Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek
POV DE RAONI.
Arrastei Perséfone daquela maldita casa praticamente à força.
Eu queria ir embora dessa medíocre cidade agora! A única coisa que me prendia aqui está apaixonada por outro e eu estava a ponto de tornar Naara viúva.
-Eu não sei quanto tempo vou agüentar essa situação. – Comentei a Perséfone.
Ela me olhou assustada.
-Você sabe que não podemos deixar as emoções tomar conta de nós, Naara é nossa última esperança... –Falou prudente.
-Ela já se bandeou para o lado daquele maridinho de merda dela, Perséfone! – Gritei. – Você acha que ela realmente vai nos ajudar?
-Sim, acho. Naara é uma pessoa decente e quando souber da verdade, vai nos ajudar. – Falou realmente acreditando nisso.
Ri sarcástico.
-Como você é ingênua Perséfone! –Bradei. – Quando ela souber da verdade, ela vai nos odiar para sempre!
Ela estremeceu.
-Você acha? – Ela perguntou baixinho, com medo.
Olhei sério e assenti.
-Ela já ficou puta quando eu contei uma parte, imagine quando ela souber de tudo... Naara não é conhecida por agir de cabeça fria. – Comentei realista.
-Se ela não estivesse desconfiada sobre o passado... Mas e se ela souber por um jeito errado, você não acha que ela vai ficar muito mais furiosa por saber que nós sabíamos e não contamos a ela?
-Eu não sei. – Dei de ombros. – Vai lá para o seu namoradinho vai... Já vai dar meia-noite. –Avisei tentando me livrar dela.
-Ih! É mesmo! – Ela falou andando apressada e olhando para o relógio, porém ao me olhar parou – Você vai ficar bem, amigo?
Assenti.
-Pior não pode ficar, né? – Sorri, mas pareceu mais uma careta que um sorriso.
Ela sorriu solidaria e saiu correndo atrás de Brian.
Continuei andando até que meu celular tocou a musica irritante que Izabel programou para quando ela ligasse.
-O que é Izabel? – Eu já estava perdendo a paciência com essa garota grudenta.
Graças a Deus, que daqui a pouco eu não vou precisar mais dela.
-Onde você está meu amor? –Sua voz histérica e melosa me dava nos nervos.
-Por aí. – Falei curto e grosso.
-Quando vem pra casa? – Ela perguntou.
Aff, dai-me paciência senhor...
Desde que eu e Naara terminamos Izabel praticamente se mudou pra minha casa, ela é tão grudenta que não me deixa sequer respirar.
Senti saudades de quando os ciúmes de Naara era o meu maior problema...
-Não sei, quando eu tiver com vontade. –Falei desligando.
Inclusive o celular.
Vi um vulto pela praça e me pus em estado de alerta máximo, mas era apenas Brian sentado no banco, imerso em pensamentos.
-Já tá fugindo de Perséfone Brian? –Perguntei o assustando.
-Ah... Oi Raoni... Não é isso. – Falou desconcertado.
-Relaxa, eu sei como ela é um pé no saco. –Falei solidário.
Má idéia, pois o senti enrijecer o rosto e cerrar as mãos em punhos.
-Eu não gosto que fale do seu passado com a minha namorada, ok? – Senti o seu tom de ameaça.
-Calma cara, esqueceu que eu sou louco pela Naara?
Ele saiu daquela posição de ataque, assim que eu pronunciei essas palavras. Virou pra mim e sorriu amarelo, e eu sabia a pergunta sem ao menos ele fazer.
-É, eu tô me sentindo uma droga em vê-la casada. – Falei mal-humorado.
Ele deu de ombros.
-Eu sei o que você está sentindo... – Falou segurando meu ombro com força.
-Claro! Você também era apaixonado por ela! – Falei irônico pelo seu tom consolador.
Senti-o estremecer e olhar ao longe.
Desvencilhei-me do seu aperto, tava nem aí por parecer mal educado. Pra quê fingir que estava tudo bem, se não estava porra nenhuma?
-É tão obvio? – Ele perguntou todo sem graça.
-Depende. Duvido que Perséfone tenha notado. – Falei sabendo que era isso que ele queria saber.
Ele suspirou aliviado.
-Ela ia ficar uma fera! As duas podem ser amigas e tal, mas só até a página dois. Se alguma cruzar o caminho da outra, tá ferrada. – Falou categórico. – E por conseqüência, nós também.
-Aham. – Concordei.
Meu relógio apitou.
-Que horas são? – Ele perguntou sobressaltado, sua pele estava pálida que nem um fantasma.
-Cinco para as doze. – Respondi.
Ele deu um pulo e saiu correndo, apressado.
-Tenho que ir, você entende, né? – Falou já ao longe.
-Ah, claro. – Eu sou tão compreensivo... Complementei sarcástico mentalmente.
Como se a noite não já estivesse uma porcaria, me aparece o casal do ano indo em direção à floresta, com umas caras muito suspeitas.
-Não é da minha conta! – Murmurei raivoso tentando convencer a mim mesmo.
Porém eu sabia que eles iam fazer uma besteira das grandes, pois, o que mais eles estariam fazendo indo para a floresta numa noite de lua cheia?
Piquenique noturno que não era...
Desisti de ouvir minha cabeça, pois, eu sabia que no final eu fazia mesmo o que coração mandava e nesse caso ele dizia pra ir proteger Naara.
POV DE NAARA.
-Se você ainda não notou, essa floresta é enorme! – Luka comentou depois de dar uma volta inteira no perímetro da floresta.
-Sério? –Perguntei rolando os olhos. –Se você não me diz...
-Como você vai achar o lugar que você viu aquele lobo pela primeira vez? – Ele me perguntou, me achando uma idiota por tentar achar o lugar exato.
-Cala a boca, que eu tô pensando. – Reclamei.
De repente, uma lâmpada acendeu na minha mente.
Eu espalmei minha mão no chão barroso e ordenei -me mostre o lugar correto- mentalmente, e esperei que desse certo.
-Pirou? – Luka me perguntou atrapalhando minha concentração.
-Veja. – Falei.
E a pulseira que Raoni me deu foi se desenroscando do meu pulso e escorregando para fora, depois como aqueles fogos de criança, ela saiu serpentando fazendo Luka pular.
-Cobra! – Ele gritou.
-Olha aí o homem com quem eu me casei. – Falei cética.
Ainda estava agachada quando a pulseira voltou se entrelaçando em mim novamente. Foi como se eu apertasse o botão de pesquisa do Google e tivesse uma resposta certa instantaneamente.
-Três metros para direita – Disse em voz alta e Luka me seguiu.
E realmente era o lugar que eu tinha ido um mês atrás, pois lá estava a pedra que Perséfone estava sentada e uma trilha mal-feita para a floresta.
-É aqui. – Avisei.
- E agora? –Luka me perguntou jogando a máquina de uma mão pra outra.
-Vá para aquela pedra. – E apontei-a.
Ele andou até lá se escorou nela, olhando para o relógio.
-Falta um minuto. – Comunicou-me.
Um minuto. Faltava apenas um minuto para a lua cheia, um minuto apenas para eu saber o que diabos realmente estava acontecendo comigo.
Ouvi um estalo.
Olhei para Luka, brava, pois, ele bem sabia que devíamos ficar em silêncio. Porém ele deu de ombros.
-Não fui eu. – Sussurrou na defensiva.
-Então quem foi? – Também sussurrei, porém ríspida.
-Eu. –Uma voz seca e terrivelmente conhecida veio de atrás de mim.
Raoni era a ultima pessoa que eu esperava aqui, isso incluindo o Papa.
-Por que está aqui? –Perguntei surpresa, não consegui conter o sorriso.
-Porque eu sou um idiota. – Falou sério cruzando os braços no peito e me fitando. – E você?
-E-Eu... – Gaguejei.
-Ela está comigo. – Luka falou me interrompendo, depois me abraçando possesivamente.
Só faltou ele me dar uma bordoada na cabeça e saí arrastando-me pelos cabelos, e isso não foi uma bela imagem de se imaginar.
Eu ia dar uma má resposta à ele, mas fui surpreendida por um rugido bem próximo a nós.
De repente, toda aquela briguinha ficou para o segundo plano e eles vieram até mim, cada um de um lado abraçou-me, protegendo-me, os dois do seu jeito próprio.
-Tem certeza que quer ficar? – Luka me perguntou, tirando as palavras da boca de Raoni.
-É agora ou nunca. – Assenti para os dois.
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