O Destino e os Laços escrita por Igorsambora


Capítulo 5
Abismo


Notas iniciais do capítulo

Sim...eu desapareci, porém não desisti de vcs!
Espero que não tenham desistido!



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POV Victorie

Eu queria muito que ele voltasse a ser aquele menino feliz que eu me apaixonei. Não que eu pudesse reclamar de algo agora. Afinal, ele amadureceu muito durante o estágio no ministério americano.

Seu sonho sempre foi seguir os passos de seu padrinho e fazer parte da famosa academia de aurores de Londres. Após, ele tentaria uma vaga no curso avançado em defesa contra arte das trevas e por fim se graduaria na academia com ordem da fênix. Uma honraria concedida apenas aos melhores. E ele o fez.

Tio Harry não se cabia de orgulho ao entregar a seu afilhado preferido, o símbolo de sucesso máximo alcançado na academia capitaneada por ele mesmo. Tava ali formado o sucessor de Harry no campo e foi no batismo de fogo que tudo começou a desandar.

O meu Teddy foi premiado com uma bolsa de estudos e um estágio no corpo de aurores americano. Á principio, achamos que seria ótimo. O salário que Teddy ganharia lá dava quase três vezes o de um auror sênior e poderíamos fazer um belo pé de meia. Começaríamos nosso casamento fazendo um pouco de sacrifício, longe da família, mas daria pra eu fazer minha especialização em feitiços e depois de um ano voltaríamos bem mais folgados do que fomos.

Eu não entendi porque Tio Harry era tão contra esse estágio. Teddy não me contava detalhes do que acontecia no QG e eu preferia não me meter entre os dois. Já que pareciam pai e filho. Ainda mais com a Sra Tonks viajando. Teddy estava insatisfeito porque o tio parecia estar o protegendo não colocando nas melhores missões. Hoje eu sei que ele estava apenas querendo preparar Teddy com suas próprias mãos e estava certo em dizer que ainda tinha muito pra aprender. A despeito disso tudo, partimos para América.

Eu sonhei em uma viagem romântica em que passaríamos muito tempo juntinhos, faríamos coisinhas juntos, nos amaríamos loucamente. Mas não teve nada de conto de fadas.

Na segunda semana de trabalho de Teddy, descobriram uma seita de bruxos das trevas especializados em mexer com a mente das pessoas e contatos com o mundo dos mortos. Pronto, era tudo que Teddy sempre desejou. Poder falar com os pais, pelo menos vê-los uma vez. Eu vi seu olhar quando ele chegou em casa com a notícia. Ele começou a estudar magia negra de toda espécie. Convenceu seu chefe que conseguiria se infiltrar. Mas tudo isso estava mudando o meu menino.

Seus cabelos coloridos se tornaram mais pálidos e seu humor mudou. Ele que sempre foi muito carinhoso com todos se tornou distante e quando não estava no culto, como ele passou a chamar a seita, estava em encontros sombrios.

Se afastou de mim e mesmo a noite parou de me procurar na cama. Passou a falar sobre rituais com sangue e ficava pensando a noite em como algo tão puro como o desejo de ver seus pais pode ser tão daninho a uma pessoa.

Meu amado estava definhando e começou a me assustar em alguns momentos dado a seu humor instável e sua frustração crescente por não conseguir ascender no culto, o que dizia ele lhe traria ainda mais poder, e por não conseguir contato com os pais.

Eu li alguns dos livros que ele trouxe sobre necromancia, ou a arte de contactar os mortos. Todos falavam que as almas que já fizeram a passagem e foram do caminho da luz dificilmente faziam contato. Depois de descobrir isso comecei a temer pela sanidade do meu marido. Discutimos diversas vezes. E numa noite em especial ele olhou nos meus olhos desesperado. Tinha visto seu pai e ele lhe disse que voltasse pra casa. Mas Teddy não podia fugir assim, parece que estava pra ingressar de vez na tal ordem dos ossos e o governo americano não deu autorização para que abortasse a missão. Mas Teddy não se deu por vencido e me colocando na garupa da vassoura fugiu pro Canadá.

Lá, enquanto aguardávamos a extradição para Inglaterra. Ele me contou os horrores que assistiu e me falou pela primeira vez da guerra da luz contra o abismo e como ele esteve muito perto de mergulhar. No dia em que ele teve a oportunidade de fazer um voto perpétuo com a tal seita, ele fez contato com seu pai. Sua mãe estava ao lado dele e os dois estavam preocupados conosco. Ele desejaram felicidades e Teddy não mergulhou no tal abismo. Mas arranjou inimigos que o sequiriam onde quer que fosse, pois a tal seita não ensinaria ninguém de fora seus segredos de contato com demônios. Teddy era um homem marcado para morrer. E eu estaria com ele e enfrentaria o que fosse, enquanto ele estivesse ao meu lado.

POV Teddy

Eu estava exausto e com medo. Vick não tinha sido ainda iniciada na arte de ver o pelo véu e por isso não via as milhares de sombras que nos seguiam pela noite. Já estava apelando para meus pais quendo eu vi uma grande ilha de luz no horizonte. Apertei o passo e senti pela primeira vez um medo que não era meu. Algo dentro de mim sentia um terror daquela luz pura que eu via,mas eu tinha que salvar a minha flor de lótus.

Na visão que tive com meus pais eles me mostraram um unicórnio, patrono de vicky, sendo destruído por um lobo negro, por acaso, meu patrono. Não podia deixar aquele futuro acontecer. Não estava pronto para mergulhar no abismo, mas sozinho não me salvaria de ser tragado por ele. Viajávamos com a roupa do corpo e poucas peças que conseguimos colocar nas valises magicamente aumentadas por nós. Na minha tinha algumas camisas umas três calças e meus livros de magia. Sabia que poderia precisar deles se tivesse que defender minha família do buraco onde me metera.

Fomos recebidos numa aldeia pelos locais, por sorte bruxos. Nos cederam uma pequena cabana e fomos visitados pelo ministério local que concordou em nos dar asilo e providenciar, quando possível, nossa volta para Inglaterra. Escrevi uma carta ao padrinho contando que precisava de ajuda para voltar e consegui uma coruja que fizesse a viagem. Talvez um pouco do prestigio dos Potter agilizassem as coisas.

Á noite fomos visitados por três índios fortes uma índia da idade da minha irmãzinha Lily e um velho xamã. Me deram uma beberragem e me levaram a uma foqueira. Senti aquele medo estranho em mim e algo se moveu em minhas entranhas. Tive certeza que algo vivia dentro de mim. Me colocaram no fogo que queimava em chamas azuis e verdes estranamente sem me consumir, porem me dando uma sensação de conforto. Pude sentir as sombras correndo e pude ver quando uma grande sombra fugiu de dentro de mim sendo aprisionada pelo fogo e destruída pelas palavras do velho.

- Não se preocupe meu jovem – disse olhando nos meus olhos – seu destino é servir a luz e foram os guerreiros da luz que te guiaram até aqui. Sua missão será proteger alguem que você não conhece, de uma forma que você não compreende. Nem na luz nem nas trevas viverá. Não posso apagar as lembranças horríveis que trazes, mas coloquei fim nos frutos podres que já faziam morada em você. Se lembre que sua experiência será seu diferencial e que foram seus laços com sua esposa, seus pais e seus outros pais que te salvaram.

- Obrigado. – queria ter algo melhor pra dizer pra alguém que fez mais por mim em algumas horas do que todos fizeram por mim no último ano. Mas agora era hora de tirar lições importantes de tudo isso. Com certeza o culto dos ossos se expandirá pelo mundo e alguém tem que alertar a Inglaterra para o perigo que corremos. Voldemort foi um acólito como eu fui. Ele não chegou a fazer o ritual do renascimento e já era o terror em sua época. Quem sabe o que nos espera agora?

Não queria que essas lembranças fossem ainda tão vivas na minha mente, mas o que posso dizer? Foi ali que eu comecei a subir de volta. Não nego que fiquei decepcionado quando tio Harry me disse que preferia que eu fosse ensinar em Hogwarts a me ter no QG. Eu era seu melhor informante, eu estive lá. Sei o que eles podem fazer. Mas depois de um tempo compreendi o que ele queria. Não pude deixar de ficar envergonhado e engoli meu orgulho quando voltei a nave mãe com Vicky depois de nossa reunião com o Sr. Longbotton.

- Eu fico mais tranqüila sabendo que vocês vão estar lá na escola de olho nos meninos. – disse tia Ginny me dando um enorme abraço de mãe. Eu não conheci outra pessoa que pudesse encarnar esse papel materno para mim melhor que ela. Minha avó era diferente, nunca tentou preencher essa lacuna. Como tio Harry prometeu que seria como meu pai nesse mundo foi natural Ginevra assumir a contraparte feminina e seus olhos molhados ao reclamar de minha barba por fazer eram realmente um balsamo pra alma. – Parabéns Vi, sabia que você sempre sonhara em lecionar em Hogwarts e fico feliz de ter lhe indicado para o Nev.

- Obrigado Tia. Eu nem sei o que dizer. Foi uma surpresa receber uma carta do diretor Longbotton com um convite e uma indicação do casal Potter. Espero poder corresponder a toda essa confiança.

- Foi uma idéia minha. – disse meu padrinho com um sorriso mas descontraído. – precisava de alguém de confiança na escola pra ensinar algo que preste pras crianças, seu marido adora trabalhar infiltrado, então foi fácil somar um mais um.

- E quem infiltra um, infiltra dois. – Ginny disse com um enorme sorriso maroto para a minha flor. – Fred faz questão que vocês fiquem com o apartamento ao lado da gemialidades em Hogsmead. Assim terão um cantinho pra vocês, sem estar longe da escola.

- Quero que fiquem de olho em tudo lá. Sei que tem alguma coisa acontecendo por baixo dos panos e tenho a impressão que o alvo estará lá na escola. Me mantenha informado cadete. – falou Harry como dizia na época da academia comigo.

- Eu já me formei, Senhor e prefiro ser só seu afilhado por enquanto. – meu tio me puxou para um longo abraço que disse mais do que seriamos capazes de expressar. Tinha certeza que estava tudo bem. Nem reparei quando uma mecha roxa apareceu em meu cabelo. Achei que tivesse perdido essa habilidade depois de tudo, parece que com o tempo talvez eu possa voltar a ser um pouco mais como eu era... isso vai ser muito bom.

"Hold me now

I'm six feet from edge and thinking

Maibe six feet ain't so far down..."

(One Last Breath - Creed)


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Notas finais do capítulo

Não sei quando volto, mas espero que seja breve...