POV Lizzie

Quando Nico disse que eu ficava linda de um jeito ou de outro, meu coração quase pulou do peito. Eu não era bonita, mas ele me achava linda. Ele sim era lindo, maravilhoso, espetacular e lindo de novo.

Assim que ele disse isso, me fiz de desentendida pra ver se ele iria repetir, mas eu estava enganada. Ele deveria estar falando da Dayana, ela sim é linda.

Chegamos ao hospital e desci o mais rápido que pude. Quase entrei no hospital que nem uma maluca perguntando onde estava o meu avô, mas Nico me conteve, segurando o meu braço assim que me inclinei para correr.

– Você já vai estar com ele. - ele disse tentando me tranquilizar, o que funcionou, já que ele tinha aquela voz linda e braços musculosos e... Do que eu tava falando? Ele é meu amigo, e só. (n/a: Mas que mentiraa! Coitada! Não sabe que gosta do Nico)

Subimos pelo elevador, depois de fazer a identificação e pegar os crachás de identificação é claro, e fomos até o 9º andar o que pareceu levar uma eternidade.

Saí do elevador na frente de todo mundo, esquecendo que o Nico estava ali. Caminhei por um longo corredor até chegar ao quarto 910. Escancarei a porta e vi meu avô deitado em uma maca, coberto por cobertores, uma enfermeira tirava medidor de pressão de seu braço e ele estava sorrindo pra mim.

– Vovô!

– Elizabeth! - disse estendendo os braços para um abraço. - Há quanto tempo, E.J.!

– O senhor está bem? - perguntei já com lágrimas nos olhos. - Está tudo bem?

– Agora está tudo ótimo, E.J., como foi o seu meio verão?

– Foi...bom! - pensei em tudo que eu havia passado com o Nico e percebi que bom não era a palavra certa. Meu verão foi excepcional!

Nesse momento Dayana, meu pai e Nico entraram no quarto. Nico com um sorriso meio bobo na cara.

– DJ, você está linda! - exclamou meu avô. - Philip, esqueceu de levar a papelada que eu pedi ao Consulado e... Ah!, olá!

Ele estava olhando para Nico, que olhava pra mim, com o mesmo sorriso bobo na cara.

– Ah, vovô, - falei - esse é Nico Di Angelo, do Acampamento.

– É o seu namoradinho, não é? - perguntou ele.

– Não! - exclamamos eu e Nico em uníssono.

– Quer dizer, - recomecei, desta vez, falando sozinha - ele é meu amigo.

Essa era a desculpa de sempre. Meu amigo.

– Ah, - disse vovô - me desculpe; É um prazer conhecê-lo, hã, Nico, não é?

– Sim, senhor. - respondeu Nico, se inclinando para cumprimentar meu avô.

Ao se inclinar seu rosto ficou na altura do meu. Ele me lançou um sorrisinho de cúmplices (não me pergunte do que) e se postou ao lado da parede.

Me sentei ao lado dele, mas deixando um espaço para ele se sentar. Assim que se sentou, percebi que o espaço que eu havia deixado era um pouco pequeno e nossos corpos ficaram colados por uum instante, antes de eu me afastar um pouco.

– Tô com sono... - murmurei deitando minha cabeça em seu ombro.

Observei meu avô e meu pai conversando sobre o Consulado enquanto Day zapeava pelos canais de TV, procurando alguma coisa para assistir. Deixa eu explicar umas coisinhas. Meu avô chama a mim e a minha irmã de E.J. e DJ ara abreviar. E.J. de Elizabeth Jensen, senão iria ficar E.A.R.J e eu não preciso repetir meu nome. DJ é de Dayana Jensen, mas a Day não gosta muito mais agora, porque DJ é meio masculino e ela é uma patricinha.

Outra coisa que eu tenho que explicar é o Consulado, que eu também preciso explicar ao Nico. Meu avô trabalha no Consulado Britânico, ele é o presidente, por isso ele tem uma casa tão enorme e tanto dinheiro. Ele decidiu morar em Connecticut porque em Nova York não tinha espaço para constrir um casarão daqueles.

Sem perceber direito, adormeci com a cabeça nos ombros de Nico, mas não sem antes escutar:

– Eles ficam tão bem juntos. - disse meu avô.

– Um casal perfeito. - completou meu pai.

Quando acordei, ainda estava deitada no ombro de Nico que também cochilava, até eu levantar a cabeça e ele acordar também.

Já estava quase na hora de ir embora. Me despedi de meu avô e fomos para casa.

O sol estava a pino do lado de fora do carro. Não havia dormido muito bem aquela noite, mas depois daquele pequeno cochilo no ombro de Nico que tinha um maravilhoso, por mais estranho que pareça, cheiro de morte.

Chegamos em casa e subi correndo para o meu quarto no terceiro andar enquanto Nico ia para o dele. Espero que tenha gostado, eu que pedi que empacotassem as roupas dele e meu pai concordou de bom grado. Combinamos de nos encontrar na piscina dentro de cinco minutos.

Vesti meu bíquini, um short branco jeans, camiseta vermelha, sapatilha preta, óculos de sol, um chapéu branco e um par de brincos de cristal dado pela Rainha da Inglaterra a minha avó.

Peguei minha toalha e desci as escadas correndo. Cheguei a piscina e quase desmaiei. Nico havia acabado de tirar a camisa e ele tinha um tanquinho daqueles. Deuses! Santa Deméter!

POV Nico

Cheguei a piscina que era enorme como o resto da casa. Tirei a minha camiseta e mergulhei. Quando emergi vi que Liz estava ali, com a boca entreaberta.

– Gostou do meu salto? - perguntei sacudindo o cabelo.

– Cla-Claro! - gaguejou ela e se sentou em uma das espriguiçadeiras.

POV Lizzie

Vamos dizer que Eu + Nico balançando os lindos cabelos molhados e sem camisa nadando na piscina da minha casa = Liz com pernas bamabas e coração disparado.

Exatamente isso, minha equação estava certa. Me sentei em uma das espriguiçadeiras, tive muita coragem para tirar a minha camiseta e mostrar a minha barriga de gorda e coloquei meus óculos. Fechei os olhos e senti alguma coisa molhada me levantando.

Só tive tempo de gritar antes de Nico arrancar meus óculos e pular junto comigo na água.

POV Nico

Duas coisas me surpreenderam quando Liz tirou a camiseta vermelha. Primeira: Ela era muito branca, parecia um fantasma, literalmente e Segundo: Ela ficava perfeita com aquele bíquini rosa. Era linda de qualquer jeito.

Saí da piscina assim que ela colocou os óculos. Suas pernas estavam dobradas o que facilitou meu plano. A peguei no colo e vi como era leve. O sol cintilava em sua pele clara. Arranquei seus óculos enquanto ela gritava e se esperneava. Pulei com ela na água. Ela emergiu logo depois de mim.

– Seu maluco! - gritou ela.

Comecei a rir e ela me acompanhouu até apalpar as orelhas.

– Ai meus deuses! - exclamou ela. - Meu brinco!

– Que brinco?

– O brinco! Era da minha avó! Foi um presente da Rainha!

– Tá brincando! - eu disse - A Rainha? A Rainha Elizabeth ll?

– Não! - disse ela sarcástica - Abraham Lincolm! Mas é claro que é a Rainha Elizabeth ll !

Ela mergulhou e eu fui atrás dela. Liz saiu nadando atrás de um pequeno brilho no fundo da piscina. Ela o pegou e me mostrou o suposto brinco. O brinco era lindo mas não tão lindo quanto quem o segurava.

Os cabelos dela estavam espalhados ao redor do rosto, ela estava sorrindo assim como eu. Emergimos juntos e ela nadou até a beirada da piscina, subiu as escadas e colocou os brincos sobre a toalha.

Tirou o short e eu quase tive um treco. Ela tinha um corpo lindo. Engasguei com um pouco de água enquanto ela mergulhava graciosamente na piscina.

Depois de muito tempo nadando juntos, saímos da piscina. Peguei a sua toalha e coloquei-a sobre seu ombro. Dei um sorrisinho a ela que retribuiu. Nos olhamos por um longo tempo, com os corpos colados. seu cabelo estava pingando assim como o meu. Aproximei um pouco mais dela até que Dayana gritou de algum lugar, se aproximando:

– Lizzie! Nico! Cade vocês?

– Nos separamos, constrangidos e Liz respondeu:

– Estamos aqui!

Dayana apareceu vestida com uma camiseta rosa e uma saia preta, além das sapatilhas também pretas.

– Está tarde, - anunciou - vamos entrar.

Seguimos Dayana até a casa, com uma pequena distância, constrangidos com o que havia acontecido. Chegamos até o topo da escada.

– Então - comecei - até o jantar.

– Até!

Ela subiu a escada para o segundo andar. Tomei um banho ouvindo uma música qualquer no Music Player do chuveiro, repensando no que tinha acontecido e nos meus sentimentos por Lizzie.