A Deusa Perdida escrita por mari mara


Capítulo 16
Rachel é abençoada por Hefesto


Notas iniciais do capítulo

HELLO PEOPLE OF THE WORLD!!! *tenho a leve impressão que errei alguma coisa no ingles ferrado dessa frase masok*
Viiiiram, nao demorei tanto dessa vez *-*
Boa leitura!! :D



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POV Percy

As pessoas sempre me chamam de lerdo, por ser filho de Poseidon. Talvez, no fundo (BEEEM no fundo) elas tenham só um pouco de razão, mas é que eu prefiro não me envolver nessas discussões e desentendimentos, enfim, dar pitaco. E por isso fico rotulado como ‘devagar’, parecendo meio desligado de tudo (N/Rachel: AHAAAM, tá que é só por isso. Nem um pouco de genética envolvida nessa lerdeza aí – N/Poseidon: O que você quis dizer com esse genético, hein? – N/Rachel: Nada! Nada não, Seu Popô! G.G ) Enquanto todos discutiam onde seria a próxima parada em busca da Clave da Felicidade, eu fiquei só calado, refletindo sobre a vida.

...

Mentira, eu estava pensando ‘Santo Poseidon, como mesmo que eu fui parar em um trailer multi-colorido, com cinco pessoas beirando na insanidade mental??’. O mais bizarro de tudo é que Rachel ficou completamente admirada com aquele cara chato, com nome de cachorro. Qual era mesmo o nome dele? Snoopy, Lupe... Não, não, era Muke. Isso mesmo, Muke. Ela simplesmente baba nele, por mais irritante e metido que o cara seja. Argh, meninas.

Depois do incidente de que ele deu uma risada do mal, digna de Cronos, ficou um clima estranho. Eu e Annie olhamos para ele tipo ‘wtf’, Hannah ‘onde foi que eu errei’, Rachei ‘AH QUE RISADA FODA’ e Nico ‘uii, to morrendo de medo’

- Bulustruco de Hollywood – Chamou-o, por fim, Hannah. Para quebrar o gelo, acho – Faz um favor? Vai lá pegar um suco na geladeira pra mim, por favoor? – Ela fez aquela cara de cachorrinho pidão.

- Por que eu iria andar até a geladeira para pegar suco pra você, Punk?

- Porque se você não for – Ela disse com a cara mais inocente do mundo – eu vou transformar essa guitarra num tambor e vou jogar na sua cabeça.
Ele respirou fundo

- De laranja? Sempre foi seu preferido.
Ela sorriu, triunfante

- Exatamente.

- Espere – interviu Rachel – Deixa eu te mostrar onde é a cozinha

 -  Ahn... Eu sei onde é, valeu

- Foda-se, EU VOU TE MOSTRAR O CAMINHO – Ela gritou enquanto os dois iam em direção ao corredor

- A Rachel parece—Comecei a comentar, porém fui interrompido antes do ‘bem interessada nesse cara’. Annie me deu uma cotoveladam e apontou discretamente para Hannah, acho que pelo fato deles serem amigos, e tal. Mas a deusa estava concentrada em outra coisa.

- Que tipo de metal é esse?

 - Ahn? – Nós três dissemos ao mesmo tempo.

- Sua espada, Penadinho – Ela apontou para a lâmina negra embainada, de Nico – Que tipo de metal é esse?

- Ah, isso – Ele a desembainou, e o ferro refletiu seu rosto – Se chama ferro estígio

- Posso pegar?

- Contando que você não usa pra me matar, tudo bem – Ele a entregou a Hannah, que fitou a arma, admirada. Não acho que ela seja a pessoa mais confiável para segurar um trambolho daqueles, masok – Foi resfriada no Rio Estige, do Mundo Inferior. 
Ela estremeceu, e devolveu a espada a Nico

- Não gosto de rios – Antes que eu pudesse perguntar, ela se virou para mim e Annie – E vocês? Tem espadas também?

- Na verdade eu uso uma faca – respondeu Annabeth – Mas Percy tem uma, chamada Contracorrente.
Eu peguei a caneta, e mostrei a ela como se transformava ao tirarmos a tampa. Nesse meio tempo, me lembrei de um detalhe. Um detalhe crucial, mas tudo bem

- Gente, só agora eu me dei conta de uma coisa: Hannah não tem uma arma
Todos olharam para mim

- E você ainda acha que ela precisa de uma? – Zoou Nico

- EI!

- Vocês dois, nem começem – Sabidinha pôs fim a uma possível grande discussão – Percy tem razão. Caso aconteça uma batalha, socar o adversário não é tão eficiente

- Não tenho tanta certeza – Murmurou o filho de Hades

- Olha, sobre isso... Acho que não vamos ter problemas – Hannah deu uma pausa – A um ano atrás, quando eu estava fugindo do Orfanato dos Infernos, um bicho cabuloso me atacou. Tentou me atacar, na verdade.

- Como exatamente era esse bicho? – Perguntou Annie, preocupada. A filha de Zeus simplesmente deu de ombros.

- Era estranho. Enoooooorme - Ela fazia gestos com as mãos -, e peludo. Muito peludo. Como um cachorro. Se não fosse mau, seria até fofinho
Nico engoliu em seco

- Um cão infernal
A descrição realmente me fez lembrar Sra. O’Leary, minha cadela. Mas ela é tão dócil, nunca atacaria ninguem. Acho.

- Mas continuando a história – Voltei ao assunto – um bicho cabuloso te atacou. E aí?

- E-eu nunca tinha visto algo do tipo, então meio que saí correndo—

- Bem heróico

- NÃO ME INTERROMPA, PENADINHO! Caham, aí uma hora ele me encurralou – Ela segurava o braço da guitarra com tanta força que os nós de seus dedos ficaram brancos - Não me lembro direito o que houve; foi tão rapido! Só sei que de repente, de repente mesmo... Uma espada apareceu em minha mão.
Nós, ouvintes, até paramos de respirar, ansiosos para ver como aquilo ia terminar. Ela continuou:

- Eu fiquei tão chocada quando aquilo apareceu na minha mão, que gritei e joguei ela para cima – Ela franziu a testa – Não exatamente pra cima, digo, foi algo como ‘AH, SAI DE MIM CRIATURA’, e, na cagada, acabei acertando esse... Qual o nome? Cachorro do Mal? Não, não, Cão Infernal – Ela balançou a cabeça – Mas enfim. Ele se dissolveu, o que foi bizzaro, mas o mais estranho é que a espada havia sumido, e no lugar dela – Pausa - estava isso.
Ela levou a mão a cabeça, e depois de tirar o cabelo da frente, pude ver o que ela pegou: Um prendedor de cabelo, com mais ou menos cinco centímetros. Era um grampo, e em cima tinha a forma de um raio, que reluzia entre dourado e aquela cor estranha que só os raios de verdade conseguem ter. Branco? Azul? Prateado? Sei lá.
Annie pegou com cuidado o prendedor, e perguntou a Hannah

- Você não lembra do que fez para abri-la, certo?

- Não... – Ela respondeu, meio envergonhada, meio assustada. Você deve estar pensando: ‘A Hannah? Assustada? Que merda é essa, manolo?’ Mas sério, quase ser morto por um Cão Infernal é um trauma pra vida toda. Até pra deusa dos Punks – M-mas é porque eu estava em choque! Só sei que—

- Ei – interrompeu-a Nico – Ninguém aqui está te culpando. Era a primeira vez que você se deparou com um monstro, não esperaríamos que você chutasse a bunda dele. Tudo bem – Ele disse num tom calmo, depois tirou o cabelo arroxeado dela da frente de seu rosto e colocou-o atrás de sua orelha.
Eu vi isso como um gesto inocente e amigável, mas Annabeth certamente o viu como alguma prova de amor, ou algo ‘bênção de Afrodite mode on’ do tipo. Ela disse ‘own’, fazendo com que Nico afastasse a mão do rosto de Hannah e os dois corassem imediatamente.

Resolvi os ajudar, afinal quando eu tinha treze anos e Afrodite deu a entender que eu supostamente gostava de Annabeth, quase morri de vergonha.

- Então – Lançei um olhar de ‘deixe para zoar eles quando terminarmos’ para Sabidinha e peguei o prendedor – Isso é um grampo. Certamente se nós—
Quando o abri, ele não se deformou, como um grampo comum, mas sim se tranformou. Era parecida com Anaklusmos, porém um pouco menor. Como a maioria das armas feitas de Bronze Celestial, era dourada, com um leve toque de lilás. Pelas marcas dos lados, pode-se dizer que fora bastante usada em batalhas no passado.
Me virei para os três

- Sou foda u-u
Annabeth revirou os olhos

- Você não é foda, Cabeça de Alga. Eu tinha pensado em fazer isso antes, mas tive receio de quebrar - Depois ela sorriu – Você é fofo, é diferente.

- Com licença – Chamou Hannah, ainda com as bochechas vermelhas – Lembrem-se de que nós dois ainda estamos aqui, não queremos ser platéia. Agora, por favor, posso ver minha bendita espada? – Ela a pegou

- Eu estava pensando... – disse, pensativa (avá), Annabeth – Nós temos uma amiga que também é filha de Zeus, e consegue conduzir a eletricidade por sua lança. Talvez você consiga também.
Me lembrei da Cara de Pinheiro, com sua lança elétrica e o escudo, Aegis. Não é uma visão muito bela, ainda mais se ela estiver vindo em sua direção (Nota mental: Nunca, EM HIPÓTESE ALGUMA, deixe ela e Hannah se conhecerem. Muitos traseiros seriam eletrocutados se isso acontecesse).

- Por acaso essa outra filha de Zeus se chama Thalia? – Disse Hannah, desconfiada. Eu e Annabeth a olhamos, incrédulos.

- Como você—

- Foi o que me disseram. Que eu e Thalia, as filhas de Zeus, somos covardes. Não é mesmo, Nico? – Ela o encarou, brava

- Não exatamente – Ele tentou se explicar, nervoso. Acho que pelo fato de ela estar com uma espada e uma guitarra de quatro quilos nas mãos. Só acho – Só disse que vocês têm uns medos incomuns.

- É mesmo? – Ela pigarreou, e imitou a voz dele num falsete estridente – ‘’Thalia tem medo de altura, você de água. As filhas de Zeus são tão covar’—

- Calma – disse eu – você tem medo de piscinas?!

- É, hidrofobia. Fobia de água. Diagnosticada por um psicólogo depois de bater em três professores que me forçaram a fazer aula de natação.
Eu simplesmente não entendia como alguém podia odiar o mar.

– Então... Você não toma banho?

- PERCY! É claro que eu tomo banho! Não tenho nada contra chuveiros, só não gosto do mar, piscinas, rios, córregos, banheiras, riachos, lagos, lagoas e ribeirões. Resumidamente, qualquer lugar no qual eu possa me afogar – Ela disse, indignada.

- Bem, parando a discussão entre fobias para comentar algo REALMENTE importante – Annie interrompeu – acho que devemos te dar um treinemento, Hannah. Só o básico, digo. Amanhã de manhã podemos parar em algum campo, bem rápido, para isso. Para você dominar as habilidades de deusa no futuro, precisamos focar nas de semideusa por enquanto.

- Então amanhã nós faremos uma parada – falei – Acho que o Invi vai gostar de um descanço.

- Quem??? – Os três perguntaram

- Ué, nosso motorista Dearth Vader.

- E por que ele seria o Invi...? – Questionou Nico

- Porque ele é INVIsível! – Começei a rir que nem retardado. Os três reviraram os olhos (N/Percy: Fala sério, essa foi boa! Invi! De invisível! KAOPSKAPOSKPAOSK)

- Depois dessa – disse Hannah – eu desisto de viver.

- Ah, preocupa não. Você é imortal 8D

- AFF, GOLFINHO! – Ela se levantou e jogou o prendedor/lanterna pra cima de mim – Desisto de ficar aqui, então. Estou indo tomar banho, porque EU NÃO TENHO MEDO DE CHUVEIROS! – E saiu batendo o pé.

- Caramba, é a segunda vez que essa garota toma banho hoje – Comentou Nico.

- Ué, eu costumo tomar dois banhos por dia – Annie disse, sem entender - E daí?

- Que desperdício de água, Sabidinha.

- Desperdicio nada! – Ela nos fitou – Qual foi a ultima vez que um de vocês tomou banho?

- Sei lá – disse Nico, para zoar com ela – Uns tempos aí.

- Ah... Ontem, ou antes... – Respondi, pensativo.

 - QUE NOJO! Saiam de perto de mim! – Ela gritou.

- Cara de Corujaa, você sabe que eu te amo, não sabe? – Eu a abraçei, mas ela gritou (de novo) e se levantou.

- SEUS BULUSTRUCOS BÊBADOS FRANCESES E SUADOS! DEUSES ME LIVREM, que nojo, nojo, NOJOOO – Ela saiu correndo pelo corredor. Nós dois rimos.

- Percy, acho que sua namorada bebeu. Já pegou a mania do bulustruco!

- Tipo isso, cara. Culpa da sua namorada.


Ele parou de rir, confuso.

- Minha o quê?

- Sua namorada.

- Eu não tenho namorada.

- Não?

- Não.

- Então a Hannah seria o que? Sua paixão platônica?
Eu imediatamente me arrependi de ter dito isso, pois os olhos dele ficaram com aquele brilho assassino típico de Hades. Felizmente, antes que ele tivesse a oportunidade de jogar um tambor na minha cabeça, ou fazer algo cabuloso que me mandasse direto pros Campos de Punição, ouvimos um barulho que salvou minha vida.

O barulho de uma explosão.

POV Hannah
Todos os dias eu agradeço a Deus por ser eu, não outra pessoa. Não, não que eu seja fodasticamente legal, ou narcisista. Mas sim porque, fala sério, deve ser muito irritante ter que me aguentar. Na uma hora e meia de banho, dei meu melhor show da turnê Live In Banheiro: Com direito a Green Day, The Pretty Reckless, The Kooks, Arctic Monkeys, Beatles, Queen, Adele, McFly, Avenged Sevenfold, Coldplay... Acho que os únicos estilos musicais que eu não cantei foram pop e sertanejo, porque né (Não, Adele não é pop. É soul u-u).

Enfim, podemos pular essa parte. Quando desliguei o chuveiro, já eram quase oito da noite. Estiquei a mão para pegar minha mala, e subitamente me lembrei de um acontecimento de ontem à noite, no Acampamento. Uma onda de pânico tomou conta de mim. Elas não teriam feito isso comigo, né? Não, é claro que não. Se bem que... Fariam?

Flashback mode on

Eram quase nove da noite, e eu já havia decidido que ia fugir atrás da Clave da Felicidade no dia seguinte, de manhãzinha. Eu estava na loja do Acampamento com Connor e Travis Stoll, arrumando minha malinha da alegria, quando de repente ouvi vozes atrás de nós.

- Sinceramente, não acha mais fácil deixar isso com a gente?
Me virei, e vi Jennifer e Anne, duas filhas de Afrodite. A primeira era branquinha, de cabelos ruivos e lisos, e usava um vestido azul bebê (meio curto demais pro meu gosto, masok). A segunda era morena de cabelos ondulados, e usava uma blusa florida com uma saia salmão. Embora fossem diferentes, era óbvio que eram irmãs. As duas tinham o característico olho multicolorido da deusa do amor: Ora azul, ora verde, ora mel.

Nunca me senti tão Ozzy Osbourne quanto naquele momento, é.

- Olá, garotas – Disse Connor, com cara de conquistador. Aff, esses meninos, não podem ver um rabo de saia – Que surpresa ver vocês aqui.

- Olá, Stolls! – disse Anne - Olá Hannah! Voltando ao que minha irmã havia dito, não acha melhor deixar seu guarda-roupa com a gente? Podemos falar com nossa mãe, ela adoraria te dar uma mãozinha.

- Aaaanh, acho que estou bem assim. Sério, obrigada, mas—

- Nana, por favor – Jennifer me interrompeu – Escute a gente. Quero dizer, olhe pra você! – Ela me virou pelos ombros, para ficar de frente ao espelho.
‘Qual é o problema comigo?’, pensei, ‘Se fosse hoje de manhã, na rua, eu responderia: ‘TUDO’’. Mas depois que cheguei, e Quíron veio verificar se eu não estava doente, ele me mandou pro chuveiro. Agora, eu parecia uma campista (quase) normal. Camisa do Acampamento, short jeans, coturnos. As cicatrizes pareciam mais aranhões. Meu cabelo continuava com uma mecha roxa desbotada, mas eu pretendia recolorir o quanto antes. As pontas eram ‘meio’ irregulares, partes na cintura e partes acima dos cotovelos, de um dia que Muke cortou ele com um canivete (Longa historia. Digamos que eu nunca mais dormi com a porta destrancada).

- Qual é o problema comigo? – Repeti, em voz alta.
Jennifer e Anne começaram a rir.

- O que há de errado com você? Sério?! – Perguntou a ruiva.

- Minha filha, não há NADA errado. Muito pelo contrário, acho que você devia deixar de se esconder, mostrar ao mundo quem você é!

- Ain? – Elas tinham usado crack, sério. Porque, acredite em mim, eu não sou nenhuma musa globeleza.

- Falando sério – Continuou Jennifer – Se você fizesse uma hidratação no cabelo e recolorisse o roxo, ia ficar um loiro mais bonito. Uma limpeza de pele também ia ser bom – Ela disse meio que me examinando. Connor e Travis se entreolharam, como que pensando ‘garotas loucas, meus deuses’.

- Também acho que você deve usar blusas menos largas, para não te deixar reta – Anne disse, e Jen concordou.

- AIN? – Repeti

- O que estamos dizendo, é que você tem potencial.

- Ah, se tem – Murmurou Connor.

- O que? – Me virei pra ele

- Nada.

- Enfim, deixe sua mala com a gente – Anne a pegou enquanto Jennifer nos empurrava para fora – Vamos fazer direitinho – E bateu a porta na nossa cara.
Travis se virou para mim:

- É Hannah, boa sorte.

- Vou precisar – suspirei – Mas vocês não acham que elas colocariam florzinhas rosa chock pra mim, acham?

- Nunca se sabe, quando depende de crias de Afrodite – Respondeu Connor – Uma vez elas colocaram maquiagem permanente na gente G.G

- Ah, que lindo – Eu ri – Vocês devem ter ficado tão sexies de batom vermelho.

- Zoa mesmo, Dona Hannah. Daqui a pouco é você que vai sair andando de vestido rosa

- Fala sério, Travis. QUALQUER COISA é melhor que batom vermelho – Eu disse, mas rezava para Afrodite para que ela tivesse pelo menos um pouco de piedade de mim.

Flashback mode off

Pois é, agora você entende por que eu quase tive um piripaque quando me lembrei de olhar a mala. Em cima havia blusas do Acampamento, o básico, mas eu estava com medo de fuçar em baixo. Muito medo.

Acho que meu nervosismo era pior do que eu achava, porque de repente ouvi trovões lá fora, e o clarão de um raio. Contei até cinco, esperando a triste visão de purpurinas, ou babadinhos rosa floridos, mas vi roupas completamente escuras e estranhas. E com isso eu quero dizer exatamente o meu estilo. Um rosa aqui e ali, mas nada de babados. FUCK YEAH! Achei um pijama legal, um short preto com caveirinhas e uma regata branca combinando. Me vesti, e levei minha mudança para fora do banheiro.

Ao sair, quase fui atropelada. Dei de cara com Penadinho, que trazia minhas coisas que deixei na sala. Prendi o grampo no cabelo de forma que a franja puta não ficasse caindo no rosto.

- Caramba – disse ele, depois de tossir por conta da grande quantidade de vapor (Eu só tomo banho quente, bitch) – Para uma hidrofóbica, você até que gosta bastante de água.

- Eu já expliquei! Só tenho horror de—

- ... mar, piscinas, lagoas, ‘eticétera’ – Eu riu, se recostou na parede e olhou pra mim – Belo pijama.

- Ah – eu corei – Obrigada.

- Por acaso você escutou algum barulho de, hum... Coisas explodindo?

- O QUEE? Coisas explodindo? DA FUCK?

- Ahn... Sabe quando você pediu pro Raio de Sol pegar suco, e a Rachel foi atrás?
Nossa, eu já havia até esquecido. Faziam, o que, duas horas isso? CADE OS DOIS IMPRESTÁVEIS COM MINHA LARANJADA, HEIN? HEINNN???

- Sei.

- Então. Eles meio que explodiram a cozinha.
WHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAT????

- MASOQUE?? PQP, eu pedi para eles TRAZEREM, não FAZEREM o suco!!!!

- Não sei. De alguma forma, Rachel conseguiu botar fogo no liquidificador.

- Jesus of suburbia! – Fiz uma alusão à música do Green Day (N/A: Eu estava escutando Jesus of Suburbia quando eu escrevi esse POV HEUHEUHUE enfim) – Nem quero saber como ela conseguiu essa façanha.

- Diz a garota que explodiu um laboratório – Ele revirou os olhos – Ah, e Annabeth está te chamando.

- Para...?

- Acho que para lanchar. Ninguem conseguiu te esperar, você demorou éons no banho. Agora, se me der licença, é melhor eu ir tomar o meu antes que Annabeth apareça e jogue um balde de água na minha cabeça.

- Por que ela... Esquece, não quero saber.
Ele sorriu.

- Não vai querer mesmo.
Fui procurar a filha de Atena, e por fim a achei na cozinha.

- Me chamou? – Perguntei.

- Ah, sim. Você deve estar com fome.

- Está parecendo minha mãe – O que era bem contraditório, já que eu não me lembro da minha.

- Não é a primeira vez que ouço isso – Ela riu – Ainda mais hoje, que fiz Rachel e Muke limparem a cozinha.
Olhei para os lados. Nenhum vestígio de explosão.

- Como eles conseguiram arrumar tudo?

- Nem foi difícil – Ela respondeu, enquanto eu devorava dúzias de pãezinhos – Só o pobre liquidificador que pagou o pato. Rachel resolveu fazer um chá, mas se destraiu – Nem imagino o motivo da distração – e o gás butano em excesso acabou causando uma reação química com...

- Annabeth.

- Sim? – Ela piscou.

- Nunca fui muito boa em ciências.

- Ah, certo. Bom, vou lá ficar de olho em Rachel. Não quero que ela exploda mais nada.

- Apolo pode não ser tão generoso da próxima vez.

- Exatamente – Nós rimos, e ela saiu.
Terminei meu lanche (N/Hannah: Meu lanchinho, meu lan... Tá, parei) correndo, para ter tempo de treinar umas musicas antes de dormir, e fui correndo para o quarto.

Estava vazio, então taquei minha mala num canto e pulei na cama. Transformei a lanterna num violão comum e, embora meus dedos estivessem um pouco enferrujados de um ano sem atividade, tentei pensar em alguma música. No fim, me lembrei de uma que adoro.

- All the other kids with the pumped up kicks, you'd better run, better run, outrun my gun. All the other kids with the pumped up kick, you'd better run, better run, faster than my bulleeeet!!
Pouco antes do ultimo refrão, ouvi passos na porta, e parei de tocar. Era Muke.

- É uma música bem legal – Ele disse, e se sentou ao pé da cama, certamente esperando que eu continuasse. Ah, bem capaz mesmo.

- Hey, Muke, hoje de tarde eu me esqueci de uma coisa.

- Sério? – Ele disse se aproximando – O que?
Cheguei mais perto.

- Isso – Dei um soco no queixo dele.

- PORRA, HANNAH! QUE MERDA É ESSA??

- ISSO FOI POR TER FEITO AQUILO COMIGO!

- Aquilo o que? – Ouvi uma voz da porta. ‘Ah não, por favor. Agora não.’, pensei. Quase me joguei pela janela, COM TANTA GENTE PRA APARECER, OLHA QUEM VEM.

- Aquilo o que? – Nico perguntou de novo, com o cabelo ainda pingando do banho.

- Nada que te interesse, Playboy.

- Acho que me interessa sim – Ele andou irritado – E falando nisso, faça o favor de sair da minha cama.
FUUUUUUUUUUUUU!!!!

- Quem disse que ela é sua?

- A Annabeth.

- Mas quem garante que a Punk não prefere ficar comigo?

- EI! Eu— Começei a falar, mas eles me ignoraram.

- Não acho que ela vai querer ficar com você, Solzinho.

- Não foi o que me pareceu hoje de tarde.

- OPA! Podem deixar a dona Hannah aqui falar? - Tentei intervir, mas Muke foi jogado no chão antes que eu pudesse fazer alguma coisa. Pois é, ninguém ouve a garota doida de cabelo roxo.

- Quem você pensa que é, Playboy? – Muke se levantou, bravo.
Resolvi tomar mais medidas drásticas (Não, dessa vez eu não me sentei no colo de ninguém. A medida de agora foi menos drástica que aquela). Transformei o violão num trompete e fiz a nota mais irritante que consegui lembrar, aquela que os mortos até reviram no túmulo.

- OW PORRA, ME ESCUTA AQUI!!! – Eu meio que falo muitos palavrões quando estou brava, é – VOU FAZER VOCES ENGOLIREM ESSE TROMPETE, QUE MERDA!

- Hannah – Muke começou a falar.

- Suma daqui.

- Mas—

- SUMA DAQUIIIII – Descontei toda minha raiva nele, coitado.

- CRUZ CREDO, TO INDO!! – Ele saiu correndo, assustado.
Peguei a lanterna, joguei na minha bolsa e sentei na cama, emburrada. Nico se aproximou meio sem graça.

- Hmm... Voce não vai me mandar sumir daqui, vai?

- Não. Pelo menos não por enquanto.
Ficamos calados por alguns minutos, até que ele comentou.

- Dava pra ouvir você tocando de lá de fora. Você canta bem.

- Obrigada – Eu estava sendo meio rispída, admito.

- Você vai ficar brava comigo porque seu amigo é um idiota?

- Sim.

- Ah, obrigado. Me sinto muito melhor.

- Era minha intenção.
Não sei por que, mas de repente começei a rir. Nico olhou para mim assustado.

- Por que você está rindo?

- Nada.

 - Ah, e claro que tem um motivo. Num momento você está quase quebrando o mundo e no outro você começa a rir – Ele parou para pensar – Ah, você admite que foi engraçado quando o Solzinho caiu de cara no chão?

- Não! – Gritei e joguei meu travesseiro nele, mas comecei a rir mais.

- Claro que foi! - Ele jogou o travesseiro na minha cara.

- Não foi nãooo!!

- Admita!

- Boa noite, Penadinho! – Enterrei a cabeça no travesseiro, mas minha barriga já até doía.

- Um dia você vai admitir!

- BOA NOITE, SEU COISA!! – Me enfiei embaixo das cobertas, e embora não achasse que estivesse cansada, adormeci instantaneamente.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, ok? *-*
E sabem o que eu descobri?? SÓ 25% ~le eu estudando pra prova de amanha, rezem pra Atena por mim porque vou precisar G.G ~ DAS PESSOAS QUE ACOMPANHAM A FIC DEIXAM REVIEW!!! ACHO UMA PUTA FALTA DE SACANAGEM
Nem que seja pra falar 'bom' 'ruim' 'legal', por favoor!
Me deixem feliz *-*
Olha: Uma autora feliz = uma autora que escreve mais rapido u-u
Pensem nisso u-u
*Músicas:
Jesus of Suburbia - Green Day
Pumped Up Kicks - Foster the People
(também conhecida como banda indie super fodástica que a Marih aqui viciou agora)
Ps. Me inspirei no Leo incinerando as coisas pra fazer esse título HEUHEEUHEUHE