Behind Blue Eyes escrita por Nannah Andrade


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Suspeito que vocês não querem capitulos..... Minhas contas ainda não batem.... 18 leitores eu teria que ter pelo menos 126 reviews, um para cada leitor em cada um dos 7 capitulos.. mas eu tenho 40 apenas.... tsc tsc tsc.... BBE está ruim??? Pode falar se estiver, eu mudo, ajeito....
Vamos ler....



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CAPITULO 8 –

POV – Kaileena

Abri os olhos já me encontrando em meu quarto, antes que eu pudesse se quer respirar senti os lábios afoitos de Jake sobre os meus. A língua dele pediu passagem e eu não consegui não permitir que ela explorasse cada canto da minha boca.

- Eu ainda estou com raiva de você – falei quando Jake deixou minha boca pra beijar meu pescoço.

- Eu sei – ele falou sem parar o que fazia.

- Então para de me beijar – pedi. Na verdade eu queria que ele fizesse mais que me beijar, mas não podia deixar-lo saber disso.

- Amor, você não quer que eu pare – ele falou adivinhando o que eu tinha acabado de pensar – Seu corpo me fala que na verdade você quer mais do que isso...

- Jake, a gente tem que conversar.

- A gente conversa depois que eu tirar a sua roupa, ok?

- Não Jake – concentrei força nas minhas mãos e o empurrei fazendo-o cair deitado na cama – se você tirar minha roupa nós vamos fazer muita coisa, exceto conversar.

- Então a gente conversa depois que fizer ‘muita coisa’ – ele se sentou na cama e me puxou pela cintura.

- Jake chega! – falei o fazendo travar o movimento – Nós temos que conversar e vai ser agora.

- Fala Kay. – Ele voltou a se jogar de costas na cama.

- Ela vai tentar de novo – falei me sentando na ponta da cama, Jake virou o rosto pra me olhar, sua mão alcançou a minha – Renesmee ela vai tentar separar a gente de novo.

- Mas não vai conseguir. – ele se sentou também, deixando o rosto na altura do meu – Ninguém vai conseguir, nunca vão separar a gente, sabe por que? Porque existe algo além do nosso entendimento que protege nosso amor.

- Promete pra mim que você não vai mais chegar perto dela – pedi sentindo lágrimas caírem dos meus olhos – promete que não vai nem pensar nela, mesmo que seja pra odiá-la em pensamentos.

- Nunca mais – ele segurou meu rosto entre suas mãos – Renesemee vai deixar de existir, vai ser como se nunca tivéssemos a conhecido.

Aproximei meu rosto encostando minha boca na dele, mas o som da porta se abrindo e em seguida os passos na escada nos fez afastar um do outro.

- Mãe? Pai? – Gabe falou um pouco antes de bater na porta do quarto.

- Aqui. – falei e ele abriu a porta colocando a cabeça pro lado de dentro.

- Posso entrar? – ele perguntou, passando pela porta assim que eu assenti com a cabeça – O que foi aquilo na oficina? Eu nunca na minha vida inteira vi vocês dois brigarem daquele jeito.

- Armaram pra me separar do seu pai – falei – A vampira que está na casa dos Cullen, Renesmee, ela aprontou pra que eu achasse que seu pai tinha me traído com ela, só pra que nós dois brigássemos e nos separássemos.

- Mas porque ela faria isso?

- Porque ela ta apaixonada pelo seu pai. – falei deixando minha voz transparecer a raiva que eu sentia.

- Como se em algum mundo eu fosse trocar sua mãe por uma sanguessuga fedorenta. – Jake resmungou.

- Mas vocês estão bem agora né? – Gabe alternava olhares entre Jake e eu.

- Sim, estamos mais unidos que nunca. – Jake falou antes de dar um beijo na minha testa – Vou voltar para a oficina e depois vou até a concessionaria. Você vem comigo, Gabe?

- Claro – meu filho também se inclinou me dando u beijo no rosto – tudo bem a senhora ficar sozinha?

- Sim, eu vou ficar bem – falei – Espero vocês pra almoçar.

Os dois saíram do quarto, me deixando sozinha. Deitei na cama me embolando no travesseiro de Jake. Agora, sozinha eu podia deixar sair tudo o que eu estava sentindo, toda a agonia e o medo de perder o meu amor.

- Precisando do colinho da mamãe? – me sentei com o susto dando de cara com minha mãe parada na porta do quarto. Sorri e estiquei os braços pra ela que veio andando depressa até a cama e se sentou, colocando minha cabeça no colo dela.

- Como você sabia que eu precisava de você? – perguntei chorosa.

- Coração de mãe... o meu está ligado ao seu filha, sempre que você estiver triste ou com medo eu vou saber e vou até onde você estiver pra te consolar. – ela falava fazendo carinho no meu cabelo – Agora me conta o que aconteceu pra você ficar assim.

- Tentaram tirar o Jake de mim hoje... – choraminguei – Renesmee, ela armou pra eu brigar com Jake e me separar dele.

- Armou como? – me levantei e sentei de frente para minha mãe.

- Ela tem um dom, como Edward, Bella, Alice, Jasper... Renesmee pode colocar qualquer imagem ou pensamento na cabeça das pessoas, desde que toque ou seja tocada. E ela fez isso comigo, ela colocou na minha cabeça uma imagem do Jake a beijando, eu achei que fosse verdade, porque ele tinha chegado estranho da casa dos Cullen, eu briguei com ele, mãe, eu bati nele...

- Shhh – ela me puxou para um abraço – Não é o fim do mundo. Vocês conseguiram resolver tudo e descobriram a mentira dela, certo? – fiz que sim com a cabeça – Então, já passou filha, eu tenho certeza que Jake nem mesmo se lembra que você bateu nele, ele te ama demais pra isso.

- Eu sei. – falei – Só que eu tenho medo dela tentar de novo.

- Bom então pra isso você tem que estar preparada. – ela se levantou e esticou a mão pra mim – Vem comigo.

Segurei a mão dela e nós duas descemos as escadas e saímos até meu carro.

- Pra onde vamos? – perguntei.

- Minha casa.

Desde que tio Charlie tinha morrido, meu pai estava morando na casa dele com minha mãe, vez ou outra eles iam para o que antes era o castelo das bruxas e agora era a morada meu tio Julio e dos filhos da lua, mas na maioria do tempo ela estava em Forks, perto o suficiente de mim para compensar o tempo que ficamos separadas uma da outra.

- O que vamos fazer aqui? – perguntei quando paramos na porta da casa.

- Pegar uma coisa pra você.

- Que coisa? – segui ela pra dentro da casa. Minha mãe foi até o quarto dela e abriu um baú grande retirando um livro antigo de lá.

- Isso era da minha mãe. – ela me entregou o livro – É um grimório, um livro onde colocamos nossos feitiços.

- Porque a senhora está me dando ele?

- Eu não preciso dele, tenho o meu – ela tirou do baú um outro livro mais novo – Nós bruxas podemos criar feitiços, Kay, diferente de feiticeiras e feiticeiros, que só podem realizar feitiços já criados, entende?

- Então eu não posso ter um grimório?

- Não, você pode ter um diário onde você coloca os feitiços que aprender... por isso esse grimório é seu. – ela deixou o grimório dela de volta no baú – Você vai precisar disso, filha. Renesmee parece ser poderosa, e como ela podem existir outros, é bom que você esteja treinada e preparada para qualquer coisa que possa acontecer.

- Engraçado a senhora falar isso – me sentei na cama colocando o grimório ao meu lado – eu venho sentindo que algo vai acontecer. Eu não vi nada, só sinto...

- Então aprenda tudo o que conseguir e esteja preparada para lidar com o que quer que seja que venha acontecer.

- Eu vou pra casa – me levantei – obrigada mãe, por tudo.

- É minha função no mundo te guiar. – ela sorriu e me deu um abraço – Se precisar de ajuda em alguma coisa, eu vou estar aqui.

Me despedi dela e voltei pra casa. O grimório estava no banco do carro, ao meu lado, eu não precisava abri-lo para saber o quanto de poder tinha dentro dele, a pergunta que rodava minha cabeça era: eu queria todo esse poder?

POV – Gabe

Tudo tinha ficado estranho demais. Primeiro o cheiro desconhecido aparecendo na reserva, depois minha mãe dando um belo tapa na cara do meu pai, em público, e os dois brigando. Coisa que achei que nunca veria na minha vida.

Mas o cheiro... eu conhecia bem aquele cheiro, era da mulher misteriosa, Meredith, eu tinha toda certeza do mundo que o cheiro era dela. O que me deixava confuso é que eu achei que ela era algo que eu tinha inventado, fora o dia do meu aniversário, ela só apareceu nos meus sonhos.

Aproveitei a distração do meu pai na oficina e corri pra floresta, algo me dizia que eu ia encontrar a resposta pra minha duvida sobre Meredith lá. Caminhei um longo tempo e já estava numa parte densa onde as árvores altas cobriam qualquer visão do céu, quando o cheiro dela chegou até meu nariz.

- Que mudança, dessa vez você veio me procurar de livre e espontânea vontade, meu príncipe. – Meredith falou saindo de trás de uma árvore atrás de mim.

- Eu precisava ter certeza que era seu cheiro mesmo que eu senti ontem. – falei me virando de frente pra ela.

- É... era eu... – ela respirou fundo – um deslize que me custou muito. Quase fui descoberta.

- O que você esta fazendo aqui?

- Esperando a hora certa pra te contar toda a verdade. – ela sorriu.

- Que hora certa? Que verdade?

- Você vai saber em breve. – ela se aproximou, meu lobo não reagiu como da ultima vez – Hummm você já esta se acostumando comigo... sua fera não reage mais contra mim. Isso é muito bom.

- Bom por que?

- Não seja apressado Gabriel – ela franziu o cenho – Se eu me ceder a esse seu encanto e te contar tudo agora, vai ter um efeito totalmente oposto ao que eu quero. Logo você saberá tudo, toda a verdade que te rodeia e tudo o que você pode ter na vida...

Dito isso ela simplesmente virou e saiu correndo numa velocidade que eu me arriscaria facilmente dizer ser maior que a de Edward, que era o vampiro mais rápido que eu conhecia.

Voltei rápido pra oficina, antes que meu pai desse por minha falta, mas o caminho todo minhas ideias foram perturbadas pelas palavras de Meredith. Que diabo de verdade era essa que eu tinha que conhecer? O que havia ao meu redor que eu não percebia?

- Gabriel, onde você estava? Seu pai ta louco atrás de você. – Seth falou me tirando dos meus devaneios.

- Eu... eu... – gagueijei buscando uma resposta. – achei ter visto algo na floresta e fui dar uma olhada. – falei a primeira coisa que passou na minha cabeça.

- Sozinho? – Seth praticamente gritou – Por que não chamou alguém? E você achou algo?

- Não, era só um cervo.

- Não repita isso, você é jovem demais Gabe. Nós não sabemos o que esteve na floresta ontem, e o menor dos males é que fosse um vampiro, e mesmo com um vampiro você não saberia lidar sozinho.

- Sem sermão Seth – reclamei passando por ele para entrar na oficina – Você parece um velho falando assim.

- Talvez seja porque eu estou nesse mundo sobrenatural há mais tempo que você, e eu sei do que eu to falando. – ele falou segurando meu braço pra que eu não me afastasse – eu vi muita coisa... estranha. Muito ser poderoso demais, coisas que eu nem imaginava que poderiam existir mesmo sendo um lobo e convivendo com vampiros. E eu sei o mal que essas criaturas podem causar e eu não quero ver o Jake e a Kay  sofrendo por ter acontecido algo a você.

- Tá bom, tá bom Seth, eu já entendi. Da próxima vez que eu vir algo na floresta eu passo o relatório pro chefe antes de sair correndo pra impedir que essa ‘coisa’ fuja. – falei me soltando dele e entrando na oficina.

- Gabriel, onde você estava? - agora era a vez do meu pai querer saber.

- Na floresta – falei.

- Fazendo o que na floresta.

- Eu achei ter visto algo, corri até lá pra saber o que era, mas era só um cervo – ele abriu a boca pra passar o sermão da vez, mas eu fui mais rápido. – e Seth já me falou pra eu não fazer mais isso, que eu sou novo demais que não sei lidar com nada ‘sobrenatural’ que possa estar na floresta e blá blá blá...

- E ele não está errado. – meu pai fechou a cara e cruzou os braços, assumindo a posição de alpha – eu espero que se lembre disso da próxima vez.

- Tá, tá... já entendi... posso ir ver Liz agora?

- No meio do expediente? – ele arqueou uma sobrancelha – Nem pensar, tem serviço demais aqui.

- Oi? Eu achei que tinha vindo pra te acompanhar porque eu não tinha o que fazer.

- Não você veio trabalhar porque decidiu não fazer uma faculdade. Tá pensando que vai ficar em casa de perna pro ar, moleque?

- Eu devia imaginar que as coisas não seriam fáceis pra mim... – falei indo em direção ao escritório do meu pai.

- Você pode ficar aqui ou na loja, você escolhe. – meu pai falou entrando no escritório logo atrás de mim.

- Eu vou ficar aqui mesmo – resmunguei – E o que eu tenho que fazer.

- Bom, você é melhor em informática que qualquer um aqui, então você poderia dar um jeito nessas planilhas pra mim.

- Ok.

- E nem pense em usar magia pra isso. – ele falou antes de sair.

- Existe feitiço pra fazer isso mais rápido? – perguntei com um sorriso de canto, meu pai me olhou e se limitou a rir.

- Nem pensar moleque, pode começar a trabalhar. Daqui duas horas você tá liberado pro almoço.

Que ótimo, duas horas sentado na frente do computador. Liguei a máquina e comecei logo, quanto antes eu terminasse, mais rápido eu saia daqui.

...

Duas horas passaram parecendo mais dois séculos, mas pelo menos eu tinha dado conta de todas as planilhas. Não demorou muito até meu pai aparecer na porta do escritório me liberando.

- Você ficou chateado com o que eu e Seth falamos. – meu pai afirmou quando já estávamos no carro indo pra casa.

- Não é que eu fiquei chateado, é só que eu não quero ser tratado feito criança, eu já tenho 21 anos e sou meio lobo, meio feiticeiro, eu acho que sei lidar com qualquer ser sobrenatural.

- Você acha que consegue... então me fala quantos feitiços você sabe realizar? Quantas bruxas, lobisomens e vampiros você já enfrentou? – ele me olhou sério – a vida é mais assustadora que você imagina Gabe. Eu vi... e eu já corri o risco de perder você uma vez, e olha que eu nem sabia da sua existência.

- Mas pai, se eu nunca me deparar com um desafio desse eu nunca vou saber lidar com ele.

- E eu não vou te impedir, você precisa mesmo saber como lidar com tudo o que pode encontrar pela frente. Mas eu vou te treinar, filho, eu vou estar com você pra te ensinar tudo, afinal de contas um dia você vai ser o alpha.

- Não sei se quero essa responsabilidade... – falei.

- Não tem que querer... ela já está ai, tá no seu sangue, e logo vai estar no seu coração também.

- Tá, mas vamos deixar isso pro dia que for preciso eu assumir essa posição, ok? Por enquanto o senhor ainda é o alpha e tá cheio de saúde e disposição pra continuar sendo. – meu pai riu alto.

- Certo, certo... tem outra coisa – ele falou antes de descer do carro ao parar na porta da nossa casa – Não é só seu lado lobo que precisa ser treinado. Seu lado feiticeiro também precisa aprender algumas coisas. Já tá na hora de você chamar Klaus pra te ajudar.

- Ok, vou procura-lo logo. – falei e abri a porta saindo do carro. Eu realmente ia chamar Klaus pra me treinar, mas não agora, talvez daqui alguns dias.

- Meus meninos chegaram – mamãe falou assim que passamos pela porta da sala.

- Hey pequena, tá sentindo alguma coisa? – meu pai perguntou preocupado ao vê-la deitada no sofá.

- Só um pouco de sono – ela respondeu.

- Oi mãezinha – dei um beijo na cabeça dela.

- Oi meu bem. – ela me sorriu – e ai como foi na oficina? – ela perguntou ao meu pai, mas na verdade ela queria dizer saber se a vampira tinha aprontado mais alguma.

- Tudo tranquilo, apesar de ter aparecido uma tonelada de serviço. – papai falou se levantando.

- Que bom. – mamãe também se levantou – Vão lavar as mãos os dois que eu vou colocar a mesa... se bem que eu sugeriria um banho pra você, Jake, você tá imundo.

Meu pai subiu as escadas rindo, minha mãe foi na direção da cozinha e eu fui atrás dela.

- Tá bem mesmo, mãe? – perguntei, eu sabia que ela não estava totalmente bem, não era só sono.

- Estou. Só um pouquinho cansada.

- Mãezinha, eu já disse que meu pai a senhora engana, porque ele acredita em tudo o que a senhora fala, mas comigo as suas desculpas não colam. O que a senhora tem. – ela suspirou rendida e se sentou numa cadeira.

- Sua avó me deu o grimório que era da minha avó, eu eu estava praticando alguns feitiços, acabei me esforçando demais.

- Grimório? O que e isso? – perguntei me sentando na frente dela.

- É um livro onde as bruxas escrevem os feitiços que usam.

- E o que a senhora andou praticando?

- Um pouco de tudo, mas eu me cansei demais... o que é estranho, porque eu não devia me cansar assim.

- Talvez a senhora deva maneirar um pouco, não acha?

- É talvez eu tenha abusado – ela se levantou – Vai lavar as mãos agora, vou colocar a mesa.

- Se precisar me grita que eu venho correndo, ok?

- Tá bom, meu herói. – ela riu me fazendo rir junto.

...

Fazia um bom tempo que não almoçávamos todos juntos, geralmente era minha mãe e eu, ou minha mãe e meu pai, Sarah estava sempre na escola, e acabava nunca almoçando junto com a gente, mas hoje ela voltou mais cedo e acabamos almoçando em família, o que parece ter deixado minha mãe muito feliz.

- Isso aqui tá bom demais, mas eu tenho que voltar para o trabalho – meu pai falou se levantando.

- Tenho que ir junto? – perguntei.

- Não eu vou precisar de você aqui hoje – foi minha mãe quem respondeu.

- Eu vou com você pai – Sarah se levantou – Quero ver o Seth.

- Pfff – meu pai bufou – era ótimo a época que você queria vir comigo pra me ver trabalhar... eu perdi mesmo a minha princesinha pro moleque...

- Ownnn paizinho, eu vou ser sempre a sua princesinha, ok? – Sarah falou se pendurando no pescoço do meu pai.

- Ela fala isso até o dia que o Seth a pedir em casamento e o senhor não deixar, pai. – falei zoando com a cara de Sarah – Ai ela vai virar e falar ‘Mas eu não sou mais seu bebezinho pai...’

- Casamento? – meu pai ficou congelado olhando de mim pra Sarah.

- Não tem nenhum casamento, pai, relaxa – Sarah falou rindo – eu e Seth não temos nem um mês de namoro...

- Gabe, para de encher a cabeça do seu pai de minhoca – minha mãe reclamou dando um tapa no meu braço e indo até meu pai que ainda estava congelado – Jake, respira amor, não tem casamento e nem vai ter tão cedo...

- Mas vai ter um dia. – ele falou entredentes eu não consegui segurar e comecei a rir.

- Gabriel, some daqui – Sarah reclamou – Pai... o casamento ainda vai demorar... isso se o Seth quiser se casar comigo...

- E porque eu não iria querer? – meu pai perguntou mudando o humor, de estado de choque para revolta – Por acaso ele tá só brincando de namorar você? Ele acha que pode te encher de esperanças e depois te descartar?

- Meu Deus em que mundo paralelo viemos parar? – minha mãe gritou assustando todo mundo – Jacob Black, você bateu a cabeça? Da onde ta saindo tanta besteira? Não vai ter casamento agora, porque Sarah e Seth ainda estão se conhecendo. E Sarah que bobagem é essa de ‘se Seth quiser se casar comigo’ é claro que ele vai querer, ele te ama. Agora chega de baboseiras. Vão logo os dois pra oficina e Jacob se eu souber que você pelo menos olhou torto pro Seth você vai se ver comigo. Não assusta o garoto por causa das caraminholas que você colocou na cabeça.

- Respira mãe – falei e ela me lançou um olhar bravo.

- Vamos Sarah – meu pai pegou minha irmã pela mão e os dois saíram da cozinha.

- Você fica quieto da próxima vez – minha mãe deu um tapa na minha cabeça.

- O que eu fiz? – perguntei me levantando pra ajuda-la com a louça suja.

- Começou com a história do casamento. Até parece que não conhece seu pai, ciumento como ele é. Colocar Sarah, Seth e a palavra casamento na mesma frase é o mesmo que declarar a 3ª guerra mundial.

- Papai é uma piada.

- Seu pai é um lobo imprinted com uma filha que é imprinting de outro lobo... acostume-se, você também vai ser assim. – ela riu.

- Por que a senhora quis que eu ficasse aqui? – perguntei.

- Porque vamos começar nosso treinamento hoje. – foi Klaus quem respondeu aparecendo ao nosso lado.

- Oi Klaus – mamãe deu um abraço nele – Eu chamei Klaus quando ouvi a conversa sua e de seu pai quando vocês chegaram, na verdade foi seu pai quem me pediu por pensamento para chama-lo.

- Eu devia imaginar que viria algo do tipo. – reclamei – eu não posso ver a Liz antes? Eu ainda não a vi hoje...

- Nem pensar, você não vai morrer se deixar pra ver Liz mais tarde – minha mãe falou colocando o ultimo prato no escorredor – Vamos lá pra sala.

Eu e Klaus a seguimos, me joguei na poltrona enquanto os dois se sentavam na minha frente.

- Gabe, antes de qualquer coisa, você precisa ter disciplina. – Klaus falou – Você precisa se esforçar para aprender todos os feitiços e principalmente, saber usá-los.

- Você não pode sair por ai usando magia na frente de todo mundo, primeiro porque não podemos nos mostrar para os humanos normais e segundo porque só suspeitamos que não exista mais nenhuma bruxa, exceto sua avó, não temos certeza disso... – minha mãe completou.

- Mas meu coração não é importante para as bruxas – falei me lembrando de quando minha mãe me contou a história sobre bruxas buscarem o coração de uma feiticeira para ter beleza eterna.

- Mas o da sua mãe é. – Klaus falou – Imagina o que vai acontecer se você se deparar com uma bruxa, ela vai perceber que você é um feiticeiro e vai imaginar de cara que sua mãe pode ser uma feiticeira também.

- Ah tá entendi – falei – então por onde começamos?

- Vamos começar vendo o quanto você desenvolveu sua telepatia.

‘Acho que bastante’ falei para Klaus por pensamentos.

‘Bom, mas você consegue juntar sua mãe na conversa?’ ele perguntou da mesma forma.

‘Acho que não’ falei ‘Eu tinha que conseguir?’

‘Vamos treinar isso. Você tem que procurar pela mente dela, só isso’.

‘Só... como se fosse fácil.’ Falei e me concentrei em encontrar a mente da minha mãe. Realmente não era muito difícil, eu via, quando procurava pela mente de alguém, finos fios coloridos. Era assim que eu sabia quem era quem na hora de falar telepaticamente. O fio da mente de Klaus era de um azul turquesa brilhante, o fio da mente de Liz era lilás, o fio da mente do meu pai era um marrom claro, meio caramelo, coincidentemente – ou não – quase a cor do lobo dele, e o fio da mente da minha mãe era como um cristal, transparente, porém alguns tons de rosa, roxo e verde cintilavam por ele, como quando se coloca um cristal contra a luz.

‘Oi mãe’ falei me conectando à mente dela.

- Muito bom Gabe, você encontrou a sua mãe – Klaus falou – mas você me perdeu.

- Eu não consigo manter os dois. – falei.

‘É pra isso que trinamos’ minha mãe me falou por pensamentos, em seguida ouvi também a voz ‘mental’ de Klaus.

‘Sua mãe treinou bastante e agora consegue juntar mais de uma pessoa telepaticamente’ ele falou ‘Você também vai ser capaz disso’.

A voz dos dois sumiu da minha cabeça e Klaus voltou a falar normalmente.

- Você vai procurar primeiro a mente da sua mãe, e vai mantê-la conectada com a sua, depois você vai procurar a minha, e se concentrar em apenas uni-la à de vocês dois.

- Tá vou tentar.

Me concentrei mais uma vez, encontrando rápido o fio cristal da mente da minha mãe e me conectei a ela. Depois busquei a mente de Klaus – azul turquesa – e tentei juntá-lo, mas não consegui. Foram precisas umas vinte tentativas até que eu consegui colocar os dois conectados à minha cabeça.

‘Bom trabalho’ os dois falaram juntos.

Qual o próximo passo agora?’ perguntei.

- Agora vamos ao teletransporte – Klaus falou desconectando nossas mentes.

- Isso vai ser divertido. – falei.

...

Não era nada divertido, já estávamos no quintal há umas tantas horas e eu não tinha conseguido me transportar nem um único passo.

- Gabe, você precisa antes entender que tudo é energia. Você pode parecer sólido, mas na verdade é um condensado de energia, e não é difícil lidar com energia. Apenas sinta. Desligue sua mente de tudo e apenas sinta a energia que você é, então imagine essa energia se movendo pelo ar e a deixe deslocar para o lugar onde você deseja ir. – ele terminou de falar e sumiu, segundos depois ele estava do lado contrário do quintal, na parte que margeava a floresta.

- Mas parece tão fácil. – reclamei.

- Porque é fácil – minha mãe se aproximou de mim – basta você se concentrar e tirar a Liz da cabeça. Você vai vê-la daqui a pouco.

- Gabe! – ouvi a voz de Liz e a vi do outro lado, junto de Klaus. Automaticamente meu sorriso se abriu eu ia correr para abraçá-la, mas uma parede invisível me impedia. De repente não era mais Klaus ao lado dela, era um vampiro loiro de olhos vermelhos, e ele estava perto demais.

- Mãe! – gritei e meus olhos procuraram pela minha mãe, que não estava mais do meu lado. Meu lobo se agitou, eu tinha que salvar minha Liz.

‘Você é energia, Gabe. Sinta. Apenas sinta.’  A voz da minha mãe sussurrou no meu ouvido.

Eu procurei sentir a energia que eu era, uma energia capaz de flutuar pelo ar e atravessar a parede que me impedia de salvar Liz. Fechei os olhos e concentrei no lugar onde eu queria que a energia estivesse, quando abri os olhos vi que eu havia conseguido, eu estava do lado oposto do quintal, mas Liz não estava ali.

- Me desculpe por isso – Klaus falou – Tive que colocar uma ilusão na sua cabeça para adiantar o processo.

- Liz não estava em perigo? – perguntei.

- Não, Liz está bem, filho – minha mãe falou parando ao meu lado.

- Nunca mais façam isso – reclamei – eu quase morri de agonia.

- Mas você conseguiu se transportar... – Klaus justificou – vamos voltar pra lá agora.

Ele e minha mãe rapidamente se transportaram pro outro lado. Eu fechei os olhos e voltei a imaginar a energia flutuando pelo espaço até o lugar onde eu estava antes.

- Com o tempo você se acostuma e faz isso mais rápido – minha mãe falou e eu abri os olhos, vendo que eu estava bem ao lado dela.

- Pra fazer com outra pessoa não é difícil – Klaus falou e eu ri.

- Se só eu, eu demorei uma eternidade pra conseguir, pensa com mais uma pessoa.

- Outra pessoa é energia, assim como você Gabe. – minha mãe falou – basta que vocês dois estejam na mesma sintonia do lugar para onde vão. Se vocês não estiverem mentalizando o mesmo lugar, só você se transporta.

- Tenta com a sua mãe – Klaus falou – mas não vale ajudar ele, Kay.

- Pode deixar. – minha mãe passou o braço pela minha cintura e eu segurei a cintura dela – então vamos pro outra lado do quintal de novo?

- Que tal um lugar mais longe agora? – Klaus sugeriu – A fronteira da reserva com o território dos Cullen.

- Por mim tudo bem.

- Então vamos – falei – mentalizar a fronteira certo?

- Sim exatamente esse lugar – minha mãe colocou a imagem de um ponto da fronteira na minha cabeça e eu me concentrei lá. Rapidamente estávamos os dois no lugar onde imaginamos.

- Muito bem, agora leva a gente de volta para a casa – ela pediu. Voltei a concentrar e logo estávamos ao lado de Klaus.

- Está se saindo muito bem Gabe. – Klaus falou – Mais um único feitiço e eu te libero pra ver sua garota.

- Mais um? To cansado demais.

- Só mais um, esse é pra você impressionar a Liz – ele riu me fazendo rir junto – aqui, você vai precisar ler essas palavras aqui. – ele me entregou um pedaço de papel.

- Vale dizer que eu não entendi lhufas? – perguntei tentando entender o que estava escrito.

- Você vai aprender essa língua – Klaus falou – tem a melhor professora pra isso. – ele olhou pra minha mãe que ficou com as bochechas coradas – Kaileena aprendeu muito rápido a língua das bruxas, ela vai poder te ensinar, por enquanto vamos te ajudar a pronunciar corretamente esse feitiço.

Minha mãe falou as palavras que estava escritas no papel com muita facilidade, e aquelas palavras esquisitas pronunciadas pela voz suave dela ficaram incrivelmente lindas. Mas o espantoso foi quando o nosso quintal, que tinha apenas uma grama verde baixa começou a ficar cheio de flores.

- Que doidera – falei fazendo Klaus rir. Minha mãe estalou os dedos e todas as flores sumiram.

- Sua vez agora. – ela falou me olhando.

 Me concentrei e comecei a falar as palavras do papel, mas não aconteceu nada. Minha mãe me ajudou até que minha pronuncia ficou boa o suficiente.

- Agora, você imagina o que você quer ver crescer. – ela falou. Eu repeti as palavras imaginando uma roseira de rosas brancas, as preferidas da minha mãe.

- Isso foi legal. – falei tirando uma das rosas da roseira entregando minha mãe.

- Obrigada – ela me deu um beijo no rosto.

- Por isso o jardim lá na frente é tão bonito, né dona Kaileena. – falei e minha mãe riu.

- Eu fiz sim as flores nascerem, mas elas permanecem vivas, por que eu cuido delas – ela se defendeu.

- Ok...  – falei – então eu to liberado agora?

- Sim, está. – minha mãe me dispensou e entrou pra casa com Klaus.

Subi até meu quarto e tomei um banho rápido, vesti uma roupa qualquer e peguei as chaves do carro, talvez ainda desse tempo de pegar Liz na faculdade em Seattle.

Dirigi rápido até lá, o carro fez sucesso, todo mundo virava o pescoço pra olhar meu Camaro, parei na porta do prédio onde Liz estudava, talvez se eu não estivesse namorando Liz, fizesse algum efeito ver o quanto as meninas se jogavam pra cima de mim.

- Gabe? – ouvi alguém me chamar e me virei vendo minha prima Nick.

- Oi Nick. – a cumprimentei.

- Veio buscar a Liz? – ela perguntou e eu afirmei com a cabeça – Ela acabou de sair com a mãe dela. Acho que as duas iam ao supermercado, ou algo assim.

- Acho que dei uma viagem perdida então – falei – quer carona pra casa?

- Quero sim, Peter ainda vai demorar – ela fez um muchocho. Peter era o irmão gêmeo de Nick, os dois filhos de tia Rachel.

- Então vamos – abri a porta do carona para ela entrar e dei a volta.

- Sabe de uma coisa? – ela perguntou um tempo depois – Eu imaginava que você e Liz iam acabar namorando. Tava na cara que vocês se gostavam...

- Só nós demoramos perceber. – falei.

- Foi ótimo ela ter trocado o Diego por você.

- Diego é um idiota. – falei, Nick fez uma careta. – E você priminha, vai desencalhar quando?

- Eu não to encalhada – ela reclamou – só não consegui fazer quem eu gosto olhar pra mim. – ela falou depois colocou a mão na boca como se tivesse falado demais.

- E de quem você gosta? – provoquei Nick ficou vermelha.

- Ninguém.

- Ahh nem vem, Nick, você acabou de confessar que gosta de alguém.

- Sabe esse seu carro é lindo – ela desconversou.

- Não muda de assunto, Nicole. Fala logo de quem você gosta? Eu conheço ele? Por que se eu conheço, sabe como é posso dar uma ajudinha....

- Meu pai não ia permitir esse namoro. – ela falou baixo.

- Porque? Ele é vampiro? – brinquei rindo, mas a cara séria dela me assustou.

- É brincadeira né, Nick? Você não se apaixonou por um vampiro... – falei já assustado com a expressão séria dela.

- Não Gabe ele não é um vampiro – respirei aliviado – é um feiticeiro. – ela completou.

Eu freei o carro de uma vez só. Só existiam dois feiticeiro conhecidos, eu e Klaus. Klaus era velho demais pra Nick, então só sobrava eu... Olhei pra ela esperando ver em seus olhos que era piada, mas ela estava séria.

- Não precisa ficara assustado, não é você. – ela falou e se virou para a janela. Se não era eu só podia ser...

- Klaus? – perguntei e a vi afirmar com a cabeça – Mas ele é...

- Velho demais? É eu sei disso – ela falou com a voz embargada, eu puxei seu rosto para que ela me olhasse e eu vi que ela estava chorando.

- Shh não fica assim, Nick. – puxei ela para um abraço.

- Eu sei que ele é velho demais pra mim, mas o que eu posso fazer se eu me apaixonei por ele? Coração não olha idade... – ela fungou – Mas de qualquer forma, ele nunca ia reparar em mim... eu sou um pirralha aos olhos dele. E mesmo se ele reparasse em mim, meu pai nunca aceitaria uma coisa dessas.

- É melhor voltarmos pra casa – falei me soltando do abraço dela, na verdade voltar pra casa era só uma desculpa, eu não sabia mesmo era o que dizer pra Nick.

O resto do caminho foi feito em silencio, Nick só voltou a falar na hora de me agradecer a carona. Eu dirigi até a casa de Liz, a saudade estava me matando, mas pra minha tristeza, a casa estava vazia.

Voltei pra minha casa e a primeira coisa que fiz foi ligar pro celular da minha namorada.

- Alô – ouvi a voz doce dela .

- Liz, aonde você está? To morrendo de saudade.

- Ownn Gabe, eu também estou com saudades. – ela falou – estou resolvendo algumas coisas com minha mãe, vamos jantar aqui em Port Angeles mesmo. Assim que eu chegar vou ai te ver.

- Eu vou ai encontrar você. – falei.

- Não. – ela falou rápido demais – fica ai. Eu vou chegar logo.

- O que você está me escondendo Liz? – perguntei desconfiado.

- Nada. Não to escondendo nada, só acho que não tem necessidade de você vir aqui, eu vou pra casa logo, ai a gente se vê. Prometo.

- Ok então.

- Te amo. – ela falou fazendo meu coração acelerar.

- Também te amo – falei sorrindo e desliguei o telefone.

...

O tempo não passava e Liz não chegava nunca. Eu já estava sem paciência de esperar, só não tinha saído porta afora atrás dela ainda porque minha mãe tinha me impedido colocando um feitiço que não me deixava passar pela porta.

- Sabe esse grimório que sua avó me deu é muito útil. Se eu soubesse dele antes teria tido menos trabalho com vocês fugindo do castigo. – ela falou rindo.

- Muito engraçado – falei – Se não me engano alguém disse que não podia usar magia ‘ a toa’.

- Não estou usando magia a toa – ela falou – estou te impedindo de bancar o namorado sufocador. Deixa a Liz quieta, se ela disse que vai vir aqui, é porque ela vai vir aqui.

- Não estou sufocando ninguém – falei – só estou com saudades.

- Saudade é bom, porque mede o amor. – minha mãe falou sem tirar os olhos do livro. Eu ia retrucar, mas a campainha tocando me fez correr até a porta.

- Seth. – falei desanimado.

- Nossa... também to feliz em te ver, Gabe. – Seth falou entrando, tipo passando livremente pelo bloqueio que minha mãe tinha colocado na porta.

Eu aproveitei a distração dela e de Sarah com o convidado e atravessei a porta. Quer dizer, tentei atravessar, pois fui mais uma vez barrado pelo feitiço.

- Como ele passou e eu não passo? – perguntei olhando minha mãe.

- Porque o feitiço foi feito especialmente pra impedir você de passar. – ela falou ainda olhando o livro no colo dela.

- Que ótimo! – falei e subi até meu quarto.

Dois minutos depois minha mãe estava parada na porta me olhando.

- Olha só, eu não devia te contar, mas vou falar porque não quero que você fique com raiva de mim por estar te prendendo aqui. – ela se sentou na ponta da minha cama – Liz ta preparando uma surpresa pra você. É por isso que ela ainda não veio. E ela e Leah tem que fazer as coisas sem Embry descobrir, caso contrário ele vai prender ela em casa.

- Que surpresa? – perguntei.

- Isso eu não vou te contar, mesmo porque eu não sei o que é. – ela se levantou – mas eu posso te liberar pra sair, desde que você me prometa que não vai pra casa de Liz.

- Não sei se posso te prometer isso – falei.

- Então vai ter que ficar aqui. – ela ia saindo, quando eu tive uma idéia. Eu podia fazer uma surpresa pra Liz também.

- Espera mãe. Eu prometo não ir lá – falei – me deixa sair eu quero fazer uma surpresa pra ela também.

- Posso confiar em você? – ela me olhou de sobrancelha arqueada.

- Pode. – falei.

- Ok – ela murmurou baixo algumas palavras – está liberado.

Minha mãe saiu do meu quarto e eu preparei algumas coisas. Tentei teletransportar tudo, mas não consegui e tive que levar na forma de lobo mesmo, pulei a janela do meu quarto, não queria que ninguém soubesse o que eu ia fazer.

...

Já estava todo mundo dormindo e nada de Liz aparecer, eu tinha pensado umas mil vezes em ir na casa dela, mas  tinha prometido à minha mãe que eu não ia e não podia quebrar essa promessa.

Eu estava quase pegando no sono quando ouvi alguém abrindo minha janela. Me levantei rápido e vi Liz parada na frente da janela, mais linda que nunca. Nem dei tempo pra ela dizer qualquer coisa, avancei na direção dela e a tomei num beijo cheio de saudade.

- Nunca.mais.faz.isso.comigo. – falei entre os beijos – Eu fiquei louco de saudade.

- Desculpa – ela falou enterrando o rosto no meu peito – Se não fosse minha mãe comigo eu tinha deixado a surpresa de lado e vindo correndo pra cá.

- Que surpresa? – perguntei e ela se afastou de mim. Ela estava com as bochechas coradas quando começou a desabotoar o sobretudo que usava, eu imaginei o que estava por baixo e minha respiração se acelerou.

- Espera – falei – Deixa eu te mostrar uma surpresa que eu fiz pra você primeiro.

- Tem certeza? – ela me olhou confusa.

- Tenho. – voltei a me aproximar dela e a abracei. – Lembra da campina onde costumávamos brincar quando criança?

- Lembro.

- Consegue pensar nela agora?

- Consigo, mas porque quer que eu pense nela? – Liz perguntou desconfiada.

- Confia em mim. Se concentra na campina, ok? Não pensa em mais nada, além da campina.

- Ta bom, senhor mistério – ela riu e fechou os olhos. Só por garantia eu coloquei na mente dela uma imagem de nós dois brincando na campina. Também fechei meus olhos e me concentrei. Em poucos segundos estávamos parado no meio da campina.

- Pode abrir os olhos – sussurrei no ouvido dela. Liz abriu os olhos que brilharam ao ver o que estava ao meu redor.

- Meu Deus... como isso aqui pode estar tão lindo? – a campina estava toda florida, o que não era normal, pois estávamos no fim do outono. E bem no meio dela, onde eu e Liz estávamos eu havia armado uma barraca.

- Um pequeno truque que aprendi hoje – falei.

- Truque? – ela me olhou sorridente. Murmurei baixo as palavras que eu já tinha decorado e dentre as pequenas flores do campo que estavam espalhadas pelo chão começaram a nascer algumas tulipas amarelas. – Que lindo! É você que está fazendo isso?

- Agora eu quero a minha surpresa – falei a puxando pros meus braços.

- Mas aqui pode aparecer alguém – ela falou baixinho.

- Lá dentro ninguém vai ver nada – falei indicando a barraca, ela voltou a ficar vermelha e entrou na barraca, eu a segui.

POV – Liz

Eu ainda não estava acreditando que ia fazer isso. Gabe estava lá todo lindo sentado dentro da barraca enquanto eu me sentia completamente insegura. Uma coisa era eu ficar praticamente nua na frente dele, como foi no carro, outra era ficar totalmente nua. Mesmo que estivesse escuro eu sabia que Gabe podia enxergar muito bem. De repente toda a segurança que eu tinha quando pulei a janela do quarto dele tinha se evaporado.

Eu não sabia o que tinha me dado para tomar essa decisão, conversei muito com minha mãe, contei pra ela o que tinha acontecido no carro e que eu queria mais que aquilo. Ela me incentivou a fazer tudo o que eu queria, mas me aconselhou a fazer as coisas direito. Por isso ela tinha ido me buscar na faculdade, nós fomos ao ginecologista, eu precisava começar a tomar um anticoncepcional – essa foi a única exigência da minha mãe – mas eu acabei descobrindo que mesmo assim Gabe e eu teríamos que usar proteção nesse primeiro mês. Depois do ginecologista fomos à um salão, eu fiz as unhas, arrumei o cabelo e o mais importante, me depilei, por fim fomos à uma loja da Victoria Secret onde minha mãe me ajudou a escolher uma lingerie especial. Quando voltei pra casa estava cheia de segurança sobre ter minha primeira vez hoje com Gabe, mas agora que ele está parado na minha frente, a segurança parece ter ficado no quarto dele.

Gabe deve ter percebido minha insegurança, pois me olhava estranho.

- Hey, vem cá – ele me puxou pra perto dele – não precisa fazer nada, se não quiser.

- Mas eu quero – falei – eu só perdi a coragem da iniciativa.

- Eu te ajudo a encontra-la – ele começou a beijar enquanto terminava de desabotoar o sobretudo. Senti a mão quente dele tocar a pele da minha barriga – Hummm essa era minha surpresa? – ele perguntou olhando a lingerie que eu usava – É linda.

Ele voltou a me beijar, o sobretudo já tinha ido parar longe e Gabe se ocupava em desabotoar meu sutiã. Ele me deitou devagar, e como no carro, ficou parado apenas me olhando com os olhos encantados antes de descer os lábio até meu seio.

Como daquela vez o mundo pareceu girar quando eu senti o calor dos lábios dele na minha pele. Foi impossível não gemer alto.

Gabe foi descendo beijos pela minha barriga até chegar ao cos da minha calcinha. Eu senti os lábios dele sobre meu sexo ainda por cima da calcinha e todo o meu medo, o receio e a vergonha foram para o espaço, de repente aquele momento ali era o mais perfeito de todos e eu sentia que era mais do que certo eu me entregar à ele.


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Notas finais do capítulo

Não morram!!!! Comenta e corre pro próximo....



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