Pov. Renesmee

   Entramos no “NY Center Hospital” [N.A: Não existe esse hospital pelo que eu saiba] e corremos até a recepcionista que falava ao telefone com talvez algum paciente. Depois de Jacob explicar que Dona Sarah estava no hospital nós corremos para lá deixando Emma com Nora que disse que iria rezar para que não fosse nada grave já que Jacob não sabia ao certo o que havia acontecido, por falar em Jacob aqui estava ele ao meu lado extremamente nervoso e já não chorava mais. Pedimos informações a recepcionista e a mesma sorriu e disse que Billy estava na sala de espera já que Dona Sarah estava sendo examinada.
-Eu sei que você consegue – sussurrei em seu ouvido e beijei seu pescoço entrelaçando nossos dedos.
  Ele nada disse apenas me deu um pequeno sorriso e caminhamos até a sala de espera onde o pai do Jacob estava sentado com uma mulher jovem com cabelo ruivo sentada em seu colo enquanto eles se beijavam loucamente. Senti Jacob enrijecer ao meu lado e apertar mais minha mão adotando aquela expressão fria que há séculos eu não via. Agora ele havia deixado de ser o meu Jake para ser Jacob Daniel Black, o homem frio e calculista do começo de nosso casamento.
-Vejo que não perdeu tempo não é? – Jacob disse quando nos aproximamos do seu pai que largou a boca da puta com muito esforço.
-Alguém tem que saciar minhas vontades não é? – Billy tirou a mulher do seu colo e ficou de pé com um sorriso irônico.
-Como você pode ser tão podre ao ponto de trazer essa vagabunda para cá enquanto minha mãe está lá dentro – Jacob parecia cada vez mais furioso com as canalhices do pai.
   Eu só havia visto Billy uma vez quando o mesmo havia ido a um dos eventos de caridade que Jacob costumava me levar. Ele me parecia o tipo perfeito de homem canalha que transava com qualquer puta que via pela frente e não ligava para a mulher que tinha em casa.
-Olha só moleque, eu estava fazendo um sexo bem gostoso com duas mulheres lindas e larguei tudo porque a velha da sua mãe veio para o hospital – olhei incrédula para o homem a minha frente e tudo o que eu vi foi arrogância e indecência.
-SEU FILHO DA PUTA, APOSTO QUE FOI TUDO CULPA SUA – Jacob gritou partindo para cima do pai e eu entrei na frente colocando minhas mãos em seu peito para que o mesmo parasse.
-SEU MOLEQUE INSOLENTE QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA FALAR ASSIM COMIGO?VOCÊ NÃO PASSA DE UM MERDINHA QUE SE CASOU COM UMA PIRANHA E AINDA ASSOMIU UMA BASTARDA – Billy gritou e foi impossível conter o soco que Jacob deu na cara do mesmo fazendo seu nariz sangrar.
-Seu desgraçado, eu posso ter me casado com uma piranha e ter um filho bastardo, mas pelo menos eles me amam e você Billy? Não passa de um projeto de homem que no final não tem NADA – eu estava mais uma vez parada enfrente ao Jacob com minhas mãos em seu peito enquanto ele dizia coisas ao pai com uma grande raiva.
-Até quando Jacob? No final de tudo você vai ver que nós somos mais parecidos do que você imagina seu imbecil – ele deu um sorriso de puro deboche antes de se levantar e sair abraçado com a vagabunda fazendo todos que estavam ali presentes olharem a nossa cena.
  Observei Jacob se afastar para fora do hospital e respirei fundo. Tinha sido pior do que eu imaginava que seria e tudo porque o filho da mãe do meu sogro era um canalha que não se importava com os outros e sim apenas com seu próprio bem. Sai atrás de Jacob e o encontrei encostado em uma pilastra fumando. Da onde havia saído aquele cigarro já que fazia três anos que ele havia parado de fumar já que fazia mal a Emma que era recém-nascida na época.
-Jacob? – chamei o mesmo que se virou para mim com os olhos frios e distantes.
-Agora não Renesmee – ele voltou a olhar para o nada dando uma tragada e soltar o resto da fumaça depois.
-Jacob você pode me dizer o que está acontecendo? Porque voltou a fumar? Jacob? – eu queria uma resposta, sei que estava sendo chata, mas eu precisava que ele me contasse qual era o problema.
-PARA DE ENCHER O MEU SACO RENESMEE, EU FAÇO O QUE EU QUISER – ele explodiu e me olhou com aquele olhar frio que eu tanto sentia medo e dor.
  Apenas afirmei com a cabeça antes de voltar a andar para dentro do hospital e me sentar em uma das cadeiras da sala de espera. Eu só queria que ele me contasse o que estava acontecendo, porque ele ficou daquele jeito depois das palavras do “pai” e porque ele me tratou tão mal. Pessoas passavam de um lado para o outro, outras choravam abraçadas a alguém querido, outras sorrindo por ter recebido alguma noticia boa, mas todas elas tinham seus próprios problemas e os enfrentariam.
-A senhora é parente da paciente Sarah Black? – perguntou um homem alto com cabelos castanhos curtos, alto, vestido de branco e muito bonito.
-Sim sou a nora dela, como ela está? – ele deu um pequeno sorriso e apertou minha mão antes de olhar em sua prancheta.
-Nós fizemos alguns exames e graças a Deus não foi nada muito grave apenas estresse – graças a Deus. Sorri feliz e apertei mais uma vez a mão do médico que sorriu lindamente.
  Perguntei mais algumas coisas sobre a mesma e ele me respondeu a tudo que eu precisava antes de me falar em que quarto ela estava. Mesmo eu estando um pouquinho chateada com Jacob fui até onde antes ele estava para avisar que a mãe estava bem e o encontrei conversando com uma vagabunda que se jogava em cima dele com aquele pedaço de pano e o mesmo não fazia nada.
-Desculpa interromper, mas sua mãe já foi liberada para visitas – disse com meu melhor tom de indiferença e ele me olhou surpreso antes deu virar as costas e sair de perto deles.
   Caminhei pela calçada em busca de um taxi e senti que alguém me seguia, eu sabia bem quem me seguia com aquele paço agitado. Senti uma mão se fechar em meu braço e dei de cara com um Jacob me olhando ainda meio frio. Eu estava com raiva dele por não fazer nada enquanto aquela vadia se jogava em cima dele.
-Qual é o problema Renesmee? – ele perguntou olhando em meus olhos e a raiva aumentou.
-É você quem deveria me responder essa pergunta Jacob – ele pareceu confuso com minhas palavras, mas eu não me importei de explicar.
-Porque falou daquele modo comigo? Você esta ficando maluca?
-Eu não vou ficar olhando uma vagabunda se esfregar em você enquanto você não faz nada, eu não vou ser a próxima Sarah Black – eu não queria ter dito aquilo, mas ele estava voltando a agir como o pai dele.
-Você esta dizendo que eu serei o próximo Billy Black? – ele sussurrou próximo ao meu rosto com o maxilar travado.
-Não, você não é ele e eu não sou ela – respirei fundo – Mas olhe para você Jacob, está começando a agir como ele e voltar a ser aquele monstro que era do começo do casamento.
-Eu... – não deixei o mesmo terminar a frase e fui logo me metendo.
-Se você voltar a ser como era Jacob porque seu pai depois de anos apareceu e disse coisas que fez seu coração sangrar eu vou pedir o divorcio porque mais uma vez passar por aquilo eu não vou conseguir – deixei lagrimas caírem e vi sua expressão mudar para a dor antes de me puxar para seus braços e me abraçar.
-Não, divorcio não – ele praticamente suplicou abraçado a mim. Aquele homem agarrado a mim era o viver e eu nunca faria isso, mesmo ameaçando, só que ele não precisava saber disso.
-Então para Jacob, chega – fui dura, mas ele precisava entender que eu não iria voltar a sofrer não sei por quanto tempo só porque ele não conseguia domar os medos dele – Está na hora de você domar seus medos.

(...)

  Depois de falar umas verdades para o meu marido eu entrei no taxi e fui para casa o deixando sozinho no hospital, eu sei que não foi justo o que eu fiz já que ele sempre esteve ao meu lado, mas eu estava brava e ele precisava entender isso de uma vez por todas. No relógio marcavam quase quatro da manhã e eu olhava pela janela da sala esperando ele chegar, quando recebemos a ligação eram nove e meia e já fazia tanto tempo que a cada minuto que se arrastava no relógio era uma pontada em meu coração. Deus porque eu fui fazer aquilo, eu não deveria deixa-lo sozinho tão abalado daquele jeito sabendo como ele era fraco com relação à mãe e ao pai.

Eu quero ser pra você               
A alegria de uma chegada              
Pra eu trazer o dia            
Iluminando a sacada

  Estava distraída quando uma luz forte de farol entrou pela janela onde eu estava parada avisando que ele havia chegado, olhei pela mesma e vi seu carro parando enfrente a casa me fazendo soltar um suspiro de alivio. Foi tudo tão automático que quando eu percebi eu estava pulando em cima do mesmo que me pegou no ar. Foi simplesmente maravilhoso sentir aquele cheiro amadeirado que só ele tinha e que era o cheiro mais perfeito para mim.

Eu quero o seu lado            
Encontro inesperado                 
O arrepio de um beijo bom
Quero ser sua paz a melodia capaz
De fazer você dançar

  Afastei meu rosto para olhar em seus olhos que não tinham aquele brilho que eu tanto amava, não eram os olhos negros do meu amor e eu tinha parte nisso. Meu coração se apertou quando ele me soltou e me deu as costas caminhando para dentro de casa me deixando lá sozinha e com dor na alma. Caminhei lentamente até entrar em casa e o encontrei em pé de frente para um aparador cheio de fotos.

Eu quero ser pra você               
A lua iluminando o sol                                
Quero acordar todo dia
Pra te trazer todo o meu amor

- Jacob – chamei o mesmo que continuou parado na mesma posição segurando uma foto de nós três no jardim da casa – Eu amo você e eu sofro tanto quando você se torna indiferente comigo, mas eu vou respeitar porque sei que fui injusta te deixando sozinho lá, me desculpe – eu completei quando percebi que ele não iria falar.

Eu quero ser pra você
Braços abertos a te envolver
E a cada novo sorriso teu
Serei feliz por amar você

Se eu vivo pra você
Se eu canto pra você
Pra você

  Subi as escadas já cansada de tudo, meu corpo pedia arrego e ele mesmo não me deixava dormi devido aos últimos acontecimentos eu precisava daqueles braços quentes e fortes me envolvendo para ter um sono tranquilo e pelo andar da carruagem eu não os teria por algum tempo o que me deixava mal. Sabe quando você diz algo ou fala no calor do momento, na hora que você quer menos pensar no que está falando e depois bate aquele arrependimento por ter ferido não só a pessoa como a você também e ao vem à vontade de se bater por ter feito aquilo ou querer voltar no tempo e dizer tudo diferente? Aquilo estava acontecendo comigo e infelizmente estava tudo mais delicado do que de costume.

Eu quero ser pra você
A lua iluminando o sol
Quero acordar todo dia
Pra te trazer todo o meu amor

  Jacob nunca seria como Billy, porque ele era maravilhoso, tinha um coração enorme, era extremamente amoroso com todos e romântico comigo e eu nunca poderia viver sem ele. Nossa história era diferente, claro que com problemas, mas cada problema fortalecia ao invés de enfraquecer nossa união. Eu queria gritar para o mundo que por mais que eu falasse coisas ruins, ele era e sempre seria o melhor que havia me acontecido.

Eu quero ser pra você
Braços abertos a te envolver
E a cada novo sorriso teu
Serei feliz por amar você

  Entrei no banheiro, tirei minhas roupas automaticamente e entrei debaixo da agua quente de cabeça e tudo. Minha mente viajava entre lembranças e pensamentos diversos quando senti braços fortes a me envolverem e meu coração pular como pipoca dentro do peito, seu rosto estava enfiado na curva do meu pescoço já que ele dizia que meu cheiro o acalmava. Entrelacei nossos dedos e recostei minha cabeça em seu peito já que ele era maior que eu.

Se eu vivo pra você
Se eu canto pra você
Pra você

- Eu te amo e só quero que saiba que nunca vou deixar nossa história de amor morrer como a deles morreu, porque você é o que ainda me mantem de pé – ele sussurrou perto do meu ouvido e beijou meu ombro nu e molhado pela água. Virei de frente para o mesmo e o olhei nos olhos.

-Você é tudo para mim Jacob Daniel Black – alisei seu rosto e ele me deu um pequeno sorriso que eu retribui.

  Eu tinha que agradecer a Deus por ter me dado ele, mesmo com todos os problemas eu sabia que nada iria fazer com que o nosso amor morresse, porque quando é amor de verdade nem o vento leva, a distancia destrói ou o tempo apaga. Passei meus braços envolta de seu pescoço e o beijei apaixonadamente deixando a agua quente molhar nossos corpos grudados.