Mah, Ana, Nalu e Dan sentaram-se na mesa do restaurante fast-food. Dan e Ana evitavam ao máximo trocar olhares um com o outro.

- A Amy e o Ian não vão vir comer? - perguntou Nalu pegando uma batata frita.

- Sei lá, eles estão conversando ali - respondeu Mah apontando para a varanda - E a propósito, cadê a Natalie?

Dan olhou para Ana, preocupado.

- Tudo bem, eu falei com ela - disse Ana - Ela disse que queria pensar mais um pouco.

- Melhor - falou Nalu pegando outra batata frita - Sobra mais.

- O que você quer me dizer Ian? - perguntou Amy olhando fundo nos olhos do namorado.

- Amy, não sei se deveria estar te falando isso, mas não agüento mais mentir para você.

- O qu-que você quer dizer com isso?

- Meu clã vem nos espionando. Eles sabem para onde estamos indo, e pretendem armar uma armadilha para vocês no aeroporto de São Pulo.

- Ma-mas como?

Ian colocou a mão delicadamente em seu olho direito, removendo uma espécie de lente de contato idêntica à seus olhos de verdade.

- É uma micro câmera - disse ele baixando a cabeça.

- Ian... Você nos traiu. - falou Amy. Seus olhos estavam encharcados de lágrimas - Todos aqueles beijos e aquelas declarações de amor foram falsas. Era tudo um plano, dede o começo. Como eu fui burra de acreditar em você! Eu realmente pensei que você havia mudado. Eu realmente te amava...

Ian interrompeu de imediato:

- Amy você não entende! Ela me ameaçou. Disse que se eu não fisesse o que ela estava mandando, ela te mataria. Eu não quero que você morra Amy! Eu amo você mais do que amo a mim mesmo! Você faz minha vida ter sentido. Mas agora, você não me ama mais...

Era a vez de Amy interromper:

- Você não deixou eu terminar a frase. Eu realmente te amava, e ainda te amo! Te amo muito! Não importa o quanto você apronte comigo, não importa o que você me diga, não importa o quanto você traia minha confiança e brinque com meus sentimentos, eu não consigo deixar de te amar! Quantas foram as vezes que tentei te esquecer, quantas foram as vezes que senti vontade de te matar, mas mesmo assim, EU AINDA TE AMO! Não adianta eu ficar brava com você agora, eu vou acabar te perdoando, tenho certeza disso. Sabe por que, Ian? Porque eu preciso de você! Preciso estar do seu lado. Preciso sentir seu cheiro. Se não, é como se faltasse uma parte de mim!

Eles ficaram se olhando por um tempo, sem dizer nada. O rosto dela foi se aproximando do dele cada vez mais, até seus lábios se tocarem.

Quando já estavam quase acabando de comer, Natalie chegou. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar.

- Senta ai e come alguma coisa - disse Mah.

- É, guardamos um suco de uva para você - disse Ana, estendo o copo cheio de suco para Natalie, mas neste momento, o copo escorregou da mão de Ana, derrubando todo líquido em Natalie.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Meu vestido! Você manchou meu vestido de suco de uva artificial!

- Agora você é definitivamente a Mulher Uva - comentou Dan.

- Sua vaca! Lambisgóia! Primeiro rouba o meu garoto, depois me suja inteira! Eu te odeio! - gritou Natalie pulando no pescoço de Ana.

- AAAAAAAA! Sua louca! Saia de cima de mim! Está me machucando! Natalie! Alguém me ajuda! Sai de cima baleia! Está esmagando minhas pernas de tão gorda que você é!

O "elogio" pareceu funcionar. Natalie saiu de cima de Ana, mas em compensação, puxou Dan pela camiseta e deu-lhe um mega beijo.

O queixo de Ana caiu.

- Sua... Sua...

- Cala a boca ladra de namorados!

- Primeiro, ele não é seu namorado! Segundo, eu calo a boca se eu quiser!

- Se não quiser calar, eu mesma calo! - Natalie colocou suas duas mãos em volta da garganta de Ana.

- M...me aju...dem... não...consigo...respirar - disse Ana com dificuldade.

Mah estava desesperada. Se não agisse rápido, Ana iria morrer sem ar.

- Natalie! Pare! - gritou Mah. Natalie pareceu nem ouvir - Nalu, use uma de suas armas rápido!

Nalu não se mexeu. Estava paralisada olhando para a sacada, onde estavam Amy e Ian.

- Por...favor... - falou Ana com o pouco ar que ainda lhe restava.

Mah avistou a arma de dardos dentro de uma mochila, que encontrava-se do outro lado da mesa. Ela não tinha tempo de pegá-la. Precisava salvar a vida de sua amiga de alguma maneira.

Colocou das ervilhas do sanduiche de Dan em uma colher, dobrou a colher para que esta funcionasse como uma espécie de catapulta, e mirou a ervilha em Natalie. De acordo com seus cálculos, a ervilha iria atingir o olho esquerdo de Natalie, fazendo-a soltar o pescoço de Ana, assim, ela teria tempo suficiente de pegar a arma de dardos do outro lado da mesa.

A ervilha atingiu Natalie bem onde Mah havia mirado. Ela soltou o pescoço de Ana. Esta caiu no chão tentando recuperar o ar. Mah correu até o outro lado da mesa, pegou a pistola de dardos e mirou um em direção à Natalie. O dardo atingiu o braço de Natalie, o que a fez desmaiar.

Mah havia conseguido. Correu imediatamente em direção à Ana.

- Ana? Você está bem?

- Sim - respondeu ela - Eu acho.

- Por que ela te atacou?

- Eu sei lá! Ela estava totalmente maluca.

- mas você não disse que ela tinha aceitado de boa e que havia dito "Não culpa nossa se nos apaixonamos pelo mesmo cara"?

- É ela realmente disse. Mas eu acho que ela estava mentindo.

- Gente! Precisamos ter uma séria conversinha com Ian - falou Ana saindo de seu estado de transe.

- Você voltou ao normal! - disse Mah, abraçando-a - Pensei que estivesse ficado tetraplégica, ou algo do gênero.

- relaxa Mah, eu não fiquei tetraseiláoque, seja lá o que for isso, eu só ouvi a conversa do Ian e da Amy. E me surpreendi com o que ouvi.