Dossiê Dna escrita por Mirian Rosa


Capítulo 4
3- Tudo pela primeira página


Notas iniciais do capítulo

Como tudo envolvendo famosos, o caso vai parar na imprensa, e ainda por uma jornalista inescrupulosa! Pobre Jefferson.
Ainda bem que a Sônia Abrão não aparece aqui senão...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/158077/chapter/4

Não é todo o dia que uma oportunidade como aquela caía no colo de Mariana Pelúcio. Notícia fresca, fácil e polêmica. Aquele tipo de pessoa entrando naquele prédio desacompanhado era, sim, notícia das boas para os veículos que aceitavam comprar suas matérias. A jornalista de 26 anos desconhecia os limites éticos da profissão e parecia ter se esquecido de outro detalhe: as técnicas para a apuração das matérias. Simplesmente inventou o quer o sujeito poderia ter ido fazer lá e redigiu o texto. Publicou-o em seu blog e escreveu alguns tweets divulgando o post. Logo em seguida...

—X—X—X—X—X—

         Logo que saiu da delegacia, Jefferson, seguindo um conselho de João Paulo que qualquer pessoa sensata o daria, foi procurar um advogado. Encontrou um num famoso prédio comercial, também próximo a sua casa. A OAB dele chamou a atenção do atleta: 341.666.

         — Sua OAB é curiosa...— disse Jefferson ao homem assim que este o chamou para entrar em sua sala.

         — É. Eu também acho. Mas, o que o traz aqui? Acredito que não era apenas ver quem era o advogado número meia-meia-meia. Qual foi a encrenca em que você se meteu?— respondeu o advogado, chamado Victor Castilho. Tinha 37 anos, 13 deles na profissão.

         — Ah, aqui, Doutor. Pode parecer mentira, mas nunca vi nenhuma dessas mulheres na minha vida. Estava fora do Brasil quando elas engravidaram. As datas estão nesses papéis.

         — Ok. Verei o que posso fazer no seu caso. Ah, vou precisar que você me traga os seguintes documentos.— disse Victor escrevendo-os em uma folha de papel.

         — Ok.

—X—X—X—X—X—

         Computador ligado, conexão da internet boa e estável. Um post começou a ser escrito em um blog de fofocas com aproximadamente quinze mil visitas diárias.

         “Não é especulação” começava o texto do post tecendo, em seguida, um monte de comentários sobre a cena vista por sua autora. Incluindo uma foto em baixa resolução do “alvo” do post entrando no prédio que gerou a matéria.

         Logo depois, o post era copiado por dezenas de outros blogs e sites do assunto e seu protagonista virou um dos mais comentados assuntos do twitter.

—X—X—X—X—X—

         Uma situação estranha ocorria num hotel cinco estrelas no centro da cidade. Um sujeito ligara lá reservando o salão do hotel para uma confraternização de vinte pessoas e, também, a única suíte de luxo do hotel no nome de duas pessoas.. sem questionar, fez as reservas no computador, onde o nome do autor dessas reservas ficou registrado.

—X—X—X—X—X—

         No dia seguinte Jefferson voltou à delegacia, furioso, com alguns papéis na mão.

         — Olhe o que fizeram comigo.— disse, nervoso, jogando os pepéis em cima da mesa de João Paulo.

         — Site de fofocas?— revidou o delegado, sem se alterar com a fúiria do homem, estava revisando o relatório final de um caso no qual indiciava cinco réus por homicídio triplamente qualificado. Ver alguém tendo uma crise histérica era o de menos.

         — Sim.— disse Jefferson se acalmando.

         — Sobre você ter vindo aqui ontem. Confere?— era o delegado ainda pensando bem, Jefferson “irado” Lipreri aparecera em boa hora. Precisava esfriar a cabeça depois de passar quatro horas debruçado sobre o inquérito do homicídio.

         — Exato.

         — Tire cópias desses papéis e os entregue ao seu advogado, caso já tenha um. E entregue para a Gabriela ou para o Nery. Sinceramente, isso será mais útil para um advogado que no nosso caso.

         — Ok.— disse Jefferson saindo da delegacia e indo até a papelaria da esquina. Tiradas as cópias, levou-as para Gabriela.

         — Ah, oi, Jefferson, o que é isso?— perguntou a policial pega de surpresa.

         — Saiu a meu respeito na imprensa ontem, especulando por que vim aqui.

         — Hum...— Gabriela folheava os papéis.— Notícias de sites de fofocas. Podem render um processo por danos morais. Leve cópias para seu advogado.

—X—X—X—X—X—

         Jefferson saiu da delegacia e foi até o escritório de Victor Castilho, levando, tanto os documentos pedidos por ele, quanto os papéis dos sites de fofocas e assinou a tão temida procuração.

—X—X—X—X—X—

         Exceto pela fúria de Jefferson e comentários sem-noção no twitter, o caso não repercutira muito, mas tudo estava apenas começando... Muita água passaria debaixo da ponte até a resolução do caso...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários, críticas, dúvidas, sugestões palpites e tudo o mais, please!!! Prometo que responderei todo mundo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dossiê Dna" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.