Secret Girl escrita por lubizinha


Capítulo 11
Capítulo 10 - Consequências


Notas iniciais do capítulo

"Dessa vez eu postei mais rápido, ok mais ou menos. Mas o capítulo ficou grandinho. Dessa vez não haverá comentários à parte, mas vocês vão gostar. Boa leitura.
Secret Girl"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/156425/chapter/11

Quando pequena sempre escutei que eu podia fazer tudo, mas e se essas minhas ações me botassem em situações desconfortáveis a qual o certo parece errado e o errado parece pior ainda. Quando acordei naquela manhã sabia que teria um dia ruim, mas nunca em meus sonhos mais perambulantes poderia adivinhar o que viria.

Como prometido, acordei mais cedo, para escrever uma carta para a Jennifer e o sofrimento que a pobrezinha vinha passando, a dor que ela sentia era pior do que a minha, mas eu não sabia o que vinha pelo caminho, se era pedras, rochas ou barreiras, eu só sabia que as letras eram um jeito de esquecer tudo.

Ouvir por ai que um certo mostro feriu o coração de uma certa mocinha. A pobrezinha andava por um caminho aparentemente seguro quando um lobo apareceu em sua frente, para o mesmo ela entregou o coração e ele o devorou como se não fosse nada. As lágrimas nós reconfortam, mas não adiantam muito porque logo em frente você terá que enfrentar coisas que nunca pensou que enfrentaria. Enfrentar tais olhos que te fazem ficar sem ar é sempre um desconforto. Mas se isso a faz se sentir melhor, logo a frente você vai encontrar a felicidade. Porque pelos caminhos mais obscuros no final ela ainda existe, só esperando você e o seu coração... que um dia o lobo havia devorado.

Secret Girl

Tenho que admitir que aquela carta havia algumas partes que lembravam a mim, mas com tanto que isso ajudasse a Jennifer não importava. Então fui tomar um banho gelado e vesti uma calça jeans clara e uma camiseta de mangas longas azul.

Desci as escadas e me sentei a mesa com Mark e mamãe, papai já deveria ter ido embora para o trabalho. Comi meu café da manhã, pelo menos uma parte, já que não estava com muita fome e esperei o ônibus em frente de casa.

Assim que me sentei ao lado de Lisa, lhe entreguei a carta, ela leu e vi lágrimas formando em um de seus olhos, mas fingi não notar. Abri a mão para ela me devolver, mas ela disse que ela própria arranjaria um jeito de entregar para o jornal sem mais suspeitas.

– Deixe que eu mesmo entrego, eu não quero entrar na sala antes do sinal. – disse.

– Por que não? – perguntou Lisa então lhe contei tudo do jantar.

Quando chegamos a escola Lisa não estava triste, estava com raiva e eu não sabia bem porquê, mas fico feliz em dizer que não era comigo. Então lhe entreguei minha bolsa e meus livros e ela foi para sala enquanto eu tomei um rumo diferente.

Era cedo, o jornal estava fechado e o corredor praticamente vazio. Esperei alguns alunos do terceiro ano saírem para passar a carta por debaixo da porta do clube do jornal então olhei em volta me certificando se havia alguém por ali e sai correndo.

Fiquei a maior parte do tempo andando pelos corredores, pensando e pensando até o sinal tocar então fui para sala. Tentei não olhar para Paul, mas sabia que ele me olhava e me sentei na cadeira. Quando a professora chegou, não dando chance para ele vim falar comigo, fiquei aliviada. Mas eu teria que encará-lo cedo ou tarde. E a vida escolheu ser cedo porque assim que o sinal do intervalo tocou ele veio até mim dizendo:

– Preciso conversa com você. – sabia que não tinha saída, pedi para Lisa ir na frente e a sala ficou vazia somente por nós dois.

– O que você quer? – perguntei tentando deixar claro a minha irritação e não o meu nervosismo.

– Que você termine com o Matt. – respondeu Paul simplesmente, levei a mão a boca. Esperava por tudo, que ele me fizesse sofrer e ajoelhar aos seus pés implorando, mas ver o irmão sofrer pelo término de um namoro, era bem pior.

– Por que Paul? Por que você quer ver seu irmão triste? – perguntei.

– Porque eu não consegui ter você, mas ele conseguiu. Isso é injusto! – gritou irritado batendo na cadeira. – Eu sou o irmão mais velho, EU!

– Mas você não me ama. – disse mais para mim do que pra ele.

– Talvez eu tenha gostado de você, mas isso foi antes de saber que você me trocou pelo meu irmão. – falou Paul revoltado.

– Não vou terminar com o Matt. – disse com as mãos nos quadris.

– Se você não fizer isso eu vou contar para o Matt tudo. – disse Paul me encarando. Parecia que o Paul que eu conheci na festa não estava mais ali e sim um clone do mal. – E ai você escolhe se prefere ser a namorada mentirosa ou a garota que terminou com ele. – sem notar lágrimas se formavam nos meus olhos, o Matt não merecia nenhuma das opções. – Ele vai me perdoar, já que sou seu irmão e ele não tem escolha. Mas você? Ele nunca vai perdoar.

Paul saiu da sala me deixando sozinha com minhas lágrimas. Eu realmente estava perdida, não sabia o que fazer. Então ouvi o som de passos e alguém entrou na sala, sabia que era Lisa pela sua voz doce que reconheceria em qualquer lugar do mundo:

– O que ele disse? – unindo forças contei tudo, porque sabia se não desabafasse iria se pior. Então ela não disse nada e saiu da sala. Por um tempo deixei para lá, mas temendo o que ela ia fazer fui atrás dela. Encontrei Lisa em um dos corredores com Paul, ela não parecia nada feliz. Escondi-me no outro corredor, mas podia ouvir claramente cada palavra.

– O que você quer garota? – perguntou Paul sem paciência.

– Escute Paul, você pode acabar comigo, você pode ferir meu coração, destruir meus sentimentos, mas não vou deixar que faça o mesmo com a minha melhor amiga. Porque mexeu com a ******, mexeu comigo. – disse Lisa, nunca havia a visto daquele jeito. E aquelas palavras... Que palavras eram aquelas? O que ela queria dizer?

– Você não pode fazer nada pela a sua amiguinha. – disse Paul rindo forçado.

– Eu vou ao fim do mundo por ela. – falou Lisa de um jeito assustador. – E ainda volto pra destruir você. – ela se virou e vinha na minha direção, entrei na primeira sala que vi para me esconder. E por algum motivo aquela sala me parecia familiar.

– Amor? – ouvi uma voz, me virei e vi Matt com uns dois amigos ao redor. Ah, agora me lembrei de onde havia visto aquela sala! Ele me olhou com olhos tristes, meu rosto ainda deveria estar vermelho pelo choro. – Podem nós dar licença? – perguntou para os amigos que foram embora olhando para o meu rosto. Matt pediu para que eu sentasse no seu colo e eu fiz. – Por que você estava chorando? – sabia que não deveria contar, seria demais para ele e Matt merecia tudo de bom: uma garota que o amasse, uma família perfeita, amigos perfeitos, ele merecia tudo de bom do mundo e era isso que eu desejava, mas era eu mesma que destruía. – Você brigou com a Lisa? – fiquei em silêncio, mas depois respondi:

– Estou passando mal Matt. – ele segurou meu rosto para que eu olhasse em seus olhos. – Me tira daqui.

Ele se levantou comigo e segurou minha mão, pegou a mochila e saímos da sala. Depois fomos até a minha sala para pegarmos as minhas coisas e saímos do colégio sem ninguém ver ou saber, pelo mesmo esconderijo que o de antes, o do arbusto.

Fomos até uma sorveteria e descontei minha mágoa no sorvete, mas Matt ainda não parecia convencido:

– Me diga. – ele chamou minha atenção. – Me diga o porquê de você está tão triste. – afundei a colher várias vezes no sorvete, sem resposta. - Eu gosto de você e muito. – Aquilo só piorava mais as coisas. – Então, por favor, me diga.

Por um momento eu tive certeza que não deveria contar, mas no outro eu não sabia mais o que ter certeza então fiz aquilo que muitas garotas não teriam coragem, sinceramente nem sei como eu tive, só sei que saiu sem mesmo eu perceber:

– Eu menti para você Matt. – ele me olhou confuso. – Antes de você... Antes de você, eu tive um lance com o seu irmão. – ele se surpreendeu, ficou olhando para todos os lados para ter certeza no que ouvia. – Não nós beijamos, por pouco, mas foi antes de você, então tecnicamente eu não trai, eu só...

– Mentiu pra mim. – falou Matt vi raiva em seus olhos, tal sentimento que eu achei que não seria possível ele sentir.

– Eu sinto muito. – disse. – Se eu pudesse e-eu...

– Tudo bem. – levantei a cabeça surpresa, as últimas palavras que eu achei que ele diria. Achei que explodiria, que descontaria tudo em mim, nem poderia culpá-lo por tal ação, mas aquilo? Aquilo era ainda pior! Sentia-me como um inseto, comparado a quanto Matt era bom, a quanto ele era puro, a quanto ele era perfeito e eu era só... Só a garota que havia o magoado. – Preciso ir pra casa... – ele acrescentou. – Pensar. – e foi embora, antes deixou o dinheiro pagando o sorvete.

Depois de acabar de tomar o sorvete, fui para casa afundar no meu travesseiro e mergulhar em lágrimas. Mas me celular me interrompeu no meio do caminho, era Lisa.

– Ah, uma mensagem pra você no jornal, é do John. – disse ela. – Se eu não estiver enganada, ele quer que você o encontre hoje às quatro horas na escola. – não achei estranho por ela não ter perguntado onde eu estava e porque fui embora afinal eu sabia que ela sabia que eu estava morrendo aos poucos enquanto a tristeza só se fortalecia. – Se não quiser não vá. Espero que melhore, você vai ver que tudo vai passar, sempre passa. – sua voz ficou um pouco trêmula. – Beijos. – então desligou.

Eu não queria me encontrar com John, depois de tudo o que ele fez. Eu não poderia me encontrar com ele porque se fizesse estaria pondo em risco minha identidade secreta. Não eu não sou uma super heroína, mas até poderia ser. Por trás uma garota misteriosa, mas na verdade eu só sou uma garota insegura que está cansada de se surpreender pela vida e suas peças. Além de já ter posto em risco a identidade no encontro no parque. Mas uma coisa eu tinha certeza: teria que acabar com tudo aquilo e já. Não iria iludir ele assim como não poderia me iludir.

Às quatro horas, quando minhas lágrimas já haviam esgotado por um dia, quando meu rosto desinchou e ficou menos vermelho. Já com a roupa que Lisa passou em casa para deixar, fui até a escola, já disfarçada. Não sabia onde encontrá-lo, mas por sorte ou destino, o encontrei na área do gramado da escola, sentado em uma mesa.

Assim que me viu deu um sorriso, mas eu não pude retribuir e fui até ele.

– É tão bom vê-la de novo Secret Girl. – disse John beijando a minha mão.

– Mas será a última vez John. – falei puxando minha mão, ele me olhou confuso.

– Por quê? Eu fiz algo de errado? – perguntou. Como ele poderia ser tão cínico?

– Você beijou a Tiffany. – simplifiquei as coisas então ele encarou o chão.

– Eu posso explicar. – Por que sempre eram as mesmas palavras? Mas eu não seria enganada, nunca mais.

– Não venha com desculpas. – disse. – Eu sou boa, mas não sou besta.

– Então me dê uma chance. – falou então pedi para que ele prosseguisse. – Eu achei... Achei que você fosse a Tiffany. – o olhei confusa. – Você tem cabelos loiros e olhos azuis, ela também tem.

– Mas ela não é a única que tem além do mais quem te garante que eu tenha olhos azuis e seja loira? – falei revoltada.

– Então seus olhos não são azuis? – perguntou John confuso.

– Talvez, ninguém sabe e ninguém vai saber. – respondi pronta para ir embora, mas ele segurou meu braço.

– Ela me deu um tapa e me pediu para eu explicar porquê a beijei. – continuou a história. – Então expliquei que havia achado que ela era a Secret Girl. Mas ela não era e eu fiquei me sentindo muito mal. Fiquei torcendo para você não descobrir com medo de te perder. Mas você tem olhos por todo lugar e descobriu mesmo assim. Agora só espero que me perdoe por ter sido tão burro. Realmente achei que fosse a Tiffany e a carta sobre ela era um jeito de despistar todo mundo.

O encarei pensativa, não me sentia feliz por ter sido comparada com aquela cobra, mas tudo se encaixou então dei um meio sorriso o que para John significou muito.

– Tudo bem, eu te perdoou. – ele sorriu e me abraçou me levantando. – Mas... – o sorriso sumiu e ele me botou no chão. – Creio que não poderemos continuar.

– Se for por causa do fato de você ter medo que eu ao saber sua identidade deixe de gostar de você, pode esquecer. – se apressou a dizer John.

– Não. – disse. – Não é isso. O fato é que eu preciso de um tempo, para pensar se o que sinto por você é mesmo amor ou... Ou outra coisa.

– Entendo. – falou John meio triste. – Mas vou lhe esperar. – dei um sorriso meio torto.

– Tchau. – disse antes de me afastar. Meu coração não sabia mais o que estava sentindo. Paul, Matt, John, era tudo tão rápido.

Voltei para casa já com as minhas próprias roupas e me tranquei no quarto. Meu dia acabou com os pensamentos voltados a Matt e assim adormeci.

No outro dia de manhã, eu acreditava que não poderia ser pior. Mas talvez seria, quem sabe? Eu mesmo não sei. A carta da Secret Girl causou muito dessa vez, Jennifer parecia encantada, honrada e feliz, pela grande estrela do colégio ter feito a carta em sua homenagem. Apesar de não conter seu nome ou informação muito compatível, já que milhares de garotas sofrem 24 horas pelos garotos, mas mesmo assim a gente sabe quando é para gente, não sei explicar, só sei que somos garotas, o que nós dar esses “poderes” sobrenaturais.

– Eu nem consigo acreditar. – disse Jennifer para suas amigas entre elas estava Lisa e eu. – Como ela soube?

– A Secret Girl tem olhos por todos os lados. – falou Lisa.

– E ouvidos também. – brincou Beth, uma das melhores amigas de Jennifer. – Viu Jenny até a Secret Girl está torcendo por você. – ela deu um sorriso e se sentou com a amiga no fundo da sala.

No intervalo, notei que Matt não havia vindo para a escola e o Paul também não. Achei isso muito, muito estranho e fiquei preocupada. Até quando duas mãos taparam meus olhos.

– Adivinha quem é? – disse uma voz familiar, que eu sabia exatamente quem era.

– Papai Noel? – perguntei.

Harry riu e se sentou ao meu lado.

– Você parece brilhante, o que aconteceu? – perguntei.

– Hm... N-nada. – respondeu Harry desconfortável. Achei estranho, mas deixei para lá e Lisa veio se sentar conosco também. – Oi Lisa.

– Oi. – retribuiu Lisa.

– Quase me esqueci. – disse Harry se virando para mim. – Quero lhe dizer que fez um bom trabalho – murmurou. – Secret Girl.

– É sempre um prazer ajudar as pessoas. – falei. – Mesmo que eu não possa me ajudar. – a última parte foi um sussurro, mas eu acho que ele escutou.

No final da aula, fiquei esperando Mark na frente do colégio, ele estava demorando demais. Quando um ser maligno vem e fica bem na minha frente, tapando minha visão perfeita da rua.

– Então é você? – perguntou Tiffany. – Quem diria!

– Do que você está falando? – perguntei.

– Não se faça de tonta garota! – disse Tiffany irritada. Tonta eu? Deixa eu te dar uma tapa na cara que você vai ver quem é a tonta!

– Não estou afim hoje Tiffany, será que pode arrumar a sua agenda e botar me infernizar outro dia? – perguntei.

– Eu sei o seu segredo. – simplificou Tiffany e meu queixo caiu. Ok, ela deveria estar falando de outra coisa. Só podia ser, ela não poderia saber que... – Você é a Secret Girl. – Senhor! Como isso foi acontecer?

– O que você quer? – engoli em seco.

– Que você trabalhe para mim como minha empregada ou eu conto para a escola toda. – disse ela com as mãos nos quadris dando ideia de poder.

É, minha vida estava acabada, destruída, arruinada, e a culpa de quem era? Inteiramente minha! Por que raios fui escrever aquelas cartas para início de conversa?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Quanto mais melhor até porque já estou preparando o outro capítulo.