Uma Prova de Amor escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 3
Capítulo 1 - Entrevista




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Capítulo 01 – Entrevista

“Quando Deus fecha uma porta, ele pode estar abrindo uma janela.”

(Autor desconhecido)

Londres, 2011.

“Bom dia, Londrinos! Mais um dia de nuvens parciais e chuva no final da tarde. Também vai estar fresco, não esqueçam seus casacos quando saírem de casa!” O rádio-relógio de um dos quartos da quitinete anunciou o início de um novo dia.

- Raios, Bella, não podia usar um despertador comum?

- Não. Essa rádio tem previsão do tempo. – Bella comentou. – Allie, não saia de camurça hoje, vai chover.

- Hum, obrigada. – Ela sorriu.

Era início do mês, um dia parcialmente claro em janeiro, com um frio rigoroso durantes os primeiros meses do ano. Bella pegava seu casaco mais grosso, arrumava os cabelos e saia do apartamento com Alice Brandon, sua melhor amiga. Alice tinha um carro velho, que foi pago a prestações baixas e quase infinitas; as duas moravam num apartamento pequeno – de dois quartos -, com sala e cozinha em mesmo ambiente. Alice trabalhava numa boutique, tinha um salário bom, mas não tão bom quanto queria que fosse.

Já Bella, apelido de Isabella, era, com muito custo – e louvor, diga-se de passagem -, estudante de Medicina, pela Universidade de Oxford. Ela queria se especializar em oncologia ou cardiologia, porém precisava terminar a faculdade e conseguir um bom emprego, já que não existiam bolsas integrais para a pós-graduação. Atualmente, ela não trabalhava, desde que se despediu de seu antigo emprego, quando seu chefe tentara assediá-la, Bella não conseguira emprego em qualquer outro lugar.

Naquela manhã, já tinha algumas entrevistas marcadas. Todas eram em clínicas e hospitais, agendadas pela simpática Srta Cope, uma funcionária da agência de empregos. E foi lá que Alice a deixou às nove horas.

Bella se dirigiu ao balcão, pegou sua senha e sentou numa das cadeiras.

- Consegui uma entrevista no hospital do centro. – Disse a atendente, ao vê-la.

- Isso é ótimo. Preciso urgentemente de um emprego. – Bella concordou, sorrindo.

- Talvez você se dê melhor agora, que vai tentar algo na sua área. – A Srta Cope acrescentou. – Não existem muitas que são um prodígio na medicina, Isabella.

- O problema é ser novata. Sem experiência. – Bella resmungou.

- Encontre este médico, esteja no escritório dele às 15 horas. Não se atrase. – Ela alertou-a. – Mas talvez, ele se atrase um pouco, afinal ele tem uma cirurgia às 13 horas.

- Não sem problemas. Estarei lá.

- Eu ouvi dizer que ele costuma admitir novatas. E que depois, quando elas precisam sair, as recomenda. É sua chance!

Bella agradeceu e saiu da agência. Pensou em ligar para Alice e contar, mas preferiu não o fazer. Ao invés, sentou-se num banco de um Café Donnut’s e pediu uma rosquinha e um cappuccino. Não podia se dar ao luxo de gastar muito.

“Carlisle Cullen, Dr. Especialista. Mestre. Oncologista” Ela leu no cartão de recomendação. Cullen não lhe era um sobrenome estranho, já tinha ouvido em algum lugar, mas não sabia onde.

Com quatro horas de intervalo, decidiu pegar um ônibus até as extremidades de Londres, na saída para Oxford, onde havia um cemitério simpático – se é que cemitérios podiam ser simpáticos – e uma capelinha muito conhecida. Ela desceu do veículo e caminhou até a lápide branca.

- Oi Emma. – Bella sibilou, colocando uma única margarida no túmulo. – Desculpe, não tenho dinheiro suficiente para um buquê inteiro... Hoje tenho uma entrevista com um Cullen...

- Bella? Isabella Swan? – Alguém a chamou.

- Ah, oi, padre. – Bella sorriu.

- Quanto tempo, minha filha, como está?

- Batalhando. Hoje tenho uma entrevista. Ore por mim. Preciso desse emprego mais que tudo, senão as coisas vão piorar. – Ela riu, nervosa. – Alice não vai conseguir pagar tudo sozinha...

- Sei como é difícil. Mas eu tenho bons pressentimentos sobre você. Vai dar tudo certo. Se precisar de alguma ajuda, não hesite em vir falar comigo, nós daremos um jeito. – O padre disse sorrindo, dando um abraço gentil na menina.

O padre a chamou para um chá antes que ela fosse embora. Os dois seguiram para a pequena casinha no fundo da capela, onde ele ofereceu uma xícara fumegante de chá preto e algumas fatias de pão caseiro, feito por uma das fiéis da igrejinha.

Por volta de uma e meia da tarde, Bella decidiu que deveria ir. Não sabia quanto tempo iria levar para encontrar o hospital e muito menos que caminho fazia para ir até lá, e não queria se atrasar. O próximo ônibus passou em torno de quinze para as duas. Até que ele fizesse todo seu percurso e parasse no centro, já se passavam das duas e meia.

- Deve ser aquele prédio grande, estilo Hopkins¹. – ela disse para si mesma, quando avistou a grande placa anunciando o hospital.

Quando entrou, se viu num ambiente totalmente diferente. Um ambiente do qual conseguia ver-se trabalhando ali, correndo e vestida de branco, carregando uma caneta e uma prancheta na mão. Depois de falar com a recepcionista, subiu ao décimo segundo andar, a ala de oncologia. Caminhou até o final do corredor e vislumbrou a larga porta branca, com o nome do médico. Bella sentou-se numa das cadeiras que havia ali e esperou.

Por volta das quatro horas, um homem de cabelos louros e olhos cor de ocre, apareceu frente a ela.

- Isabella Swan, certo?

- Sim. Boa tarde, Dr. Cullen. – Ela cumprimentou-o.

- Entre, por favor. – Ele sorriu gentilmente.

Dr. Cullen indicou a poltrona em frente à grande mesa, enquanto retirava seu jaleco e o trocava por outro. Depois, sentou-se e abriu a pasta com os arquivos de Bella.

- Medicina. Vai se especializar em que área? Já sabe? – Ele perguntou.

- Bem, talvez em oncologia ou cardiologia. Estou mais para oncologia. – Ela respondeu, um pouco nervosa.

- Agora me diga, por que a oncologia? – Ele ergueu uma sobrancelha, fazendo a mesma pergunta que fazia a todos os que chegavam a ele.

- Eu... – Ela suspirou quando sua vista enegreceu com uma triste lembrança. – Eu tive uma irmã mais velha, ela se chamava Emma. Tinha câncer. Ela morreu há alguns anos e eu decidi, desde pequena, que “queria estudar para fazer crianças como Emma melhorarem”.

- É uma boa causa. – O médico respondeu sorrindo. – E pelo que posso ver aqui, você se aplicou muito aos estudos. Não são todos que conseguem uma bolsa integral para a faculdade, ainda mais sendo Oxford.

- Eu fiz o que pude. – Bella respondeu com certo orgulho.

- E como o fez. – Carlisle falou. – Tem alguma experiência na área?

- Não. – Bella disse. Nesse momento, tremeu por dentro. – Algumas pessoas têm receio em contratar novatos.

- Já trabalhou em algum hospital ou clínica antes?

- Não.

- Mas seus estágios foram no Hospital Universitário?

- Sim. Vou fazer os estágios na área de oncologia ano que vem. – Ela disse novamente.

- Entendo... – Ele murmurou.

- Me desculpe, eu... Eu deveria ter me preparado mais para não fazer o senhor perder seu tempo. – Bella murmurou, ajeitando sua bolsa, antes de se levantar. – Mas o que ela não sabia, é que Carlisle já tinha aceitado-a em um cargo.

- Mas eu ainda não dei meu veredicto. – Ele sorriu. – Você é muito inteligente e aplicada. Quero que fique trabalhando comigo, como minha assistente e secretária. Se quiser posso assinar para você como estágio, até que dê todo o período. Depois podemos registrá-la. Você será uma excelente profissional, Isabella. O que eu puder fazer para ajudá-la, eu farei. – Ele dizia sorrindo.

- Eu aceito. Não me importo, só... Só preciso de um emprego. E um salário, nem que seja baixo. Eu só preciso... Acabar com essa maré de azar que é a minha vida... – Ela desabafou.

Carlisle levantou-se e caminhou até Bella.

- Fico feliz em poder te ajudar, Isabella. Eu não fazia idéia de que precisava tanto deste emprego.

- Você nem faz idéia, Dr. Cullen. – Ela respondeu.

- Não, chame-me de Carlisle. – Ele sorriu. – Todos nós temos bons motivos para ajudar alguém que precisa. E eu tenho a impressão de que você será muito bem vinda aqui e que ainda terá um papel importante a desempenhar, Bella. Vamos só esperar para descobrir qual é.

- Oh, Deus. Obrigado. Obrigado. – Ela apertou firmemente a mão dele.

- Normalmente eu espero a semana seguinte para que um recém empregado comece, mas farei uma exceção. Esteja aqui amanhã às oito horas. Branco. E não se preocupe, faço questão de lhe dar um jaleco do hospital. – Ele sorriu. – Agora vá comemorar, porque amanhã começa sua nova vida, Bella.

Bella agradeceu mais umas três vezes antes de sair dali. Estava quase correndo pelos corredores, mas conteve-se. Um hospital, B. Um hospital. Ela lembrava-se a todo instante. Quando chegou a rua, percebeu que já eram em torno de cinco e meia e Alice sairia em meia hora. Tempo suficiente para ela chegar na boutique e pegar a amiga ainda por lá.

Algumas quadradas depois, se viu em frente a loja e viu Alice vindo em direção à saída.

- Oh, esqueceu a chave, Bella?

- Não. – Bella sorriu. – Consegui, Alice.

- Oh meu Deus!

- Eu consegui um emprego! – Bella exclamou.

- Isso merece uma comemoração! Vamos a uma lanchonete, comemos um lanche e tomamos coca-cola. – Alice riu, pois não ligava se sua situação financeira não estava tão boa, e também não ligava se era por causa de Bella, mas sabia que as coisas um dia iriam melhorar. – Me conte tudo.

- É no hospital do centro. Vou ser assistente e secretária do Dr. Cullen.

- Oh, aquele médico loiro e bonito? – Alice arregalou os olhos. – Soube que ele é muito legal. E que a esposa dele é um anjo.

- Dela não sei, mas ele sim. E posso começar amanhã mesmo! – Ela disse com certa empolgação.

- Fico muito feliz, Bella. Muito. Mesmo. As coisas vão melhorar para nós duas. Eu vou sair desse ninho de cobras e você vai, finalmente, exercer sua função. – Alice dizia. – Eu tenho um bom pressentimento sobre isso. Você vai ser importante naquele hospital.

- Oh, Deus te ouça, Allie. Deus. Te. Ouça. – Bella disse devagar, antes de tomar um gole da coca.


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