Numb Of Love escrita por Mih Ward


Capítulo 14
Capítulo 13




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Caminhei rapidamente em direção aos jardins de Hogwarts, me sentei em uma árvore em frente ao Lago Negro. Abracei meus joelhos e me permiti vagar em pensamentos que logo foram em direção ao meu futuro incerto. Quando eu voltaria ao meu ano? Como eu voltaria? E principalmente, eu queria voltar? Se você me perguntasse a alguns dias atrás minha resposta seria um "claro", porém agora meus sentimentos estavam divididos e eu não sabia mais o que esperar, por um lado queria voltar para meu tempo, estar com minha família e com Scorpius, voltar a minha antiga vida e meus antigos amigos, mas agora tudo tinha mudado, eu criei amizades aqui e tinha mais um fator importante, talvez o que mais me importasse mesmo eu não querendo admitir, Draco Malfoy, meu sogro.

Eu estava apaixonada pelo meu sogro? Essa era a pergunta de 1 milhão de dólares Mas e Scorpius? Eu o amava, isso eu tinha certeza. Seria só saudades esse novo e confuso sentimento? Apenas carência por estar longe daquele que eu amo? No fundo eu sabia que não era apenas isso. Eu me apaixonara por aqueles olhos cinzas frios e inexpressivos que me causavam uma estranha sensação, uma inquietação, tão diferente dos olhos do filho, que mesmo sendo em um tom parecido, azuis acinzentados, eram tão diferentes, pois os olhos de Scorpius me passavam segurança e calor.

Suspirei fechando os olhos e me lembrando das sensações que apenas Scorpius me fazia sentir.

Senti alguém se sentando ao meu lado, porém não abri os olhos ainda envolta em lembranças.

– Rose? - chamou a voz da minha mãe.

– Hm? - murmurei ainda de olhos fechados.

– Se você ficar ai vai perder a primeira aula - falou.

– Qual é a aula? - perguntei pois ainda não tinha conseguido gravar meus horários

– Poções com a Sonserina - me respondeu.

– Ah não, eu não vou - falei decidida.

– Rose! O que tá acontecendo com você? É o Malfoy? Por isso que você tava estranha no café? - indagou.

– Não quero falar sobre isso Mione, não agora.

– Tudo bem, mas você não pode faltar uma aula por causa dele - me advertiu.

– Mione... - choraminguei logo me calando diante de seu olhar penetrante, aquele olhar que sempre significo que eu não poderia discutir - Tá bem...

Bufei me rendendo e recebendo em troca um sorriso vitorioso.

– Vamos - murmurou se levantando e me puxando pela mão.

Me levantei contrariada e temerosa. Fomos em direção as masmorras e acabamos chegando atrasadas pois as masmorras eram do outro lado de Hogwarts.

– Atrasadas - sibilou Snape.

– Desculpe professor - murmuramos em uníssono.

– Estão esperando o que para se sentarem? - perguntou frio arrancando algumas risadas de alunos da Sonserina.

Nos viramos para os lugares e apenas restavam dois. Um ao lado de Simas e outro ao lado do Draco. Nos olhamos ao mesmo tempo e corremos em direção a mesa do Simas, porém tropecei em meus próprios pés e Hermione conseguiu chegar primeiro. Paralisei no lugar a lançando um olhar mortal e recebendo em troca um sorriso de desculpas.

– Bennet a senhorita pode se sentar ao lado do Sr. Malfoy para eu começar minha aula ou irá ficar admirando a mesa da Granger? - perguntou irritado.

Corei intensamente enquanto me arrastava para mesa de Draco que me fitava com seu habitual olhar frio. Me sentei ainda sentindo seu olhar me queimando, porém sem coragem de o retribuir.

– Draco - o cumprimentei erguendo meu olhar para encontrar mais uma vez aquelas orbes cinzas enigmáticas

– Bennet - respondeu friamente me fitando com desdém.

Meu peito se contraiu ao ver o seu desdém em relação a mim, como se ontem não tivesse acontecido, como se eu não tivesse escutado ele falar que não se arrependera de me beijar. Mesmo com a forte pontada em meu peito finge que não havia me importado com sua frieza e me voltei para o professor que ensinava o preparo da poção Morto-Vivo.

– Quero que cada dupla me entregue a poção ao final da aula - terminou se sentando em sua mesa.

No quadro estavam o modo de preparo: 
Picar raízes de valeriana e botar no caldeirão, após isso ela deve apresentar-se lisa e cor de groselha, o ideal;
Cortar a vagem suporífera e colocar no caldeirão;
Mexer no sentido anti-horário;
Adicionar a raiz de asfodelo em pó e a infusão de losna.

Me virei novamente para Draco esperando ele falar alguma coisa, porém ele apenas pegou os ingredientes e começou a picar as raízes de valeriana.

– Bennet corte a vagem - mandou ainda sem olhar para mim.

Eu estava tão atônica com o seu gelo que minha única reação foi pegar a vagem e começa a cortá-la.

Ele fez todos os três primeiros itens apenas se virando para mim para pegar a vagem.

– Me passe a raiz de asfodelo e a infusão - falou friamente.

Eu automaticamente entreguei o que ele falou e fitei minhas mãos fingindo interesse enquanto ele terminava a poção.

– Poções em minha mesa e depois estão dispensados - falou Snape.

Todos entregaram as poções e eu e Draco fomos os últimos.

– Aqui professor - murmurou Draco entregando a poção a Snape.

– Sr. Malfoy a Srta. Bennet lhe ajudou ou o senhor fez sozinho? - indagou Snape com um sorriso cínico no rosto.

Draco me olhou friamente e disse:

– Ela me ajudou professor.

– Ah, então estão dispensados - murmurou tirando o sorriso de seu rosto.

Naquela hora eu havia pensado que Draco falaria que eu não tinha ajudado, porém ele me surpreendeu novamente ao dizer que eu o ajudei. Me virei para perguntá-lo o porquê dessa atitude, mas ele já havia saído do meu lado e virado o corredor.

Bufei incrédula enquanto seguia para a próxima aula: História da Magia.

Adentrei a sala e me sentei ao lado de Hermione a lançando um olhar mortal.

– Desculpe, mas eu não poderia me sentar ao lado do Malfoy - se apressou em explicar assim que eu me acomodei na cadeira.

Suspirei e não respondi fingindo prestar atenção em minhas mãos novamente.

– Além do mais, não pode ter sido tão ruim - tentou amenizar - Não é? - perguntou quando não obteve resposta.

– Foi pior - falei suspirando de novo.

– Por quê? - perguntou curiosa.

– Longa história - murmurei cansada.

– O professor ainda não chegou, temos tempo - falou sem querer me deixar escapar novamente.

Suspirei pela terceira vez e a contei sobre o ocorrido de ontem, quando eu escutei o seu monólogo, quando eu caí das escadas e ele me lançou o feitiço, quando eu o beijei e quando ele me afastou e foi embora. Ao final da minha narrativa meus olhos estavam marejados, mas eu não iria chorar novamente.

Me virei para fitá-la ao perceber sua falta de reação e me deparei com uma Hermione incrédula me fitando de olhos arregalados.

– Hermione! - falei angustiada pela sua falta de reação.

– Desculpe - murmurou saindo do transe - É que eu...

Ela foi interrompida pela entrada do Prof. Binns.

– Bom dia turma - disse em seu tom habitual.

– Bom dia - murmuramos entediados.

– Hoje vamos falar sobre... - sua voz monótona foi se perdendo a medida que meus pensamentos vagavam em direções desconhecidas procurando explicações ou algo que pudesse amenizar aquela estranha pontada no meu peito.



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