POV Nico

Tá legal, a casa era incrível! Enorme! Parecia uma mini Casa Branca. Incrível! Os jardins eram muito bem cuidados e enormes. Parecia uma cidade própria, com apenas uma casa enorme, piscina, plantação de uvas e até uma quadra de tenis, outra de volei, futebol e basquete.

– Seu avô é o que? Prefeito?

– Não, mané! - respondeu Lizzie, contemplando a casa - depois eu te conto.

O táxista parou em frente a casa e Liz o pagou com uma nota de cem dólares.

– Fique com o troco.

Descemos do carro e o táxi se foi.

– Pronto para conhecer a minha família? - perguntou ela, constrangida.

– Tão quanto possível. - se eles fossem tão legais quanto a Liz, tava beleza.

Subimos os três degraus de entrada, Liz tocou a campainha e abriu a porta.

– Chege-ei! - cantarolou ela

A sala era mais impressionante do que o lado de fora da casa. Nas paredes se espalhavam várias colunas de mármores brancos. Sofás vermelhos e dourados se espalhavam dos dois lados de uma enorme escadaria coberta por um longo tapete vermelho.

– Elizabeth? - perguntou uma voz a nossa esquerda. - É você filha?

– Sou eu.

O dono da voz apareceu. Um homem de uns quarenta anos, cabelos castanhos e olhos escuros. Usava uma camisa polo azul, calça cáqui preta e sapatos sociais.

– Oi, pai. - disse Liz

– Elizabeth! - exclamou, abraçando a filha. - Há quanto tempo, não é?

– Faz apenas um mês e meio...

– Está crescida! - falou seu pai, a analisando. - E bonita!

– Ah, pai! - disse Liz, encabulada.

Então o Sr. Jensen reparou que eu estava ali presente.

– E esse é...

– Nico Di Angelo - apresentou Lizzie - Meu amigo, lembra? Eu falei dele.

– Ah!, claro. - ele se esticou para apertar a minha mão - Sou Philip Jensen, pai de Elizabeth.

– É um prazer, senhor. - disse, apertando sua mão.

– LIZZIE! - gritou uma voz de garota, no topo da escada.

A garota desceu as escadas correndo para abraçar Lizzie. Ela era alta, ruiva, cabelos cacheados na altura dos ombros, pele clara e aparentava ter uns dezessete anos. Usava calças jeans e camiseta rosa.

– O QUE É ISSO? - gritou a garota, olhando para a roupa de Liz. - Precisamos repaginar seu guarda-roupa...

Aí ela olhou para mim, com olhos azuis profundos. Ela era muito bonita, mas não se parecia nem um pouco com Lizzie. Se alguém as vissem juntas, nunca imaginariam que eram irmãs.

– Olá - disse ela - Você deve ser o Nico, não é? Liz me falou muito sobre você.

– Cala a boca, Dayana! - exclamou Liz.

Dayana ergueu as mãos, se rendendo. Parecia uma filha de Afrodite. Perua, bonita, elegante e um pouco metida.

– Como vai o vovô? - perguntou Liz, preocupada.

– Melhorou. - disse o Sr. Jensen, aliviado. - Graças a Deus, ou melhor, deuses. Por que não mostra a casa ao Nico, enquanto preparo o carro, Elizabeth?

– Claro, pai.

Liz puxou meu braço, em direção as escadas.

– Foi tão estranho pra você como foi pra mim?

– Se com ''estranho'' você quer dizer estranho, então sim.

– Venha, - chamou - Temos muito para ver.

Liz me mostrou a sala de visitas, a cozinha, o escritório e finalmente, o meu quarto, quer dizer, o quarto de visitas, no segundo andar. Ela abriu a porta e fiquei mais maravilhado do que com o resto.

O quarto era simplesmente enorme. Havia uma cama King Size com edredom dourado, uma escrivaninha, duas poltronas e uma varanda. Haviam duas portas, que não sabia para que serviam.

– Ali, - Liz disse apontando para a porta da direita - é o closet e ali - ela apontou para a outra porta - é o banheiro. Eu vou te dar um tempinho para se organizar. Vou estar lá embaixo.

Ela fechou a porta ao sair e conteplei mais um pouco o quarto, antes de ver o closet. Era grande com várias roupas dentro de capas brancas. Abri uma pra ver e encontrei minha jaqueta preta. Eles haviam embalado minhas roupas, lavado e colocado no quarto só para mim? Gostei deles.

Fui xeretar o banheiro e também fiquei pasmo. Era pelo menos metade do quarto,havia uma pia de mármore polida, uma banheira de hidromassagem, mas o que me deixou fascinado foi o box do chuveiro.

A parede do chuveiro era preta e havia uma tela onde devia ficar a torneira. Fui dar uma "investigada" e vi que aquilo ligava o chuveiro. Aquilo era a torneira. Mexi na tela e vi que também tinha música e internet. Aquilo era o paraíso. Deuses!

Desci correndo a escada para agradecer e vi Dayana girando Liz pelos cotovelos.

– Vamos! Temos que colocar uma roupa descente em você! E em mim também!

Ela puxou Liz pela escada que me olhou, pedindo pelos olhos Me ajuda, por favor!

Cheguei ao térreo e o Sr. Jensen disse:

– Liz falou muito sobre você. Filho de Hades, não é?

– Sou.

– Interessante. - disse interessado - Você já viu Benjamin Franklin, Theodore Roosvelt, Albert Einstein e Abraham Lincoln?

– Já, eles são os juízes das almas, se elas devem ou não ir para o Elísio.

Continuamos conversando sobre alguns mortos e Liz e Dayana desceram as escadas e minha boca se escanacarou ao ver Liz.

Ela usava uma camisa sem mangas, branca, com alguns babados na frente, uma saia com listras pinks, verdes e roxas além de sapatilhas pretas. O cabelo estava trançado com um fio de ouro, que caia sobre o ombro. Usava um pouco de maquiagem. Liz nunca usou maquiagem! Ela estava perfeita. Absolutamente perfeita.

– Vamos logo - sussurrou ela emburrada - anda logo, antes que a Dayana perceba que eu estou sem a bolsa.

– Você esqueceu a bolsa! - exclamou Dayana, com uma bolsa pequena e preta na mão. Estava usando agora um vestido roxo e salto alto preto.

– Larga do meu pé, Dayana! - gritou Liz, fugindo da irmã.

– Elas são sempre assim? - perguntei ao Sr. Jensen

– A maioria das vezes.

Saimos da casa e uma limousine preta nos esperava. Íamos visitar o avô de Lizzie no hospital. Me sentei ao lado dela no carro.

– Ainda bem que Day não me obrigou a colocar salto alto. - disse ela analisando os pés como se imaginasse como ficaria de salto.

– Ia ficar linda de um jeito ou de outro. - soltei sem querer.

– O que? - ela olhou pra mim como se eu fosse maluco.

– Nada.

Seguimos pelo transito até chegar ao hospital, onde nunca haviam notícias boas.