Quando Natalie voltou a si, seus lábios estavam colados aos de Dan Cahill.

À algumas semanas atrás, ela teria virado um tapa na cara do garoto. Mas as coisas haviam mudado. Ela havia mudado.

Desde o Caribe, ela se sentia diferente. Ficava nervosa quando o bobão Cahill aparecia, mas não era um nervosismo comum, era uma sensação que ela não queria que terminasse, queria ficar perto dele todo tempo.

Depois de muito brigar com sua consciência, ela finalmente admitiu que estava apaixonada. Mas é claro, não iria contar isso para Dan enquanto estivesse em sã consciência. O problema era que após ter passado aquele batom, ela ficara totalmente fora de si, deixando-se levar pelo seu subconsciente.

Naquele momento, ela só tinha que agradecer a seu subconsciente por ter agido da forma que ela queria ter agido a muito tempo, mas não tivera coragem.

Ela apenas fechou os olhos e curtiu o momento.

Jane corria em direção a sua mãe e seu irmão. Eles iriam fugir em um jatinho. Simplesmente fugir. Era o que a família dela fazia, causava dor, e depois fugia.

No começo, Jane era totalmente a favor do plano de sua mãe, mas depois ela viu como aquelas pessoas eram honestas, mesmo aqueles irmãos Kabra terem traído- os eles os perdoaram, mesmo as outras equipes querendo aniquilá-los, eles ainda conseguiam sorrir. E tinha o Dan... Ele era... Incrível.

Mas não adiantava mais. Eles não confiavam mais nela e nem no irmão. Sua única opção agora era juntar-se a mãe.

Enquanto corria em direção ao jatinho, Jane olhou de relance para seu lado esquerdo, e viu algo que preferia não ter visto. Natalie estava beijando Dan.

Uma lágrima escorreu pelo seu rosto.

- Dan foi atrás de Natalie - disse Mah.

- Ai meu deus! O que será que esses dois estão aprontando? - perguntou Amy preocupada.

- Relaxa Amy, o efeito do batom é curto, daqui a pouco eles voltam. - disse Nalu.

Ian avistou sua irmã e Dan Cahill caminhando um ao lado do outro em direção a eles.

- Lá vêm eles.

- Você realmente não se lembra de nada que aconteceu agora pouco, Natalie? - perguntou Dan meio sem jeito.

- Não... - mentiu Natalie.

- Nem um pouquinho? De nada mesmo?

Ela balançou a cabeça em sinal negativo.

Mentir sempre fora muito fácil para Natalie, mas com Dan por perto, era diferente. Nenhuma desculpa vinha à sua cabeça, ela só conseguia dizer que não se lembrava de nada. Mas por que não contar a verdade? A resposta era simples: ela não tinha coragem. Covarde, medrosa, burrapensava Natalie Ele não resistiu ao beijo, isso quer dizer que ele gosta de você. Fala para ele que você nunca irá esquecer aquele beijo, fale para ele que você o ama. Vamos fale!Não dá!Fale!Não consigo...

Dan baixou a cabeça, deprimido. Ela não se lembrava de nada. Aquilo significava que o beijo fora apenas conseqüência de ela ter passado o batom de Nalu, ela não o amava de verdade.

Eles se aproximaram do pessoal. Havia um BMW prateada encostada ao lado deles.

- Vamos - apressou Amy - entrem no carro do irmão da Mah, precisamos ver Nellie no hospital.

- Hospital? De novo? - disse Dan - Viraremos clientes Vip do hospital se continuar assim.

Todos foram entrando no carro. Ian estava preste a sentar no banco da frente quando Antonio disse:

- Ou, sai pra lá! Não quero marmanjo de 14 anos do meu lado não.

- Troca de lugar comigo Ian - disse Mah pulando para o banco da frente.

- Vocês ainda não me explicaram o que aconteceu - disse Antônio dando partida no carro.

- Bem, foi assim - começou Ana - Agente estava a caminho do aeroporto de São Paulo, e estávamos interrogando a Jane (aquela traidora), então a Nellie meio que se empolgou e virou para trás, para poder ficar cara a cara com Jane, só que como ela não estava olhando, um caminhão bateu em nós e aí... - ela teve que parar para respirar, pois falava muito rápido - resumindo, Nellie bateu o carro e ele explodiu.

- Ai meu deus! Mah, você tem ideia do que podia ter acontecido? Vocês poderiam estar mortos! Tome mais cuidado da próxima vez maninha.

- Nossa como eu queria ter um irmão assim, "Tome mais cuidado da próxima vez" - imitou Dan - A minha irmã ficaria me dando sermão o dia todo.

Chegando ao hospital, perguntaram a uma enfermeira qual era o quarto de Nellie e seguiram para lá conforme a indicação da enfermeira.

Nellie dormia profundamente.

Enquanto esperavam ela acordar, se sentaram no sofá que havia dentro do quarto.

- Quem for que estava pilotando o caminhão, vai ter que pagar para a empresa de aluguel de Kombi - falou Nalu.

- Eu acho que não, Nalu - disse Dan - Suspeito que o acidente tenha sido causado propositalmente.

- O que? - perguntou Amy - Mas quem? Um dos nossos adorados parentes?

- Vi duas pessoas saindo de dentro do caminhão - continuou Dan - uma delas era Lucas, e a outra era uma mulher, que eu supus que fosse a mãe deles. Foi tudo um plano, Jane distraia a gente, enquanto aquela mulher jogava o caminhão em cima de nós.

Ninguém disse nada. Estavam todos muito perplexos.

- E tem mais - disse Dan quebrando o silêncio - A mulher, ao sair do caminhão disse: "Quem mandou mexerem com os Vespers". Eu não sei o que isso significa, mas não deve ser coisa boa.

- E não é - disse Ian - Os Vespers são uma família formada de gente muito perigosa, perto deles, os Cahill mais perigosos parecem a madre Teresa. Sei disso, por que minha mãe era uma Vesper antes de casar com meu pai.

- Falando nela, esqueci de mencionar que a mulher era assustadoramente parecida com a Isabel.

- Meu deus! Não pode ser. Não...

- O que? O que aconteceu Ian? - perguntou Amy preocupada com o namorado.

- Quando estávamos interrogando Jane - começou Ian - ela mencionou o nome da mãe, Isabella Vesper-Hollingsworth, este sobrenome era o da minha mãe antes de casar!

- Ian, você está dizendo que... - Natalie disse assustada - que esta pode ser a irmã cruel da mamãe?