Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 13
Capítulo 13 - Quem diria, hein?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/159602/chapter/13

Acordei com um gritinho nada histérico. Perséfone batia palmas irônicas.

-Ai ai, mal esfriou a cama já pôs outra, né?

-Eu se fosse você não gritava, se Naara acor.. .Acordou. –Raoni sussurrava.

-O que é que você está fazendo aqui? –Sibilei.

- Nada, só vim pegar meu sutiã que deixei aqui. – provocou-me.

Deus, se tá me ouvindo peço-lhe, não me mande pro inferno, por favor.

Raoni só pode ver quando Perséfone caiu, pois eu fui tão rápida que ele sequer conseguiu me acompanhar. Eu a segurava pelo pescoço e a imprensava na parede.

-Nunca mais faça nenhuma gracinha sobre o que você e Raoni tiveram. Entendido?

- S-sim. –Gaguejou por falta de ar.

Observei o que estava fazendo. Segurando uma garota pelo pescoço, dez centímetros do chão.

Soltei-a, me sentindo um monstro. Por que eu havia feito isso? Tá que ela é a maior vagabunda que eu conheço, mas eu ser capaz de quase matá-la esganada são outros quinhentos...    

-Preciso ir embora. – Corri.

Não sei pra onde eu ia ou em que direção, só sabia que queria estar longe dali o mais rápido possível. Parei quando percebi estar me embrenhando na floresta.

-Que legal! – murmurei sarcástica. –Era só o que me faltava.

Tentei voltar, mas parecia que eu andava em círculos. Cansada e com os braços completamente feridos graças aos galhos pelo caminho, sentei em um tronco tombado.

Ouvi passos e vi um vulto negro passar perto de mim.

-Ei! –Gritei – Estou perdida aqui!

De repente, eu ouvi quem quer que seja se aproximar. Sério, e se fosse um ladrão ou pior o lobisomem? Tá eu disse que não acreditava, mas nos últimos tempos se me dissessem que Papai Noel realmente mora no pólo norte, eu juro que acreditaria.    

Ouvi passos atrás de mim e eu rapidamente olhei para trás. Brian me encarava confuso.

- O que você está fazendo aqui? –Perguntei.

-Iria te perguntar a mesma coisa. – Falou, se sentando ao meu lado - Você sabia que seu namoradinho está que nem um louco te procurando?

-Merda. – Suspirei, eu sabia que devia ter preocupado todo mundo. Encostei-me numa árvore – Sabia que a vida é uma droga?

-Quem fala é uma garota que acaba de descobrir que é incrivelmente poderosa. – Revirou os olhos – Você reclama de barriga cheia.

- Muito fácil atirar pedra, o difícil é ser vidraça. Quero ver você no meu lugar...

-Eu ia achar o máximo!

-Pelo amor de Deus, faça uma terapia garoto. Esse complexo de inferioridade é ridículo.  

-É, o poder realmente muda as pessoas.  –Comentou.

-Desculpe, eu sei que fui grossa, e é a pura verdade o que você disse. Eu já não me reconheço mais! Às vezes queria que tudo voltasse a ser como antes, onde a minha maior preocupação era como eu ia passar na aula de educação física.

 -É. Eu também. – Murmurou pra si mesmo.

-Eu acho melhor nós voltarmos, né? –Perguntei me levantando.

Limpei a calça e olhei para os meus braços, lisinhos como a pele de bebê.

Será que um dia vou me acostumar com essa bizarrice?

Andamos em silêncio até o começo da trilha, onde um carro preto estava estacionado. Raoni andava de um lado para outro numa velocidade anormal. Perséfone estava escorada no carro ouvindo música.

 -Finalmente! – Raoni me abraçou forte. –Quer me matar de preocupação?

-Não. Eu só me perdi. –Falei parecendo uma criança travessa dando satisfação aos mais velhos.

-Agora que está tudo bem com a princesinha, será que podemos comer? Ainda, sequer, tomei café da manhã. – E me mandou um olhar irritadiço.

Perséfone e Brian foram à frente enquanto nós ficávamos para trás. Estava tão inquietada com o olhar de Raoni que quase, com grande ênfase no quase, não percebi que Brian e Perséfone estavam de mãos dadas.

Apontei para suas mãos juntas e Raoni deu de ombros.

-Eles que são brancos que se entendam! –Cochichou no meu ouvido.

-Quem diria, hein?

Chegamos ao Gelado’s, uma sorveteria, mas que servia qualquer tipo de lanche. Percebi que eu estava morrendo de fome e que passava das duas da tarde.

Eu sei que é má educação comer feito uma morta-fome, principalmente na frente de seu namorado, mas sinceramente, eu comeria um boi se estivesse na minha frente agora.

 Quatro Sundaes duplos e uma hora depois...

Andávamos pela pracinha, Perséfone de braços dados a Brian, que ela mesma o categorizou como “sua mais nova aquisição”, ainda complementou:

-Ah, nerd está na moda, meu bem. –E deu um beijo estalado na sua bochecha.  

Credo, ser namorado dessa daí deve ser uma missão mais que impossível!

Encontramos Izabel no parque, brincando de balanço, sozinha.

-Izabel! – Gritei e ela virou para nós.

Porém não foi para nós e sim, exclusivamente para Raoni.

Tá, admito! Estou sendo paranóica, não estou?

Ela correu e chegando perto, olhando de Brian a Raoni, depois Brian e de volta a Raoni. Não sei como não ficou tonta.

-Ai que fofinha! –Perséfone apertou suas bochechas – Parece uma Barbie em tamanho real, quero uma dessa pra mim!

Izabel sorriu, corando.

 -Essa é minha prima Izabel. Izabel, Raoni que você já conhece, Brian e essa não importa. – Falei sorrindo irônica para Perséfone que me mostrou a língua.

-Perséfone, querida. E com certeza importa você saber quem eu sou.

-Prazer.  –Sorriu e deu beijinhos em sua face.

-Izabel tem afinidade com ar. Então, acho que nós devíamos incluí-la em nosso treinamento.

  -Legal, mostre-me! – Ela e Izabel saíram zanzando por aí.

-Elas parecem que vão se dar bem. – Comentei.

-É, lá no fundo Perséfone é uma boa pessoa – Raoni falou e eu bufei – Tá, bem lá no fundo. - Completou.

Uns minutos depois as duas voltaram às gargalhadas. Izabel chegou perto de mim e sussurrou no meu ouvido.

-Você me deve uma.

Eu a olhei confusa, quem a tirou de uma quase ida a um manicômio? Eu.

-Ah, pelo amor de Deus, você se diverte e eu ainda tenho que te encobrir, de graça? – Falou quando, convenientemente, os outros três foram comprar pipoca.

-Eu deixei você ocupar meu quarto, de graça. – Falei a lembrando.

-Isso não conta. – Falou observando Raoni.

Aaaah, o que tinha de errado com essa garota?

-Olha aqui minha filha! Eu não te devo porcaria nenhuma por que eu te ajudei a se livrar dos seus pais malucos, então estamos quites.

-Eu posso contar pra vovó que você dormiu fora e você pode fazer o que contra mim? Eu sou sua responsabilidade agora, esqueceu?–Seu sorriso era doce e meigo.

Essa menina é completamente diabólica, acreditem em mim!

 -Tá, o que você quer?

 Sorriu de orelha a orelha virando para observar meu namorado, que oferecia pipoca doce pra gente. Apontando, falou:

-Ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

reviews?