Secret Girl escrita por lubizinha


Capítulo 1
Capítulo 1 - O começo de tudo


Notas iniciais do capítulo

"Caro leitor, aqui estou eu. Contando essa história, a qual vocês espero que gostem e comentem. É triste saber que as melhores história começam com desastres. E essa não deixa de ser diferente. Então boa leitura.
Secret Girl"



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A minha vida só passou a ser interessante quando eu descobri os poderes que as palavras têm sobre as pessoas. No meu caso, começou no dia do meu enterro social.

Vocês não sabem quem eu sou e provavelmente nunca vão saber. Mas isso tudo começou com uma carta. Para você não saber a minha identidade, pode me chamar de Secret Girl e quando eu for me referir a mim à medida que conto as coisas, você poderá me identificar como ******. Não se trata de um xingamento, mas um jeito de me proteger contra a humilhação que é a minha vida. Tudo começou numa segunda-feira...

– Mark! – gritei na frente de casa. – O ônibus já chegou! Essa sou eu. Uma garota de cabelos castanhos escuros ondulados e longos, olhos azuis claros, rosto redondo e pequeno, uma garota de altura mediana. Minha vida sempre foi tranquila, mas não, aparentemente eu sou ótima em arranjar problemas.

– Já cheguei! – falou Mark fechando o portão de casa. Esse é o meu irmão mais velho, Mark, dezessete anos. Ele é alto, de cabelos castanhos escuros lisos e olhos verdes escuros. Algumas pessoas dizem que somos bem parecidos e outras dizem que somos totalmente diferentes. Tipo ele já pode dirigir, mas não, ele tinha que não ter conseguido a carteira e agora somos obrigados a andar de ônibus da escola.

Entrei no ônibus da escola e me sentei em um banco vazio na terceira fileira. Mark foi se sentar nos fundos com os seus amigos. Cumprimentou todos eles e começaram uma conversa animada, como sempre fazendo muito barulho e o motorista reclamando.

Bem, você deve estar pensando: que EU não tenho amigos, que EU sou invisível e que EU não sou popular (risos)... É, acertou. Apesar de que eu tenho uma amiga sim, a Lisa, minha melhor amiga, desde que tínhamos onze anos.

– Oi ******. – Era ela a propósito. Lisa é alta, de cabelos loiros ondulados longos e tem olhos castanhos claros, é bem magra e tem corpo de modelo. Mas por algum motivo ela é tão invisível quanto eu. Ok, um pouco menos.

– Oi Lisa. – disse enquanto ela se sentava ao meu lado no banco.

O ônibus começou a andar para a próxima casa e depois fomos direto para a escola. Sempre chegamos cedo então eu e Lisa ficamos conversando na arquibancada do ginásio e hoje não foi diferente.

– O que você fez no final de semana? – perguntou Lisa quando nos sentamos na arquibancada.

– Nada demais. Eu tive que fazer uma redação de quinhentas palavras que o professor vai pedir hoje e fui para o shopping com a minha mãe, comprar roupa de grávida. – respondi. A propósito, minha mãe está grávida de quatro meses. Ela não sabe se é menino ou menina, disse que preferia que fosse uma surpresa. – E você o que fez?

– Fui para a festa de aniversário do meu primo de sete anos. Sabe como é festa de criança, muito barulho, uma mesa cheia de doces e as crianças correndo de um lado para o outro fazendo bagunça. – contou Lisa. Eu e Mark tivemos muitas festas desse tipo. Bons tempos aqueles! As coisas são mais fáceis quando se é criança.

– John! – gritou um garoto de cabelos loiros e olhos azuis do outro lado do ginásio.

Meu coração começou a bater com o pronunciamento daquelas quatro letrinhas. Sim, como toda garota do ensino médio eu gosto de um cara que é muito popular e muito bonito para mim. Exagerei, talvez nem todas as garotas passem por isso, mas pelo menos a maioria. Enfim o problema é que ele não me nota, até aqui normal, só que eu já tentei de tudo!

Flashback on: Quarta-série – Peça da escola.

– Doroth! Doroth! – gritava um garoto fantasiado de leão.

Uma garota de cabelos lindos e sedosos, olhos azuis usava a roupa da Doroth e os sapatinhos vermelhos. Você deve tá pensando: Ah, é claro que é ela. Na verdade, não. Errou feio, eu sou a árvore atrás da Doroth tendo uma crise de alergia. Mas tipo, como coçar o nariz (tenho alergia a garotas metidas que nem a garota que está interpretando a Doroth. Brincadeira!) se árvore não tem braço e por isso os meus estão presos na roupa, no caso, no tronco.

Bem na plateia estava ele, John, assistindo com os seus colegas: Joshua e Lucas. Lá no fundo eu só havia entrado na peça com a intenção que ele me notasse.

Eu não me contive e bem no grande final da Doroth eu espirrei. Todos me encararam até mesmo John. A Doroth ficou com tanta raiva que quase voou para o meu pescoço de madeira, mas a professora a impediu e foi uma confusão só.

Depois disso no outro dia na escola todos riam de mim enquanto eu passava pelo corredor. Mas quando Lisa foi perguntar para John se ele conhecia uma garota chamada ******, ele respondeu que não. Ou seja, para ele a garota da peça era só uma garota da peça que nem sequer o nome se preocupou em saber. Triste.

Flashback Off

John atravessou o ginásio em direção ao seu amigo, o garoto loiro, o Joshua. Eles começaram um papo animado, eu os observava enquanto Lisa contava algo e eu não prestava atenção apenas assentia.

Quando o sinal tocou, eu “acordei” dos meus pensamentos e fomos juntas para a sala de aula. O John não era da minha sala e sim da sala ao lado. Suspirei triste enquanto passava pela porta.

As aulas transcorreram normalmente. Apesar de que a última aula não foi muito legal. O professor de Inglês, o Sr. Hunter. Pediu à redação que havia mandado todo mundo fazer. Então fui lá entregar ao ouvir o meu nome ser chamado, mas antes que eu voltasse para a minha cadeira ele me chamou e eu perguntei o que foi.

– Você fez um texto com 499 palavras e eu pedi 500. – falou o Sr. Hunter. Eu cruzei os braços, pronta para discutir se fosse necessário.

– Mas professor eu tenho certeza que...

– Que vai fazer outra redação de 900 palavras se não quiser ganhar um zero. – me cortou o Sr. Hunter entregando o papel com a minha redação. Ele nem sequer ia dar uma lida. O olhei irritada pronta para reclamar, mas sabia que não havia jeito. O Sr. Hunter me odeia desde a quinta série. Sabe quando a última pessoa que você quer que apareça, surgi do nada?

Flashback on: Quinta série – Sala de aula.

– Vamos rápido! Rápido! – falou Steve, um garoto da minha sala de olhos pretos e cabelos ruivos encaracolados. Ele e o amigo colocaram um balde d’água fria em cima da porta de forma que quem abrisse ia levar um banho. Mas eu e Lisa estávamos na sala de aula. Então eu me levantei da cadeira para acabar com a brincadeirinha deles. Só sei que quando cheguei perto da porta, eles correram de mim e eu revirei os olhos pela infantilidade. A porta se abriu e o Sr. Hunter entrou levando um banho. Ele tirou os óculos do rosto e me olhou com os olhos cheios de raiva.

– Para a diretoria AGORA! – gritou. Eu até contei para ele o que havia acontecido e para a diretora, mas o Sr. Hunter não acreditou e o Steve só fez negar dizendo que não havia feito nada.

Flashback off

Ainda bem que o Steve já saiu da escola já faz dois anos. Aquele garoto só sabia fazer confusão e fez uma grande na minha vida acadêmica. Agora as provas de inglês eram muito mais difíceis, do menor dos erros o Sr. Hunter tira todos os meus pontos.

Sentei-me na cadeira com raiva e esperei o sinal para o encerramento das aulas tocar.

– Por que você não vai até ele e diz oi? – Lisa estava falando de John. Já tínhamos saído da sala e estávamos na frente da escola. Mas não dava, ele era o garoto (em minha opinião) mais bonito da escola, além de ser muito popular e o capitão do time de futebol da escola. E lá estava ele com os amigos e algumas garotas bonitas. Suspirei, ele tem cabelos castanhos escuros com uma franja e olhos verdes claros. – Vai lá! – Lisa me deu um empurrão.

– Você tá doida? Não! – protestei.

– Se nunca tentar vai se arrepender. – disse Lisa.

Não acredito que estou fazendo mesmo isso, quero dizer, caminhando até ele. Na minha mente tudo o que eu escuto é: Para garota, para garota. Por que meus pés não estão me obedecendo? Ah claro, eles são fiéis ao meu coração. Já estava a cinco passos dele, mas a minha vida não é perfeita e muito menos um filme. E se fosse ia ser provavelmente um de comédia.

– Olha só quem está aqui garotas. – Lembra-se da Doroth? É, pois é. – Boba Banana não sabe mesmo se vestir. – Não acredito que ela ainda me chama assim! Só porque na sexta série eu escorreguei e cai no chão por causa de uma banana no meio do refeitório. Tipo que pessoa normal deixa uma banana no chão? Não, não era só a casca.

– Sai daqui Tiffany. Eu tenho uma coisa importante para fazer agora. – falei empurrando ela, mas a garota era como carrapato e voltou a bloquear o meu caminho.

– O que? Vai começar a ter uma vida? Ah, espera! Você não pode, é uma Zé ninguém. – disse Tiffany e as garotas a sua volta começaram a rir.

– Como você é hilária! Deveria mudar o nome para Palhaça, combina mais com você. – falei, enquanto via minha chance de falar com John ir embora. Ele já estava atravessando a rua. Tiffany falou algumas coisas as quais não escutei, então a deixei falando sozinha enquanto ia até Lisa. – Já era.

– Amanhã talvez...

– Não, não tem amanhã. – disse chateada. A minha repentina coragem já fora embora.

Tive que esperar Mark para irmos para a casa no ônibus. Na volta Lisa não ia já que o pai dela a pega na escola, de forma que eu ficava sozinha.

Quando cheguei em casa, tomei um banho, almocei e fiz as tarefas. Quando já tinha as acabado voei para o meu computador e Lisa estava online. Começamos uma conversa em vídeo.

– Eu estou tão irritada. Meu dia foi horrível! – disse para Lisa.

– Ó maninha, tira o lixo pra mim. – falou Mark invadindo o meu quarto.

– Mark, já disse para não entrar assim no meu quarto! Além do mais é sua vez de tirar o lixo. – disse cruzando os braços.

– É, mas eu vou sair com uns amigos e mamãe já foi para o clube do livro. – começou Mark, revirei os olhos e expulsei-o do meu quarto.

– Já volto Lisa. – falei para ela.

Fui até o lixo e o tirei. O que levou certo tempo porque ele estava pesado e eu com preguiça. Depois voltei para o meu quarto.

– Pronto. O que eu dizia? Ah sim! Minha vida tá um saco! Eu me sinto sufocada, desculpa amiga, mas às vezes desabafar com você não é o suficiente. Eu preciso fazer alguma coisa para liberar toda essa tensão.

– Então faça uma carta.

– O que? – perguntei confusa.

– Minha prima faz psicologia e ela diz que o melhor jeito de desabafar ou é conversando ou escrevendo. – respondeu Lisa. – Faça uma carta como se fosse dar para aquelas pessoas que fizeram parte do seu dia, só que você não vai dar para elas, você depois joga no lixo. Acredite, ajuda mesmo. Tentei isso quando os meus primos ficaram aqui em casa mexendo nas minhas coisas.

Pensei a respeito e cheguei à conclusão que era uma boa ideia, afinal eu não iria enviar a carta para eles.

Procurei no meio dos livros e dos cadernos alguns papéis de carta que eu costumava colecionar antigamente.

– Vejamos para quem primeiro eu vou escrever... – falei com a mão no queixo. - Ah, já sei!

Caro John,

A vida é muitas vezes cruel conosco. Por isso que até agora você não sabe que eu existo. Mas eu sei que o destino vai ser bonzinho e dar um jeito de nós encontrarmos no meio do caminho. O amor é algo cego, mas eu sei que no final você vai começar a me enxergar melhor. Assim como eu o enxergo. Quando ouço o seu nome meu coração dispara e eu não consigo controlá-lo, minha mente fica dando voltas em seu sorriso e meus olhos procuram os seus em todo lugar que eu vou. Parece que estou em algum dos livros de Jane Austin, porque fico tão boba com esse sentimento. Fico me perguntando o que tenho que fazer para você me notar e me pergunto também porquê não me notará ainda. Não quero parecer melosa ou uma boba apaixonada, talvez seja uma hipérbole essa carta, mas é como eu me sinto em relação a você.

Secret Girl”

Não é que a Lisa estava certa? Senti-me tão leve, tão bem assim que terminei de escrever a carta. Havia assinado Secret Girl porque foi à primeira coisa que veio na minha cabeça então não espere uma história do motivo do nome, porque não há. Apenas me pareceu apropriado afinal mesmo que eu jogue fora essa carta acho que meu nome no final não ficaria mais bonito tanto quanto um pseudônimo. Então eu peguei outra folha para escrever outra carta, essa era para o meu querido professor de português.

“Sr. Hunter,

Se eu pudesse mandava o senhor para a Antártica para viver com os pinguins. O senhor é ridículo. Não sabe separar o trabalho dos problemas pessoais. E além de que você usa uma gravata borboleta ridícula! Tipo se você fizesse uma prova de moda tiraria zero. E agora quem é que está em recuperação? Talvez as minhas palavras não sejam tão pomposas como você gostaria que fossem, mas é melhor uma redação com uma ideia genial e erros gramaticais do que uma redação vazia sem nenhum erro a qual você vai ter que ler milhões de vezes de tão chata. Como sou uma garota de classe irei acabar aqui antes que comece a usar palavras inadequadas para descrever o senhor e seu método de ensino.

Secret Girl”

Respirei fundo e que alívio eu senti. Mas ainda faltava mais uma pessoa.

“Senhorita Tiffany,

Você deveria se olhar mais no espelho porque se você se acha melhor do que os outros é porque realmente você não conhece ninguém na face da terra. Tratar as pessoas mal do jeito que você trata gera ódio dentro delas. Todo mundo pode ficar atrás de você como se fosse à última bolsa da Louis Vuitton no estoque, mas por trás as pessoas querem lhe destruir. Os seus inimigos são incontáveis e isso inclui os seus amigos no mesmo grupo. Você deveria tomar cuidado com o que diz e faz porque um dia você vai se arrepender dessas coisas quando elas voltarem para você. Você quer saber se eu sou sua amiga ou inimiga? Será mesmo que existe alguma diferença.

Secret Girl”

As cartas não eram muito longas, mas as palavras carregavam um grande peso, o qual saiu das minhas costas e foi para o papel.

– E então amiga? – perguntou Lisa. Eu tinha me esquecido que ela estava ainda ali no chat.

– Me sinto bem melhor. – respondi sorrindo.

– Então já sabe não é? Se sentir que precisa botar pra fora é só escrever. – disse Lisa, ouvi a voz da mãe dela chamando. – Tenho que ir amiga, beijos. – acenei enquanto desligava a conversa em vídeo.

Como não tinha nada para fazer resolvi passear pela rua. Na rua todo mundo se conhece além de ser muito segura. Na maior parte do tempo fiquei olhando para o céu e pensando se algum dia a minha vida ia deixar de ser desse jeito, como se eu vivesse no filme “adolescente em crise”. Quando voltei para casa já era tarde, meu irmão e meus pais já haviam chegado. Fui dormi já que estava exausta por ter andado muito e amanhã seria um longo dia. E eu nem sabia o quanto.

“Comentários a parte:

Bem... Oi pessoal. Aqui estou eu Secret Girl... De novo. Vim para dizer a aparência daqueles que fazem a minha vida ser... Bem, a minha vida. A Doroth ai, quer dizer, a Tiffany é loira dos olhos azuis. A Lisa tem cabelos castanhos claros e olhos de mel. Já o Mark tem cabelos pretos e olhos verdes. Eu... Euzinha, tenho cabelos castanhos escuros e meus olhos são azuis (Não, por que? Por que eu fui puxar ao meu pai nos olhos e não na minha mãe? Eu acho mais bonito olhos verdes, sem ofensa. Acho que de vez em quando todo mundo procura algo que nunca vai ser.). Falando no meu pai, nesse capítulo ele não aparece, ele é um homem que trabalha muito entende? Ainda mais agora com a chegada do tão esperado bebê. O Mark quer que seja um garoto, eu prefiro uma garota. Já basta um irmão chato, tá legal, ele é popular na sala dele e eu sou invisível na minha. É, a vida dele é perfeita... Mas a minha... Enfim no próximo capítulo vocês vão vê como eu sofro demais (e também sou dramática). Então tá...

Beijos de... Secret Girl"


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