Uma História, Muitas Vidas escrita por Joayres


Capítulo 1
CapítuI - Trio dinâmicolo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa original já foi públicada, até certo ponto, em outro site, mas num surto eu acabei deletando... Também do meu computador, inclusive... Encontrei uma parte dela salva na internet e vou tentar reescrever o resto... Espero que gostem! ^^



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Alice de Alcântara e Silva:

Uma menina delgada já com seus dezoito anos, cabelos cumpridos e castanho-claros, quase loiros, um tanto quanto tímida, com olhos negros, cuja densidade se equipara ao mercúrio. Sua pele é tão alva, que nos dias de inverno, parece sumir no meio da neve, pelo menos quando ela se encontra absorta em seus pensamentos. Quando ela torna a si e vê que o mundo ainda está girando, costuma corar de leve, mas sempre em um bom contraste com seu estado normal.

Ela gosta de usar vestidos longos e largos, embora não o faça com freqüência, por não gostar de chamar a atenção. (Ela nunca soube bem o motivo, mas sempre notava que os olhares, principalmente masculinos, sobre ela aumentavam exponencialmente toda vez que ela usava um de seus vestidos).

Desde pequena, nunca foi muito faladeira, mas sempre foi uma boa companhia para qualquer conversa, sobre qualquer assunto. Quem conversasse com ela, sentia que ela tinha o mundo nas mãos, pois sempre demonstrava tamanho conhecimento como se ela própria tivesse criado cada objeto de conversação. Muito observadora, nunca se deixava enganar, embora sentisse um pouco de receio em declarar algumas de suas observações. Ela nunca era surpreendida, mas sempre ficava vermelha quando alguém tentava fazê-lo. Certa ocasião, seus pais lhe fizeram uma festa surpresa, que ela soube com três dias de antecedência de cada convidado. Mas ela ficou tão constrangida por saber da surpresa, que o tom quase carmim de sua pele ao entrar em casa e se deparar com toda aquela gente deu a nítida impressão de que ela não esperava por aquilo. Todos na festa, inclusive seu pai, que a princípio acreditava que ela estivesse desconfiada, jurariam que aquilo era por surpresa, pura e simples.

Naquela mesma festa, durante vários momentos, ela era elogiada pelo tamanho conhecimento que demonstrava, o que a deixava ainda mais constrangida. Principalmente quando alguém observou: “Você parece saber de tudo. Não me surpreenderia se você soubesse que cada um de nós estaria aqui, antes mesmo de cruzar a porta...”.

A maior parte de sua vida, ela nunca havia pensado em romance ou coisas do tipo. Ela adorava ficar horas sentada à varanda, admirando a Lua e as estrelas, escrevia dúzias de poesias, mas, embora de todas as provas contrárias, ela nunca cogitou um romance ou coisa assim. Até que um de seus melhores amigos, a quem todos conheciam como Von Pato, deu o nome de Van Pata a uma outra amiga. Foi quando ela, já aos dezoito anos, com muita cautela, começou a pensar em alguém para si.

Antônio Cleber Costa e Silva:

Embora o nome em comum, não tinha nenhum parentesco com Alice. Ele não gostava muito do primeiro nome, então fazia questão de que todos o chamassem apenas de Cleber (ou Clebão, para os mais íntimos, embora ele secretamente não gostasse de tanta intimidade). Quase um exato ano mais velho que a amiga, faz aniversário um dia depois. Ele costuma dizer que é para que ela o alcance em idade ao menos um dia no ano.

Os dois se conheciam desde bem pequenos, porque seus pais  eram muito íntimos. Sempre trocavam favores e estavam sempre se visitando.

Era um rapaz alto e forte, com seus ombros largos, e postura tão correta que chegava a parecer pomposo, algumas vezes, mesmo que fosse um desleixado com a aparência. Sua pele não era muito escura, mas quando estava perto de Alice, sua grande amiga e confidente, parecia ter trabalhado debaixo do Sol todos os dias de sua vida. Seus cabelos eram sempre firmes e enrolados, e dispensavam quaisquer cuidados por parte do dono. No muito, ele não poderia ser chamado de belo, mas seu constante sorriso fazia o parecer assim. Seus olhos eram castanho-escuros, como seus cabelos, e ele sempre usava um mesmo modelo de calça jeans lisa e uma camisa de cor clara. Em seu guarda-roupas não se encontraria outro tipo de roupa, além de um terno que ele nunca usava, nem mesmo em velórios ou casamentos. Sempre que sua mãe o ameaçava dizendo que ele ficaria sozinho em casa se não o vestisse, ele saia com o refrão “Melhor pra mim! Comer de graça, eu prefiro em casa!”.

Ele era bastante humilde e sempre disposto a fazer alguma coisa pelos outros. Nunca respondia mal, mesmo quando era motivo do escárnio de pessoas que não entendiam o motivo de tanta felicidade. Embora ele tivesse um bom raciocínio, não tinha muito talento para os estudos. Ele nunca se interessava por nada que estivesse escrito, se não lhe desafiasse a mente. Odiava decorar datas e todas essas coisas. Ele só conseguiu se formar no Colégio, porque notou que cada professor usava uma lógica para posicionar as respostas corretas. O professor de história, por exemplo, sempre fazia questões diagonais. Assim, ele só tinha de acertar duas questões aleatórias e deduzir o sentido das diagonais: Ou as respostas seriam “A, B, C, D”, ou “D, C, B, A”.

Seus conhecimentos não se comparavam aos de Alice, mas seu poder de observação era tão bom, ou maior.

Cleber de Assis:

É um contraste com Cleber: não tem o mesmo sobrenome, mas é primo de terceiro grau de Alice. É sempre o terceiro nesse trio, embora não seja nunca deixado para trás. Ele conheceu o xará numa festa de aniversário na infância de Alice.

Ele só não tem tanta intimidade com os outros dois como eles entre si, porque foi o último a entrar na turma: ele morava em outra cidade e, quando se mudou para aquela, entrou na mesma sala de Cleber na segunda metade do último ano do colégio. Embora tenha a mesma idade de Alice, começou seus estudos precocemente. Ele é o que se pode chamar de gênio. Não costuma prestar muita atenção, mas sempre absorve conhecimento e nunca esquece de nada. Seu talento nunca foi para ser detetive, se não ao estilo Agente 86. É um perfeito pateta. Seus dedos grandes fazem com que sua coordenação motora só sirva mesmo para experimentos químicos, que é a única coisa que prende sua atenção. Fala fluentemente inglês e latim, o que o torna ainda mais estranho aos olhos de seus amigos, já que o Latim nunca demonstrou alguma serventia aos olhos deles...

Ele só tem um hobby, além dos estudos: Vídeo-games. E foi por isso que ganhou seu apelido: quando tinha seus 10 anos, ganhou um novo console de seus pais, com uma série inteira de jogos, cujo protagonista se chamava Duque Von Pato. Ele jogou várias horas seguidas, no momento em que ligou o jogo pela primeira vez e desde então passou a atender somente pelo apelido de Von Pato. Demorou duas semanas para se convencer de que não era um duque de verdade, mas nunca deixou seu apelido. Em todo lugar que chegava, ele se apresentava assim. Depois de um tempo, ele até deixou passar aquela fase, mas a força do hábito ainda lhe persegue, de forma que seus amigos ainda lhe dão a fama.


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Notas finais do capítulo

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