Wanted Dead Or Alive escrita por ALima


Capítulo 14
Capítulo 13 - Auf Asche (No eixo)


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus leitores. Espero que não tenham me abandonado nessa minha ausência de 42 dias. Eu tive alguns compromissos e não pude estar antes. Espero que amem esse capítulo, porque foi o que eu mais amei escrever até agora.
Beijos



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Ela estava tomando uma xícara de café e conversando com Giovanni ao celular no intervalo da manhã na porta da livraria. Desligou, deu uma olhada no seu reflexo no espelho e viu que precisava retocar a tinta do cabelo, que as pontas e raiz ruivas estavam começando a aparecer. Notou também um sorriso brincando no rosto, fruto da alegria e liberdade das quais vinha provando nos últimos tempos.

- Valentina, corre aqui. – gritou lá de dentro Patricia, colega de trabalho e quase amiga de Alicia. Ela entrou correndo, o solado do all star surrado batendo contra o chão de madeira. – Vem logo, Val, estou caindo daqui.

Patricia estava em cima de uma escada com uma pilha de livros na mão, colocando-os nas prateleiras. Alicia lá de baixo estendeu as mãos para que a loira jogasse os livros e depois descesse da escada.

- Você é realmente muito desastrada! – ela comentou rindo com a amiga.

- Te devo essa, Val. – ela disse, ajeitando os longos cabelos loiros num rabo de cavalo.

- Essa e mais duas da semana passada. Vou cobrar, hein. – elas continuaram rindo. – E vou começar agora. Você me cobre por quinze minutos enquanto eu dou uma olhadinha básica nos lançamentos.

- Vai lá. Quinze minutos. Não vá me complicar.

Alicia entrou na sala do estoque da luxuosa livraria que ficava na principal rua de Mondragone. Pegou-se deslumbrada com aquele enorme acervo de livros maravilhosos. Começou a folhear um quando Patricia chamou novamente.

- Val, a loja encheu de uma vez, não dá pra ficar sozinha lá na frente. Vem.

E ela saiu. E sentiu-se feliz mais uma vez.

Algumas horas depois, a loja estava quase fechando, restavam poucas pessoas, inclusive uns dois rapazes que ficaram discutindo Guerra e Paz com Patricia, que estava toda entusiasmada em seu falatório que nem notou quando uma outra pessoa entrou na loja. Alicia estava virada de costas, ajeitando uns livros na prateleira de Mistério Estrangeiro.

Ele estava admirando uns livros, procurando algo pra comprar e se entreter nessa viagem, naquela cidadezinha onde não via graça nenhuma. Pegou um exemplar de seu autor favorito, Se houver amanhã, de Sidney Sheldon. Aquele livro marcara tanto sua vida... Deixou esse de lado e foi olhar outra coisa. Leu algumas sinopses e na pressa, acabou se decidindo por Il Cimitero de Praga, de Umberto Eco, que parecia ser bem divertido. Aproximou-se do balcão, ia logo chamar a atendente. Mas percebeu algumas coisas. Aquela marca de nascença na nuca. O anel de prata bordado no anelar direito. Os pequenos fios ruivos sobressaindo-se no preto, o corpo esguio...

- Alicia? – ele chamou ainda em devaneio. Mais alto do que gostaria, fazendo que Patricia e os outros dois caras parassem para olhar.

Ela virou-se imediatamente. O coração batia feito louco no peito. Ela se lembrou... esse cara... era aquele novato da máfia. Ele tinha vindo mata-la! Ela não se deixou abater e apelou para os anos de experiência enganando os outros.

- Desculpe?

Ela o olhou inocentemente, mas ele entendeu o jogo.

- Oh, me desculpe, senhorita. Eu a confundi com uma amiga que não vejo há algum tempo.

- Não tem problema, senhor. Sou Valentina. – ela disse estendendo a mão.

- Carlo. – disse apertando-lhe a mão.

Ela notara que ele não engolira essa história e tinha entendido o jogo. Continuou jogando, enquanto Patricia, agora sozinha, olhava o desenrolar da história.

- Vai levar o livro, senhor?

- Vou sim. Tem uma sinopse bem interessante, e eu amo os livros do Humberto.

- É uma leitura agradabilíssima, senhor. Eu já li semana passada.

- Que bom que estou fazendo uma boa escolha. Nunca passei muito dos mistérios estrangeiros.

- Também adoro mistérios estrangeiros! Agatha Christie e Sherlock Holmes são imbatíveis!

- Eu gosto muito de Sidney Sheldon. Se houver amanhã foi um livro que marcou minha vida.

- Creio não ter lido esse ainda. Qual a história? – disse com naturalidade. Os dois estavam praticamente desenvolvendo um código.

- Não acredito! É a história mais incrível na minha opinião. Conta sobre uma jovem golpista maravilhosa que nunca foi pega pela polícia. É uma leitura que flui. Muito bom.

Ela gelou.

- Ah, sim! Claro que eu me lembro desse, que cabeça a minha! É aquela que tem um detetive obcecado, como se chama mesmo... Daniel Cooper. Isso. Pra mim ele foi o personagem mais instigante.

Ele engoliu seco.

- Sabia que você já tinha lido. Bom, o papo está ótimo, mas preciso ir andando. Estou tomando o tempo de vocês.

- Que isso, foi um prazer conhece-lo. O senhor é daqui? – disse enquanto efetuava a venda do livro.

- Não. Vim visitar uma amiga de surpresa, mas acabei descobrindo que ela não estava em casa!

- Poxa, que falta de sorte! Está hospedado em algum hotel?

- Estou no M’s. Fiz reserva pela internet. Mas não tenho a mínima ideia de como chegar lá.

- É fácil de se encontrar.  Eu lhe dou umas direções. Vamos?

- Claro.

- Pati, fecha a loja pra mim hoje?

- Claro que sim, querida, pode deixar. Addio.

- Addio.


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Notas finais do capítulo

Morreram ou nada?