Secret Girl escrita por lubizinha


Capítulo 24
Capítulo 22 - A bomba


Notas iniciais do capítulo

"Eu estou pensando em postar sempre todo o domingo, talvez as vezes eu poste antes, mas não prometo nada. Boa leitura!
Secret Girl"



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Cheguei à escola e não havia quase ninguém no corredor, o que seria normal se fosse muito cedo, mas faltava uns sete ou seis minutos para tocar para a primeira aula.

– Onde será que o povo tá? – perguntou Lisa ao meu lado.

Começamos a procurar as pessoas e encontramos um monte de gente aglomerada no refeitório. Tinha alguma coisa errada, havia um alarme dentro de mim sempre que algo não muito bom acontecia e nesse exato momento ele estava apitando freneticamente.

Eu e Lisa chegamos mais perto e ouvimos alguns pedaços de conversas enquanto tentávamos passar pelas pessoas para chegar a algum lugar que não sabíamos o que íamos achar.

–...Eu fiz tudo isso pra nada... – alguém disse.

–...Que sacanagem! – alguém gritou.

– Que safadeza! – um menino falou irritado.

Eu e Lisa chegamos, apesar de que espremidas pelas pessoas, em frente a uma das pilastras brancas do refeitório onde havia um cartaz do baile e uma faixa bem grande por cima que dizia: Cancelado.

– O quê? – exclamei preocupada.

Antes que Lisa dissesse alguma coisa, a coordenadora geral chegou e mandou todo mundo ir para o auditório. Todo mundo começou a ir para lá, mas os alunos estavam irritados xingando a escola. Eu e Lisa não falamos nada até chegarmos as nossas poltronas.

– O que você acha que aconteceu? – perguntou Lisa.

– Não sei. - Respondi.

Quando todos os alunos sentaram, a diretora apareceu no palco do auditório e com o microfone pediu para todos fazerem silêncio. Ela precisou pedir umas três vezes porque ali estava mesmo uma loucura.

– Eu tenho um comunicado para fazer. – disse a diretora. – O baile foi cancelado. – e como se só bastasse isso para todo mundo ter certeza, todo mundo começou a reclamar de novo, a gritar que isso não podia acontecer. – Silêncio! – pediu ela. – Não foi cancelado porque não queremos e sim porque o vocalista da banda que ia tocar sábado está doente desse jeito não poderá vim. Nós tentamos encontrar uma banda de última hora, mas não encontramos.

– Deixa a gente tocar! – falou um garoto ruivo do segundo ano. Ele tem uma banda chamada “Wild Rock”, mas são horríveis então todo mundo começou a vaiar ele e gritar para ele ficar quieto.

– Continuando... Não achamos uma banda para tocar no baile. – disse a diretora.

– Que tal um DJ? – perguntou uma garota do terceiro ano.

– Se fosse só esse o nosso problema quem sabe. – respondeu a diretora. – Mas tivemos uma inundação na quadra, por causa do banheiro masculino que está impossibilitada de fazer o baile e toda a decoração foi estragada. Então teremos que cancelar o baile ou adiar ele, pelo menos. – disse a diretora e todo mundo começou a cochichar. – Eu sinto muito. – fez-se um silêncio. – Podem voltar para as suas salas.

Todos se levantarão e depois de meia hora eu e Lisa estávamos na sala de aula que estava muito agitada. O professor entrou, mas ninguém ligou ou deu atenção para a aula.

– Não acredito que fiz toda aquela decoração por nada! – falou Lisa.

– Pelo menos ganhamos os pontos. – disse.

– E o meu vestido? Eu demorei muito tempo pra encontrar e nem mesmo vou poder usar sábado. – falou Jennifer.

– Pior sou eu que fui convidada pelo o Lucas e nem sequer vou poder ter a minha noite. – disse uma das garotas.

– Calma, é só um baile. – falou Paul e todas elas se viraram para ele:

– Só um baile? – gritaram elas ao mesmo tempo.

– Pelo visto, nem estava com vontade de ir ao baile comigo... – disse Lisa triste.

– Não foi isso que eu quis dizer. – falou Paul percebendo a burrada que fez.

– E nem precisa. – disse Lisa indo para o outro lado da sala chateada.

– Sei que é um momento de muita tensão, mas peço para que todos sentem. – pediu o professor e todos fizeram isso apesar de ainda estarem chateados. – Também estou triste que o baile não vai mais acontecer, mas isso é um fato e só temos uma escolha: aceitar. – ele fez uma pausa esperando que alguém questionasse, mas ninguém o fez. – Vou dar a minha aula apesar de saber que a maioria não vai prestar atenção. – A maioria? Ele estava sendo educado ou o quê? Ninguém prestaria atenção. E ninguém prestou mesmo, só se ouvia cochichos e quem não falava sobre o baile pensava sobre ele. Lisa era uma dessas pessoas que pensava, eu tinha certeza, ela estava chateada com o Paul pelo o que ele disse.

No intervalo também não se falava sobre outra coisa. Lisa disse para mim que iria andar um pouco e espairecer as ideias então eu me sentei numa mesa sozinha. Sozinha por pouco tempo porque Harry logo veio se sentar comigo.

– Oi amor. – disse Harry me dando um beijo na bochecha. – Triste pelo o baile? – assenti. – Não fique assim, podemos fazer outra coisa sábado. Que tal um cineminha? Ou podemos jogar boliche? – dei um meio sorriso.

– Obrigada Harry, mas eu realmente queria ir para o baile. No começo talvez nem tanto, mas depois... – falei. – Ai droga!

– O que foi? – perguntou ele.

– O Mark ia para o baile e eu o convenci a ir. Sabe como foi difícil convencê-lo? – disse chateada. – Eu o fiz querer ir e agora nem se quer vai ter o baile.

– Não é sua culpa querida. – falou Harry docemente. – Você ajudou o Mark com a ex-namorada e o antigo melhor amigo dele, mesmo que não tenha baile tenho certeza que isso é o mais importante pra ele.

– Só você para me fazer ficar melhor sabia? – disse rindo. Harry se aproximou de mim e eu me aproximei dele para quebrar todos os centímetros que ainda faltavam entre nós quando John apareceu de repente.

– Oi! – falou John. Eu olhei para ele incrédula. A última pessoa que eu achei que poderia aparecer aqui era ele. Sim, ele estava logo à cima até mesmo da Tiffany. Harry ficou constrangido, acho que ele sabia sobre nós e como não saberia? Havia a carta que eu fiz para o John há muito tempo atrás, uma prova concreta que eu já gostei dele.

– Oi John, tudo bem? – disse.

– Mais ou menos, mas vai ficar melhor. – falou John com um sorriso que antes tinha o poder de me deixar doida por ele. – Vim aqui avisar para vocês que eu e algumas pessoas decidimos fazer um protesto na frente da escola depois da aula por causa do baile. Muita gente vai, vocês querem ir?

– Parece legal. – respondi e Harry concordou.

– Beleza! Espero vocês lá. – disse John indo embora.

Então se fez um silêncio. Harry olhava para onde minutos estava o John, ele parecia pensativo e eu me perguntava o que ele estava pensando.

– Harry tá tudo bem? – perguntei, ele não respondeu. – Harry...

– Você ainda gosta dele? – perguntou Harry.

– Eu e ele já estamos no passado. – respondi. – Nem aconteceu nada e nem vai acontecer.

– A resposta só pode ser sim ou não. – falou Harry me olhando esperando a resposta. Respirei fundo e peguei suas mãos entrelaçando com as minhas.

– Claro que não. – disse. – Eu gosto de você bobo. – ele sorriu. Eu encostei minha cabeça no ombro dele e ficamos assim até o sinal tocar.

Quando as aulas acabaram eu fui com Lisa até a frente da escola onde já havia um monte de alunos posicionados com cartazes dizendo: “Queremos o nosso baile!” ou “Cadê o baile?” e outras coisas parecidas.

– Como conseguiram fazer esses cartazes em tão pouco tempo? – perguntei para Lisa.

– A gente matou aula para fazer eles. – respondeu alguém atrás de mim, me virei e dei de cara com John sorrindo para mim. – Cadê o seu namorado?

– Ele já vem. – respondi.

– Certo, vocês só precisam gritar: Queremos o baile ok? – perguntou John, concordamos e ele sumiu pelo meio dos alunos.

Alguns minutos depois o Harry apareceu e começamos a gritar com o resto dos alunos ali presentes o que John havia mandado. Havia muita gente ali de forma que a diretora não ia deixar passar aquilo e logo ela apareceu com o seu blazer vermelho vinho e seus cabelos amarrados com um rabo de cavalo arrumado.

– O que é que está acontecendo aqui? – perguntou a diretora.

– Queremos o nosso baile de volta e pra esse sábado. – falou um dos amigos de John do lado dele. – Não é justo termos nos preparado para nem acontecer.

– Mas isso não depende só de mim e eu já falei isso para vocês. – disse a diretora séria.

– Não importa! – falou John com coragem. – Você tem que dar um jeito porque os alunos estavam contando com esse baile sábado.

– Ora como ousam... – começou a diretora e todos começamos a gritar: “Queremos o baile” de novo. A diretora deu as costas e foi embora, mas continuamos ali gritando, pelo menos até percebemos que todos estávamos com fome já que era hora do almoço.

– Voltem! – gritou John. Os alunos estavam indo embora para as suas casas depois de uma hora de protesto.

– Eles não vão voltar, nem adianta. – falei para John e ele suspirou irritado. – Acho que não adiantou o protesto...

– Isso é um protesto? Nem percebi porque todo mundo foi embora! – disse John irritado. – Esse bando de... – ele bufou. – Ninguém aqui parece se importa tanto assim com o baile!

– Vamos embora. – falou Harry para mim irritado com o tom que John falou comigo e eu o segui. Olhei para trás e vi John sentado no muro da escola chateado.

Harry me levou até em casa enquanto Lisa havia nos deixado duas quadras atrás. Ele me beijou e eu entrei em casa. Fui correndo para a cozinha largando a minha mochila no hall. Abri a geladeira e peguei uma torta de chocolate que eu não sabia que existia até então. Peguei um garfo e comecei a comê-la.

Ouvi alguém descendo as escadas e Mark entrou na cozinha. Ele pegou um garfo e começou a comer comigo.

– Então o baile foi cancelado... – disse Mark. Não dava para saber como ele estava só com o tom da voz dele. Se ele estava chateado ou não.

– Pois é. – falei botando outro pedaço de torta na minha boca. – Você tá bem?

– Mais ou menos. – respondeu Mark. – Mas estou mais preocupado com a festa de amanhã que o fato de que o baile foi cancelado. – se fez um silêncio então ele disse: - Mas eu realmente queria ir. – então ele saiu da cozinha. Eu comi o resto da torta sozinha e fui para o meu quarto fazer os meus deveres.

Eram umas oito horas da noite e eu estava na sala assistindo a novela quando a campainha tocou.

– Mark atende aí! – gritei mesmo sabendo que ele estava no quarto dele trancado.

A campainha tocou de novo, bufei zangada e fui atender. Surpreendi-me com a imagem de Lisa com o rosto vermelho, a maquiagem borrada de choro e o vestido amarelo florido com uma mancha vermelha.

– O que aconteceu? – perguntei para ela preocupada.

– Algo bem terrível... – ela me respondeu começando a chorar.


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Notas finais do capítulo

Os próximos capítulos terão muitas surpresas! Reviews?