Metamorfose escrita por Mia Elle


Capítulo 10
Capítulo IX




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“So you say it's not ok to be gay,

well I think you're just evil.

You're just some racist who can't tie my laces,

your point of view is medieval”

- Fuck You – Lily Allen

Frank não foi à escola nos dois seguintes, e Gerard não pode deixar de reparar nisso. Estava pensando se o pequeno estava doente, se alguém havia morrido. Enfim, queria saber o que é que havia de errado, mas não podia dizer a ninguém que estava sentindo falta de Iero. Mas a preocupação martelava sua cabeça de tal modo que ele se viu procurando meios de matar sua curiosidade. Não podia perguntar, não podia ligar, não podia visitá-lo. Mas podia ir até a St. Martin com alguma desculpa qualquer e perguntar casualmente por Frank, caso este mesmo não estivesse por lá. Faria isso naquela quinta-feira e estava decidido a isso.

Deixou o colégio às três da tarde, como sempre, e nem passou em casa, foi direto para a instituição. Estacionou em frente à casa, e permaneceu no carro, apreensivo de entrar. Frank podia estar lá, o que seria péssimo, já que ele teria que explicar a ele sua visita aleatória em uma quinta feira. E ele podia não estar, o que seria catastrófico, por que aí ele teria de arranjar um modo de perguntar à Sra. Lee sobre Frank sem levantar suspeitas.

Respirou fundo. Desistiu. Ligou o carro e quando ia pisar no acelerador, abaixou a cabeça e encostou a testa no volante. Respirou três vezes bem fundo e desligou o carro. Ele, sem dúvidas, conseguia arranjar uma desculpa cabível, não havia motivo para surto. Encostou-se no banco e, antes de sair, acendeu um cigarro para se acalmar. Prendeu-o entre os lábios e abriu a porta do carro, sentindo imediatamente a falta de seu casaco que jazia no banco do passageiro. Gemeu e se esticou para pegá-lo, vestindo em seguida. Tragou mais duas vezes e soltou a fumaça enquanto andava, para depois apagar o cigarro quase inteiro no chão, visto que não podia fumar dentro da casa.

Atravessou o jardim sem prestar atenção em nada, muito mergulhado em seus pensamentos sobre as possíveis desculpas que poderia dar à Sra. Lee para a sua presença ali naquele dia. Abriu a porta sem tocar a campainha, como já era de costume e adentrou a sala, atraindo alguns olhares dali para si. Acenou com a cabeça e sorriu para retribuir os cumprimentos, e perguntou onde estava a coordenadora. Foi indicado a ir até a cozinha. Logo avistou a mulher lavando a louça do lado oposto do recinto. Atravessou a cozinha e, quando julgou estar perto o suficiente, pigarreou, atraindo a atenção da mulher que, pela primeira vez, olhou para ver de quem se tratava.

- O que faz aqui hoje? – exclamou assustada, desligando a torneira e secando as mãos em um pano de prato com as sobrancelhas erguidas.

- Eu, hm... – o garoto resgatou em sua mente aquela que lhe parecera a melhor desculpa em seus momentos de reflexão – meu pais querem viajar esse fim de semana, então queriam que eu perguntasse se não podia cumprir meu turno amanhã, ou então fazer duplo no fim de semana que vem.

Ela bufou, encostando-se de costas na pia.

- Querido, por mim estaria tudo bem, mas se a justiça descobrir as coisas não ficariam muito bem para nós. Afinal, sua sentença não tem que se adaptar a você, e sim você a ela – ela sorriu ao final da frase, encolhendo os ombros – mas por que não ligou? Seria mais fácil.

- Eu... Ah... Estava aqui por perto e resolvi passar e perguntar – sorriu para disfarçar sua confusão, esperando que a mulher não fizesse mais perguntas.

Ela deu nos ombros, virando-se de novo para a pia.

- Existe mais alguma coisa em que eu lhe possa ser útil?

Pergunte sobre Frank, pergunte sobre Frank, pergunte sobre Frank!

- Não – disse, tossindo em seguida e dando as costas, começando a xingar-se de covarde no mesmo instante.

- Oh, espere querido – ela disse quando Gerard estava quase na porta, fazendo com que ele se virasse – queria saber se Frank tem ido à escola. Ele não tem aparecido por aqui nos últimos dias, estou ficando preocupada – ela explicou, as sobrancelhas unidas.

Frank não estava comparecendo nem ao seu trabalho voluntário? Ok, havia algo bastante estranho aí. Gerard, que já estava preocupado, passou a temer que não conseguisse esconder isso muito bem. Sabia que estava demorando para responder, imerso em seus pensamentos. O rosto da Sra. Lee estava ficando ainda mais preocupado.

Gerard tossiu.

- Hm, na verdade não reparei muito nisso, mas, hm, pensando agora... É, não, ele não vai ao colégio desde semana passada – soltou rapidamente, esperando que pudesse disfarçar seu surto momentâneo.

- Que estranho. Bem, então acho que vou ligar para ele – ela concluiu, dando as costas novamente e ligando a torneira. Aumentou o tom de voz para sobrepor-se ao som da água – mas se tiver alguma noticia dele, faz o favor de me avisar, sim?

Gerard grunhiu e virou as costas. Ok, podia esperar a Sra. Lee ligar, mas sem dúvidas isso levantaria perguntas. Mas, de verdade, ele não estava se importando com isso agora. Estava preocupado, era como se Frank tivesse sido abduzido ou algo do gênero. Mordeu o lábio inferior, decidindo o que faria. Bem, dizer boa tarde a Stefan não seria algo suspeito demais, seria? Sorriu para si mesmo e foi até a área da frente da casa, onde o homem estava sentado quando ele entrou na casa.

Olsdal lia um livro, entretido, sem reparar no resto do mundo. Gerard pigarreou ao sentar-se à sua frente, sorrindo. O homem sorriu de volta:

- Olá garoto, fazendo o que aqui? Se não perdi a noção do tempo ainda, acho que é quinta-feira.

Gerard riu.

- Vim conversar com a Sra. Lee sobre os meus horários – respondeu sem olhar para o outro, riscando a coxa com a ponta do dedo indicador. Stefan tossiu. Gerard suspirou – ok, vim aqui por que estou preocupado com Frank.

- Eu sabia – respondeu, rindo baixinho – ele não tem ido à escola também?

- Não – respondeu, a voz cansada – sabe de alguma coisa? – o outro grunhiu negativamente, e então ficaram apenas observando a rua, pouco movimentada, onde, de vez em quando, passava algum ciclista ou alguma criança com um cachorro.

- A Sra. Lee disse que vai ligar para ele – Gerard comentou.

- Vai esperar que ela ligue?

Gerard não respondeu. Estava com vergonha, sabia que Stefan sabia de tudo, ou melhor, sabia que Stefan sabia muito mais do que ele, mas não queria admitir. Era mais fácil se negar, muito mais cômodo e menos trabalhoso. Ele decidira assim depois de voltar para casa no sábado anterior e ter passado quase que vinte e quatro horas em seu quarto, murmurando para si mesmo que não era gay – visto que se gritasse, seria ouvido por Mikey, que faria questão de ressaltar que ele era.

Sem uma resposta do mais novo, Stefan mudou de assunto. Passaram ali alguns minutos conversando sobre algo qualquer que nos é indiferente. Gerard estava feliz por estar se distraindo, mas ainda estava preocupado sobre o fato de que, se a Sra. Lee ligasse para Frank, ele deveria perguntar a resposta. Ele sabia que era ridículo esse negócio de não querer demonstrar o que sentia, mas seria assim mesmo que Frank fosse uma garota e a relação em questão fosse heterossexual. Enquanto conversava com Stefan, ouviu o costumeiro barulho do portãozinho de ferro rangendo, indicando que alguém estava entrando. Ergueu os olhos enquanto falava, apenas para constatar que a situação, que estava péssima, havia se tornado catastrófica.

Frank empurrava o portão com a mão esquerda e segurava a alça da mochila com a direita. Estava estranhamente desarrumado hoje. Seus cabelos pareciam estar compridos demais e muito bagunçados, e ele estava usando menos maquiagem do que de costume. Encarava o chão com os olhos que estavam castanho-claros no dia, e pareciam exalar tristeza e preocupação.

Gerard se engasgou com a saliva e começou a tossir enquanto falava, fazendo com que Stefan disfarçasse uma risada e Frank erguesse os olhos para verificar de onde vinha o barulho. Assim que focalizou Gerard, ergueu as sobrancelhas. O que Gerard fazia ali em uma quinta feira? Será que ele perdera tanto assim nos três dias que faltara ao trabalho? Deu nos ombros e acenou levemente com a cabeça, cumprimentando os dois e foi direto a cozinha para conversar com a Sra. Lee sobre as suas faltas. Assim que fez um barulho com a boca indicando a sua presença, a mulher ergueu os olhos dos pães que cortava e sorriu abertamente.

- Meu Deus, garoto, não sabe como estou feliz que esteja bem e- - ela foi em direção a ele, abraçando-o forte, mas de repente se interrompeu – você é louco? Quer me matar de preocupação? – e começou a bater nele, fazendo Frank se esquivar, sorrindo de leve.

- Desculpe, Beatrice, mas eu estava com problemas em casa. Estou muito preocupado com a minha mãe, não podia deixá-la sozinha.

A Sra. Lee parou de bater nele e o encarou por um momento, as sobrancelhas bem feitas muito unidas:

- Que aconteceu com Linda?

- Meu pai saiu de casa. E anh, ela está meio depressiva agora, sabe como ela sempre foi, não é? Então, ela não quer sair da cama, não quer comer... Tenho medo que ela faça alguma coisa consigo mesma – coçou a nuca, tentando explicar a situação sem expor demais sua mãe, que uma vez, quando Frank tinha apenas sete anos, entrara em depressão profunda e tentara tirar a própria vida.

Frank não gostava de lembrar isso. Não é muito fácil ver sua mãe tentando se matar, ter de impedi-la e ainda ler a carta de despedidas. Não era realmente uma coisa boa para se recordar. A Sra. Lee assentiu, dizendo que não tinha problema e se oferecendo para ajudá-lo o que ele negou, dizendo que sua tia estava passando uns dias em sua casa para cuidar da mãe, a fim de que Frank pudesse voltar ao colégio e dormir direito à noite.

- À propósito, o que Gerard faz aqui? – o pequeno perguntou antes de deixar a cozinha, a fim de arranjar alguma coisa para ajudar na casa.

- Ah, ele disse que veio pedir para trocar os horários. Mas acho que você devia conversar com ele – ela piscou, voltando ao seu lugar e continuando a cortar os pães sem dizer mais nada.

Frank não entendeu por que devia conversar com Gerard, e nem estava com vontade de fazer isso. Mas, como não havia muito que fazer, e ele não queria voltar para casa tampouco, resolveu seguir o conselho da mulher e ir à varanda. Abriu a porta devagar, espiando se Gerard ainda estava lá e desejando com todas as forças que não estivesse. Estava. Respirou fundo e fechou a porta atrás de si, caminhando silenciosamente até uma cadeira vazia ao lado de Stefan, de frente para Gerard. Sentou, atraindo o olhar dos outros dois.

- Por que faltou nos últimos dias? – Stefan perguntou depois de desejar uma boa tarde. Frank explicou tudo que tinha acontecido com os pais naquela noite.

- Já pensou que, talvez, tenha sido melhor assim? – Gerard perguntou, fazendo Frank olhar de esguelha para ele, perguntando-se internamente por que eles estavam ali, conversando civilizadamente, como se nada tivesse acontecido.

- Hm, é, eu acho que foi. Mas a minha mãe não, sabe como é – ele respondeu, encarando os cadarços de seu tênis sujo e rasgado, sentindo as bochechas corarem e tentando disfarçar.

- Bem, eu particularmente acho que eles são adultos o suficiente para resolverem essa parte. Você é novo demais para se preocupar com isso – Stefan comentou, fazendo uma pausa para tossir – mas o que me preocupa são as coisas que seu pai disse. Esse preconceito todo... Quero dizer, deve ser difícil para ele, mas... Bem, depois de um tempo ele deve aceitar.

- Como foi com você? – a voz de Gerard perguntou sem a sua permissão e com empolgação demais para ser uma simples pergunta casual. Ele ignorou o olhar de Frank e esperou pela resposta do mais velho.

- Ah, eu nunca contei realmente, apenas depois de muitos anos, um pouco antes de, hm... Brian ir embora. Era complicado naquela época. Não existia a mínima chance de eles aceitarem, entende? Então...

Desde que éramos crianças... Bem, crianças não, desde que nós tínhamos uns doze ou treze anos, bem antes de nós nos beijarmos ou sequer desconfiarmos que gostávamos um do outro, nós dizíamos que assim que terminássemos o colegial, sairíamos de casa e dividiríamos um apartamento em Nova York. Era como um sinônimo de liberdade, nossos pais eram bastante conservadores, e nós gostaríamos de poder... Bem, beber e sair a noite, sem ser na casinha da árvore – onde nós sempre furtávamos Whisky da casa dele e passávamos a noite bêbados.

Mas quando fizemos dezoito anos, enfim, nós já estávamos completamente envolvidos um com o outro, e era mais do que necessário que nós saíssemos do ninho. Por que vocês devem concordar que depois de um tempo nossos pais começaram a desconfiar de tanto tempo naquele jardim, e foi ficando cada vez mais difícil ficarmos sozinhos... Sozinhos. Ficávamos sozinhos um na casa do outro, no quarto e tudo mais. Mas sempre tinha o risco de que alguém entrasse e visse alguma coisa.

E então, eu me lembro bem do meu aniversário, que é depois do de Brian. Alguns amigos estavam na minha casa, estávamos conversando e bebendo cerveja. Minha mãe tinha saído, de modo que era bem mais fácil fazer bagunça.

Brian veio até mim e pediu para irmos até o meu quarto, que ele precisava me mostrar o meu presente de aniversário. Lembro que subi as escadas falando que ele não precisava me dar nada, que era desnecessário e toda essa coisa, e ele nem sequer me respondeu. Chegamos ao segundo andar, e ele fechou a porta do quarto, sorrindo sozinho.

Ele levou as mãos ao bolso do moletom e tirou um papelzinho dobrado, parecia um recorte de jornal, eu achava, apesar de estar bastante amassado, como se ele tivesse passado a noite toda o segurando com força.

Eu peguei, com as sobrancelhas unidas, desconfiado da cara absurdamente feliz que ele fazia. Não cabia em si de alegria. Desamassei o papel e era mesmo um recorte de jornal, da parte dos classificados. Ele havia circulado com canetinha vermelha um dos anúncios, e fez sinal para que eu lesse, quase dando pulinhos.

Eu ri da excitação dele e li. Era o anuncio de um apartamento para alugar no centro de Nova York. Era um Loft, na verdade, e estava absurdamente barato. Eu imaginei que devia ser um lugar horrível, pelo preço, mas Brian estava tão feliz, e começou a tagarelar sobre como era perfeito:

- É maravilhoso! Agora que você também já tem idade para sair de casa, nós podemos arranjar um trabalho qualquer e nos mudamos para lá. E aí podemos ficar juntos em paz, sem ter que esconder tudo de todo mundo, não é perfeito? É incrivelmente barato, sei que podemos dar conta... Não importa, na verdade, eu seria feliz até mesmo debaixo do viaduto com você – ele pegou em minhas mãos e me beijou rapidamente, voltando a tagarelar sobre como poderíamos mobiliar o lugar.

Eu podia ter dito que tinham várias falhas no plano dele. Eu não disse, por que ele me fascinava com toda aquela alegria. Eu só conseguia ficar feliz com ele também.

E bem, alguns dias depois nós pegamos o carro do pai dele escondidos e fomos até o tal apartamento, conhecê-lo. E não era tão ruim. Era pequeno, e, como qualquer loft, não tinha divisão de cômodos, apenas do banheiro. A cozinha era como um pequeno bar, e algumas prateleiras separavam o que seria a sala do suposto quarto. Era toda a mobília que tinha ali. Mas eu podia ver que com alguma limpeza e umas mãos de tinta nas paredes, se tornaria um lugar incrível.

Fechamos negócio naquele dia mesmo, e Brian passou a viagem de volta toda tagarelando sobre como tudo era perfeito. Devo admitir que eu estava feliz também, eu sabia que depois disso tudo ficaria bem. Sabia que eu nem sequer precisaria contar aos meus pais sobre a minha opção sexual e tal.

Depois de algumas semanas nós nos mudamos. Meus pais nem desconfiaram de nós morando juntos. Éramos amigos de infância e sempre disséramos que moraríamos juntos no futuro, como eu disse.

O primeiro mês foi ótimo. Nós tínhamos apenas um colchão, e o apartamento estava todo forrado de jornais por que estávamos pintando as paredes no tempo em que não estávamos procurando emprego. Estávamos extasiados com tanta liberdade, podíamos fazer o que quiséssemos. Nós comíamos qualquer coisa e não tínhamos horário nenhum, e estávamos completamente felizes.

Mas é claro que isso não durou muito, tínhamos que trabalhar e tudo mais, e aos poucos fomos mobiliando nosso apartamento. Nossos pais iam nos visitar de vez em quando, e acho que foi por isso que eles começaram a desconfiar. De vez em quando encontravam algumas coisas estranhas aos olhos deles, como fotos ou bilhetes carinhosos demais. E estávamos tão acostumados a não ter que disfarçar nada que não conseguíamos fazê-lo quando eles estavam por perto. Eles vinham com menos freqüência, acho que a desconfiança os deixava desconfortáveis, não sei.

Sei que a última vez que minha mãe me visitou, pouco antes de eu e Brian rompermos, foi catastrófica. Ela fora à cidade para ir ao médico e me ligou dizendo que queria conversar. Eu chegava do café onde trabalhava por volta das quatro, e Brian só chegava mais tarde, então ela foi até nosso apartamento. Ela tentou fazer alguns rodeios, mas depois foi bem direta:

- O que você e Brian tem, afinal? – ela disse, depois de respirar fundo. Eu gemi. Eu sabia que estava na hora de ser sincero, ela estava me fazendo uma pergunta direta. Mas eu não podia responder. As palavras simplesmente não passavam pela minha garganta, elas ficaram ali entaladas, me sufocando.

E minha expressão deve ter me denunciado, pois minha mãe começou a gritar no momento. Ela gritou por mais de uma hora. Falou como isso era abominável, como era pecado, como era errado, como era arriscado, nojento, perigoso e mais milhões de nomes. Ela gritou e gritou e eu ouvi e não disse nada. Eu sabia que ela tinha razão.

Mas eu não dava a mínima pra isso.

Brian chegou e abriu a porta do apartamento e minha mãe ainda estava gritando. Ela ficou quieta e acho que ele não viu que ela estava ali.

- Oi amor, como fo- - ele parou de falar quando a viu, percebendo que havia nos denunciado mais uma vez. Olhou-me, mordendo o lábio inferior, como quem pede desculpas.

Minha mãe bufou.

- Não quero mais saber de vocês – ela falou mais uma vez, e virou para Brian – e não pense que eu não contarei para sua mãe isso – respirou fundo – espero que quando você esteja morrendo de AIDS não venha me pedir ajuda.

E aí ela pegou a bolsa e foi embora. E bem, dois meses depois, lá estava eu com AIDS. É claro que eu nunca mais fui procurá-la, e nem o contrário.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, esse é o capítulo 9, espero que vocês estejam gostando. Como sempre, assim que possível eu atualizarei de novo.