Wanted Dead Or Alive escrita por ALima


Capítulo 15
Capítulo 14 - Verdades


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me novamente pela demora. Espero que não tenham se esquecido de mim e da Alicia. Muitas surpresas vindo por aí...



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Eles saíram pela porta da frente. Ele logo ia começar a dizer alguma coisa, mas ela o interrompeu antes que ele começasse. Disse que conversariam na praia. Caminharam pelo menos cinco minutos em silêncio, o clima pesado, cada um tentando adivinhar o próximo passo do outro. Chegaram à praia principal. Havia um barzinho muito movimentado e várias pessoas acendendo fogueiras e cantando com seus violões. Era uma sexta-feira, toda galera da cidade estava fazendo alguma coisa. Ele entendeu porque ela o trouxera aqui. Primeiro porque havia muitas pessoas e ele não podia tentar qualquer coisa contra ela. Segundo, porque se mesmo assim ele tentasse, havia um policiamento intenso ali, e até ocorrer toda investigação, toda farsa da máfia seria descoberta. Não o caso dela, mas o dele, principalmente. Então, tudo daria errado pra ele do mesmo jeito.

Sentaram-se na areia, perto de um grupo que cantava animado canções italianas.

- O que eles querem de mim? – ela perguntou. – Olha, eu não sou burra. Não tenho a mínima ideia de como você me encontrou aqui nessa cidade, mas eu tenho anos e anos de prática, e você não passa de um moleque mimadinho pelo papai que acaba de chegar. Sempre que você tentar alguma coisa, estarei a dois passos na sua frente.

- Acalme-se. Não vou tentar nada. Vim na missão de paz.

- Paz? – ela disse ironicamente. – Francamen... – Ela não pode completar a frase. Agora que ela tinha reparado bem naqueles olhos azuis, nas sardas no rosto e o cabelo desbotado o qual ele nem se dera o trabalho de pintar antes de partir da Suíça, ela reconhecera aquele rosto. Sua mente tentou rapidamente rastrear de onde o conhecia. De novo ela tinha aquela sensação... Foi então que ela o reconheceu. Aquele cara da praia em Palermo... aquele cara do Café que ficou encarando-a, aquele cara solitário do cemitério. Aquele que ela vira do outro lado da rua do prédio onde morava diversas vezes... – Você, você não é da máfia, né? Não. Você é um perserguidor. Meu perseguidor. Não adianta negar, eu já o vi milhares de vezes me seguindo.

Ela começou a se afastar, e ele a encarou estupefato. Como ela se lembrara daquilo?

- Não se afaste. –disse tocando no braço dela. Ela afastou-o rapidamente.

 – Fica longe de mim. Você não vai conseguir me enganar, mesmo que tenha sido capaz de enganar aqueles babacas mafiosos. Qual é a sua, hein? O que você quer de mim de verdade?

- Eu vou lhe contar a história, se acalme.

- Não venha me pedir pra ficar calma, porque eu sinceramente NÃO VOU FICAR. – ela gritou as últimas palavras. Algumas pessoas começaram a encará-la e ela ruborizou. Virou-se pra ele novamente. – Me conte essa sua merda de história. Mas eu quero a verdade. E não pense que eu não a descobrirei.

- Eu realmente não sou um mafioso. Não me chamo Franco, não sou filho de nenhum idiota que morreu numa pista de esqui. Meu nome é Stefano Millani. Sou um jornalista, trabalho da revista Italian, de Palermo. Era um freelance que escrevia matérias de vez em quando, mas minha sorte mudou quando meu chefe, Luis Felipe Bergamo me deu uma matéria investigativa exclusiva, que significaria um aumento e reconhecimento internacional. Pediu que o assunto ficasse em sigilo. E então eu comecei a pesquisar fundo sobre a Máfia. Consegui alguns nomes, como o do seu tio, de uns capos e colaboradores. Mas não era isso o mais importante. O mais importante era saber sobre o principal assassino que vivia escondido, que ninguém sabia quem era, e através de muitas pesquisas, cheguei a você.

- Como? Ninguém sabia que eu existia... Ninguém. Você é alguma espécie de hacker?

- Não foi fácil. Mas eu estrinchei tudo. Achei um artigo de jornal que comentava a morte dos seus pais. Vi que eles deixaram uma filha pequena. Fiz as contas. Presumi que estaria vivendo com seu tio. Fui ao Café Palermo um dia, e vi você lá. Soube na hora. Depois precisei acompanhar alguns dos seus passos. Assisti você executar aquele cara... Francesco Buricelli.

- Como? Nós estávamos no porão, não dava.

- Lembrei-me que esses mafiosos geralmente tem sempre algum lugar para vigiar toda a casa antes de entrarem, assim não serão pegos de surpresa. No canto direito de uma parede havia um buraco de ventilação onde eu entrei e a visão do porão era panorâmica. Tirei algumas fotos. Tudo faria parte da matéria.

- Isso iria aniquilar-nos. Não acredito... – ela fechou os olhos. Aquele cara tinha a vida dela nas mãos. Tanto a missão de mata-la, quanto a de acabar com a vida dela moralmente, assim como a de toda máfia.

- Continuando, depois de algum tempo, decidi participar da Máfia, adentrar como espião, conseguir mais informações, coisas novas. Meu chefe concordou e me levou à um amigo que fez meus documentos falsos e a minha história. E aqui estou eu.

- Você é louco! Se descobrirem qualquer coisa você não estaria vivo.

- Nem você. Você sabe por que está sendo caçada? Meu chefe enviou minhas fotos do assassinato do Francesco pra Máfia.

- Você então é o culpado de tudo isso. Você acabou com a minha vida! – as lágrimas começavam a cair do rosto dela. Ela estava irritada demais. Levantou-se bruscamente e começou a andar. Ele puxou-a pelo braço, o impacto fez ela se desequilibrar e acabar se apoiando nele. Ela podia sentir a respiração descompassada dele de perto de seu rosto. Afastou-se logo. Não queria parecer uma fraca na frente dele.

- Onde você vai passar a noite? – ela perguntou se recompondo.

- Num Hotel no centro.

- Vamos até lá. Pegar tudo o que é seu. Você vai ficar comigo.

Ele não sabia o que dizer. Ela não parecia estar brincando. Resolveu apenas acompanha-la.

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Luiz fumava um cigarro em sua sala, tentando saber qual era o paradeiro de Stefano. Fazia muito tempo que ele sumira e não dera nenhum sinal de vida. O celular não atendia, nunca estava em casa, nem reunido com os mafiosos... A única decisão na qual chegou era de que tinha alguma coisa muito errada naquela história.  Alicia já deveria estar morta há muitos dias, mas fora esperta demais e fugira. Stefano estava atrás dela, no encalço para mata-la, mas não dá mais sinal de vida. “Ou ele está morto, ou está sendo cumplice daquela vadia”, pensou. Ele precisava tirar isso a limpo. Pensava nisso quando entra na sala Diana, toda assustada e muito pálida. Os dois namoravam já havia algum tempo, e Luiz, por mais que parecesse um inescrupuloso sem coração, amava-a mais do que a vida.

- Luiz, algo aconteceu.

- O que foi meu amor, está me deixando preocupado.

Ela sentou-se no colo dele e passou os braços pelo pescoço. Ele sentia as lágrimas molhando sua camisa. Estava pensando no que faria com quem quer que tivesse magoado-a, pensando que ela estava mal. Mas o choque veio com a notícia.

- Estou grávida.

E ele não acreditou no que ouvia. O pesadelo tomou conta de seus pensamentos de novo.

- Estou grávida. –disse ela sorrindo. Estava verdadeiramente feliz com aquela notícia.

Ele se esforçou para abrir um sorriso nos lábios, como se aquela fosse a notícia mais feliz que ele ouvira na vida.

- Que bom, meu amor. Fico tão feliz. Não tenho palavras para expressar minha felicidade nesse momento.

Ela o abraçou, mas ele não suportava aquele perfume que ela exalava.

Saiu de seus devaneios, sentindo-se assustado. Ele definitivamente não queria uma criança na vida dele naquele momento que estava tão bem com Diana. Mas o que podia fazer?

- Que bom, meu amor. Fico tão feliz. Não tenho palavras pra expressar minha felicidade nesse momento.

Não sabia de onde a coragem pra dizer as mesmas palavras aflorou, mas sentiu-se mal imediatamente.

- Vamos comemorar. Vou tirar o resto do dia de folga.

E os dois saíram, rindo a toa pelo caminho a fora.


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Notas finais do capítulo

Hope you like it!