Lacrimosa - porque o amanhã não Existe escrita por Tassiele
Abro meus olhos e fito o céu; está escuro, mas algo me diz que ainda é dia. Neste céu o qual observo, não há Lua, ao invés disso, vejo um planeta enorme e azul, com pequenos pedaços de terra, envolvido por várias nuvens nebulosas.
-Onde estou? – pergunto para o nada.
Ao que uma rosa da cor de um iogurte de morango me responde:
-Você está em lugar nenhum.
E uma outra rosa, desta vez negra, diz-me:
-Você está lá.
-Lá? – repeti para mim mesmo e ouvi o eco de minha voz.
Observo aquela enorme bola com certa confusão. De algum modo, eu sentia como se a conhecesse.
Ao meu lado havia uma roseira, com apenas duas flores: aquela rosa que mantinha a cor de iogurte e aquela outra que possuía a cor da escuridão.
-Onde é lá?
-Sua casa. – responde-me a rosa iogurte.
-O inferno. – diz-me a rosa negra.
Fitei aquele planeta com uma imensa curiosidade. Aquela beleza estonteante e brilho descomunal acabara por ofuscar o jardim onde eu me encontrava.
Viro-me de costas para aquele planeta misterioso e vejo que, ali, havia uma enorme casa parecendo de uma boneca, porém, estava velha, caindo aos pedaços. Sua beleza estava escondida por aquelas teias de aranha, cores mórbidas, vidros e telhados quebrados, com plantas que invadiam as janelas. Um calafrio percorreu por todo o meu corpo, uma sensação horrível devo dizer.
-Seus sentimentos não são bons. – constatou a rosa iogurte.
-Seus pensamentos foram corrompidos pela maldade. – acusou a rosa negra.
Enfureci-me de imediato com tais acusações.
-E quem são vocês para saber algo sobre mim?
Pisquei algumas vezes e um clarão iluminou meus pensamentos. Afinal, eu não sei nada sobre mim! E se aquelas acusações tivessem um fundo de verdade...?
Por que eu não me conheço...?
-Eu sou seu coração. – diz a rosa iogurte.
-Eu sou sua mente. – fala a rosa negra.
-E o que eu sou?
-Nossa alma. – elas responderam juntas.
-Então sou apenas um pedaço de mim mesmo...
De uma forma estranha, ao invés do eco repetir minhas últimas palavras, ele repetiu “Um pedaço, um pedaço...”
-Esse não é o meu lugar. – eu pensei comigo mesmo, porém, de um modo estranho, eu falava ao invés de pensar. –Como saio daqui?
-Não morra. – responde-me a rosa negra.
-Entre na casa. – diz-me a rosa iogurte.
Me recusei a olhar para a casa pois fazia eu me sentir mal. Ao invés disso, me virei de costas para ela, voltando maus uma vez a observar aquela bola azul.
-Nunca entrarei lá.
E foi com essa frase em mente que passei meus dias naquele lugar estranho. Dia após dia...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então, eu sei que ainda está no começo para dizer isso, mas comentem como vocês acham que é a vida do garoto e resoluções de mistérios, pois quero muito saber o que estou dando a entender.