Uma Prova de Amor escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 11
Capítulo 09 - Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, nos falamos lá embaixo.
Boa leitura.



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Capítulo 09 – Reencontro

Bella

- ... E sobre o desenvolvimento desses seres, podemos dizer que a doença sim, é progressiva. – Eu dizia em frente a sala de aula, no penúltimo tempo. – As células cancerígenas, diferentes dessa doença atacam os glóbulos vermelhos, fazendo com que a produção de linfócitos fique maior que a de hemoglobinas...

Eu estava apresentando um seminário, sozinha, para meu terror. O assunto era discorrer sobre o diagnóstico de uma doença, parecida com o câncer, porém diferente. E devo dizer que a disciplina de diagnósticos era a que mais me interessava, depois da oncologia.

A sala olhava para mim como se eu fosse uma et, uma nerd ou algo do tipo. Havia as meninas ricas, metidas a princesas e donas do campus, essas me olhavam de cima a baixo, julgando-me pela calça jeans e o all star. Alguns dos garotos me olhavam de cima a baixo, provavelmente tentando adivinhar o que havia abaixo do meu jaleco... Era por isso que eu preferia lidar com os problemas do hospital.

Terminei a apresentação em cerca de vinte minutos, recebi boas críticas do professor e esperei até o final do último tempo, para encontrar Alice e Christine, para ir almoçar. Nós três estávamos passando pelos corredores principais, largos, com janelas grandes e portas-dupla altas, tudo em madeira maciça, lembrando muito algo barroco ou colonial, quando encontramos com Rosalie King.

- Olá! – Ela disse-nos, empolgada, fazendo seus cachos louros balançar.
- Oi, Rosalie. E aí, tudo bem? – Perguntei. – A propósito, esta é Christine, faz Matemática.
- Oi, Chris. – Ela cumprimentou-a com dois beijinhos no rosto. – Bem, parece que virei pombo correio do idiota do Edward... Então, deixe-me dar o recado: Edward quer ir com você ao aeroporto buscar os tal Voltos, Volturos, Volturis... Ou seja lá que raio de sobrenome é esse.
- Volturi. – Corrigi. – Tudo bem, eles irão chegar às seis horas.
- Vou avisá-lo. – Ela sorriu. – Vocês vão almoçar? Emmett e Jasper querem ir num restaurante de comida italiana, fica aqui perto...
- E o Edward? – Alice perguntou.
- Não sei. Ele está meio atarefado com qualquer coisa no escritório, disse que ia ficar por lá mesmo. Saiu quase correndo agora pouco. Vamos lá. – Ela piscou para Alice, que ficara imediatamente vermelha.

Nós três nos juntamos aos amigos de Rosalie que, diferente de Edward, não nos desprezava, pelo contrário, mostravam-se, sempre abertos a um novo grupo de amigos. Eu só não esperava me juntar ao mesmo grupo de amigos que Edward, o arrogante.

Caminhei ao lado deles até a saída do campus. Como eu esperava, o restaurante era ao lado do campus, restaurante universitário. Nós fomos direto ao Buffet e depois seguimos para a mesa. Peguei três rolinhos de canelonis, arroz branco, um escalope e pedi uma coca-cola. Eu tinha quarenta minutos para ficar ali, de bobeira.

- Então... – Emmet deu de ombros.
- Vamos, Emmett, pergunte o que quer saber. – Christine riu, enquanto tomava um gole do suco.
- Ora, não quero perguntar. A não ser... Por que o Ed te odeia, Isabella?
- Direto você. – Eu ri. – Me chame de Bella. Bem, nós temos nossas diferenças.
- Querido, se ela não quer falar, não é você que vai fazê-la falar. – Rosalie ergueu uma sobrancelha.
- Ignore-o, Bella. Emmett é assim mesmo. – Jasper murmurou, pousando seus olhos sobre Alice, que estava amuada, apenas comendo sua refeição. – E você não fala, Alice?

A forma como as cinco letras que formavam o nome de Alice foram pronunciadas, foi pura provocação, com aquele toque que eu não sabia dizer o que era; porém, os dois ficaram encarando-se por alguns instantes, até que Alice resolvera sair do silêncio.

- Sim, eu falo, Jasper. – Ela pronunciou pausadamente cada sílaba do nome dele.
- Você parece não falar muito. – Ele declarou.
- Não, você parece não falar muito. Alice é o oposto. – Alice ficara vermelha.
- Não tem por quê. – Jasper sorriu, exibindo os dentes brancos e fazendo com que seus olhos verdes cintilassem. – Eu gosto de pessoas que falam.
- Gosta?
- Gosto.

Emmet, que pareceu querer tirar algum sarro dos dois, ficou quieto com o beliscão de Rosalie. Não era o momento apropriado. Talvez ele deixe para depois, pensei, tentando evitar um sorriso.

- Bem, isso é algo incomum. – Emmett murmurou.
- Chega. – Jasper cortou-o.
- Hey, man, relaxa, estou apenas fazendo uma observação. – Ele deu de ombros.

Eu não fiquei para ouvir o final da conversa. Meus quarenta minutos passaram voando e eu precisava correr para o hospital, porém, se não fosse Jasper, que me deu carona, eu realmente teria corrido pelas quinze quadras.

Alice ficara no campus para terminar um trabalho, e logo depois iria para a loja. Rosalie saiu com Emmett, abraçada, andando pelo gramado do campus com seu cabelo ondulado balançando pelas costas. Christine correu, sua aluna de aula particular estava esperando-a em casa em meia hora.

- Bella.
- Hum?
- O que Alice tem? – Jasper perguntou, quando parou o carro no farol. – Ela não pareceu ela.
- Realmente ela não estava sendo ela. – Eu murmurei. – Mas não acho correto que seja eu a pessoa a contar sobre o passado dela, Jasper. É melhor que ela mesma conte a você.
- Entendo. – Ele voltou seu olhar para o trânsito.
- Só... Seja lá o que você sinta por ela... Tenha certeza antes de dar algum passo. Alice não é tão forte assim. Não a magoe. – Eu lhe disse quando já estávamos chegando em frente ao hospital.
- Eu não vou. Posso estar sendo precipitado, mas eu gosto dela. – Ele sorriu.
- Preciso ir. – Sorri e despedi-me dele com um beijo na bochecha.

(...)

Eu estava no escritório, redigindo alguns relatórios e enviando-os para o email de Carlisle, enquanto ele acertava toda a papelada do caso “Jane”. Eu tinha quatro horas para terminar os relatórios, enviá-los ao meu chefe e esperar Edward vir ao hospital para então irmos buscar os tais Volturi. Mas eu dava conta, eu sabia, eu havia crescido com a idéia de que eu tinha que dar conta do serviço que era imposto a mim. Era intrínseco.

- Bella, Edward já chegou. - Meu chefe disse-me.
- Bem, são três horas ainda. – Comentei, percebendo que faltava apenas finalizar um relatório.
- Com licença. – Uma voz grave soou a porta do escritório.

Edward, de camisa social e um terno, calça social e uma maleta. Seus cabelos de cor de cobre estavam ligeiramente bagunçados e seus olhos verdes cintilavam; porém, sua expressão era de certa frieza. Ele adentrou ao escritório e sentou-se na cadeira em frente à mesa de Carlisle. Desviei meu olhar e procurei focar no relatório que eu tinha que terminar de escrever.

Em quinze minutos, eu já havia terminado o relatório e o enviado. Só deu tempo para tirar o jaleco, pegar minha bolsa e passar no quarto de Jane.

- Oi, B. – Ela disse baixo.
- Oi, não tive tempo para vir vê-la ainda... Como você se sente hoje? – Perguntei baixo. – Este é o Edward, ele vai comigo.

Edward, que estava parado na porta do quarto se aproximou e, naquele instante, eu vi, dentro de seus olhos, que ele fraquejara. Bem, não era para menos... Quando ele viu Jane pela primeira vez, ela estava bem, corada, com os olhos azuis radiantes e o cabelo louro reluzindo, mas hoje ela estava pálida, com a pele ressecada, e os cabelos soltando poucos fios.

Mas Jane sorriu ao vê-lo.

- Oi, Ed. – Ela levantou a mão pequena e segurou os dedos dele. – Obrigada por ajudar a Bella.
- Não tem de quê, Jane. – Ele sorriu.

- B.

Naquele instante tudo parou. Foi como uma cena filmada em câmera lenta.

Os dedos de Jane desprenderam-se da mão de Edward, a mão dela pousou, pesada, sobre o colchão. Jane arfou e arqueou suas costas por um instante, arregalando os olhos e tentando, em vão, tossir. Num instinto, apertei o botão vermelho da enfermaria.

- Bella, o que ela tem?
- Uma parada respiratória. – Respondi à Edward, enquanto afastava-o da cama.

Jane continuou arfando, ela iria desmaiar se eu não fizesse alguma coisa!

Coloquei meu dedo indicador e médio, juntos, sobre sua jugular, para sentir sua pulsação. Baixa. Pousei minhas mãos, juntas, sobre seu peito e massageei-o. 1, 2, 3. Ouvi seu coração. De novo. 1, 2, 3.

- Jane, vamos Jane! – Exclamei.
- Bella! – Carlisle entrou no quarto. – Ela está voltando, você fez bem em agir logo.
- Não sei o que houve. Ela não deveria ter esse tipo de reação agora! – Exclamei. – Jane, está me ouvindo.
- Sim. – Ela disse baixo. – O que houve comigo, Bella?
- Vamos ter que fazer alguns exames, mas por hora, vou colocá-la num respirador e me certificar de que agora ela ficará o tempo todo monitorada. – Carlisle disse-nos.- Vão agora. Eu cuido dela até que vocês voltem.

Eu assenti, despedi-me de Jane e saí, quase correndo do hospital. Edward veio atrás.

Dentro do carro, coloquei o cinto e deixei minha cabeça tombar sobre o encosto do banco. A cena ainda girava e eu ainda não havia me acostumado com esses “repentes” que podiam dar em alguns pacientes.

- Você está bem? – Edward perguntou, ligando o ar condicionado do carro na minha direção.
- Um pouco melhor. Obrigada. – Murmurei. – Eu devia ter prestado mais atenção no ecocardiograma dela. – Resmunguei, irritada. E se eu a tivesse perdido, ali?
- Ei, você não é um gênio da medicina, ainda está estudando. – Ele disse. – Além do mais, que eu saiba, uma parada pode acontecer de repente.
- Mas eu não posso perder mais alguém. – Teimei e o assunto havia sido encerrado.

Alguns minutos depois, nós já estávamos no aeroporto, as seis e quinze. Eu saí às pressas do carro e entrei pelo saguão, ao passo que olhava para os painéis, procurando pelo portão em que um vôo da Itália pousaria. Edward veio logo atrás.

Quando cheguei ao portão 7, correndo e com uma mecha do cabelo solta do coque, tirei da bolsa uma daquelas plaquinhas, na qual a minha tinha a inscrição “Volturi”. Edward achou ridículo, é claro, mas eu não me importei, havia mais pessoas com plaquinhas naquele lugar.

- Isabe-lla Swa-n? – Uma mulher alta, trajando uma saia lápis na cor preta e uma blusinha cor de vinho, aproximou-se.
- Sim. Você deve ser Heidi Volturi. – Respondi, perguntando logo por ela.
- Si! Este é Aro Volturi, meu pai, e Alec, meu filho. – Ela apresentou-nos. Isso queria dizer que ela era a mãe, ou no mínimo, uma madrasta para Jane. – Eu sou madrasta de Jane.
- Boun Pommeriggio, cara mia! – Aro Volturi, um senhor com seus sessenta anos, cabelos escuros, na altura dos ombros, com olhos escuros, cumprimentou-me com dois beijos no rosto.
- Boun Pommeriggio, signor! – Eu sorri, percebendo que meu italiano não era tão ruim. – Este é Edward Cullen, advogado.
- Motto bene, prazer em conhecê-los. – Ele disse.
- Perdoe o nosso atraso, Jane teve uma crise. – falei baixo.
- Ela está bem? – Alec perguntou-me.
- Sim, meu pai está cuidando dela, enquanto estamos aqui. – Edward sorriu ao garoto. – Podemos acompanhá-los?
- Per favore. – Aro sorriu.

Edward foi à frente para abrir o porta-malas do carro, enquanto um carregador já se aprumava em pegar as malas e segui-lo. Fiz um sinal a Aro, Heidi e Alec, para que me seguissem. Felizmente, nós tínhamos vindo com um carro maior do que o de Edward, assim, tudo foi ajeitado da maneira certa e os três couberam confortavelmente no banco de trás.

Primeiro, seguimos para o hospital, e depois, com um motorista de Carlisle, eles seriam levados ao hotel e eu ficaria responsável por sua estadia em Londres, até que todo o processo fosse concluído e, também, até que Jane estivesse curada.

Assim que cheguei a recepção do hospital, peguei crachás para os três e para Edward e os conduzi para o andar da oncologia.

- Bella! – Ângela entrou no elevador, antes que ele fechasse a porta.
- Oi, Ang.
- O Dr. Roger pediu que eu entregasse esses exames para você. – Ela entregou-me um envelope branco. – Parabéns pelo primeiro caso.
- Oh, obrigada. – Eu sorri e saí do elevador.

Carlisle, junto com uma enfermeira, estava no meio do corredor, assinando alguns papéis. Quando ele nos viu, sorriu e acenou. Antes de qualquer coisa, seguimos para o escritório dele; e após as devidas apresentações, Edward deu seu parecer em relação ao caso “Jane”.

- Per favore, Edwa-rd, não nos esconda nada. – Aro sentou-se na poltrona.
- O avô paterno de Jane alega que a criação dela, uma vez que ela é menor, é obrigação deles e não da sua família. – Ele dizia. – O advogado dele, do senhor Lorenzo, telefonou-me esta semana, dizendo que Lorenzo não abre mão da guarda dela. Não é para menos, já que Alec e Jane são herdeiros da fortuna de Dydime e Marcus.
- Bene, e as condições em que ela foi deixada? – Heidi perguntou. – Em que condições ela chegou aqui?
- Isso quem pode responder é Isabella. – Edward deu-me a palavra.
- Jane chegou aqui em um estado crônico de anemia, e depois dos exames, concluí que não era só isso. A Anemia foi só uma conseqüência, ela tem um quadro de Leucemia Linfóide Aguda¹. E agora, só algumas semanas depois que ela chegou aqui, é que estamos na fase da quimioterapia, por isso ela teve uma crise respiratória. A causa foi, provavelmente, alguma infecção que ela já tinha no organismo. Do jeito que ela chegou, provavelmente sofria por má alimentação, e, se os exames confirmarem que existia algum tipo de infecção no organismo dela, poderemos ter certeza que o ambiente em que ela vivia não era propício.

Quando terminei de falar me senti orgulhosa, como Gregory House², depois de fazer meu diagnóstico. Eu sabia que estava certa e, se Edward pedisse um mandado de busca para a casa onde Jane vivia, eu tenho certeza que não encontrariam coisas boas por lá.

- Vou conseguir um mandado de busca para a casa dela e para investigar o Lorenzo. – Edward dizia, enquanto anotava algo em um iphone.
- Então, hora de conhecer Jane.

Não haveria, em minha vida, dinheiro nenhum que pagasse aquele momento. Jane, mesmo sem se lembrar direito do avô, sem conhecer o irmão e a madrasta, sorriu como nunca ao vê-los.

- Oi, Jane. Como está? – Perguntei ao vê-la.
- Estou melhor. – Ela sorriu. – Carlisle me deixou na inalação e meus pulmões funcionam bem. São eles?


Naquele momento, Aro Volturi viu que toda sua fortuna não serviria para nada, ele entendeu que a vida podia pregar peças nas menores das criaturas. Bella saiu do lado da cama e deixou que ele se aproximasse. O senhor italiano sorriu e teve seus olhos cheios de lágrimas quando pôde abraçar a menina. Jane soltou um soluço e chorou, de felicidade e tristeza.

- Cara mia... – Aro sibilou. – Eu jamais vou deixar que façam mal a você, minha neta.
- Obrigada. – Ela retribuiu o abraço.
- Olhe, este é Alec, seu irmão. – Aro apresentou-os.

Jane e Alec encararam-se por alguns minutos, em silêncio. Aquele instante foi como se uma faísca, pequena, que sempre esteve acesa, ganhasse força e se tornasse uma chama. Era como se uma ligação entre eles tivesse voltado a tona, com força. Apesar dos dois serem diferentes, eles sabiam que eram irmãos.

- Oi. – Ele passou o dedo sobre as lágrimas dela. – Não chore. Estamos aqui agora.
- Você vai ficar comigo? – Ela perguntou baixo. – Eu nunca tive um irmão ao meu lado.
- Agora tem e agora estou aqui. – Ele abraçou-a.
- Nós ficaremos em Londres até você sair deste hospital. Até você poder voltar con noi para a Itália. – Heidi sibilou. – Seu avô já deixou tudo certo para que Caius cuide de tudo.
- Eu vou cuidar para que eles sejam declarados culpados por maltrato, pai. – Edward disse ao médico. – Ela é de menor, isso já conta muito.
- Obrigada por fazer a coisa certa, Edward. – Carlisle sorriu. – Agora vá para casa, estude seu caso, Bella cuidará de tudo por aqui.

¹ Leucemia Linfóide Aguda: É mais freqüente em crianças de 2 á 5 anos, mas também pode acometer jovens e idosos. Essa doença consiste no ataque às células de defesa do organismo, por parte de células cancerígenas malignas. O tratamento deve ser imediato.
² Gregory House: Personagem principal do seriado House MD.


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Notas finais do capítulo

Oi gente :3
Desculpem o sumisso. Minha faculdade voltou com tudo e eu ando chegando em casa bem tarde, por conta de alguns assuntos pessoais. Como eu disse antes, não tenho um dia específico para postar, uma vez que eu ando bem ocupada, mas espero que vocês tenham gostado desse capítulo. Pois bem, o que estão achando da fic?
Obrigado aos reviews do capítulo anterior e, aproveitando para dar boas vindas á "colorada", leitora nova. Continuem comentando e, se gostarem, recomendando.
beijinhos,
@ninaxaubet