Pov. Jared

            Segunda.

Tenho que ir trabalhar.

Bom, talvez ela venha visitar o pai hoje, e talvez tente fazer com que eu não a veja...

De qualquer jeito, eu já sei o que fazer.

Melhor ir logo.

            Peguei as chaves do carro e saí em direção ao hospital.

Pov. Taylor

            A campainha tocava.

Passei a mão no rosto e abri os olhos.

Olhei o relógio na parede.

4 da tarde.

Me sinto uma total vagabunda.

Mas, bom, a escola acabou no ano passado, e eu estou tendo um tempo pra descansar, e como eu não trabalho...

            A campainha tocou de novo.

Af.

Levantei da cama e abri a porta sem nem olhar quem era pelo olho mágico.

- E aí.

- Af que sono. – eu disse, em resposta.

Lilo riu e foi entrando.

- Vá se arrumar, princesinha. O horário de visitas acabou de começar, e você não vê seu pai desde sexta.

- Não mesmo. Eu não posso entrar lá.

- Não só pode, como vai.

- Não vou. Sabe que não posso.

- Por que não pode?

- Lindsay...

- Ah, qual é minha amiga. Vai ficar nessa pra sempre? Pelo amor de Deus, REAGE MONTANHA!!! – a mãe da Lilo vivia dizendo isso pra ela, e acho que ela pegou essa mania. “Reage montanha!” quer dizer mais ou menos o mesmo que levantar, erguer a cabeça, e “agir a vida” e etc. Enfim, Sra. Lohan fala algumas coisas bem estranhas.

- Af, tá. Mas eu não vou.

- Correção: você não ia. Mas agora você vai, primeiro porque eu mando em você, segundo porque seu pai sente sua falta, terceiro porque você tem que fazer as pazes com o gostosão lá e quarto... não tem quarto. Quarto mesmo, só tem o seu, que é praonde você vai agora, se arrumar, porque você já está atrasada.

Decidi que era melhor não discutir.

Seria perda de tempo.

A Lilo tem moral e tal.

            - Tá bom, relaxa. Você tá gata. Ele vai gostar. – Lilo não parava de falar nem por um segundo. Estavamos no carro dela, enquanto ela me garregava amarrada (tá, eu não estava amarrada de verdade, mas eu estava amarrada por uma corda invisível conhecida como melhor-amiga-cheia-de-moral).

- Eu não estou indo lá por esse motivo. – eu disse, fria.

- Af, Taylor Momsen, o que esse cara fez com você, hein? Não te vejo assim desde seu primeiro fora.

- Mas eu nunca tive um primeiro fora.

- Que seja. Então, não te vejo assim desde que aquela sua lagartixa de estimação morreu.

É.

O nome dela era Cute-cute, ela era fofa, mas um dia, acidentalmente, eu a matei.

Sabe, eu joguei um bicho de pelúcia nela, que estava grudada njo teto, só porque eu queria ver o rabo dela sair, balançar e etc.

Só que a porcaria do rabo não saiu, e a Cute-cute acabou falecendo.

Eu me culpo até hoje.

            - Oi, pai.  – eu disse, segurando a mão dele.

Ele estava dormindo.

Pov. Lilo

            Deixei Taylor sozinha com o pai.

Enquanto isso, fui tomar um suco na lanchonete do hospital.

Nem sinal do médico gato.

Pra felicidade dela.

            Passaram-se meia hora.

Eu estava no mesmo lugar, com o mesmo suco, lendo o mesmo pacote de adoçante pela milésima vez.

Aí meu celular tocou.

- Aleluia. – eu disse pra Taylor. – Você está, Tay? Anda logo, Miss Momsen. Eu estou mofando aqui.

Ela concordou e desligou.

Pov. Jared

Opa.

Eu ouvi direito?

Miss Momsen.

Tay.

Olhei pro lado.

Eu tive um segundo de descanço no trabalho, e fui tomar um café na lanchonete do hospital.

Tinha uma menina na mesa ao lado.

Loira (meio loira, meio ruiva, sei lá), uns 25 anos, bonita, falava no telefone e terminava um suco de maracujá.

Foi ela quem eu ouvi falando “Tay” e “Miss Momsen”. Isso só pode significar uma coisa.

Lindsay, a melhor amiga de Taylor.

Levantei rapidamente, e quando ela pode perceber, eu estava sentado a frente dela.

- Você é Lindsay, amiga da Taylor?

- Hã... sim... por que?

- Que bom. Eu sou Jared. Talvez ela já tenha falado de mim pra você.

- Espera... você é Jared? Você é O Jared? O médico, o vizinho da Tay...

- É. Sou eu. O mesmo Jared com quem ela está furiosa.

- Ela não está furiosa. Está triste mesmo. E ela está vindo aí.

- Ah, merda. Vou ser direto então, pode ser?

- Pode. – ela assentiu.

Pov. Lilo

            O tal Jared falou comigo, pediu minha ajuda, me contou sobre a noiva-não-tão-noiva-assim-tá-mais-pra-psicopata dele e sobre o plano dele.

- Tá bom. – eu disse.

- Obrigada. – ele dizia, com os olhos azuis como os de um cachorrinho que acabou de machucar a pata ou coisa do tipo.

Eu estava com dó dele.

Eu faria tudo pra ajudar.

Ele gosta dela.

E ela gosta dele.

- Me sinto um cúpido, mas tudo bem. – eu disse.

Jared riu.

- Bom, eu tenho que ir. Não quero que ela me veja aqui e tal.

- Ok. Você pode buscar a encomenda nesse endereço. – rabisquei o meu endereço num guardanapo e entreguei a Jared.

- Quando?

- Amanhã mesmo.

- Tá. Obrigada. – ele foi se levantou da cadeira, colocou a de volta no lugar e deu um riso de lado. – Obrigada mesmo.

Eu pisquei.

- Disponha. – sorri.

Ele riu e foi embora.

            - E aí. – Taylor disse pra mim.

Mal Jared saiu, ela chegou.

Não se encontraram por causa de uma diferença de menos de dois minutos.

- Como foi?

- Beleza. – ela forçou um sorriso.

Taylor tentava parecer bem, mas ela não estava.

- Tá. Vamos? Eu acho que a gente podia passar no shopping, eu vi um par de botas de couro preto numa loja e...

- Já estou lá. – ela disse e passou a mão pelo meu braço, me arrastando até o carro pra ir até o shopping.

            Pov. Jared

            Que fofa essa tal de Lindsay.

Um anjo na minha vida.

Eu só vou ter que planejar o resto das coisas, mas a parte mais difícil já está feita.

Oh yeah.