P.O.V Thalia Grace:

Enquanto olhava no quadro para ver que ficaria no mesmo dormitório que eu, senti alguém atrás de mim. Quando me virei, vi Nico Di Ângelo olhando o quadro com uma cara de assustado.

― Seu parceiro é tão ruim assim? ― Perguntei

― Muito ― Ele respondeu.

Assim que achei meu nome, o segui com o dedo para ver quem era meu parceiro. Minha expressão mudou de curiosidade para decepção. Não podia ser, tinha que ter algo errado. Um erro de digitação, talvez ? Ela tinha que ficar logo com ele, o menino que ela mais odiava no mundo ? O que ela fizera de errado ? Havia tacado pedra na cruz ?

Quando olhei novamente para Nico, ele já estava com um sorriso malicioso no canto da boca.

― Então ficaremos no mesmo dormitório ? ― Perguntou

― Não sabe ler ? ― Respondi, seca.

― Você me ama, Grace. Desde aquele dia no parque. A primeira vez que no vimos, lembra ? Você gamou em mim. ― Merda. Eu havia feito tanta força para esquecer esse episódio. Mas tudo voltou à minha mente ferozmente.

Eu estava no paque da cidade, deitada no chão escutando musica no meu iPod. Rosto ao vento, aquela estava sendo a melhor tarde da minha vida. Naquele mesmo dia recebi a noticia que havia passado para a faculdade. Estava muito feliz. Ao som de Happy Ending, de Avril Lavigne, pensava no meu futuro, na carreira que pretendia seguir. Publicidade. Tão imponente, como minha mãe dissera. Comecei a cantar junto com a musica: 

"You were everything, everything that I wanted

We were meant to be, supposed to be, but we lost it
All of our memories, so close to me, just fade away
All this time you were pretending
So much for my happy ending"

Senti que algumas pessoas riam de mim, mas eu não me importava. Nunca me importei muito com o que as pessoas diziam. Até que um idiota chegou perto de mim, tirou meu fone e começou a me perguntar porque eu estava gritando. O chamei de idiota e ele riu da minha cara. Foi aí que eu reparei que ele estava sem camisa. Suspirei e ele riu.

― Gostou ? ― Peruguntou, gesticulando para seu abdome bem definido.

― Não, é que você está tapando meu sol, estranho.  ― Respondi, tentando não fazer contato visual.

― Nico Di Ângelo, prazer, estranha.

― Thalia Grace, agora, com licença. ― Respondi, constatando que se ele ficasse mais um minuto ali, eu conseguiria fazer um lago, da maneira como eu babava.

― Claro, mas eu vi que você ficou gamada em mim, então me achei na liberdade de enquanto você estava aí gritando algo como foi demais para o meu final feliz, eu peguei o número do seu celular. Sabe, você não é muito esperta. Quando não se quer que estranhos peguem seu número, não coloque ele em sua lista de contatos indentificado com 'eu', ok ? Só uma dica. ― Fiquei boquiaberta com aquilo. E também porque ele se levantou e foi correr. Nossa, mas que homem, gente. Depois desse episódio, ele me ligava toda hora, só pra me sacanear. As vezes eu encontrava ele no parque, e conversávamos um pouco, mas na maioria das vezes ele me irritava tanto que eu falava que o odiava. Nico, tão chato, bobo, lindo, bom de papo ... 

Algo me trouxe a tona, uma gargalhada bem alta. Quando me toquei, lembrei que estava no meio da faculdade, com Nico Di Ângelo na minha frente, rindo da minha cara de pateta.

― Viu, Grace, você me ama. ― Ele dissa. Argh, como ele era irritante... ― Você tinha que ver a sua cara ! Eu pagaria qualquer coisa para ter filmado. 

― Ah!, cale a boca, Di Ângelo ! ― Disse, me virando para os dormitórios, para arrumar minhas coisas.