P.O.V. Nico Di Ângelo

- Thalia... – suspirei assim que ela fechou a porta do banheiro. Porque se fazer de difícil se ela já estava completamente apaixonada por mim?

- Thalia, não demora, eu preciso de um banho também, ok ? – gritei enquanto me jogava na cama. Não sei se eu peguei no sono ou se ela levou meu aviso a sério, porque, do nada a porta abriu e ela saiu de lá com um short preto e uma blusa do AC/DC. Espera... Essa blusa... Eu conheço essa blusa...

- Você pegou a minha blusa de novo, Thalia? Qual foi, cara! Daqui a pouco eu não tenho mais roupa pra sair, sabia? Você fica passando esse perfume na minha blusa, que não sai de jeito nenhum e... AI! VOCÊ ME MORDEU?! POR QUE VOCÊ ME MORDEU?

- Ué, você estava tagarelando que nem uma velha gagá, aí eu resolvi te fazer parar. Agora vai logo tomar banho, se não eu vou sair sozinha.

Peguei minha toalha e minha roupa e fui em direção ao banheiro. Meu Senhor, minha parceira de quarto era uma canibal que saia mordendo as pessoas por aí.

P.O.V. Thalia Grace

- Nossa, nem a mulher mais mulherzinha do mundo demora mais no banheiro do que você Nico! – disse, entre gargalhadas.

- Ah, cala a boca, Grace.

- Onde estamos indo? – perguntei enquanto ele me arrastava através de um monte de gente desconhecida.

- Conhecer gente nova. Nem adianta reclamar, não quero ser um desconhecido nessa faculdade. Além disso, temos que pegar a matéria que a gente perdeu.

- Ah, não! Nico, não! Pelo amor de Deus, eu odeio conhecer gente nova! Eu odeio conhecer gente! Por favor, me solta.

Ao contrário do que eu pedi, ele me puxou com mais força ainda, enquanto eu o puxava para o outro lado. Algumas pessoas apontavam para nós e riam, e outras olhavam espantadas para Nico, com uma cara de tipo “Você está agredindo ela? Isso é contra lei, seu animal”, o que me fez rir um pouco.  Do nada Nico fechou a cara me soltou. Como se tivesse se escondendo de alguém, ele veio para trás de mim, enquanto uma menina morena caminhava na nossa direção, olhando para os lados e falando alguma coisa no celular. Oh, não, de novo não. Corri para algum lugar coberto, onde ela não pudesse me ver, com Nico bem atrás de mim. Acabamos atrás de uma mureta que separava o corredor da sala de aula com um jardim, por onde ela estava passando.

Toc, toc, toc, toc.  O barulho do salto dela me irritava profundamente.

Depois que ela passou, Nico começou a rir que nem uma criança quando faz coisa errada

- Ok, isso foi engraçado.

- Bem engraçado, tenho que admitir. – falei, rindo com ele. Chegamos tão perto um do outro. Perto o suficiente para eu sentir a respiração pesada dele em meu rosto. Perto o suficiente para ele ouvir minha pulsação. Passei minha mão por seu cabelo, e ele pousou a mão em minha cintura, e nós nos beijamos mais uma vez. Mas dessa vez, com clima de romance proibido.