Quando acordei pela manhã, pude sentir um frio na barriga muito forte. Abri todas as janelas possíveis, escolhi a roupa que eu mais gostava que era uma saia jeans preta, e uma blusa listrada linda, com um cintinho que meu pai me dera quando fomos para o Inglaterra e um casaquinho.Olhava-me no espelho como se fosse o último dia de minha vida,mas tinha que seguir em frente, de todas as formas, eu não tinha escolha mesmo...

Quando terminei de me arrumar, pude ouvir a som da buzina de meu pai, a qual morria de rir toda vez que a escutava pelo fato de ser tão engraçada. Bom, era ele me dando o sinal para eu descer e ir ao carro para que ele pudesse me levar para a escola. Antes de sair de casa, peguei uma maçã na geladeira,só para não sair sem comer nada.Entrei no carro, e lá estava ele, com um sorriso enorme estampado no rosto, e eu prestes a derramar uma lágrima. Mas, não podia fazer isso com ele, era o sonho dele, e não queria estragar isso.

Chegando na sala, estava aquela alvoroço de sempre, aqueles mesmos rostinhos. Sentei na cadeira de sempre, pude ver a tristeza nos olhos dos meus melhores amigos. Carter e Alex. Dei-lhes o abraço mais forte que eu poderia dar. Logo em seguida, nosso professor entrou e começou a explicar umas coisas no quadro, mas não conseguia manter a cabeça concentrada na aula. Mas de qualquer forma, graças a deus aquele era o gabarito da prova. Bom, copiei de qualquer forma.

O tempo parecia passar muito depressa, quando eu mal percebi, já estávamos na ultima aula antes do recreio.

Minha cabeça estava repleta de pensamentos, uns mais confusos que outros, quando fui acordada desseas ilusões todas por meu inspetor me chamando:

-Alice.

Pude perceber que as pessoas olhavam, mas do jeito que eu estava, impossivel eu ter ouvido. E então ele continuou insistindo indo em minha direção:

         -Alice, acorda. Esta tudo bem?

         -Oi, esta sim. Só estou um pouco desligada hoje. Nada demais.             Disse levando um enorme susto.

        -A diretora lhe aguarda na sala dela.

        -Esta bem. Já estou indo.

Peguei meus livros, organizei-os e depois fui até lá. Pude perceber uns cochichos logo após minha saída, mas nem fiz questão de tentar saber o que era.

Entrando na sala da diretora, logo na frente, estava ela, sentada me esperando:

-Oi meu amor, como esta?                 Ela aparentava uma cara de suspeita.

-estou bem, e a senhora?                      Retruquei desconfiada

-Estou ótima, muito obrigada, querida.Como vai o seu último dia de aula?

Porém, quando estava prestes a responder, a minha professora bate na porta, e pede para que eu fosse liberada para o recreio. A diretora,insistiu em me acompanhar, e pediu para que antes, pegássemos alguns livros dela na biblioteca.

Descendo as escadas, senti que o colégio estava quieto demais,mas ignorei.Abri a porta da biblioteca normalmente, mas quando acendi a luz,levei um enorme susto; tinham balões de ar no teto, vários cartazes e a turma toda estava lá. Tinha muita comida, e Alex e Carter estavam lá. Cada um com uma carta.Carter chorava muito.Então Alex  começou a ler sua carta e logo em seguida Carter enxugou as legrimas e começou a ler também.

Quando terminaram,  vieram me dar um abraço muito forte; eu e Carter começamos chorar . Alex, já que era o único menino de nós 3, tentou se fazer de durão, mas não resistiu, vi uma lagrima escorrer de seus olhos.A ligação dos três era muito forte, e eu tinha certeza absoluta que não conseguiria viver sem eles.

Nos divertimos muito,até a hora da saída. Soubemos que era o fim da festa quando a buzina de meu pai tocou, anunciando a minha saída. Dei um abraço em todos e fui ao carro.

Mas tarde, chegando em casa,subi para meu quarto,preparei minhas coisas, peguei minhas malas e deixei tudo pronto. A casa estava vazia, sem móvel nenhum, já estava tudo pronto para embarcarmos. Estava tudo pronto para sairmos as cinco de casa. Fui ao parque, que era mais ou menos uns dois quilômetros da minha casa. Eu amava o ar livre, amava fazer trilhas.

Quando voltei, já eram 16h30min. Estava muito atrasada. Só deu tempo de eu tomar uma chuveirada, mas deu tempo de saírmos na hora exata.

Já no aeroporto,quando estava prestes a sentar no meu lugar, vi um garoto muito bonito, de olhos claros e cabelos muito loiros.Percebi que iríamos ficar lado a lado durante muitas horas no vôo.

Assim que eu me sentei, peguei meu livro e comecei a ler.

-Gosta de romance?                          Ele disse sem olha em meus olhos.

-Sim.                                                              Continuei a ler o livro.

Olhei-o pelos cantos dos olhos,só para ver qual seria sua reação. Ele deu um sorrisinho torto perfeito.
-Sabe, só por educação,ou ás vezes até porquê se interessam, mas as outras pessoas costumam a perguntar nesses casos “e você”.          Dizia ele num tom irônico.

-Não sou de conversar com estranhos.                    Disse me virando pra ele.

- Bom, se é assim: Prazer,meu nome é Arthur,tenho 15 anos,minha cor preferida é verde, tenho 1,70 metros de altura... Estou me esquecendo de mais alguma coisa? Ah, claro, já que você não me perguntou, eu gosto sim de ler romances, mas curto mais aventura, acho mais emocionante.

Soltei um risinho. Ele parecia ter senso de humor. Ficamos rindo juntos por um tempo. Fechei o livro, virei-me para ele, e começamos a conversar sobre tudo.  

Na hora de dormir, eu virei para o outro lado, que era o lado que meu pai estava. Todos no avião já estavam dormindo. Inclusive meu pai, mas eu não conseguia pegar no sono, era como se tivesse algo me incomodando.

Virei-me para o outro lado, o lado de Arthur, e vi ele segurando uma foto de duas mulheres belíssimas.

-Quem são?        Disse em voz baixa para que não acordasse ninguém.

-Minha mãe e minha irmã.        Ele disse sorrindo.

-Que lindas. E seu pai? Tem alguma foto dele aí?                         Perguntei brincando com ele.

-Nunca tive um pai, só padrasto. Mas ele morreu num acidente de carro ano retrasado.     Ele abaixou a cabeça, e não aparentava estar bem.

-Sinto muito. Se eu soubesse...  Me perdoa.

-Claro, não fez por mal. E sua mãe, não curte muito ela?

Nessa hora, eu congelei, não queria falar de minha mãe.

-Qualquer dia, te apresento a ela.        Dei alguns risinhos.

-Isso quer dizer então que eu vou te ver mais?

-Claro! Você esta indo a passeio pra Califórnia?

-Não. Eu moro lá. Estava só passeando mesmo na Africa. E você ? Não tem cara de ser Africana.

-É, não sou mesmo não. Sou brasileira. Mas já morei em tantos países, que ate perdi a conta. Esse ano, morei na áfrica, e agora, vou pra Califórnia e só deus sabe pra onde vou depois.                                                                      

Começamos a rir, depois nós dois pegamos nossos livros e lemos, eu peguei no sono, já ele, não vi a hora que foi dormir... Quando fui acordada, minha cabeça estava no ombro dele, e a cabeça dele em cima da minha.

-Alice, tome essa carta.                         Disse uma mulher bem bonita, alta. Aparentava a perfeição.

-Desculpe quem é você?

Nesse momento, meu pai acordou. Ele olhou para essa moça com cara de espanto e raiva.

-O que você esta fazendo aqui?! Disse para que não se aproximasse de nós !

 -Pai, quem é ela?!           Por enquanto,não estava entendendo nada.