- Mas você não disse que seu nome era David?!

            - É um dos meus nomes, meu nome completo é Yusuke David Kyler Moshyrotto! – Disse o garoto com as mãos soando.

            - Que nome grande, se bem que o do professor Dumbledore é bem maior – Disse a garota loira sentada ao lado dele – De quem você herdou cada nome?

            ­- Meu pai se chamava Ryu Moshyrotto, ele nasceu no Japão, já minha mãe se chamava Sara Kyler, ela nasceu nos EUA, ela queria que meu nome fosse David e meu pai queria que fosse Yusuke, então decidiram colorar os dois, por isso é grande!

            - Ah, agora eu entendi porque você tem cara de japonês.

            - É, chega a ser engraçado, a cor preta do cabelo, as orelhas pequenas e os meus lábios eu puxei da minha mãe, já o estilo do cabelo, o nariz fino, a pele clara, o maxilar e os olhos eu puxei do meu pai.

- Os olhos também?! – A garota questionou isso pois ao olhos de David não poderiam ser herdados de ninguém, seu olho direito era verde como uma esmeralda, mas o esquerdo era azul como uma safira.

            - Meus olhos eram verdes, por causa do meu pai, mas quando eu tinha 7 anos briguei com um garoto mais velho e levei um soco no olho esquerdo – A garota riu e David não conseguiu evitar o riso também – Eu quase fiquei cego, mas deu tudo certo e com o tempo meu olho foi ficando azul! No inicio eu estranhei, mas logo fui acostumando. E você, Alice, oque puxou de seus pais?

            Alice se levantou e caminhou até um portal de pedra que dava em direção a frente de uma enorme torre. Ela observou a torre, depois a lua, as estrelas e por fim voltou a olhar para David que ainda estava sentado na pequena escada.

            - Não conheci meus pais, eles desapareceram quando eu tinha mais ou menos 1 ano.

            - Eu sinto muito.

            - Não sinta! Eu gosto de pensar que eles vão voltar a qualquer momento.

            - As vezes eu também sinto como se meus pais ainda estivessem vivos, as vezes eu acordo pensando que quando acabar o ano letivo não vou voltar para a casa da minha avó e sim para minha casa.

            Os dois ficaram em silencio por alguns segundos até que David se levantou e caminhou até ela.

            - Está tarde, se a Madame Nor-r-ra nos vir aqui e for avisar ao Filch nós estaremos muito encrencados!

            Os dois sorriram.

            - Ainda não acredito que depois de tantos anos eu descobri que seu nome é Ya... Yu...

            - Yusuke! Eu sei, é difícil!

            E sorriram mais.

            - Acho que não faz mal ficar mais um pouco aqui – disse Alice se virando novamente para a torre de astronomia – É bom correr riscos com você!

            David a fitou por um instante, queria dizer algo que provavelmente estava entalado há muito tempo.

            - É... Legal ficar com você! – Alice deu outro sorriso, mas este foi meio tímido – Ok! Já faz um tempo que eu quero dizer... Isso.

            Alice voltou a olhar para David, parecia já saber oque ele queria dizer.

            - E-Eu... Eu acho... – David estava tão nervoso que estava tremendo, soando e gaguejando ao mesmo tempo – Já... Faz algum tempo que eu acho... Q-Que...

            Alice sorriu novamente.

            - Tudo bem, eu acho que já entendi – David olhou nos olhos de Alice e o calor do olhar dela acabou com seu nervosismo – Não precisa ficar tão nervoso, - Ela se aproximou dele mostrando que ele era um pouco mais alto que ela – Porque eu não estou!

            Eles se beijaram.

            David sentiu o calor dos lábios de Alice, Alice jogou os braços em volta do pescoço de David e este finalmente percebeu que ela sentia o mesmo. Os dois estavam apaixonados.

            Quando Alice soltou David, viu em seus olhos as duas luzes mais brilhantes de toda Hogwarts.

            Verde e azul.

            Uma mistura de alegria e susto tomaram conta de David enquanto Alice dava dois passos para trás, ele respirou fundo antes de pronunciar a palavra que mostraria tudo oque ele estava sentindo.

            - Wow.

            Os dois sorriram mais uma vez, David levou a mão à testa imaginando que estava tendo uma alucinação. Mas não estava. Infelizmente.

            Nesse momento algo tirou a atenção dos dois, a alguns metros de distancia eles viram alguma coisa cair, caiu direto da torre de astronomia como um saco de batatas, fez um estrondo alto que ecoou nas paredes da escola.

            Os dois se viraram para olhar, era um corpo, com vestes grandes, largas e meio azuladas, usava um óculos em formato de meia lua e tinha uma grande barba branca, quase prateada.

            Alice levou uma mão a boca ao perceber oque estava vendo. Uma pessoa. Uma pessoa morta.

            DUMBLEDORE.