Perfection escrita por Misu Inuki


Capítulo 9
Mais que amigos...


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, minhas lindas!
Esse capítulo foi difícil de sair da cachola
E acabou ficando tudo diferente do que imaginava no começo
E antes que as mentezias poluídas comecem a pensar besteira do título, esse capítulo não tem sacanagem não, viu?
Agora chega de enrrolação, e vamos ao texto!
Boa leitura!



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Recebemos uma salva de palmas, mas apesar de ter agradecido, não dei muita atenção a elas.
Estava agitada.
Fui até o balcão, e peguei um refrigerante para mim, e fiquei sentada ali, esperando meus nervos se acalmarem.

Mas nem meio minuto depois, Wookie chegou.

–Vocês foram perfeitas!

–Obrigada, foi bem... divertido-falei sem conseguir achar a palavra certa pra descrever o que aconteceu.

–Mais do que isso, você foi ótima! Fez ele engolir de uma vez por todas o que ele disse sobre você.

–Como você...- perguntei confusa

–Todo mundo que estava naquele quarto percebeu que era uma resposta sua para o Kyuhyun, fora que eu vi você virando o corredor correndo.

Murmurei um ata, meio sem graça.
Todo mundo de lá percebeu que eu fiquei ouvindo atrás da porta, ou seja, teria fama de bisbilhoteira pelos próximos três meses.
Me despedi do Wookie, e fui dar uma volta, pensativa.
Por uma lado, foi bom, pois eu tinha mostrado não só para o idiota do Kyuhyun que eu tinha talento, mas para todos eles.
Mas, de certa forma, tínhamos exposto muito cedo do que éramos capazes, dando assim, uma vantagem para o grupo oposto.
Era horrível pensar assim de forma fria, mas era muito fácil para o próximo grupo, fingir dançar não tão bem, para na hora das provas nos pegar desprevinas, confiantes e consequentemente menos esforçadas.

Resolvi não prestar atenção na performance delas, cover de Run Devil Run da SNSD, para não mudar; mesmo que sem querer; o meu conceito das outras competidoras.
Porém para não parecer mal educada, fiquei olhando, como se realmente estivesse prestando atenção; quando na verdade estava completamente distraída.

Eu tinha uma facilidade extrema em me distrair, olhando para um ponto fixo, mas sem estar na verdade olhando pra ele.
Minha amigas brincavam que eu desligava o meu cérebro de vez enquanto para poupar a bateria dos meus poucos neurônios.

Então foi o que eu fiz, apertei o botãozinho “off” da minha cabeça, e fiquei ali até terminar o meu refri.
Tempos depois, eu senti algo estranho, como se subitamente um vento gelado estivesse passando por trás de mim.
Senti um arrepio na espinha, mas na verdade tudo isso durou apenas centésimos de segundo, pois no instante seguinte, um par de braços, me abraçaram suavemente.

–Parabéns, você foi ótima.- reconheci a voz do Yesung, e suspirei aliviada.

Caindo a minha ficha meio segundo depois.
Como assim, o Yesung estava me abraçando?
Tudo bem, nós éramos amigos, mas ainda sim, nos conhecíamos há nem dois dias direito.

No entanto,não precisei fazer nada, pois tão subitamente que ele me abraçou, ele me soltou em seguida.
Trocamos algumas palavras e ele foi embora.

Aproveitei a oportunidade e fugi da festa.
Eu realmente não estava afim de ficar ali, então aproveitei a primeira oportunidade que tinha para fugir.

Foi para o meu quarto e me joguei na cama.
Aqueles últimos dias, tinham sido os mais agitados de toda a minha vida, e eu tinha medo de que isso fosse uma rotina.
Abri a minha mala;que ficava estrategicamente do lado da minha cama, e peguei o meu notebook.
Cruzei os dedos, e como eu suspeitava, ali tinha Wi-fi.
Mandei um e-mail rápido para a minha família, dizendo que estava bem, e entre outras coisas triviais do dia-a-dia.
Também dei uma passada nos sites brasileiros, feitos para o Suju, e ri ao ver uma foto do dia em que chegamos em Seul, de toda a galera.

O post falava pouco sobre o programa, afinal, pelo que estava escrito, ainda estavam traduzindo ele, e a maior parte das informações só foi divulgada no dia de estreia.

Eu achava que seria muito complicado traduzir esse programa, uma vez que os cada um falava num idioma diferente, mas li que nossos tradutores, na verdade, passavam tudo que nós falávamos para coreano, e o que ouvíamos para o nosso idioma.
Ou seja, na verdade, o aparelho só traduzia um único idioma, e passava para o outro.
Ou seja, se uma russa, falasse alguma coisa, o som que sairia seriam em coreano, e pelo meu tradutor, eu entenderia em português.

Logo, os que falavam coreano, não precisavam usar o aparelho, não?
Errado. O aparelho também era um microfone, e como erámos filmados vinte quatro horas, era a única forma de se gravar o que dizíamos.

Foi quando eu entendi o porque da Jack ter me mandado desligar o aparelho, quando estávamos conversando no banheiro.
Ela sabia que a conversa seria gravada.

Despois de passar algum tempo, lendo os comentários sobre o programa, e até alguns sobre as representantes brasileiras, fechei a pagina.

Fiquei um tempinho olhando pra tela, sem saber o que fazer.
Acabei decidindo entrar no meu blog.

Eu era fanwritter porém,nesse blog, eu não postava as minha fics.
Eu postava textos avulsos, poemas, frases.
Coisas que eu sentia.
As vezes, nem mesmo minhas amadas fics, conseguiam me colocar no eixo, então eu sentia necessidade de expressar exatamente como me sentia.

Eu não tinha criado o blog com a intensão dele ser visto.
Era apenas um espaço, onde eu poderia escrever onde quer que eu estivesse.
Então a minha surpresa foi total, quando eu olhei a lateral da pagina.

Havia uma pessoa no meu blog além de mim naquele instante.
Fiquei espantada, uma vez que ninguém sabia da existência desse blog, e ninguém o tinha visitado até hoje.

Olhei post por post, e descobri através do numero de visualizações que tinha visto todos eles.
Ou seja, não estava online ali por acaso, estava realmente acompanhando ele.Porém, não havia nenhum comentário, nenhuma outra prova de que esse leitor realmente passado ali.

Então, esse visitante subitamente foi embora.

Fiquei ali rindo, olhando para o blog.
Na minha cabeça, já tinha criado uma fic sobre isso com inicio, meio e fim.
Mas não abri o Word.
Já estava mais do que na hora da simples autora virar personagem na vida real.
E viver mesmo que um pouco, as fantasias que ela tanto escreveu...


*****************************************************************************

As meninas chegaram no quarto minutos depois.
Todas estávamos cansadas, exceto Jack, mas a bateria dela é de tecnologia alienígena, não descarrega nunca.

Ji, nossa nova amiga, estava bem mais a vontade com a gente.
Até Lee So Yeon; como se chamava a tímida quinta integrante do quarto, trocou algumas palavras com a gente.
E foi ela que nos ajudou a colocar um apelido para Ji, uma vez que elas se conheciam a um pouco mais de tempo que nós.
Começamos a chama-la de Genie, coisa que ela detestou a princípio.

Conversamos durante um tempo sobre a festa, e sobre tudo aconteceu até ali.
Eu falei pouco, assim como SoYeon, mas participamos da conversa.
As meninas me disseram que a competição terminou em empate.
Eu tinha saído antes, e não vi o resultado.

Achei justo, já que todas nós tínhamos talento.

–Mas se essas preguiçosas treinassem mais-Jack aprontou pra gente brincando- Com certeza teríamos ganhado.

Ana que estava sentada em cima da beliche, jogou seu ursinho na cara da ruiva, que dessa vez não conseguio esquivar.

–O enchimento desse urso é de que? Pedra?!- ela reclamou massageando a bochecha.

–Tadinha da minha amiga- eu ri e a abraçei.- Obrigada. Por tudo mesmo.

Eu era tão grata a Jack.
Ela sempre estava comigo quando eu mais precisava, me apoiava e até mesmo me protegia.
Como uma irmã mais velha.

–De nada amiga. Você sempre pode contar comigo. Sempre.

–Eu sei .- sorri.

–Mas que cena linda!!- Genie exclamou, com o rosto molhado de lágrimas.

Naquele dia nós descobrimos que a Genie chorava por qualquer coisa.
Me levantei, e chamei as meninas para um abraço grupal.
Mas mesmo sorrindo, eu não conseguia esquecer um pressentimento que me deixava apavorada.
Tinha medo de que momentos como aquele não voltassem acontecer.

***************************************************************************

Os proximos dias se passaram sem grandes mudanças.
Genie já havia se tornado uma grande amiga nossa, e aos poucos se mostrava menos santinha do que eu pensava.
E Soyeon, aos poucos perdia sua timidez.

Todos os dias eu ensaiava duas vezes com o Yesung.
Sempre primeiro a coreografia, depois o canto, coisa que era mais complexa pra mim.
No dia seguinte a festa, quando fizemos o nosso primeiro ensaio vocal, descobri que era extremamente difícil alcançar as mesmas notas que ele.
Apesar de parecidas, minha voz não aguentava ficar mantendo a mesma nota por muito tempo.
Traduzindo, eu não conseguia fazer “os gritinhos” que Yesung dava nas músicas.

Tudo bem que em Don’t Don, isso não interferiria em nada.
Já que ele cantava uma parte bem pequena e o refrão.
Porém, mas pra frente isso iria me atrapalhar muito.

Yesung, me fazia cantar trechos, e as vezes músicas inteiras para que eu pudesse treinar de verdade a minha voz.
Então, uma vez, ele me pediu que cantasse um trecho de “Love Really Hurts.”

–Eu gosto muito dessa música.- comentei. É como se desse para sentir a emoção, o sentimento, em cada sílaba.

–Música, não é apenas cantar, Agatha. A gente tem que sentir o que está cantando. Sentir a música.- Eu vou te ajudar.
Ele apertou play, no controle pequeno que estava na mão dele.
Estava começando a ficar nervosa.
Ambos estávamos sentados, na sala de ensaio em duas cadeiras que colocamos no meio da sala uma de frente para a outra, para conversamos um pouco antes do ensaio de verdade.
Mas eu não imaginava que faria um dueto com ele. Não sabia explicar, mas quando Yesung começou a primeira parte da música, eu mal conseguia respirar.

Era inacreditável, ouvir tão de perto uma voz tão linda, e tão cheia de emoção quanto a dele.

http://www.youtube.com/watch?v=2eQdUTUphwk&feature=player_embedded

Nan sumeul swil su obseoyo
Kireul ilheo beoryeotjyo
Nae kieoki maemalra beoryeoseo
Geureondedo geudaen taeyeonhi ahmu sanggwan obketjyo
Majimak ilkeorago aeseo kkeonaejyo


Eu não consigo respirar.
Perdi a minha direção.
Minha memoria está sendo quebrada em pedaços.
Você está tão calma, por que isso não tem nada haver com você
Você ainda desejou tirar o ultima gota que resta?


Driblando a timidez, comecei a cantar a minha parte.
Sentindo de verdade tudo aquilo que eu dizia.
Era irônio, mas de certa forma, não foi preciso fingir.
Eu realmente me sentia assim.

Mianhae chongmal mianhae
Yi malchochado mianhae
Chamsimyeon urin modu ilke dwildenikka


Me desculpe, por favor, me perdoe
Mesmo dizendo isso, eu me sinto mal
Em um instante, nós perdemos tudo.


Nós cantávamos sem indicar quando quem deveria cantar, que parte seria...
Era automático.
Yesung me acompanhou no primeiro refrão.
Duas vozes, completando uma a outra.

Sarang cham apeuda neomu ahpeuda
Swimeobsi nal utkehago ggeuteobsi nareul ulrinta
Sarang cham uhseumta chongmal duryeomta
Jebal yije geuman ggumeul ggaeke haejwoseumyeon johketda


O amor na verdade doí,
Dói muito.
Sigo sorrindo, mas choro sem parar.
O amor é divertido
E realmente assustador
Por favor, pare
Se ao menos eu pudesse acordar desse sonho
.

Me silenciei, de olhos fechados.
Parecia uma promessa, uma confissão sincera.
Não apenas um trecho de música.

Itjima jebal itjima
Geureon keojitmaldo gwaenchanha
Chamsimyeon urin modu ilke dwildenikka


Não esqueça, por favor não esqueça.
Mesmo que tudo seja mentira está tudo bem.
Num instante, perdemos tudo.


Cantamos juntos novamente o refrão.
Não perdi o tom, nenhuma vez.
Naquele momento tudo parecia ser tão simples.

Sarang cham apeuda neomu ahpeuda
Swimeobsi nal utkehago ggeuteobsi nareul ulrinda
Sarang cham uhseumta chongmal duryeomta
Jebal yije geuman ggumeul ggaeke haejwoseumyeon johketda


O amor na verdade doí,
Dói muito.
Continuo sorrindo, mas choro sem cessar.
O amor é divertido
E realmente assustador
Por favor, pare, se ao menos eu pudesse acordar desse sonho.


Sem perceber, eu acabei passando se segunda, para primeira voz.
Eu não pensava em nada além, do que estava sendo dito na letra.
Sentia o que ali estava sendo dito.

Geuriwo ne yireumil bureulddaemada
Keomyi nal mankeum ddeolryeoul mankeum saranghaeseotdago

Mitgosipta


Quando seu sinto sua falta, eu grito seu nome
Ansiosa e timidamente amando você.
Quero acreditar


Kaseumyi meomchunta
Nunmulyi chanda


Meu coração parou de bater
Eu resisti as lágrimas


Swimeobsi nal utkehago ggeuteobsi nareul ulrinda
Sarang cham uhseumta chongmal duryeomta
Jebal yije geuman ggumeul ggaeke haejwiseumyeon johketda


Continuo sorrindo, mas choro sem cessar.
O amor é divertido
E realmente assustador
Por favor, pare, se ao menos eu pudesse acordar desse sonho.


Voltei a abrir meus olhos.
Não conseguia dizer nada, nenhuma única palavra.
Apensas olhava para Yesung, que estava sentado na minha frente.
Fiquei assim durante alguns instantes.
Pensando em como aquilo era verdade.
O amor dói.
Acima de qualquer coisa, ele nos machuca e muito.
Mas não conseguimos fugir dele.

Yesung esticou a mão direita, passando suavemente pela minha bochecha.
Foi quando eu percebi que estava chorando.
Tentei terminar de secar o meu rosto, com as costas da minha própria mão, e dizer que não era nada.
Porém, ele subitamente, encurtou o espaço entre nós, e me abraçou.

Automaticamente, me enrijeci pela surpresa, mas depois, me deixei tombar em seus braços.
Naquele momento o que eu mais precisava era de um conforto, um abrigo.
E Yesung estava me oferecendo isso, naquele pequeno gesto.

Não foi preciso dizer nada.



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