A Queda de Um Semideus escrita por Thah


Capítulo 5
Miley e eu ganhamos presentes


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores!
Nos encontramos de novo em mais um capitulo de " A queda de um semideus", aproveitem e espero que gostem ^^



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É hora de uma revisão da minha semana.

A)    Rachel esta hospitalizada.

B)    Minha escola desaba.

C)    Salvo uma menina chamada Miley River.

D)    Miley é minha irmã.

E)     Meu pai aparece no Acampamento.

Quando ele se anunciou, a mão de Miley apertou a minha com firmeza. Seu rosto estava pálido,a boca rosada ficara esbranquiçada.Se para mim era um choque imagino como estaria sendo para ela.

  - É ele... – sussurrou ela.

Assenti.

  - O que faz aqui titio? – disse Sr.D de maneira arrogante.

  - Preciso falar com o conselho do Acampamento – marchava em direção ao tablado onde se encontrava Quíron, Sr’D e Grover. Os alunos olhavam perplexos. Poseidon nem parecia se importar com a surpresa de todos.

  - A respeito de que? – pigarreou Dionisio.

  - Quantas perguntas ainda pretende fazer Dionísio?  - cruzou os braços - gostaria de um banho de mar?

Ouvi algumas risadinhas vindo da mesa de Hermes.

  - N-não, não, vamos então – apontou para a porta lateral – por aqui.

  - Muito obrigado – deu uma piscadela para mim.

Quando o conselho saiu, o “zum zum zum” começou.A visita de papai seria o assunto por várias horas.Queria ser uma mosquinha naquela sala.Todos me olhavam como se eu soubesse de algo, só porque sou filho de Poseidon não quer dizer que ficava a par de tudo, pelo contrario, sempre sou o ultimo a saber das coisas.

De repente a porta se abriu, meu pai surgiu com o rosto pálido, seus olhos verdes esquadrinhavam as mesas, fixou-os em mim depois olhou para Miley.

  - Não pode ser... - sussurrou.

Em segundos percorreu o salão, chegou em nossa mesa e abraçou Miley com carinho, como se fosse a ultima vez que a veria, seus braços vigorosos a envolviam com facilidade como papel.

  - É você! – disse ele – é você!

Troquei olhares com Miley, estava tão pasma quanto ela.Ele a soltou ficou  aprecia-la.Falei algo como “Hã,gã,hã”.

  - Qual é o nome da sua mãe querida?

  - Marjore River, senhor.

  - Marjore...River... – repetiu secamente.

Ela balançou a cabeça positivamente.

  - Quíron, quero falar com você e... – voltou-se para nós de novo – Percy e Miley também.

  - Claro senhor.

Adentramos na sala do conselho, onde Quíron sentou-se em uma enorme almoçada, costurada com fios de ouro. Poseidon sentou-se em uma poltrona de veludo, enquanto a mim e Miley nos contentamos em dividir um pequeno sofá ao lado da janela de vidro.

  - Quíron – disse o deus dos mares – provavelmente já sabe por que o chamei.

  - Tenho uma leve idéia – admitiu.

  - Muito bem então... Miley quantos anos você tem agora?

  - tre-treze senhor – parecia que ia vomitar, esperava que não fosse em mim.

  - Você me disse que sua mãe se chama Marjore River correto?

  - Sim.

  - Deve estar se perguntando por que não a assumi, estou certo?

  - Na verdade sim – sua voz fraquejou – todos seus filhos já foram assumidos menos...menos eu.O senhor por acaso tem algo contra mim?

  - Jamais repita isso! – respirou fundo e fitou a vista pela janela, conseguia ver o mar dali – vim aqui por que... precisava conferir um fato, não te assumi antes por causa de sua mãe.

  - Minha mãe?

  - Exatamente. Há treze anos, Marjore me contara que estava grávida de uma menina, meu coração pulou de alegria. Poucos meses depois a Sra.River me disse que havia perdido o bebê e que a culpa era minha. Mandou me afastar dela para sempre,e nunca mais voltar a procurar-la,chegou até a me ameaçar.

  - Ameaçar? – disse eu.

  - Sim. Como você sabe Percy tínhamos um acordo, Zeus, Hades e eu de que depois da guerra não teríamos mais filhos dali por diante. Marjore disse que se não me afastasse, contaria a Zeus que descumpri a minha parte. Em suma, para mim, Miley, você estava morta.

  - E porque minha mãe mentiu?

  - Eu não sei. Contudo agradeço a você Quíron por ter guardado o meu segredo.

 Ele fez com a mão um sinal positivo.

  - E porque me chamou? – perguntei. Posso estar sendo egoísta mas, quando Poseidon soube de minha existência não me procurou nem nada, confesso que fiquei com um pouco de inveja.

Poseidon ficou a minha frente e sobrepôs a mão em meu ombro. Seus olhos esverdeados me fitavam com zelo.

  - Quero que proteja a sua irmã – ele se aproximou e ficou frente a frente comigo – é o irmão mais velho, confio em você.

  Isso me quebrou totalmente. É claro eu meu pai não me procurou, isso só me poria em perigo. Sábio da parte dele não se envolver... pelo menos não diretamente. E sei que esse homem sempre me olhou de longe.

  - Não vou te decepcionar pai – a responsabilidade caiu em meus ombros.

  - Sabia que podia contar com você. – deu mais uma daquelas piscadelas.

  - Enquanto a você minha filha – ele passou a mão em seu rosto – se torne uma ótima guerreira e cuide de seu irmão.

  - Vou ser sim... – ela sorriu –... pai.

  - Percy, Miley fiquem com isso – ele tirou do bolso dois colares marinhos. O primeiro feito de perolas brancas, possuía um pingente de prata em forma de um cavalo marinho, este deu a Miley. O segundo, tinha uma corrente de ouro branco, assim como o de minha  irmã tinha um pingente, tirando o fato do meu ser em formato de um tridente.

  - É lindo pai! – minha irmã falou encantada com a jóia.

  - Meus filhos, sei que os usarão com sabedoria. Está tarde, não posso me ausentar por mais tempo do mar. Tyson esta tomando conta de tudo sozinho.

  - Nos veremos de novo? – perguntei.

  - Quem sabe... – fez aquela uma cara travessa - adeus.

Seu corpo se tornou uma massa de água que desabou ao chão e em segundos sumiu.

  - Que nada saia daqui, ouviram? – disse Quíron.

  Assentimos.

Meu chalé sofreu uma completa transformação, o ar masculino que eu e Tyson deixáramos fora trocado por lavanda. Miley fez várias mini esculturas de conchas, poliu o tridente apoiado na parede e limpou a fonte.

  - Quantas vezes você já limpou esta fonte? – disse ela enquanto esfregava a esponja nas pedras.

  - Hã...nenhuma – sussurrei.

  - Que horror! Quem arrumava seu quarto?

  - Ei! Ei – protestei – quem disse que não sou eu que arrumo?

Ela me fitou desconfiada.

  - Ok você venceu. Tyson limpava sempre o chalé.

 - Ah Percy! Que desleixo o seu. – resmungou ela.

  - É da minha natureza isso. Não posso mudar.

  - Ah você pode sim mocinho e vai!

 Não pude conter o riso.

  - Está rindo do que? Contei alguma piada?

  - Hi-hi n-não não, é que ...rsrs ...esta falando igual a minha mãe.

Ela me fitou e depois caiu na gargalhada. Rimos durante uns segundos, em seguida Miley respirou fundo para recuperar o fôlego. Lodo grudado em sua roupa a deixava engraçada, parecendo um monstro marinho.

  - Ai,ai... – olhou para as suas roupas – nooossa, preciso de um banho urgente.

  - Tem razão – tampei o nariz – não quero um gambá como irmã.

  - Bobão – deu um leve tampinha em minhas costas e foi para o banheiro.

Toc! Toc!

  - Percy?

  - Hã – voltei-me para a porta – Nico?

  - Desculpe, vim te dizer que Quíron esta chamando todos para a fogueira.

  - Ah claro, não me esqueci disso.

  - Vou avisar os outros campistas depois volto para irmos juntos.

  - Ok.

Tomei um bom banho, meu cabelo estava um ninho de rato foi difícil desembaraçar. Coloquei um jeans e uma blusa azul marinho estampado um tridente, calcei meu tênis e fiquei no aguardo de Nico.

  - Estou pronta. – disse Miley, rodopiando com seu vestido branco de seda, calçava uma sandália marrom, trançou o cabelo de lado e colocara brincos de cavalo marinho.

  - Vamos Percy – Nico olhou para nós dois – hã...gã...hã.

Por um instante achei que ele fosse vomitar, a boca perdera a cor. Não sei por que mas ele me lembrava alguém...

  - Miley esse é Nico, filho de Hades e meu amigo.

  - Prazer Miley River – ela sorriu e estendeu a mão.

Ele apenas apertou a sua mão, ainda paralisado. Minha mãe sorria delicadamente, e pela sua cara ficou confusa por Nico não ter falado nada, no seu atual estado inerte. Pensei em jogar água em seu rosto e gritar “EI! VOLTE PARA TERRA!”, porém me limitei a dizer:

  - Vamos? – perguntei.

  - É-é v-v-a-a-mos sim – gaguejava.

Os campistas estavam organizados em “U” na fogueira, Quíron se posicionava no meio em sua mão segurava um papiro enrolado.

  - Tenho um comunicado a fazer – desenrolou o papel – “Com ordens do Olimpo o Acampamento meio-sangue irá promover uma baile de gala. Em comemoração aos novos integrantes.Todos deverão participar,sem exceção!”

Tenho traumas de bailes, no ultimo em que estive foi quando conheci Nico e Bianca di Angelo e o desfecho não fora nada bom. Além do mais não sei dançar e...odeio usar roupa formal é desconfortante.Sem contar é claro que tem de ter um par!

  - Vou andar um pouco – disse a Miley.

  - Esta tudo bem?

  - Sim, preciso arejar um pouco.

  Caminhei pela trilha de terra molhada, ninfas faziam tranças umas nas outras, algumas folhas secas caiam lentamente, a lua cheia, seu brilho iluminava o lago cristalino. Ouvi um ruído. Algo vindo dos arbustos.Não parecia ser um animal muito grande, os galhos finos balançavam insistentemente,me pus em posição de batalha, seja o que for que estivesse por vir não me pegaria de surpresa.A criatura saiu.

  - Annabeth? – fiz uma careta confuso.

  - Surpreso?

  - Err...um pouco – falei sem graça.

  - Por que esta aqui sozinho?

  - Precisava de um pouco de ar – subi na enorme pedra cinza, Annabeth fez o mesmo. – preciso achar respostas as minhas perguntas.

  - Hm. – se limitou a dizer isso.

  Não posso dizer que o clima entre nós estava um dos melhores. Cheguei no acampamento vi uma cena que preferia não ter visto, estou confuso até agora e com muita muita raiva do tal Treg Vicent. Mas mesmo assim Annabeth falava comigo gentilmente, sempre querendo saber dos meus problemas e é claro tentar resolve-los. Não posso estragar algo assim!

  Tentei continuar o assunto:

  - E você?

  - Também procuro respostas. Talvez possa me ajudar.

  - Claro. O que quer saber?

Seus olhos cinzas se encontraram aos meus. Ela parecia aflita, seu olhar me dizia tudo. Nos conhecíamos a tanto tempo que, só de olhar para ela sabia se estava: feliz, triste, magoada, entusiasmada...

  - Queria saber por que meu melhor amigo esta diferente.

Engoli seco.

  - Ele não esta diferente. – desviei o olhar.

  - Então porque ele me evita? – sua voz fraquejou – será que ele não gosta mais de mim...

  - NÃO! – falei instantaneamente – não é isso...

  - Então por que é? – voltei a me afundar naqueles olhos lindos, meu coração batia aceleradamente, abria e fechava a boca várias vezes tentando responder sua pergunta, por ultimo murmurei.

  - Medo...

  - Medo de que? – sabia que não desistiria até saber o real problema.

  - Medo de...de...

  - De...

  - Annabeth! – gritou Greg aguado.

Desviei o olhar de Annabeth para a direção oposta.

  - Vai lá – resmunguei - Greg esta chamando.

  - Percy...eu...

  - Annabeth! – repetiu ele.

  - JÁ VOU! – gritou ela histericamente.

Ela me beijou no rosto, senti uma lágrima descer seu rosto. A culpa bateu. O que eu estava fazendo? Provocando o sofrimento da pessoa que eu mais amo! Odeio ser eu! Odeio!

O cansaço tomava conta do meu corpo por inteiro, minhas pernas formigavam, os arranhões do rosto ardiam quando falava. Peguei uma pomada cicatrizante passei em meus ferimentos... primeiro a dor depois o alivio.

Deitei e dormi.

  Sonhei com um lugar estranho... lava caia nas paredes como se fosse o interior de um vulcão, havia cascalhos no chão e neles uma jovem ajoelhada, com mãos e pés amarrados, a boca amordaçada por uma pano. Uma dracanea e um minotauro se aproximaram.

  - Deve estar doendo esses cascalhos não é mesmo – a maléfica adulou o cabelo da garota – não se preocupe querida será por pouco tempo.

  - Valéria! – disse o minotauro – largue a menina, o chefe disse que não podemos tortura-lá.

  - Detesto essa regra – bufou enquanto apoiava em seus joelho,  para levantar.

Tentava ver o rosto da jovem, mas seu cabelo liso cobria o rosto. Seus braços continham marcas de queimaduras, estes assim como as pernas estavam cobertos de fuligem. Unhas sujas e quebradas.

  - Tire a mordaça dela – ordenou o minotauro – é hora do jantar, temos que mantê-la viva.

Assim fez a dracanea. Levantou a cabeça da garota, jogando seu cabelo comprido para trás, pude ver seus olhos azuis clamando por ajuda, sua boca roxa tremia. Perto da sobrancelha direita um pequeno corte e ao julgar pelo tamanho e espessura devia ter sido feito por uma faca de pontiaguda.

  - Thalia... – sussurrei incrédulo.

  Sem dúvida era ela! Minha amiga amarrada como um animal selvagem. Mordi os lábios nervosamente, senti ódio, fúria, revolta. Thalia sofria e eu não podia fazer nada. Como sou inútil! Não era a primeira vez que seqüestram alguém que gosto: minha mãe, por muito tempo me senti sozinho durante sua ausência, ainda bem que tinha o apoio dos meus amigos. Outra vez foi Grover mantido em prisão “domiciliar” por um asqueroso ciclope. E por último Annabeth, foi como se meu coração tivesse ido embora e só restando o sofrimento, aflição, e o pior de tudo... saudade. Todos deixei que sofressem, agora Thalia também agüentava seu fardo.Tudo por minha culpa.

 Despertei insurgente. Miley ainda dormia na parte de baixo na beliche. Recolhi suprimentos na minha mochila, somente o necessário para a viagem,verifiquei se Contracorrente estava em meu bolso.Escrevi um bilhete a minha irmã e o assentei na escrivaninha de madeira, explicando minha fuga de maneira bem resumida, caso ela tivesse duvida de como interpretar a carta pedir subsidio a Annabeth. Ela com certeza entenderia.

  - Desculpe Miley. Não agüento mais ver pessoas que amo partirem.


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Notas finais do capítulo

E ai? curtiram?
Reviews?