Uma Prova de Amor escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 12
Capítulo 10 - Mandado




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Capítulo 10 – Mandado

Bella

“Os olhos são as janelas da alma.” Alguém disse certa vez, embora eu não saiba o nome, ou sequer me lembre de onde eu tinha ouvido; só o que eu sabia era que esse cara tinha razão. Ao ver o olhar de Jane, eu sabia que estava fazendo a coisa certa, ou no mínimo, que eu estava no caminho certo.

- Obrigada, Bella. – Ela sorriu. – Você encontrou!
- Agradeça ao Edward quando ele voltar aqui. – Eu disse a ela. – Mas ainda temos muito pela frente, Jane.
- Olhe, posso parecer criança e desentendida, mas não sou. – Ela sentou-se. – Eu sei que não estou bem, justamente por causa dele maldito tutor e daquela velha! Eu não me lembro de muita coisa, eu só sei que estou, estava, com eles desde pequena. Se o Edward precisar, mande que vá à casa dela...

Então Jane me passou o endereço. Eu posso não saber sobre direitos e leis, mas eu sabia que aquilo seria o motivo perfeito para a acusação que Edward procurava. Anotei o endereço na minha prancheta e prometi que passaria ao Edward mais tarde.

- Bem, você precisa dormir. – Falei. – Está com fome? Posso pedir que tragam alguma coisa...
- Eu adoraria tomar uma caneca gigante de leite quente com achocolatado. – Ela encarou-me com os olhos brilhando.
- Vou pedir que tragam. Por favor, depois durma. Você precisa descansar.
- Ok.

Saí do quarto dela quando meu expediente já estava encerrando. Eram oito horas e eu ainda deveria ir até o escritório ver se todos já estavam prontos para que eu os levasse até o hotel. Quando avistei a enfermeira, fiz o pedido para Jane e segui o corredor, até a ala mais iluminada. Bati na porta e adentrei.

- Então, podemos ir? – Perguntei.
- Si, per favore. – Aro sorriu. – Ela está bem?
- Perfeitamente. Vai dormir dentro de alguns minutos. – Respondi ao senhor.
- Bella, depois que for ao hotel, por favor, peça ao motorista que a leve para casa, não tem necessidade de voltar aqui. – Carlisle informou-me.
- Tudo bem.
- Diga ao motorista para voltar pro hospital e me esperar no saguão.
- Sim, o farei. Poderia, por gentileza, entregar isso ao Edward? Diga a ele que é um endereço de onde Jane morou. – Entreguei-lhe um pedaço do papel com o endereço anotado. – Vamos?

Edward

- Senhor, Edward? Os senhores Emmett e Jasper estão aqui para vê-lo. – George, nosso mordomo, disse-me.
- Mande-os entrar, e peça a Lena para preparar a mesa para o jantar. – Avisei.

O mordomo saiu e eu continuava relendo as folhas que eu tinha em uma pasta sobre o caso “Jane”. Certidão de nascimento falsificada, nenhum endereço, nenhum telefone, e só um histórico médico que falava sobre alguns problemas respiratórios e uma anemia leve, há alguns anos atrás. Pelo menos, até que meu pai me ligara, dizendo-me que Bella havia conseguido um endereço com Jane.

Eu estava ferrado!

- Hey! – Ouvi Emmett bradar.
- Boa noite, Ed. – Jasper cumprimentara-me.
- Vamos sair daqui, não quero ver esses papéis. – Resmunguei. – Querem beber alguma coisa?
- Sem álcool. – Jasper deu de ombros.
- Tudo bem. George, por favor, peça para Lena colocar refrigerantes à mesa. – Eu ri, porque era estranho eu estar falando em refrigerantes, quando normalmente, eu iria direto para alguma vodka ou cooler.

Nós três seguimos para uma pequena sala de jogos que havia próxima a sala de estar. O ambiente era todo decorado com móveis escuros; a porta do lado de dentro era de madeira escura e a parte externa, em branco, um carpete preto, com mesa de bilhar, para jogos de cartas, guitar heroes, jogos de ação, realidade virtual... Era uma sala de entretenimento completo. As vantagens do dinheiro...

- Viemos porque não o vemos há dois dias, ficamos preocupados. – Jazz murmurou.
- Eu devo ficar preocupado, sem álcool? – Ergui uma sobrancelha.
- Quero ficar sóbrio, eu... Andei tendo alguns problemas médicos. – gelei, por que dentre nós três, Jasper era o mais centrado.
- Que tipo de problemas? – Eu não podia pensar em perder mais alguém.
- Não se preocupe, não passam de enjôos e algumas dores de cabeça. Só, preciso me cuidar. – Ele sorriu. – Mas não viemos para falar de mim, Ed, é sobre você.
- O que acontece com você? Nem te vimos esnobar mais ninguém, ou deslumbrar alguma gata do campus... – Emmet comentou, passando os dedos pelos cd’s.

Suspirei.

- Estou trabalhando num caso. Meu pai pediu ajuda.

Então eu contei tudo o que eu sabia e como eu me sentia perdido. E, principalmente, como eu me sentia em relação a situação da garota. E como eu vi ela chorar quando viu os parentes, ou como ela quase morreu.

- Eu vi... Eu a vi quase morrer. – Passei os dedos entre os fios de cabelo.
- Seu pai a socorreu?
- Não, Emm. Foi Isabella quem a socorreu. – fechei as mãos em punhos. – Ela... Esqueçam. Vamos jantar, meus pais chegaram, vão gostar de tê-los aqui.
- Ok, a comida da Maria é ex-ce-len-te! – Emmett gargalhou. – Vamos sair, você precisa. Não vamos abusar. Prometo.
- Tudo bem, Emmett.

Invariavelmente, eu me sentia perdido. Eu continuava tendo sonhos perturbadores em que Josh me repreendia por fazer minha mãe sofrer e por maltratar Bella; e as imagens da garota loira quase tendo um ataque e morrendo, bem em frente aos meus olhos, me chocara. Eu não conseguia entender como Isabella e meu pai conseguiam lidar com isso, com o fato de que, a cada dia, um paciente podia morrer.

Eu estava impressionado. Foi assim que Josh morreu?, eu perguntava a mim mesmo várias vezes por dia. O que ele sentiu no acidente? Foi mesmo um acidente?, eu continuava me perguntando e, ainda mais, me perguntava o porquê de eu mesmo, na época, não querer saber o motivo. Porém, mesmo sonhando com ele e vendo suas fotos, minha dor continuava a mesma.

O jantar, diferente das outras vezes – as que eu bancava o babaca e fazia minha mãe chorar -, foi bom. Emmett nos fez rir, Jasper disse que estava apaixonado e minha mãe sorria e os aconselhava. Os dois foram embora por volta das onze horas.

Sóbrios.

- Está funcionando, querido? – Ouvi minha mãe perguntar, quando eu passava em frente a biblioteca. – Acha que isso vai trazer Edward de volta?

Não quis ouvir mais. Eu tinha medo da resposta do meu pai.

Nessa noite, eu não tive sonho algum, apenas ouvi a voz de Josh, que dizia que eu estava fazendo algo bom. E dormi feliz, como uma criança que acabava de ouvir uma história infantil.

E no dia seguinte, eu percebera que meus tormentos estavam apenas começando. Fui para a faculdade como de costume e, logo em seguida, para o escritório de Charles, onde eu deveria continuar estudando sobre o caso.

- Edward? – Dr. Charles chamou-me, logo no início do expediente. – E então, como está seu caso?
- Consegui um endereço, acho que posso ver se consigo um mandado de busca com a polícia, e com os documentos que o hospital me forneceu. O problema é que mandados demoram tempo demais. – Relatei. – Não temos tempo.
- Vou ver se consigo falar com um juiz. Quer dar uma ida comigo ao tribunal?, tenho alguns assuntos pendentes e você vai gostar de ver.

Eu assenti.

Charles era advogado, dono da empresa onde eu trabalhava, também era amigo de Carlisle há anos. Um homem influente em Londres e que conseguia qualquer coisa, de qualquer pessoa, a lábia personificada. Era casado com Makenna, uma mulher de meia idade, com traços latinos, dona de uma rede de lojas inglesas de roupas femininas; formavam um casal importante.

Saí no carro de Charles e nós fomos ao tribunal. Ele estava tendo uma conversa importante com o promotor, sobre o estupro da tal menina, há alguns dias atrás. Meu pai encerraria o expediente às oito horas da noite, se eu conseguisse o mandado assinado agora, talvez ainda hoje pudesse ter uma prova irrefutável¹ para o caso Jane. Tudo dependeria de como o juiz iria ver esta prova irrefutável.

- Então, quem é este jovem, Charles? – O juiz perguntou, enquanto saíamos de seu escritório.
- Este é Edward Cullen, filho de um amigo meu. Está cuidando de um caso que, talvez, precise de seu auxílio. – Charles apresentou-me.
- Muito prazer, meritíssimo. – Apertei-lhe a mão.
- Tenho alguns minutos até chegar ao carro. – Ele falou.
- Menina de 15 anos, diagnosticada com anemia crônica, por uma das médicas do meu pai. Recentemente sua doença progrediu e ela está começando a quimioterapia, está com leucemia mielóde aguda. Os avôs maternos vieram da Itália, alegando abandono, por parte do tutor e avô paterno da menina. O avô paterno foi acusado por ter tirado a menina dos pais e, agora precisamos de uma prova incontestável, para dar a guarda aos avós maternos e a madrasta. – Contei-lhe rapidamente. – E esperar um mandado é perda de tempo, ela está com câncer, não tem tempo.

Ofeguei quando paramos de andar. O juiz abriu a porta do carro importado, colocou sua maleta no banco do carona e puxou uma caneta do bolso.

- Eu espero que essas provas sejam mesmo incontestáveis, porque se não forem, os advogados do réu podem alegar difamação, calunia, e ainda por cima contestar essas provas. – Ele alertou-me.
- Mandado de busca para a residência fechada que o tutor morava e a casa do avô... Nem que eles não estejam em casa, eu entro lá ainda hoje!
- Gostei de conhecê-lo, Edward Cullen. Pegou um caso interessante, vou acompanhar de perto. – O juiz sorriu. – Traga-me essas provas analisadas pela perícia o mais rápido possível, faça com que elas estejam na minha mesa amanhã cedo. E eu farei com que uma ordem de apresentação no tribunal seja expedida amanhã de tarde.
- Muito obrigado. – Agradeci.

Voltei a empresa e peguei minha maleta, eram cinco horas da tarde, eu tinha meia hora para investigar a casa, e, até as seis horas, mandar a perícia; se eu fosse rápido, conseguiria mudar a vida de alguém. E, quem sabe, eu poderia fazer isso para mim mesmo também, como Josh faria.


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Notas finais do capítulo

Oi gente :3
Depois de algum tempo, finalmente apareci :) Estava meio pcupada com os ultiumos dias de aula ante sdo feriado e com alguns assuntos pessoais, então não tive tempo de passar aqui e, muito menos, de escrever em qualquer fic.
E então, o que estão achando do Edward? Acham que ele vai mudar? Acham que vão conseguir salvar a Jane e que tudo vai ficar as mil maravilhas? Quero saber de tudo... Aliás, quero comentários de todas, se não eu em recuso a postar.
Comentem e recomendem.
beijinhos,
@ninaxaubet