer ficar? – Luka me perguntou, tirando as palavras da boca de Raoni.

-É agora ou nunca. – Assenti para os dois.


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Notas finais do capítulo

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