Pov Bella

Jacob ao contrario de mim abriu um grande sorriso depois que eu disse que podia ajuda-lo, ele correu pra cima de mim me dando um abraço de me tirar do chão, tentei sem jeito abraça-lo de volta, não sei se saiu como eu esperava já que ele era mais alto e bem maior do que eu, mas ele me rodopiou no ar me fazendo soltar uma risada.

– Sério? Serio mesmo? Você faria isso por mim mesmo sem a gente se conhecer direito? – ele me encheu de perguntas enquanto me rodava.

– Ora, por que não? – falei quando ele me colocou de volta no chão.

– O que eu tenho que fazer? – ele perguntou dando um passo pra trás sem tirar o sorriso do rosto.

– Primeiro me responda uma coisa... Você confia em mim o bastante para eu lhe lançar um feitiço? – perguntei já esperando sua negação. Ele me olhou nos olhos por um bom tempo antes de responder.

– Sim, eu confio em você. – ele falou firme e eu lhe abri um sorriso. Ou ele realmente acreditava em mim ou ele estava apostando tudo para ficar livre dessa parte constrangedora da transformação.

– Obrigada pela sua confiança, mas eu não tenho certeza se dará certo. – falei. Eu preciso que ele entenda que não tenho garantias para esse feitiço.

– Tudo bem. Vamos tentar. A pior coisa que pode acontecer e não dar certo não é? – ele falou. Não, a pior coisa que pode acontecer é você apagar e não acordar mais. pensei comigo mesma e engoli em seco, mas ele estava feliz por ser a minha cobaia.

Ao invés de responder eu apenas acenei com a cabeça e fiz minha varinha aparecer. Respirei fundo e me concentrei para me lembrar do feitiço.

– Pronto? – perguntei me posicionando para o feitiço.

– Pronto! – ele disse e deu mais um passo pra trás.

Fechei os olhos agora azuis e deixei o feitiço fluir pelas minhas palavras.

Esse feitiço não é nada demais

Não vou mudar, pois vou ajudar

Humilhação não mais

Vai se transformar sem se preocupar

Todas as roupas vão sumir

Mas vão voltar assim que humano virar

Apenas um tremor vai sentir

Pouco antes de sua forma mudar

Falei fazendo os movimentos certos com a varinha e abri os olhos assim que terminei, Jacob me olhou assustado quando eu terminei de falar o feitiço e apontei a varinha em sua direção. Sorri para encoraja-lo e ele forçou um sorriso. Lentamente uma luz azul apareceu na ponta da minha varinha e começou a crescer, o que antes era uma bolinha azul começou a tomar a forma de uma serpente que saiu da minha varinha com uns dois metros de comprimento, ela flutuou em minha frente virada pra mim e eu sorri. Nunca tinha feito esse feitiço, mas me lembro que quando o Jenk o fez a serpente dele era de uma cor verde escuro. E serpente balançou a cabeça pra mim e eu pude jurar que um sorriso apareceu em sua boca. Abaixei a mão que segurava a varinha e com apenas um movimento da cabeça indiquei Jacob para ela. A serpente se virou e o seu sorriso aumentou enquanto ela flutuava e dançava em direção ao Jake.

Do jeito que o Jacob estava eu achei que ele fosse dar as costas e correr, mas não. Ele fechou os olhos, abriu um pouco as pernas e afastou seus braços do corpo serrando os punhos fortemente. Assim que a serpente encostou nele, suas feições ficaram suaves e ele relaxou as mãos. A luz azul começou a serpentear o Jake, dando voltas em seus braços, no seu tronco e nas pernas. Onde ela passou deixou um rastro também azul brilhante, depois que todo o corpo do Jacob ficou azul ela voltou flutuando em minha direção. Estiquei o braço onde ela começou a serpentear, dando voltas em mim. Quando chegou à altura do meu ombro ela roçou a cabeça em meu rosto.

– Obrigada. – sussurrei pra ela ainda sorrindo. Ela roçou mais uma vez sua cabeça em meu rosto antes de serpentear meu braço onde estava minha varinha e onde ela desapareceu.

Olhei em direção ao Jacob e vi que ele estava caído no chão e todo azulado, exatamente como aconteceu comigo, mas no meu caso eu tinha ficado verde. Fiz minha varinha desaparecer antes de ir em sua direção. Me sentei ao seu lado e esperei a cor azul ficar cada vez mais clara ate sumir por completo antes de tentar acorda-lo.

– Jake, acorda. – falei um pouco alto e não tive resposta. – Jacob, acorda! – falei mais alto ainda e... nada. – Acorda! Que saco, acorda! – desta vez balancei seu braço e bufei quando não tive resposta. Dei mais um empurrão em seu braço e o ouvi resmungar. Revirei os olhos e me inclinei para mais perto do seu ouvido. – Acorda! – gritei. Ele deu um pulo tão grande que quase caiu de pé e que me fez rir bastante.

– Que é isso sua louca? Quer me matar de infarto? – ele falou bravo. Sorri debochadamente e me levantei.

– Não exagera. Eu te chamei um tanto de vezes, foi você quem não ouviu. – falei cruzando os braços, ele franziu as sobrancelhas enquanto pensava em alguma coisa. – E então deu certo?

– Hum... O que? – ele perguntou coçando a cabeça. Eu não acredito que ele tá fazendo hora com a minha cara!

– O feitiço! Inteligência rara! – resmunguei.

– Ah! O abracadabra. – ele disse rindo, bufei da sua brincadeira sem graça. – Eu não sei.

– Faça o teste então. – falei.

– Me transformar? – ele perguntou. Eu não acredito que ele teve coragem de perguntar! Eu mereço isso?

– Não! – falei no tom mais sarcástico possível.

Ele fez uma barulho estranho com a boca que me lembrou um pouco um rosnado. O ignorei e vi seu corpo tremer e em seu lugar apareceu um lobo grande e castanho avermelhado.

– Ótimo! Isso é um bom sinal, nenhum trapo de roupa. Agora volte ao normal. – falei descruzando os braços. Mas ele não se transformou. – Que foi? – perguntei. Ele grunhiu e se sentou, virou as orelhas pra trás e apertou os olhos pra mim. – Táh legal! Já entendi! Vou te dar privacidade! – falei debochadamente e me virei de costas pra ele. – Palhaçada. – resmunguei comigo mesma.

– Ok, seu pó de piripimpim deu certo. – falou Jacob e eu me virei. Ele estava com o mesmo short, sem camisa e na mesma posição de antes, como se nada tivesse acontecido.

– Pó de piripimpim é o seu nariz! Seu chato, mala! – falei emburrada.

– Calma! Estava só brincando. E a proposito... obrigado. – ele falou. Procurei em seu rosto por algum sinal de brincadeira, de que ele estava fazendo hora comigo, mas ele pareceu ter sido sincero. Acho que ele percebeu o que eu procurava, pois sorriu pra mim, revirei os olhos também sorrindo. Não sei se eu conseguiria ficar com raiva dele por muito tempo.

– De nada. – respondi apenas. – Acho melhor irmos agora, garanto que os outros já devem estar nos esperando.

– Tudo bem, vamos então. – ele disse e seguimos em direção a floresta. Me virei pra ele e sorri antes de deixar o calor tomar meu corpo para me transformar, logo meu corpo ficou coberto de pelos. Ele sorriu também e vi seu corpo tremer levemente antes dele se tornar um grande lobo. Indiquei a direção de onde eu tinha vindo e que era a parte mais densa da floresta, ele assentiu com a cabeça e logo andamos a passos rápidos para dentro da floresta.

Ela sorriu pra mim! Talvez eu ainda tenha alguma chance e só ela mandar o vampiro pra passear. uma voz preencheu minha mente de repente me fazendo tropeçar.

Essa voz é a do Jacob! Mas o que a voz dele tá fazendo na minha cabeça? Para eu ter escutado ele deveria querer que eu escutasse. Bem...Talvez ele quisesse isso ou talvez não, não é uma coisa que possamos controlar a toda hora, sempre vai ter um pensamento que vai fugir de nós. Resolvi deixar isso de lado e me concentrei na corrida.

Recobrei meus passos enquanto Jacob me olhava confuso, apenas balancei a cabeça indicando a ele que eu estava bem e também para tirar aquele seu pensamento da minha cabeça.

Há, há, há! Eu sou maior que ela! pensou ele novamente, o olhei pelo canto do olho e vi que ele meio que sorria pra mim. Ele queria que eu escutasse isso agora, não é possível! Ate parece que ele sabe que eu posso ouvi-lo.

Só se for na altura, porque no comprimento quem ganha sou eu. respondi por reflexo e em resposta Jacob travou suas patas no chão olhando pra mim aterrorizado provando que ouvira minhas palavras em sua mente. Perae! Ele me ouviu? Eu não queria que ele me ouvisse!

Foi ai que eu me dei conta de uma coisa meio que muito importante: Jacob ainda não sabia desse meu dom, eu devia ter contado antes! E ai eu me dei conta de mais uma coisa: o primeiro pensamento dele foi com certeza pessoal, ele pensou consigo mesmo, mesmo que ele soubesse sobre o meu dom, ele não iria querer que eu escutasse aquilo. Mas eu só posso ouvir os pensamentos que alguém quer dividir comigo, então como é que a voz do Jacob veio parar na minha cabeça?

O que foi isso? sua voz novamente preencheu minha mente.

Virei minha atenção para ele e o vi parado bem a minha frente, me olhando meio assustado e meio com raiva.

Eu posso te ouvir. pensei pausadamente e tendo a certeza de não usar o meu dom. Se ele me ouvir agora quer dizer que talvez esteja rolando alguma coisa muito estranha com a gente, ou talvez por nós dois sermos transfiguradores nós podemos nos comunicar pela mente. Nossa! Isso seria incrível! Mas a minha animação se foi quando eu vi a sua reação ao me ouvir em sua mente. Assim que ele me ouviu seus olhos se arregalaram e ele deu um passo à trás.

Isso é impossível! ele pensou assustado.

Então como eu te ouvi de novo? retruquei dando um passo pra frente, em resposta ele deu mais um passo pra trás.

Isso é armação sua! Fica me assustando com essa sua bruxaria! ele pensou batendo o pé e se fincando no chão me olhando com raiva.

Seu tom de voz me magoou. Ele achava que eu estava fazendo de proposito para assusta-lo.

Mas eu não fiz nada. me forcei a falar, não queria que ele ficasse com raiva de mim, ainda mais por uma coisa que eu não fiz.

Isso é mentira! Bruxa! ele pensou rosnando.

Isso passou dos limites pra mim. Rosnei mostrando os dentes e indo em sua direção em passos lentos, dessa vez ele não se afastou e se manteve rígido no lugar.

Eu não sou uma bruxa! Acabamos de descobrir uma coisa incrível, podemos conversar por telepatia! Mesmo que eu possa, jamais faria isso para zombar com a sua cara! pensei com raiva e fiquei cara a cara com ele, ambos rosnando. Eu te ajudei e você tem a cara de pau de me chamar de mentirosa? Você não é quem eu pensei que fosse. Não devia ter te ajudado. pensei com desprezo, lhe dei as costas e disparei para a floresta deixando-o pra trás. Segui rapidamente por entre a vegetação densa da floresta enquanto Jacob me chamava ao longe, o ignorei enquanto procurava a trilha que me levaria de volta para a caverna.

Não demorou muito e vi o Edward escorado na entrada da caverna, quando me viu ele correu em minha direção enquanto eu me transformei de volta em humana. Logo senti seus braços a minha volta, o abracei com força inalando seu cheiro delicioso.

– Estava preocupado. Por que demorou tanto? – ele perguntou quando nos afastamos um pouco, ele pareceu um pouco bravo.

– Desculpe, mas foi mais difícil do que eu pensei faze-lo acreditar no que eu sou. – resmunguei o fazendo sorrir um pouco, desviei meus olhos dele um momento procurando os outros dentro da caverna, mas não vi ninguém. – Cadê os outros?

– Eles já foram a alguns minutos atrás.

– Por minha causa? – perguntei temerosa, minha voz entregou meu receio. Eu não queria incomoda-los, não queria faze-los esperar.

– Não, não foi por isso! – ele disse rapidamente me deixando mais calma. – É que eles queriam privacidade. – Edward falou com um sorriso bobo no rosto. Sorri também e acabei com a pequena distancia entre nós envolvendo meus braços em seu pescoço, ele sorriu mais ainda e se inclinou para mim.

Mas antes da gente colar nossos lábios o inconveniente do Jacob apareceu.

– Fala sanguessuga! – disse Jacob.

Tanto eu quanto Edward nos viramos e rosnamos em sua direção, Jacob se assustou com a nossa reação e deu um passo atrás enquanto Edward me olhava surpreso por eu ter rosnado para o Jacob.

Por que fez isso? Edward me perguntou.

Ele me fez muita raiva para um dia só! Falta pouco pra eu pular no pescoço dele! pensei sem desviar meus olhos do Jacob.

– Suas piadinhas acabam aqui Jacob. Minha paciência com você está muito baixa. – falei alto dando um pequeno rosnado audível no final, Jacob deu instintivamente um passo pra trás. Dei-lhe as costas e andei pra dentro da caverna.

– Você podia ser mais grato a quem te tirou das mãos daqueles vampiros. – ouvi Edward falar atrás de mim antes de me seguir.

Fui para o fundo da caverna que estava um pouco escura e me sentei no chão. Edward se sentou ao meu lado e me puxou para o seu peito.

– Qual é o problema Bella? – ele perguntou passando a mão em meus cabelos. Ele já me conhece muito bem e sabe quando eu estou triste, mas eu não quero preocupa-lo também.

– Não é nada. – falei.

– Você é uma péssima mentirosa. – ele falou se divertindo, mas ficou serio rapidamente. – Sabe que pode confiar em mim.