Por detrás da Rosa escrita por Danda


Capítulo 1
A partida




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Estava sentada perto de um lindo campo coberto de rosas. Não sabia exactamente onde era, apenas que era perto do santuário daquela que Zeus mandava a cada 200 anos para a terra. Os olhos fixavam em uma das rosas vermelhas, ali presentes. Em sua opinião, aquela era a mais bela.

Esticou a mão para pegar-lhe mas foi segurada pelo pulso, de forma brusca. Virou imediatamente…

Abriu os olhos, rapidamente, vendo um volto que lhe segurava no pulso.

- Estava ficando preocupado – Uma voz grossa, invadiu o espaço.

Piscou os olhos varias vezes, até definir a imagem a sua frente. Era seu pai.: Os olhos castanhos-claros lhe fitavam com preocupação. Era alto de cabelos bem curtos já começando a ficarem grisalhos. Uma barba rala e os traços do rosto fortes e marcantes. Gemeu baixinho, colocando a mão na frente dos olhos, ainda deitada.

- Já está tarde, sabia! – O homem falou, lhe soltando e, indo em direcção a cadeira no canto do quarto, e pegando em uma mala cinza, que estava sobre esta.

- Que horas são? – Sua voz assonada, nem parecia lhe pertencer.

- Dez horas da manhã. Se aprece que o táxi já deve estar chegando. – Concluiu saindo pela porta.

Se ergueu com dificuldade, apoiada em um dos braços, ainda de olhos fechados. Abriu-os lentamente, mostrando seus olhos amendoados. Quando constatou que estava segura, ali sentada, esfregou os olhos com as mãos, e suspirou profundamente pensando no que acabara de sonhar.

Este sonho já não lhe era estranho. Acontecia com demasiada frequência, ultimamente.

Balançou a cabeça negativamente tentando esquecer. Era apenas um sonho bobo, que lhe fazia dormir mais do que o necessário, fazendo-a, assim, se atrasar para a escola ou outras coisas importantes. Como era o caso agora.

Iria mudar para uma vila chamada Rodório, que apenas sabia ser localizada nos arredores do Santuário da Deusa Athena. De lá, também conhecia algumas histórias, sobre cavaleiros e a deusa, supostamente reencarnada.

"Mitos, belos mitos" – pensou com um sorriso triste.

Vai ver que era isso, seus sonhos. Uma vontade que aquelas histórias fossem reais. Então, de noite, sua cabeça começava a trabalhar a mil. E ai, aquele sonho. Mas o que aquele campo de rosas tinha a ver com a história? Não sabia responder

Levantou e foi para o banheiro, tomar banho e se arrumar.

Quando desceu encontrou seu pai carregando pesadas malas para fora e a mãe que se encontrava no sexto mês de gravidez, sentada na sala, vendo uma papelada.

- O taxe já chegou? – Perguntou, chamando a atenção da mãe.

- Ah! Sim. Só falta algumas coisas. Vá tomar seu café, que já iremos partir.

- O que vocês está fazendo aí? – Indagou curiosa, enquanto se aproximava tentando ler o que estava escrito no papel nas mãos da mãe.

- É a papelada da floricultura que compramos lá – A mãe disse lhe estendendo o papel.

De imediato a moça de belos cabelos lisos, castanhos e corpo bem definido, perdeu o interesse sussurrando um desinteressado "Ah!", e se dirigindo para a cozinha.

Na porta teve um estalo. Flores! Essa a resposta. Estava ai o motivo de seus repetitivos sonhos terem flores. Adorava rosas, logo a flor do sonho era rosa.

Sorriu debochando de si mesma, por não ter percebido isso antes.

Mas porque sonhar tanto com isso?

Não se sentia assim tão excitada para mudar para aquela vilazinha que fazia trocentos anos que não evoluía.

Se bem que desde que nascera não sabia o que era mudar de casa. E após 15 anos iria experimentar pela primeira vez.

É, poderia ser, que de algum modo estivesse excitada com a ideia de ir viver para outro canto.

Já estava tudo pronto sobre a mesa quando a mãe entrou pela porta da cozinha.

- Esta agitada? – Perguntou sorrindo.

- Com o que? – Respondeu tentando parecer indiferente.

A mãe ainda sorrindo, revirou os olhos.

- Com a mudança – Disse finalmente se sentando diante da moça – Ouvi histórias maravilhosas de lá.

- Fantasiosas, quer você dizer. – Respondeu áspera.

- O que há?

- Eu nunca, saí daqui. Eu tenho amigos de infância…e agora, vamos para essa vila no fim do mundo…

- Não seja dramática, Dora! Vai ser melhor assim…

A moça suspirou.

- Eu sei – Disse finalmente – Só estou um pouco aborrecida, desculpa! – Se desculpou pegando na mãe da mulher.

A senhora, de rosto delicado e traços tristes, sorriu.

- Essa é a filha que conheço – Disse pondo a outra mão sobre a da filha. – Não fique triste. Os seus amigos poderão te visitar, sempre que quiserem.

Dora sorriu, assentindo ao que a mãe dizia.

A mulher, satisfeita, levantou, se apoiando na mesa e saiu.

Dora, voltou ao seu semblante sério. Não adiantava discutir. A final, essa mudança já estava proposta desde o mês passado.

Corinto, já não era tão pacífico e seguro como a anos atrás. E seus pais já vinham se queixando disso a algum tempo.

Uma dessas queixas, fora para os padrinhos de Dora, que moravam a anos na vila chamada Rodório. Uma proposta bem feita e, em boa hora, é difícil de ser recusada. De forma que lá estavam eles, prontos para ir morar em uma vila que existia a séculos, sem nunca ter sido modificada por influências externa. Alimentada apenas por turismo, que graças a Deus, ou como eles costumavam falar por lá: Graças a Athena, nunca faltava durante todo o ano.

Agora, realmente não tinha mais nada o que fazer. Era tentar se adaptar. E como sua mãe disse, os amigos podiam ir vê-la quando quisessem. A final, graças a Deus e não à Athena, a tecnologia tinha chegado em outros lugares.

Satisfeita com essa conclusão, levantou e foi de encontro ao pai que lhe chamava.

"Que seja! Vamos ver, as surpresas, que a vila de Rodório tem para mim" – Pensou brincalhona, antes de sair.

Continua…



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