Fome Insaciável escrita por Shadow


Capítulo 14
Madness


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar... Ainda...
Vejo vcs lá em baixo....



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P.O.V Livy

Não, não poderia ser isso! Não, não, não, não, não! Eu continuei parada, tentando virar e confirmar o que meu raciocínio mórbido concluiu, mas minhas pernas recusavam-se a mover-se pelo menos a ate que o choro me tirou do estupor. Ah Meu Deus, o bebe! Forcei meus músculos a descongelarem e o vi ali jogado envolto em sangue e rodeado de zumbis. Isso não pode estar acontecendo! Eu estou louca só pode!

-NÃO! – joguei-me no chão passando por entre as pernas dos zumbis, tentando alcançar o único membro vivo restante da minha família. Ele não poderia morrer, não podia!

Um dos zumbis já estava agachado perto do bebe, minha mente não estava trabalhando direito a única coisa que se passava em minha cabeça era pegar o bebe e correr dali. Com pânico crescente vi o zumbi morder o bracinho da criança, meu mundo desmoronou a criança chorou e dessa vez era de dor. Não, não o meu pequeno, por favor! Atirei meu corpo contra o do zumbi, rolei e peguei o corpinho sangrento de meu sobrinho ou sobrinha e sem uma segunda olhada para o corpo disforme de minha irmã corri como se minha própria vida dependesse disso.

Pobrezinho! Sem mãe, sem pai, sem comida e sem chance de viver! A ferida provocada pela mordida jorrava sangue, mas eu não podia parar, um pequeno grupo de zumbis me seguiu pelo cheiro do sangue, o sangue inocente do bebe em meus braços. Eu não tinha rumo, apenas seguia em frente correndo loucamente com uma criança moribunda no colo. Aos poucos fui perdendo velocidade, estava cansada e com fome, não tinha como continuar, o bebe havia parado de chorar e estava frio, seus membros pendiam moles havia alguns minutos, não o meu pequeno, ele se foi! Foi-se como todos os outros! Minhas lagrimas escorriam livremente jorrando minha angustia e sofrimento, caí de joelhos no meio da rua, sem forças e com a visão turva, minhas pernas queimavam por causa do exercício prolongado, mas não era nada em comparação a dor em meu peito. Olhei para trás em busca dos zumbis que haviam me perseguido, mas eles não estavam à vista, provavelmente haviam parado de correr atrás de nós depois que a única fonte de interesse parou de respirar, o alimento fresco que eles tanto queriam agora não tinha mais importância era apenas um corpo vazio que uma garota idiota segurava como uma boneca enquanto estava jogada no chão chorando em posição fetal.

Em algum momento enquanto eu lançava minha dor ao mundo, entrei em estado de inconsciência agarrada ao pequeno cadáver, sem saber que nos próximos semanas eu entraria em colapso mental.

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POV Autora

Em meio a caos que o mundo se tonara, com essoas mortas, vivas e mortas-vivas, havia uma figura dormecida abraçada a uma coisa semelhante a uma boneca que se movia em seus braços. Talvez notando a agitação a garota deitada no asfalto acordou, parecia estar sentindo dor pela posição em que havia dormecido, notando que o que segurava estava se movimentando ela levantou assustada deixando o pequeno corpo nsanguentado ao chão, um pouco confusa ela voltou a segurar a pequena criatura cuidadosamente e olhando de um lado pra outro ela saiu correndo...

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A garota estava embalando o bebe zumbi, na verdade era a única coisa que ela fazia que fosse considerada normal, se é que ninar um bebe zumbi pode ser considerado como algo normal. Desde aquele dia, o dia em que ela perdeu tudo ate mesmo a sanidade ou parte dela, a garota não fazia nada que mostrasse que atrás daquele olhar vítreo havia alguém que raciocinava.

- Tudo vai ficar bem – dizia ela constantemente para si e o pequeno embrulho que carregava para todos os lugares – Vamos ficar bem, bem... – balbuciou enquanto seu lábio inferior tremia.

Ela estava sem comer por vários dias e a única vez que o fez seu estomago revirou e botou tudo para fora, basicamente sua sobrevivência se devia ao consumo de água e gordura corporal, ela também não conseguia dormir direito, apenas algumas poucas horas por noite e algumas vezes por dia, isso explicaria as bolsas em baixo dos olhos.

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Era uma típica manha ensolarada, pessoas andando de um lado para outro, homens, mulheres e crianças a única diferença era que se algum ser vivo passasse por ali bem... ele ou ela seria devorado ate sobrar apenas ossos, ultimamente os mortos-vivos andavam com mais fome do que normalmente, sua fonte de alimente havia diminuído drasticamente e o restante tinha aprendido a evitar grandes cidades e sabiamente se mantinham na moita. A única regra a esses grupos distintos estava andando aparentemente sem rumo carregando algo enrolado em um trapo, todos os dias ela fazia a mesma coisa trazia o embrulho sentava-se no banco defronte ao playground infantil e cantava enquanto o ninava. Um dos devoradores de carne humana era uma mulher que guiava um carrinho de bebe sem nenhum passageiro, era uma figura consagrada pelos arredores foram poucas às vezes em que se poderia vê-la sem o carrinho e sempre foram por conta de sua alimentação.

Por algum motivo as duas mulheres andavam juntas ou poderia-se dizer que a garota seguia a mulher zumbi por todo o parque ate o fim do dia quando as duas seguiam caminhos diferentes. A mulger era a sem duvida a mais assustadora zumbi de todo o parque, talvez fosse por causa do carrinho sem ocupante que lhe dava um olhar melancolico e diferente do comum...será que em algum momento, enquanto ocaos reinava ela de alguma forma acabou matando o seu filho?

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POV Livy

Algum tempo depois...

Olhei para o bebe cinzento, certamente eu não poderia mata-lo, afinal era meu sobrinho, mesmo que ele esteja morto eu não o mataria... de novo  nesse caso, então me veio a luz ou melhor a zumbi. Era bom que alguns poucos zumbis ainda mantinham pequenos hábitos humanos, certamente aquela zumbi que empurrava o carrinho de bebe está em algum lugar por aqui.

- Mãe zumbi, bebe zumbi, agora está tudo certo. – disse rindo histericamente.

Ok, ok pare de rir como uma hiena drogada e atenha-se aos cacos de sua sanidade. Fazia quanto tempo desde que eu tive o pequeno acesso de loucura? Hum... quatro luas cheias? Sim, acho que sim... Isso são quatro meses, quatro meses de pensamentos esquisitos e sem nexo, carregando um pequeno defunto de um lado a outro sem propósito algum.

Ora, quer saber dane-se,  o mundo acabou mesmo. Todos morreram menos eu, então bem... Ah se lá... como eu disse antes dane-se.... Cadê aquela maldita carcaça ambulante?!!! Maldita defunta, onde essa coisa se meteu agora que eu preciso dela!

-Ah achei você! Toma, vou precisar de você, ou melhor, de seus serviços como babá tipo assim... para sempre ok? Sem pagamentos, sem casa ou comida... pega o pirralho. – a zumbi grunhiu e tomei isso como um sim – Ótimo, sabia que você concordaria, foi bom fazer negócios com você, até algum dia.

E com isso me desfiz de meu sobrinho sem pensar e sem pesar... ele é claro nunca saberia a diferença. Em todo caso eu precisava comer e dormir urgentemente se não entraria em um estado ainda mais lamentável do que já me encontro.

-Próxima parada, loja de roupas.

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Essa realmente sou eu? Esse rosto triste e pálido? Com ossos proeminentes e completamente suja da cabeça aos pés? O que eu via no espelho me assustava, eu quase poderia me passar por um zumbi. Arranquei as roupas rasgadas e imundas jogando-as longe, eram provas de minha ruína, não me importaria de queima-las mais tarde.

Olhei para a roupa nova separada e jogada de qualquer forma sobre o vaso sanitário, eu teria que me cuidar a partir de agora, era o começo de uma nova vida, uma vida que onde não se é permitido ter acessos de loucura mesmo os momentâneos, sob circunstância alguma. O que eu faria daqui para frente? Como eu podia ter me desfeito daquela forma insensível de meu único parente restante, sem nem ao menos lhe dar um ultimo abraço... Ah cala a boca, sua idiota! O bebe era um zumbi, era alguém morto! Portanto larga de ser otária e vai cuidar de si mesma beleza?!

-Apenas não pire de novo, você pode fazer isso... – sussurrei encarando meu reflexo. – você consegue.

Ou não... sussurrou a voz em minha cabeça. Cala a boca! Gritei de volta.Tudo bem, mas não reclame depois... QUIETA!

Finalmente sem vozes e sem sujeira eu me sentia razoavelmente normal, era hora de uma sonequinha.


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Notas finais do capítulo

Pois er dei uma corrida no tempo espero q esteja razoavel...
:)
Ate o proximo e por favor não fiquem com raiva por eu ter demorado e só ter saido isso... :(
Qlqr erro é so falar....



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