Fome Insaciável escrita por Shadow


Capítulo 21
Ataque


Notas iniciais do capítulo

E aew pessoas! Saudades! Os meninos vão ficar um pouco desconfortáveis, nada grave. :P

Eu estou com tanta raiva! A vadia do salão fez uma filha da putagem comigo e mutilou minha sobrancelha e hoje começa meu primeiro semestre em Biomedicina. Puta sacanagem :(



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154267/chapter/21

P.O.V Autor

O som de tiros quebrou o silencio da floresta, os raios solares de um novo amanhecer iluminavam os cantos mais escuros entre as densas folhagens e as três pessoas que ali havia.

– Eu desisto. – rosnou o mais novo e único homem do trio.

–Já é a quinta vez em menos de dez minutos que você desiste. – disse a garota mais alta.

–E você precisa saber como atirar, principalmente se quiser sair conosco. – disse a outra.

–Tá, tá! Mas isso ainda é chato e eu não consigo acertar as malditas latas.

–Victor...

–Não, chega dessa vez é serio. Estamos aqui no meio do mato desde as cinco da manha, Livy.

–Acho que devemos voltar então.

–Sim, Ian deve estar enlouquecendo mesmo que KW não esteja conosco. – concordou Livy.

Era de conhecimento geral que quando os três – Livy, Sofia e KW- se juntavam nada de bom saía disso. Bem... Exceto quando encontravam coisas uteis para o grupo, mas os outros gostavam de esquecer certos fatos.

–O cara ta super afim de você...

–Sofia!

–Humpft! – bufou Victor – Não precisa se fazer de ofendida ou coisa parecida, ate eu sei que ele ta na sua. – revirou os olhos.

–Argh! Você dois são chatos. – disse a garota ao levantar os braços em sinal de frustração.

–Ah, Vic! Ela não quer aceitar que o Ian Bonitão está gostando dela.

Sofia e Victor se entreolharam e ambos deram um sorriso mal e como se ensaiado começaram a cantar:

–Ian e Livy sentados debaixo de uma árvore se beijando, se beijando!

–É o meu ultimo aviso – grunhiu a garota apontando a arma ameaçadoramente em direção dos outros dois – se vocês continuarem me irritando os zumbis irão comer muito bem essa noite.

E com um ultimo olhar irritado por cima do ombro ela partiu em direção ao acampamento, Se ao menos ela soubesse que de fato os zumbis teriam um belo jantar essa noite.

_XX_

P.O.V Livy

Camila estava enviando-me olhares de ódio durante todo o dia, mas eu já havia me acostumado, era parte da rotina quando se vive perto de uma megera irritante. Levantar, olhares assassinos, ensinar o garoto a atirar, olhares assassinos, tomar café, olhares assassinos, proteger o perímetro, olhares assassinos, ajudar nas tarefas, olhares assassinos, cuidar dos mais novos, olhares assassinos e por ai vai até a hora de dormir e o dia começar novamente. Geralmente evitamos estar nos mesmos lugares, fazendo as mesmas tarefas ou simplesmente respirar do mesmo ar, mas hoje algum plano cósmico do qual só poderia acabar em sangue e dor nos fez trabalhar juntas na mesma tarefa, no mesmo lugar, respirando do mesmo ar, uma na frente da outra e em uma distancia muito curta para o conforto de ambas. Enquanto eu descascava violentamente minhas batatas e muito sutilmente sorria malignamente para a vadia de nariz arrebitado imaginando seu rosto em cada batata mutilada que eu colocava na vasilha ao meu lado.

–Você devia para de sorrir, parece que esta fazendo careta. –disse ela.

–E você devia parar de respirar seria menos um mal no mundo.

–Cala a boca.

–Cala você!

–Não, cala você! – disse ao chutar minha canela.

–Não, você! – respondi e a chutei com mais força.

–Você!

–Meninas! – gritou a mãe de Sebastian interrompendo nossa briga infantil. – Eu quero todas essas batatas prontas ate essa tarde, estamos entendidas?

–Ok. – murmurei.

–Tanto faz.

–Tudo bem, eu acho. - disse hesitante e retirou-se da sala, ainda ouvi uma parte do que ela murmurava ao sair da cozinha. -Essas duas vão acabar se matando...

É, talvez. Pensei e mais uma vez voltei a mutilar as pobres batatas.

__XX__

Refeitório

12:00pm

–Eu não entendo o porquê de sermos obrigados a comer tantas folhas e legumes nas nossas refeições. – falou Amélia ao cutucar a salada com o garfo.

–Eu te entendo. - disse Victor.

–Primeiro: isso vai nos deixar mais fortes e saudáveis – começou o Dr. Rafael ao sentar-se conosco – segundo: essas coisas não vão durar por muito mais tempo a maioria já estragou ou está estragando, terceiro.... ah, sei lá

–Eu não vejo nenhum legume ou verdura em seu prato. – acusou o garoto.

–E eu lá tenho cara de vegetariano? – rebateu o doutor. – Ah, Livy! Justo a pessoa que eu queria encontrar. – exclamou feliz e eu parei de fingir mastigar minhas folhas.

–É mesmo? – perguntei arqueando uma sobrancelha em falsa curiosidade.

–Sim, sim! Soube que você e a chatinha acabaram mutilando umas pobres batatas, quase não se pôde fazer o purê para o jantar. Pobres, pobres batatinhas. – disse em falso pesar.

–Oh, sim! – disse eu em uma voz extremamente dramática – Aquelas pobres inocentes vítimas da violência humana cujo único crime era estar no lugar errado e na hora errada.

–Vamos ter purê no jatar? – perguntou Sofia.

–Sim, o ultimo do mês, quem sabe até o ultimo purê de batatas de nossas vidas curtas e miseráveis. – confirmou Dr. Rafael.

–Trágico. –disse alguém atrás de mim.

–Ian! –saudaram todos.

–Posso sentar? – perguntou para mim puxando a cadeira vaga ao meu lado.

–Claro. – respondi sorrindo o que ele correspondeu com um meio sorriso sexy, borboletas faziam piruetas em meu estomago e de repente falar com os outros já não era tão interessante. Minhas mãos suavam e tremiam, meu rosto esquentou e eu não conseguia parar de sorrir como uma idiota. Não há nada mais constrangedor do que ficar boba perto de alguém que se gosta, malditos hormônios.

Alguém abafou o riso com uma tosse forçada, meu sorriso congelou e lentamente virei para encarar a pessoa, acho que eu parecia à menina do exorcista por que KW se engasgou com sua saliva e começou a tossir de verdade.

–Quem vai ficar de guarda essa noite? – perguntou Donnie.

–Acho que talvez a Camila, o Miguel, Fernando e Cameron, por que a pergunta?

–Não acho que seja sábio deixar aqueles dois idiotas cuidando da segurança, preferia que fosse você e a sua namorada. – respondeu Donnie nos dando uma piscadela.

Foi minha vez de engasgar com saliva e Ian corou, o resto de nossa turma começou a rir menos Sebastian que se levantou murmurando sobre indigestão e foi embora do refeitório.

–Vou guardar algo para você querido. - gritou a mãe dele enquanto ele se afastava.

–Oh, bem... Que constrangedor, hum?

____XX_____

Em algum lugar nos arredores do acampamento

16:00 pm

Estávamos no prédio mais alto que conseguimos achar no curto período em que chegamos na cidade mais próxima do acampamento.

–Cara, que estranho! – exclamou KW do lugar onde estava deitado de barriga para baixo observando a rua com seu binóculo.

–O que? - perguntei.

–A cidade toda está tão quieta, geralmente avistamos alguns zumbis pelo caminho, mas aqui...Aqui não há nem sinal dos nossos amiguinhos.

–Deixe-me ver. – pediu Ian deitando-se ao lado de Kw e pegando o binoculo. – Tem razão, está quieto demais... Quer parar de fazer isso, Livy?

–Hum?

–Você está casualmente balançando as pernas na beirada de um prédio de vinte andares.

–Ah...

Parei de balançar as pernas e continuei sentada na beirada. Ian ainda parecia puto comigo, mas continuei onde estava (de jeito nenhum que eu iria sair dali só por que ele estava irritadinho) arqueei uma sobrancelha em desafio e ele suspirou.

–Isso não ajuda, sabe? - rosnou ele.

–Ta legal mamãe, eu vou sair daqui, satisfeito? - revirei os olhos.

–Eu agradeceria. – disse ao se levantar.

Bufei irritada, sabe aquele momento em que você se apoia em sua mão e acha que esta firme, mas por algum motivo você escorrega e vê tudo em câmera lenta? Pois é, esses segundos me renderam um quase ataque cardíaco e uma quase morte nada agradável.

–Você tem algum desejo de morte ou algo assim? – perguntou Ian numa voz irritada e ao mesmo tempo assustada, seu hálito fazia cocegas em minha orelha e pescoço, minha pulsação já acelerada pelo susto aumentou o ritmo por sua proximidade. – Você quer me matar?

–Eu...eu

Merda, perdi a fala. Ele lentamente retirou seus braços de minha cintura e me fez encara-lo. Seus lindos olhos encontraram os meus e por alguns preciosos instantes só havia nós dois. Estávamos tão próximos, perto, muito perto e nossos narizes quase se tocavam e então...

–Acho que seu pra onde eles foram! – gritou alguém e foi como se ligassem um botão, eu retornei a realidade e me forcei a sair dos braços de Ian. Ele tinha um semblante decepcionado, mas me deixou ir.

–Atrapalhei algo? – perguntou Donnie.

–Sim! – gritaram Sofia e Amélia.

–Não. – disse eu.

Nós o encarávamos, Ian estava sério, Amélia parecia ter perdido um grande espetáculo, Sofia aparentava irritação (Serio? Não era pra eu estar irritada?), KW parecia indiferente e eu olhava fixamente para Donnie tentando evitar contato visual com Ian.

–OK – disse ele prolongando som do “o”. – De qualquer forma acho que eu encontrei os zumbis. – falou nos encarando com expectativa.

–E? – insistiu KW.

–E? Ah! Ali – apontou para algo longe do alcance de nossa visão. Kw virou seu binoculo para aquela direção e assobiou. –Puta merda! Olhem aquilo!

_____XX_____

Terraço

16:30 pm

Fizemos uma roda sentados no chão do terraço e tentamos chegar a uma solução para o nosso problema, se saíssemos do prédio poderíamos andar por horas antes de encontrar um zumbi, infelizmente quando isso acontecesse estaríamos em um grande problema. Eu não conseguia pensar, Ian estava me encarando e eu tentava e falhava evitar contanto visual com ele.

–Me diga novamente por que não podemos dar meia volta e procurar em outro lugar? – perguntou KW.

–Essa é nossa ultima chance de encontrar algo útil para o Dr. Rafael. – respondi.

–E? Há outros lugares! – exclamou irritado.

–São muito longe. E já reviramos os mais próximos, essa é a única farmácia cidade.

–Então é isso? Vamos cometer suicídio por causa de um medico louco que precisa de algumas aspirinas?

–Não, porra! Vamos entrar no meio de uma versão zumbi de colmeia para encontrar remédios que todos estão precisando! – gritei finalmente perdendo a paciência com... bem com tudo.

Ficamos em silencio novamente, e eu voltei a me forçar a pensar em algum plano maluco que nos ajudaria a passar pelos zumbis.

–Eu poderia ir sozinha. – ofereci.

–Não! – rosnou Ian – Definitivamente não!

–Mas...

–Não!

–Eu posso...

–Já disse que não, porra!

–Tudo bem! Então me diga o mestre, o que faremos para passar por todos aqueles zumbis?

–Eu não sei, ta bom? Só não faça isso.

–Podemos atrai-los para outro lugar.

–Agora, isso é um plano! – disse Donnie dando uma piscadela para Amélia que corou.

Há! Eu não era a única a sucumbir ao encanto de um dos três lideres (ou como eu gosto de chama-los: os três patetas).

–Mas como? – perguntou Sofia vocalizando a pergunta que todos estávamos pensando.

–Eu não pensei nisso. – murmurou ela.

Então a resposta me veio como um tapa, e eu fiquei de pé e comecei a dar pulinhos.

–Eu sei como, eu sei!

_____XXX______

Estacionamento Interno

17:25 pm

–Isso é uma ideia de merda.

–Shiu! Cala-se! – respondi tapando a boca de KW com os dedos.

–Ele tem razão, sabe. – disse Sofia.

–Tão pessimistas!

–Eu ainda não acredito que você me convenceu a fazer isso! – grunhiu Amélia entrar na traseira do caminhão. – Se eu morrer espero que você morra virgem!

–Ei! – gritei indignada. –Enfim, todos sabem o que fazer?

–Sim.

–Ótimo! Vamos nessa.

___XXX___

Inicio do plano/ Farmácia

17:45 pm

–Livyyyy! Você está tão morta – ouvi os gritos de Amélia.

O plano como KW tão sabiamente colocou: é uma merda, mas uma merda que pode funcionar. Basicamente nos aproximaríamos do ninho dos zumbis e Amélia seria a isca, Sofia iria dirigir o caminhão, Ian e Donnie segurariam a corda que prendia o carrinho onde Amélia estaria e eu e Kw iriamos entrar na farmácia, mas Ian não quis ficar na caçamba do caminhão e disse: -Se você está indo para se matar, eu vou com você.

Esperamos até eles se afastarem e ouvimos os zumbis andando/correndo/se arrastando/mancando/ atrás deles.

–Vamos. – chamou Ian depois do que pareceu uma hora.

–Vamos.

Ian abriu a porta o suficiente para olharmos pela fresta e checar se havia algum morto vivo do lado de fora.

–Tudo limpo.

Rápida e silenciosamente nos movemos pelas ruas, o céu começava a mostrar sinais de que em breve iria anoitecer.

–Eu vou primeiro.

Ian abriu a porta lentamente e com a faca pronta, prendi a respiração e ele seguiu em frente. Havia um sino na porta, congelamos esperando que algum zumbi fosse atraído pelo som, mas acho que todos estavam ocupados demais tentando tirar um pedaço de Amélia. Ri tanto de nervosismo quanto pela imagem de uma Amélia histérica sendo perseguida por zumbis.

–É bom ver que isso te diverte. – disse ele sarcasticamente.

–Desculpa.

–Não vejo nada lá dentro, entra. – falou sem olhar para mim.

Ele estava com raiva de mim? Fomos para cantos opostos e começamos a encher as sacolas com tudo que havia lá, trabalho rápido e silencioso, apenas o som de nossa respiração quebrando o silêncio tenso que havia entre nós. Até que na ultima prateleira acabamos ficando lado a lado com ele o mais afastado possível de mim.

–Você devia ter falado. – disse ao encher sua ultima sacola.

–Falado o que? – perguntei ao fechar o zíper da minha.

–Que não gosta de mim. – senti um nó na garganta e uma sensação de queda.

–O que? Isso não é verdade, eu gosto e muito.

–Então por que você se afasta toda vez que ficamos perto demais? - perguntou ao se aproximar e me encurralar entre a prateleira e a parede.

–Eu não faço isso. – respondi e me afastei, espera eu acabei de me contradizer!

–Sim, estou vendo. – disse com um meio sorriso triste e virou de costas se dirigindo para a saída.

Meu coração afundou para o estomago, merda, merda, eu não posso deixa-lo ir, não posso! Sua mão estava a centímetros da maçaneta quando eu tomei coragem. Oh meu Deus, era agora ou nunca.

–Ian, espera! – chamei e fui em sua direção.

–Sim? – perguntou ainda de costas para mim e num impulso eu agarrei seu ombro e o forcei a ficar de frente para mim. Oh meu Deus! Oh meu Deus! Oh meu Deus! Minha mente repetia.

–Eu posso provar.

E então agarrei sua nuca com violência e o beijei com tudo que havia em mim. Oh meu Deus! Oh meu Deus! Oh meu Deus! Ele jogou as sacolas e me agarrou pela cintura, devolvendo o beijo da mesma forma apaixonada e violenta. Oh meu Deus! Oh meu Deus! Cala a boca! Gritei para minha mente. Ian me apoiou na parede e suas mãos começaram a dançar pelo meu corpo, sua mão esquerda agarrou meus cabelos enquanto a direita acariciava minha coxa, estávamos tão grudados que eu já não sabia onde um começava e o outro terminava. Caramba, como eu pude resistir por tanto tempo? Isso era tão bom, não, Ian era bom e muito. Eu já não me importava com os zumbis, com o tempo, com silencio ou qualquer outra coisa, só com os lábios dele nos meus, a sensação de tocar em seus braços, sua pele tão macia ao toque e os músculos rígidos, seus cabelos, abdômen, ele era todo meu e eu estava adorando. Eu precisava respirar, mas quem liga para o ar quando se está tendo um momento tão bom? Eu morreria feliz se os lábios dele estivessem colados aos meus.

–Eu acredito. – respondeu a minha pergunta não formulada – eu acredito. –repetiu com os lábios inchados e um sorriso enorme.

Só então eu me dei conta de que ele havia feito tudo isso de proposito. Ian seu...

_____XXX_____

–Eles já não deviam estar por perto? – perguntou Donnie.

–Sim, alguma coisa deve ter acontecido. – respondeu KW agarrando a corda com um pouco de esforço por conta de seu ferimento no estomago. – Quer parar de se mexer tanto! – gritou para a garota histérica no carrinho de rolimã.

–Vai se foder!

–Desculpa, não te ouvi, acho que a corda esta escorregando.

–Não se atreva!

Os garotos riram enquanto Amélia se segurava e pensava em uma maneira de matar a todos de uma forma dolorosa. Especialmente Livy, aquela cadela que se dizia sua amiga.

–Grande amiga, me atira aos zumbis como isca.

___XXXX___

Ponto de Encontro

18:20 pm

– Ali estão eles!

De onde estávamos Amélia parecia uma bandeira vermelha sendo seguida por um exercito bizarro, o carrinho ia de lado para outro em alta velocidade e eu me perguntava como ela ainda não havia caído. Estávamos chegando cada vez mais perto do caminhão.

–Eles estão perto, corra. - gritou Ian.

Conforme nos aproximávamos, percebi que a corda estava esticada

demais e o carrinho estava com uma das rodas travadas.

–Puta que pariu!

Amélia havia caído e estava longe demais para ser ajudada pelos outros e felizmente longe o suficiente para não ser comida ainda e, no entanto desorientada e machucada demais para perceber que devia se levantar e correr. O caminhão parou e desceram KW e Donnie, forcei minhas pernas ao seu máximo e consegui passar por eles, agradeci minhas estrelas de que Ian era um cavalheiro e estava carregando todas as sacolas por que só assim eu poderia ter passado por KW e Donnie. Ao longe eu podia ouvir os três correndo e Ian gritando meu nome.

–Levanta! – rosnei puxando Amélia.

–Não consigo. – choramingou – Meu tornozelo.

–Oh merda!

Os primeiros zumbis já estavam próximos e seus olhos leitosos focados em Amélia, merda! Cinco deles estavam chegando muito perto, me amaldiçoei por estar apenas com uma faca corri para cima do primeiro acertando em sua têmpora esquerda, ele caído com um baque surdo e sem perder tempo fui para o segundo e então o terceiro, mas o quarto e o quinto haviam conseguido passar por mim enquanto eu cuidava do coisa um e dois. Felizmente aquele era o dia de sorte de Amélia (se você chama de sorte ser usada como isca, ter ferrado o tornozelo e ter parte do braço em carne viva por ter se ralado no asfalto), Donnie já estava a carregando para o caminhão enquanto Ian e Kw matavam o coisa quatro e cinco.

–Livy, atrás de você. – gritou Ian. Então eu senti o zumbi trombar comigo e passar direto, os olhos de Ian se arregalaram e sua boca se abriu como um peixe fora d’agua.

–Corram! – gritei para os dois, KW correu, mas Ian ficou paralisado me encarando até que o zumbi chegou perto demais e ele saiu do estado de estupor em que se encontrava.

–Mas o que? – perguntou pra mim enquanto corríamos lado a lado.

–Longa historia, agora corra.

Sofia da havia dado partida e Donnie já estava lá dentro com Amélia no colo e KW estava fechando uma das portas. Ian pulou na traseira e virou para me ajudar a subir. Notei que no canto e jogadas de qualquer forma estavam às bolsas.

–Dia emocionante, não? – perguntei. Logicamente não obtive resposta, além do olhar assassino de Amélia.

___XXX___

Caminhão

18:40 pm

–Deixa me ver se entendi... Você foi mordida, mas ainda continua humana? – perguntou Donnie, enquanto Ian e Amélia me encaravam como se eu fosse um E.T.

–Até onde eu sei...sim.

–E você pode passar por eles sem problema?

–Até semana passada eu pensei que sim, mas aparentemente isso só funciona com os que foram humanos.

–Mas você pode passar por eles sem problemas?

–Sim, se não houver algum zumbicão.

–Legal!

–E você me fez passar por tudo aquilo! – gritou Amélia finalmente se manifestando pela primeira vez desde que eu comecei a contar de meus “poderes”. Bufei.

–Não é como se eu pudesse dizer: Ei, a proposito... eu mencionei que sou basicamente invisível aos zumbis? Vocês iriam acreditar? Por que se alguém me contasse isso, eu não acreditaria.

Silencio tenso se instalou por alguns momentos e então Donnie recomeçou a falar.

–Vocês dois sabiam?

–Sim. – responderam KW e Sofia.

–Como? – perguntou Ian.

–Você lembra aquela vez em que nós sumimos e aparecemos no dia seguinte com a Livy?

–Sim.

–Pois é nos estávamos presos num telhado, sem munição, sem facas e cercados por um mar de zumbis famintos.

–Então alguém lá embaixo gritou: E ai, panacas?

–Por um minuto eu pensei que fosse uma daquelas coisas. – disse Sofia da cabine do motorista.

–Mas era eu.

–É e ela deu uma de samurai pirada e fatiou cada um deles. Foi louco.

–Realmente, e sua culpa também. – acusou Sofia.

–Eu! Eu não tive culpa nenhuma!

–Foi sim e ponto final.

___XXX___

Caminhão

19:50 pm

Já estávamos chegando ao acampamento quando me senti ser abraçada e ouvi sua voz.

–Isso não muda nada. – assegurou Ian.

Soltei um longo suspiro que não sabia estar guardando e me permitir relaxar contra seu corpo, seu cheiro era tão gostoso, alias Ian era completamente gostoso. O caminhão perdeu velocidade e finalmente chegamos.

–Caralho, finalmente. – foi à saudação que recebemos do Dr. Rafael. – já estava pensando que vocês tinham virado ração.

–Muito engraçado.

–Vamos ver o que vocês inúteis trouxeram.

–Ora, ora. – começou KW enquanto remexia uma das sacolas e então ele olhou para nós e de volta para a sacola e então para nós novamente - Ei caras! Algum motivo especial de isso estar aqui? – perguntou com um sorriso sacana e um pacote de camisinhas na mão.

Senti meu rosto corar e não consegui pensar em nada para falar, cacete! Eu nem havia reparado que havia camisinhas naquele saco e era o meu saco, mas que porra. Tentei me desvencilhar do abraço de Ian, mas ele apertou os braços a minha volta evitando minha fuga.

–E se houver? Não é como se você fosse usa-las. – respondei Ian com o tom de voz

serio apensar de estar corando também.

–Ei! Como não?

–Cala a boca! – gritei e escondi meu rosto em chamas no peito de Ian.

–Eu só...

–Cala a boca! – gritaram todos, até mesmo o Dr. Rafael.

–Eles estão certos de terem pegado esses pacotes de camisinha, varias pessoas estavam precisando – e então se virou para nós. – mas se precisarem de algum conselho medico...

–Ai meu Deus! Vamos embora! – pedi e o arrastei para o lado de fora.

Ian começou a rir e então eu também e ficamos rindo como dois imbecis do lado de fora da barraca medica.

–Isso foi embaraçoso. – disse eu ainda rindo ao enxugar as lagrimas dos olhos.

–Muito, mas eu não me importo.

E então ele me arrastou para perto das arvores, onde a luz era mais escassa, eu ainda ficava nervosa quando ele me tocava ou ficava muito perto, mas se fosse para repetir os beijos que aconteceram naquela farmácia eu iria me controlar. Valia a pena, pensei quando senti seus lábios nos meus, valia muito a pena.

___XXXX___

Refeitório/Área das barracas

8:30 pm

Recebemos vários olhares durante o jantar, havíamos entrado de mãos dadas e isso chamou atenção, inveja, raiva, alegria e presunção, tinha até algumas pessoas trocando de sobremesa.

–O que foi? – perguntei para Victor que me encarava ansiosamente.

–É verdade, não é? – questionou quase quicando em sua cadeira.

–O que?

–Sobre vocês dois?

–Hum... – fingi me concentrar em por ervilhas em meu prato.

–Acho que isso responde sua pergunta. – disse Ian e agarrou meu pescoço me puxando para um beijo.

–Argh, por favor, sem demonstrações de afeto na hora de comer.

–Cale-se KW! Isso é dor de cotovelo. – sussurrou Sofia.

–Há! Penélope me deve um pote de iogurte.

–Caramba, quantas pessoas apostaram nisso?

–Metade do acampamento, eu acho que desde seis meses atrás quando você chegou. – disse Donnie.

–Uau.

–O resto são os ciumentos, garotos que queriam você – continuou ele – e garotas que queriam o seu namorado, ah e uns poucos garotos que o queriam também.

Ian se engasgou com suco enquanto o resto de nós ria. Depois do jantar quem não estava de vigia ia fazer algo que queria desde que estivesse perto do acampamento e não fosse sozinho.

–Livy. – chamou Victor quando entrei em nossa barraca com a toalha enrolada na cabeça.

–Fala, pirralho.

–Eu vou sair para cobrar minha aposta com a Penélope e acho que vou passar um tempo com ela.

–Tá, divirta-se e volta logo.

–Valeu.

–Victor!

–O que? – perguntou voltando para a barraca.

–Sua faca. Nunca ande sem uma arma.

–OK. – disse revirando os olhos e a pegou sua faca de cima da mesa.

–Muito protetora para alguém tão suicida. – disse Ian parado à porta da nossa cabana.

–Humpft. Eu não sou suicida, só não sou muito cuidadosa comigo mesma.

–Tudo o que você diz.

–Adeus Ian, Livy.

–Juízo, garoto. - gritou Ian por sob o ombro.

OMG! Ele estava sem camisa! Evitei babar e me concentrei no que estava do pescoço pra cima, mas era tão difícil, ele tinha um corpo tão bonito, não era extremamente forte e nem extremamente magro. Era no ponto, como Amélia disse uma vez.

–Você tem uma bela tatuagem de lobo. – murmurei quando estávamos perto o suficiente para nos tocarmos.

–Obrigado e você tem alguma?

–Uma águia nas costas. – respondi distraída.

–Posso dormir aqui? – perguntou me pegando de surpresa.

–Você sempre dorme aqui é a sua barraca afinal.

–Não foi o que eu quis dizer.

–Ah... na mesma cama?

–Eu prometo não fazer nada. – não é com você que eu estou preocupada.

–Eu-eu acho que sim. – gaguejei. Ele deu um meio sorriso sedutor. MALDIÇÃO, POR QUE EU ACEITEI?

Juntamos nossas camas quando percebemos que não haveria espaço para dois em apenas uma delas, apagamos as luzes e deitamos. E agora? Pensei. Fiquei completamente imóvel e o senti se mover.

–Você precisa relaxar. – sussurrou ele.

–É.

Suprimi um guincho assustado quando o senti me puxar para mais perto e me abraçar.

–Assim esta melhor, agora relaxe e vamos dormir.

E eu relaxei, me permiti desfrutar do momento e aproveitar o calor do corpo dele colado ao meu, acabou que de tão calma eu consegui dormir com Ian ao meu lado.

____XXX____

P.O.V Autor

01:00 am

Todos no acampamento já estavam dormindo até mesmo um casal de sentinelas, passos errantes se aproximavam na penumbra, pessoas que andavam com grande dificuldade por entre os galhos e raízes.

. Alguns avançavam lentamente tropeçando em seus próprios pés enquanto outros andavam mais rápido e quase normalmente e todos emitiam um fraco grunhido em sua marcha em direção as pessoas adormecidas.

Poucos metros dali alguém procurava a origem do barulho de folhas esmagadas, galhos estalavam em varias direções.

–Cameron. – chamou Fernando pelo walkie talkie. – Cameron!

O rapaz não obteve resposta do outro lado da linha era ouvido apenas a estática e sons indistintos. Fernando estava entrando em pânico e tentava se convencer de que o que ouvia era uma falha na transmissão que acontecia algumas vezes por estarem cercados de arvores, mas em seu interior ele sentia que havia algo muito errado acontecendo naquele momento.

–Miguel. – sussurrou para o aparelho em sua mão, agora ele podia ouvir os sons cada vez mais perto. De qualquer maneira ele não obteria resposta, Cameron já estava morto e sendo comido por um grupo de zumbis mais rápidos que haviam chegado minutos antes de sua chamada e outros dois guardas haviam abandonado o posto quando viram os primeiros zumbis aproximando.

Fernando ficou paralisado ao ouvir um galho estalando bem próximo de onde estava agachado e pressionou o corpo contra o grosso tronco da arvore desejando se tornar parte dela para continuar vivo, contudo ele sabia que esse era um desejo inútil e ele morreria dolorosamente e só esperava não se tornar um daqueles seres horrendos. Lamentava por não ter sido covarde o suficiente para correr em direção à relativa segurança do grupo e alerta-los do perigo que corriam, mas agora era tarde e ele podia sentir seu fim ficando cada vez mais próximo, os passos das criaturas eram como o tic-tac do relógio marcando o término de sua vida. Respirando fundo ele se levantou e segurou a espingarda contra o peito, um dos zumbis se aproximava pela sua esquerda, Fernando deu a volta ainda grudado contra o tronco da arvore esperando pegar a criatura pelas costas, no entanto ele estava tão concentrado naquele zumbi que se esqueceu dos outros e esse foi seu erro fatal.

Havia mais três deles e eles o viram antes que ele os visse, o rapaz ainda tentou lutar e conseguiu atirar em uma das criaturas, mas seu esforço foi inútil e ele caiu ao chão sucumbindo aos três seres famintos e com um ultimo esforço ele gritou com toda a sua fúria e dor antes que um dos zumbis o calasse com uma dentada na garganta, ele morreria mais rápido por estar se afogando em seu próprio sangue e agradeceu por isso.

Longe dali alguém acordou sobressaltado e caiu no chão com baque alto, essa pessoa podia jurar que ouviu um tiro e um grito, seria um sonho talvez?

–Livy? – chamou a voz que vinha da cama – o que aconteceu? – perguntou Ian ao sentar-se na beirada do colchão.

–Um pesadelo eu acho. – respondeu ao levantar e ficou paralisada olhando por sob o ombro do namorado.

–O que foi?

Ela não respondeu apenas apontou o dedo pra a sombra da figura cambaleante do lado de fora da barraca.

–Jesus. – murmurou ele ao levantar-se lentamente da cama de molas que rangeu e chamou a atenção do zumbi que investiu em direção ao som.

–Ian! – gritou a garota.

–Vamos!

Ambos pegaram suas armas e correram, do lado de fora tudo parecia normal exceto pelos zumbis que começavam a aparecer por entre as arvores, eles estava cercados e todos continuavam a dormir.

–Acordem! – gritou Ian.

–Zumbis no acampamento, acordem seus idiotas!

–Livy! – disse ele em tom de repreensão.

–O que? Você acha que eles vão acordar só por que você gritou acordem.

Em todo o acampamentos luzes se acendiam dentro das barracas e as pessoas começaram correr em varias direções, gritos romperam o silencio, sons de luta e tiros podiam ser ouvidos a vários metros, pais chamando por filhos, filhos chamando por pais, pessoas fugindo em seus carros ou simplesmente morrendo na tentativa.

–Victor! – chamou Livy enquanto corria por entre os corpos e zumbis com Ian em seu encalço.

–Ei, pessoal! – saudou Sofia que vinha acompanhada de Amélia e Donnie.

–Vocês viram o Victor?

–Nem sinal. – respondeu Donnie tentando apoiar Amélia e segurar a arma ao mesmo tempo. – Ele não dormiu na barraca de vocês?

–Não, estava com uma garota, acho que o nome era Penélope. – respondeu Ian enquanto retirava a faca do queixo de um zumbi que estava prestes a mordê-lo.

–A Peny, merda! – exclamou Donnie – eu passei por aqueles lados para pegar a Sofia e a Amélia a barraca da Peny estava destruída.

–E o KW? – perguntou Sofia.

–Não sabemos.

O coração de Livy afundou o garoto não podia estar morto, não podia! Ela subitamente sentiu raiva inundando seu sistema e tudo que pensava era em despedaçar todos os zumbis. Eles começaram a se mover lentamente entre os cadáveres de conhecidos, havia um zumbi comendo a mãe de Sebastian a alguns metros a frente, seu vestido florido estava rasgado manchado de sangue, seu rosto pálido e sem vida encarava o céu estrelado, Livy segurou as lagrimas e cortou a cabeça do zumbi. Nesse pouco tempo em que se conheciam a velha senhora havia se tornado uma substituta de mãe, mas agora era apenas um cadáver mutilado com as tripas de fora.

–Precisamos chegar ao caminhão. – disse Donnie meio arrastando meio carregando Amélia, ele estava cansado havia acordado no meio da madrugada por causa daqueles monstros e tinha que apoiar a garota e ao mesmo tempo matar aquelas coisas.

–Sim, vocês precisam. – concordou Livy ao mecanicamente decepar a cabeça de um zumbi que se tentava avançar em Sofia.

–Livy, o que...

–Ian, agora não! Vocês são os únicos que devem se preocupar com os zumbis, principalmente agora que há poucas pessoas correndo por ai.

–Eu não vou deixar você ir sozinha.

–Ian, por favor! Eu vou ficar bem mais calma com você longe dessas coisas.

O rapaz pensou enquanto eles abriam caminho por entre os zumbis, ele via que nenhum deles se concentrava em sua namorada, mas não podia dizer o mesmo dele e dos outros, ela tinha razão era a única que não tinha com o que se preocupar em meio aquele caos, mas isso não quer dizer que ele se sentia mais calmo. Eles estavam encontrando cada vez mais zumbis pelo caminho, a fonte de alimento estava secando e eles estavam no cardápio circulando entre seus predadores como lagostas num aquário de restaurante. Estava ficando mais difícil lutar contra eles em meio ao cansaço e o numero elevado de mortos-vivos que os cercavam.

– Tudo bem. – disse assim que conseguiram chegar ao caminhão, eles estava suados e exaustos.

–Obrigada, Ian. Esperem ai dentro, eu volto logo.

Ela saiu correndo de volta ao centro daquele caos, escorregando no sangue de algum pobre coitado aqui e ali, esmagando um olho, chutando um dedo ou órgão pelo caminho, ainda havia alguns poucos sobreviventes se o barulho de tiros era alguma indicação. Correu por todo o acampamento ajudando algumas pessoas a escapar ou simplesmente procurando o garoto.

–Peny! – gritou uma voz perto da barraca de suprimentos. Livy parou quase tropeçando em um braço meio comido.

–Victor!

–Livy! Socorro! – gritou ele.

Quando chegou ao que julgava ser a direção da onde a voz do garoto vinham se deparou apenas com zumbis em volta de uma arvore.

–Aqui em cima!

Lá no alto de um galho estava o menino segurando a mão de uma garota que balançava perigosamente a ponto de cair para os braços dos zumbis famintos. Livy não pensou, apenas agiu e começou corta-los em pedaços e bem a tempo, pois a garota despencou e teve a queda amortecida pelos corpos.

–Eca. – disse quando notou que seus dedos entraram nas orbitas de um dos zumbis.

–Temos que ser rápidos, agora que eu encontrei vocês tenho que pegar suprimentos e então vamos partir.

–Eles não atacaram você. – disse a menina.

–Realmente.

–Por quê?

–Longa historia, pouco tempo. Anda macaco prego!

–Calma, descer não é tão fácil quanto subir, sabia? – gritou o menino.

–Se joga – gritou a menina ainda encarando Livy.

–Eu... O que? Não!

–Estamos ficando sem tempo, pirralho. – disse Livy ao notar que alguns zumbis estavam vindo naquela direção.

Ele olhou para baixo e então para os zumbis, era uma escolha difícil e que ele não queria ter que fazer, mas se continuasse a descer iria demorar muito e eles estariam cercados. Então ele se soltou e caiu.

–Arhg! – gemeu.

O garoto sentiu todo o ar sair de seus pulmões e cada célula de seu corpo doía com o impacto.

–Agradável, não? – perguntou Peny.

–Humpft!

–Tudo bem? Nada quebrado, torcido, deslocado? - perguntou Livy.

–Dor de cabeça conta?

–Não, vamos.

Entrar na barraca de suprimentos era fácil, o problema viria na hora de sair e chegar ate os outros.

–Peguem bastante agua, comida, armas e munição, apenas o necessário para sobreviver.

–Ok. – responderam e começaram a retirar as barracas dos sacos e enche-los com agua e comida.

Três bolsas abarrotadas mais tarde e eles tinham que se aventurar do lado de fora, Livy na frente com a katana, as duas crianças atrás cada um segurando uma sacola e uma faca. Avançaram com cuidado tentando não chamar atenção, quando passaram pela barraca medica um vulto grande caiu no chão embolado numa luta com outro.

–Rafael? – perguntou a mulher. – fiquem aqui eu vou ajuda-lo. – disse para as duas crianças que aceram afirmativamente.

Livy puxou o zumbi de cima do doutor e o cortou ao meio, limpou a Katana na camiseta do pijama e estendeu a mão.

–Mais pessoas para ajudar! – exclamou o velho.

–O que?

–Ei, Doc, tudo beleza ai? – perguntou KW saindo com uma grande mochila nas costas. – Livy? Caralho, onde estão os outros?

–Esperando no caminhão, não muito longe daqui.

–Menos conversa e mais ação. – disse o doutor empurrando todos para dentro. – peguem os medicamentos e vamos embora.

____XXX____

01:45 am

Ian andava de um lado para outro preocupado, quando ouviu as batidas na porta traseira do caminhão pensou que talvez fosse Livy, mas era apenas um cansado e sujo Sebastian. Desde o minuto em que ela saiu do seu lado ele não conseguia ficar calmo.

–Talvez devêssemos ir. – sugeriu Sebastian pela segunda vez.

–Não, ela ainda não voltou.

–E talvez não volte! Se não sairmos agora vamos ficar cercados!

–Cala a boca! – gritou Ian.

–Eu só...

Ian investiu contra Sebastian e o agarrou pela camisa o empurrando contra a parede de metal da caçamba.

–Nem mais uma palavra!

Os dois homens se olharam com raiva, Sebastian afastou Ian com um empurrão.

–Ei! Parem com isso! – disse Donnie ao entrar no meio dos dois.

Batidas apressadas soaram na porta e interromperam a briga que se iniciava. Ian abriu a porta e KW entrou se desfez de suas sacolas e começou a pegar mais e joga-las para dentro e então ajudou as crianças a entrarem e voltou para dentro.

–Onde está Livy?

–Ajudando o velho louco. Ele não conseguiu correr muito rápido e ela me mandou na frente com as sacolas e as crianças, já estão chegando. Ei baixinha, acho melhor dar partida por que mais daquelas coisas estão chegando.

–Mais? – perguntou Sofia ao dar partida.

–Sim, aparentemente aquela era uma pequena parte dos monstrengos.

–Alguém pode por misericórdia ajudar esse velho a subir? – perguntou Livy tentando equilibrar sua katana e ajudar Rafael.

Finalmente e com a ajuda de Ian e Donnie o velho cansado conseguiu subir e se jogou no chão recuperando folego.

–Preciso de agua. – pediu e a garotinha o entregou uma garrafa.

–Vai com calma ai velhote, temos que economizar o consumo de agua.

–Eu sei. – disse ao fechar a tampa da garrafa e se acomodar para dormir.

–Estou feliz que tenha voltado – sussurrou Ian com alivio.

–Honestamente Ian, para onde eu iria?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Encontraram erros? Sugestões? Só há uma alternativa: deixe um review! Bj! :P



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fome Insaciável" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.