P.O.V Livy

Ok, a primeira coisa que me veio à mente foi: JOGUE APORRA DA BICICLETA NESSES SACOS DE MERDA! Admito não foi à coisa mais inteligente a se fazer, mas momentos desesperados pedem medidas desesperadas.  

As pessoas que estavam lá dentro me olharam como se eu fosse algum tipo de assombração que apareceu do nada, havia um deles o cara gatinho com barba por fazer era o mais próximo e havia um zumbi em sua frente retirei minha nova katana e cortei sua cabeça pela metade o zumbi caiu como um saco de batatas, eles todos ainda estavam em choque pela minha súbita aparição ou como eu estou pensando agora: minha entrada triunfal.

-Que? Vocês vão ficar parados ai enquanto eu matos os zumbis ou vão fazer algo de útil?

Minhas palavras surtiram o efeito desejado e eles voltaram a reagir, nós quatro quase não demos conta de tantos zumbis, mas como eu poderia andar em meio aos mortos vivos sem virar refeição matei a maior parte deles. Foi difícil, cansativo e demorado... Mas foi emocionante, fazia bastante tempo desde que matei tantos mortos-vivos assim e isso me lembrava do tempo em que eu era razoavelmente normal.

Enquanto recuperávamos o fôlego encostados-se à parede duas pessoas vieram ao nosso encontro, um rapaz moreno e uma garota baixinha ela tinha uma cara de metida muito enjoativa, assim que a vi soube que eu não teria mais paz em minha vida. Ótimo!

-Quem diabos é você? – perguntou (ordenou) ela com sua voz nasalada e irritante.

-Livy Baker e você? – tentei forçar minha voz a soar gentil e cortês.

-Camilla Vega. E esse é meu primo Miguel.  – respondeu desinteressada e apontou para o garoto moreno a seu lado.

-Hey! – o saudei.

-E aí gatinha! – respondeu dando um sorriso malicioso logo em seguida. Ah não, ele ta me secando!

-Eu sou Donnie, apenas Donnie. – o rapaz negro apareceu em minha frente e estendeu a mão num gesto amigável.

-Ian Callahan – apresentou-se o cara bonitinho ao tomar o lugar de Donnie.

-Amelia Blake. – falou a garota ruiva que ainda estava ofegante em um canto.

-Então como você apareceu por aqui Livy? – indagou Donnie enquanto acudia Amelia em sua crise pós-adrenalina.

-Estou “morando” em uma das casas aqui perto. Saí para procurar comida para mim e o meu menino.

Em algum lugar a minha direita ouvi um bufo feminino pela minha visão periférica vi Camilla fazer uma careta, aquela garota estava tentando ser desagradável? Pelo amor do amor, eu mal a conheço e já quero dar umas tapas nela. Qual é o problema dela?

-Imagino que deve ser difícil cuidar de um filho em uma idade tão jovem, ainda mais agora com esses mortos andando por aí. – disse ela sarcasticamente.

-Primeiro ele não é meu filho e eu não sou uma criancinha, segundo se fosse não seria da sua conta e terceiro se você soltar mais um comentário sarcástico eu quebro essa sua carinha de safada meu bem. – rosnei.

-Você enlouqueceu garota! – gritou ela.

Avancei ate estar frente a frente com aquela garota irritante, apontei meu dedo e empurrei em sua direção batendo-a no peito a cada palavra proferida.

-Talvez eu possa estar louca, mas eu não sou uma putinha irritante, inútil e medrosa como você. Eu mal lhe conheci, não trocamos nem mais que três frases e você já me deixou com uma puta vontade de socar esse seu nariz empinado. É melhor você ficar quietinha compreendeu?

Camilla não respondeu simplesmente jogou os cabelos para trás como se houvesse ganhado a nossa “briga” e saiu rebolando aquela bunda ossuda.

-Não liga para isso, ela gosta de irritar todo mundo ainda mais quem não conhece.  – alguém sussurrou em meu ouvido. Virei de súbito ate estar cara a cara com o dono daquela voz sexy.

-Humpf! Essa garota merece levar umas pancadas para deixar de ser imbecil. – falei enquanto encarava aqueles lindos olhos azuis de Ian.

-Talvez, mas acho que ela seria ainda mais irritante se alguém fizesse isso. – falou ele dando um passo para trás e guardando um taco de beisebol no cós das calças.

-Sem corpo não a provas. – disse rindo. Ian me acompanhou, senti  alguém me encarando e encontrei o olhar assassino de Camilla. Parecia que ela queria pular em meu pescoço, mandei um beijinho e pisquei para ela, sua cara ficou vermelha de ódio.

-Mas me diga cadê o garoto? – indagou Ian.

-Ai meu santinho! Eu preciso voltar ele esta doente e tenho que dar o remédio que eu encontrei.  – gritei assustando os outros.

-Calma, só vamos ver se tem algo aqui e vamos com você ate onde o garoto está.

-Não há nada aqui. Já revistei o lugar hoje de manhã. – Olhei ao redor e vi o manequim que eu havia deixado lá. – Ah cara vocês mataram o Jared!

-Foi você que deixou essa merda aqui? – gritou Camilla.

-Foi, algum problema?

-Claro! A culpa foi sua, eu me assustei que essa bosta de boneco e atirei! Foi sua a culpa dos zumbis quase terem nos matado!

-Lá vamos nós de novo! Olha vadia, se você é idiota o suficiente para confundir um manequim com um zumbi o problema não é meu e a culpa é sua por ter atirado em vez de verificar se era um zumbi ou não. Já pensou se fosse um ser humano vivo?

A idiota abriu e fechou a boca algumas vezes e por fim resolveu ficar calada, ponto para mim!

-Então devemos ir logo, vamos pegar o garoto e levar vocês até os outros. – disse Ian.

-Outros?  - repeti um pouco confusa.

-Sim, somos um grupo razoavelmente grande. Umas vinte pessoas, mais ou menos.

-Já falei com o outro grupo, eles tiveram uma sorte melhor, conseguiram ate achar água e comida. – a voz de Donnie nos assustou, caramba em que momento ele falou com os outros?  Acho que minha cara devia ser uma interrogação gigante, por que ele sorriu e respondeu – Foi enquanto você estava discutindo com ela – apontou para Camilla.

-Ah!

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Foi tudo muito rápido pegamos Vic e seguimos para o acampamento improvisado, Donnie e Amelia eram muito agradáveis e conversaram bastante comigo e com Vic, Ian ficava calado ao meu lado às vezes perguntava algumas coisas, mas ele sempre se mantinha na dele preferindo ouvir em vez de falar. Camilla e seu primo ficaram mais afastados quase na porta da caçamba, por um momento desejei que as portas se abrissem e ela caísse, mas logo descartei a idéia. Miguel às vezes me olhava e dava uma piscadela a qual eu devolvia com uma careta, nas vezes em que Ian o pegava ele fechava a cara e encarava Miguel ate ele desviar o olhar.

A viagem foi tranqüila e com poucos incidentes, um deles foi a porta se abrindo e Camilla quase caindo se não fosse por seu primo, consegui manter minha gargalhada do mal, mas foi por pouco.  Em algum momento da viagem outro caminhão se juntou a nós, seguimos por horas na estrada ate que acabei dormindo abraçada a Victor, acordei ao sentir o caminhão diminuir de velocidade minha cabeça estava apoiada em algo macio, cheiroso e forte...espera forte?

-Desculpe – sussurrei ao ver que estivera apoiada no ombro de Ian. Oh cara espero que eu não tenha babado!

-Sem problemas – disse sorrindo.

Descemos do caminhão e eu tive meu primeiro vislumbre do meu novo lar, barracas grandes e pequenas estavam espalhadas pela clareira havia alguns carros por ali também.

-Caramba. – murmurei enquanto arrumava Victor em meu colo.

-Você quer que eu o leve? – ofereceu Ian.

-Ahn! Ok!

-Venha comigo.

Segui Ian até a parte mais afastada, havia apenas uma barraca por ali, era grande o suficiente para um adulto ficar de pé. Apenas uma cama e uma bolsa compunham a decoração do lugar. Ian pôs o garoto na cama e o cobriu com os lençóis. Victor não acordou, mas a febre havia diminuído após eu lhe dar os remédios que havia achado.

-Bem vinda a minha humilde casa ou quase isso.  – sussurrou Ian.