Através do Espelho escrita por Lirium-chan


Capítulo 2
Maid of Evil


Notas iniciais do capítulo

Oiiii! :3
Ahhn, Gomen nee, eu demorei demais pra postar T^T
Não me matem, é que eu estava tendo algumas dificuldades.
Enfim, esse capítulo é baseado nesse PV:
http://www.youtube.com/watch?v=7OQkijp02XM
Obrigada pela paciência, mais alguma coisa nas notas finais e...
Boa leitura :)



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“Você é o príncipe e eu sou apenas a empregada, o destino separou os pobres irmãos”

 Eram gêmeos, esse segredo apenas Rin e Len conheciam, as pessoas apenas achavam que ela era absurdamente parecida com seu mestre. Uma coisa era certa, Ela se tornaria até o mal, se fosse para protegê-lo, mas apenas para isso.

 Nasceram sobre muitas expectativas, abençoados pelo badalar dos sinos da igreja, mas a sua querida mãe morreu no parto, a rainha Sweet Ann nem ao menos pode ver seus dois lindos filhos.

  Quando crianças eram muitos unidos e estiveram sempre se divertindo e brincando, mas por razões egoístas dos adultos os seus destinos acabaram divididos ao meio. Um sucessor era o suficiente.

 Rin foi levada para um lugar longe do palácio, onde foi criada para se tornar uma serva, mas não se deixou esquecer do seu amado irmão, nem por um segundo sequer.

  Len, no entanto, permaneceu naquele lugar, cheio de memórias, e de vez em quando ainda podia ver a irmã sendo forçada a entrar em uma carruagem, enquanto outra serva segurava o pequeno garoto que chorava convulsivamente.  Foi tudo tão rápido, e ao mesmo tempo, tão doloroso.

 Mesmo que todo o mundo se tornasse inimigo dele, ela o protegeria. Então queria que ele permanecesse sorrindo.

 O momento pelo qual ela tanto ansiou finalmente havia chegado, estava agora usando o uniforme de empregada do Castelo de Amarelo, e caminhava pelo luxuoso corredor, com o barulho de eco dos seus sapatos. No entanto, esse também era um dia fatídico para ela, o seu pai acabara de falecer, deixando um reino inteiro para um despreparado garoto de quatorze anos. E acredite, era um dia fatídico para o povo. E não só pela morte do seu Rei. O jovem alegava que o título de Rei permanecia ao seu pai, e ainda não se sentia merecedor de usá-lo. Aproximou-se do garoto:

 -Vossa alteza, sou imensamente feliz, pois fui indicada pra ser a sua serva particular a partir de agora!-Ela recitou as palavras que fora obrigada à dizer nesse momento, enquanto fazia uma pequena mesura para o jovem soberano que estava de costas.

 -Mas eu não pedi nenhum servo particular, e não está vendo que eu estou sofren...?-Não teve êxito em terminar a frase, quando seus olhos pousaram no rosto da garota, toda a melancolia e desprezo que havia preparado para aquela empregada haviam desaparecido, e apenas sobrava um brilho de felicidade no seu olhar, que há muito tempo não havia sido usado.

 A partir daí, todos os dias passaram a ser tão felizes quanto poderiam ser, mas Rin sabia que a felicidade da qual desfrutavam seria arrancada deles dia algum dia.Tinha esse pressentimento.

 Quando visitou o Reino de Azul, que estava além do oceano, ela encontrou um homem de madeixas azuladas, com uma voz e um sorriso tão gentis, que a garota caiu em paixão no primeiro momento:

 -Com licença, jovem dama, acredito que deixastes cair uma coisa!-Exclamou um homem, tinha cabelos e olhos azuis.

 -Ah! Perdão, isso não é meu!-Ela disse já hipnotizada pelo seu perfume, que pode sentir quando ele chegou perto, ele tinha uma linda rosa azul em suas mãos.

 - É sim estou te dando!É azul, combina com seus olhos! Uma rosa para uma rosa!-Foi o que ele falou, arrancando uma risada de Rin, ela pegou a flor. Mesmo achando que amarelo combinava muito mais com ela mesma.

 -Obrigada!-Ela disse, um pouco corada.

 -Ah! Espere! Fica melhor assim... -Falou, animado enquanto tirava a rosa das mãos da garota, retirava os espinhos e a colocava atrás da orelha da garota,e então acariciou o rosto dela, admirando seu trabalho.

 -O-obrigada!

 -Agora todos poderão ver como seu rosto ficou mais lindo... Se é que isso é possível!-Dito isso, a fez ficar mais vermelha ainda- Aqui está o meu endereço, por favor, venha me visitar algum dia! Juro que não lhe farei... Nada que não queira, pelo menos!-Exclamou enquanto entregava o seu endereço para a garota, alargando ainda mais o sorriso. Então, ele se despediu, não sem antes lhe beijar a mão, e foi embora.

 Rin estava profundamente apaixonada.Não se sentia muito confiante em ir pra casa de um homem sem mais nem menos, principalmente este que aparentava ter uns vinte e poucos anos. Ainda sim, guardou o endereço dele e manteve a flor em seu cabelo.

 Quando voltou ao Reino de Amarelo, no palácio, encontrou seu irmão sentado na própria cama, aos prantos , quando notou a presença da garota, limpou as lágrimas, apesar de que era perfeitamente possível perceber que havia chorado, seu tom de voz era magoado e condoído:

 -Esteve no Reino de Azul, Rin?

 -Ah! Sim, estavam faltando alguns ingredientes para o jantar de amanhã, e não tínhamos nas redondezas... Então eu tive que ir para lá... Como sabes?-Ela perguntou, seu tom nervoso de voz se devia ao medo que estava sentindo do irmão naquele momento. Nunca tinha o visto tão arrasado. E quando ele estava arrasado, fazia coisas impensadas.

 -Essa flor no seu cabelo... É de lá... Esse tom de flor só cresce lá, entende?-Ele disse, com sua voz soando mansa com um novelo, assim como uma cobra preste a dar o bote. Rin se esquecera completamente da flor que aquele homem tinha lhe dado, o pânico tomou por seus olhos.

 O garoto se levantou da cama, e caminhou vagarosamente em direção à Rin, ela quase quis andar um pouco atrás, mas se conteve, era o seu irmão e não devia ter medo dele.

 -Ela não me escolheu sabe?-Ele pegou a flor do cabelo da menina e começou a acariciar suavemente-Eu não sou o bom o suficiente! Não sou tão bom quanto um servo de Azul! Ela o preferiu á me escolher... - A compreensão chegou à sua mente em meio milésimo, Len havia feito uma proposta de casamento para a princesa de Verde, e pelo visto, ela havia recusado a proposta, mencionando estar apaixonada por um dos servos do Reino de Azul. Havia feito o coração do seu irmão em mil pedaços.

 Len olhou para a rosa com olhos gélidos e um sorriso cruel, pouco antes de esmagar a flor e fazer as suas pétalas caírem no chão, completamente amassadas:

 -Tenho uma ordem pra você... Rin!-Ele disse, sua voz soava como uma lâmina afiada e seus olhos estavam cobertos pela sua franja.

  Se o príncipe desejava que aquela pessoa desaparecesse desse mundo,  então ela realizaria seu desejo.

 O nome. O nome do seu amado era Shion Kaito, ela não precisaria descobrir onde o rapaz morava, ironicamente, ele havia entregado o seu endereço para a própria morte.

 O dia da morte dele havia sido marcado para o dia do ataque ao Reino de Azul, segundo Len, para que ele estivesse lá quando o seu povo caísse.

 Facilmente, Rin o atraiu de fora de sua casa para o bosque, com uma faca escondida entre suas roupas. Alegando que queria passear pelos arredores. Eles já estavam longe o suficiente, no meio de uma clareira:

 -Rin, não achas que está fazendo um grande barulho lá fora?-Ele perguntou, confuso, pois podia jurar ouvir gritos de pessoas ao longe.

 Na verdade, Rin estava tão nervosa que não se lembrou que o ataque já havia começado, e até pode ver que a fumaça provida do incêndio começava a subir, ela precisava tirar a atenção dele disso tudo, poderia tentar fugir com ele, mas não queria correr o risco do rapaz ser um patriota e resolver morrer resistindo com seu povo, se o príncipe desejava que ele morresse por suas mãos, assim seria. Laçou seus braços ao redor do homem e lhe beijou, começou apenas com os lábios se pressionando um contra o outro, e então, foi se intensificando, a línguas pediram passagem para entrar e assim fizeram. Era um beijo urgente, intenso e triste, era como se ele soubesse que aquele seria seu momento final. Aquele momento seria o de punição para os seus pecados. Ele havia começado a desabotoar as costas do vestido de Rin, que até então estava completamente envolvida nos lábios do seu amado, mas acabou recordando-se do que tinha de fazer, e então, esfaqueou o estômago daquele cujo nome estava escrito em seu coração:

 -Por... Quê?-Ele murmurou doloroso, enquanto segurava a faca contra o seu peito, caindo ao chão frio e duro.

 De repente, a garota percebera o horror do ato que acabara de cometer, caiu no chão, irrompendo em prantos enquanto segurava o corpo do seu amado contra o seu:

 -Me perdoe... Por favor! Perdoe-me!-Ele murmurava com a voz embargada, enquanto repousava o corpo dele no chão, pois estava ficando cada vez mais gélido, afagava os cabelos azulados do homem enquanto assistia seus últimos suspiros lentos e dolorosos, no momento final, pode jurar que viu nos olhos dele que entendia seus sentimentos e que a perdoava.

 Ela somente estava cumprindo uma ordem do seu príncipe... Mas por que as lágrimas insistiam em cair?

 “Você é o príncipe e eu sou a serva, destinos divididos, gêmeos lamentáveis”

 Depois daquele dia, ela parou de chorar, nunca mais ela sequer derramara uma única lágrima, e assim, continuou ao lado de Len:

 -O lanche de hoje é brioche!-Ela anunciava, o garoto ria, achava sua risada tão inocente.

 E assim, eles continuaram os seus dias, mas a felicidade de ambos estava por um fio. Um frio muito frágil, que se rompera.

 Logo, logo aquele país retrocederia, sob as mãos daqueles que fizeram sofrer, se era isso que achavam que os dois mereciam, ela certamente iria opor-se contra isso.

  O povo forçava a entrada por castelo, guardas não conseguiam oferecer resistência e todos os servos haviam fugido do castelo:

 -Len, vamos embora!-insistia Rin

  -Eu ficarei! Eu sou quem governa, não posso deixar o meu posto para fugir! Além do mais... É tudo culpa minha...-Respondeu, decidido.

 Isso era verdade, o irmão era orgulhoso, e nunca voltava atrás... Mesmo quando se exaltava e acabava dando uma ordem descabida, que era coisa do momento, era orgulhoso demais pra voltar atrás das decisões tomadas, contudo, a garota se sentia culpada por isso, sempre fazia de conta que não haviam erros, que tudo corria perfeitamente bem...Apenas alimentou o comportamento inconsequente e não fez nada para contê-lo.

 -Está acabado! É o fim! Não está vendo?-Insistiu, vendo que a multidão não demoraria a passar pelo portão do jardim, depois disso, forçar a entrada pro castelo e encontrar o quarto de Len seria brincadeira de criança- Aqui, eu te empresto essas roupas! Vista isso... E fugiremos imediatamente!-Ela disse, entregando uma muda de roupa, eram vestimentas simples, algo que um servo usaria quando não estivesse trabalhando no palácio.

 Relutante, o garoto deixou o recinto e vestiu as roupas que a irmã lhe tinha mandado usar, claramente desconfortável.

 Quando voltou ao seu quarto, viu a garota usando suas roupas costumeiras, vestida como um príncipe, enquanto tentava prender os seus cabelos em um pequeno rabo de cavalo, tinha uma expressão determinada e sagaz no rosto e um brilho diferente no olhar.

 -Por...Que?-Havia começado a chorar...Não queria acreditar que ela estava fazendo isso.

 -Mesmo que fujamos... Vão continuar procurando por você...Nunca poderemos viver em paz, e acabariam conseguindo te achar!-Ela respondeu, calmamente, enquanto ainda tentava prender o cabelo como o irmão. Eram absolutamente iguais com muito pouco esforço.

 -Não! Pare!

  Rin sorriu tristemente, mas seus olhos ainda brilhavam, finalmente prendeu o seu cabelo, caminhou até ele e disse:

 -Não se preocupe, nós somos gêmeos, tenho certeza de que ninguém notará a diferença!-E então, deu um beijo na testa do irmão e correu, mesmo que o mesmo tenha tentado agarrar a sua mão, em um ato de desespero.

 Olhou para trás, enquanto ainda estava no quarto, e disse:

 -Por favor... Viva!-E ele assentiu com a cabeça, sua visão turva pelas lágrimas.

 E então correu ao encontro do povo de Amarelo e do que restava do povo de Azul, que já haviam arrombado a porta.

 “Eu sou o príncipe e você a fugitiva, o destino separou os tristes irmãos”

 Se diziam que ele era o mal, então ela também seria, pois tinha o mesmo sangue correndo por suas veias.

  No momento da execução, o povo gritava de satisfação, mas havia uma pessoa que estava chorando... Uma pessoa que se arrependera amargamente e agora presenciava o resultado de seus atos, Len estava ali para presenciar o que deveria ser seu momento final...Mas obedeceria as ultimas palavras que a irmã lhe dissera...Iria sobreviver, mesmo que sua existência não fizesse sentido.

  Há muito tempo atrás, em um certo lugar, havia um reino maligno, e como governante estava o seu querido irmão, mesmo que todo o mundo se torna-se seu inimigo, ela iria protegê-lo, então gostaria que ele continuasse sorrindo por aí.

 “Você é o príncipe e eu sou a serva, destinos divididos, pobres gêmeos”

 As três em ponto, os sinos soaram... Exatamente como no momento de seu nascimento, mas esse era o seu momento final, o fez dizer sua frase favorita, sorriu, e então o peso da guilhotina caiu sobre o seu pescoço. O povo gritava de satisfação, acreditando que a pessoa que os fizera sofrer estava completamente morto agora... Quando essa pessoa estava entre eles, completamente arrependida de tudo que fizera.

 “Se um dia eu puder renascer, gostaria que nesse dia pudesse ficar ao seu lado novamente!”

 E foi com esse desejo em mente, que a serva do mal partiu.


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Notas finais do capítulo

É impossível, eu sempre fico triste quando vejo essa música...É muito linda Ç.Ç
Enfim, eu botei uma cena KaitoxRin porque tinha uma cena da "amizade colorida" deles no PV...Então eu aceitei essa teoria xD Me digam o que acharam.
Ah! E eu também botei pra o Len fugir com roupas de homem, porque no original, o ato dele ter se vestido de princesa era uma coisa mais digna e linda do que fugir vestido de empregada...Então como a situação dele não estava muito boa eu dei essa forcinha pro coitado...Concordam? i.i
Eu falei que esse ia ser maior...Mas de alguma forma não foi...Então eu estava pensando em fazer um ultimo de "Regreet Message" O que acham? Eu faço? Mas vai demorar um pouco porque...Já sabem né? xD
Saa...Então é isso...Mereço reviews? Qualquer dúvida, crítica, sugestão...É só mandar reviews! O Mas é claro que pode/deve elogiar, comentar, dizer que tá lindo 9.9 (cof, menos, cof)
Obrigada por ter lido agora...MANDE REVIEWS! O *apanha*



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