Behind Blue Eyes escrita por Nannah Andrade


Capítulo 11
Capítulo 10 - Looking for you


Notas iniciais do capítulo

Mais um???? Que autora boazinha!!!!



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Algumas semanas depois

POV – Kayleena

O lugar onde eu estava era frio, sujo e com cheiro de umidade e mofo. Não tinha mais que uma cama com um colchão velho e um banheiro – se é que podia ser considerado como tal – com um chuveiro, um vaso sanitário e uma pia. Eu não via mais que isso, aqui era escuro o tempo inteiro, há semanas eu não via a luz do sol, e nem conseguia definir exatamente quantos dias haviam se passado. Talvez por isso a dor por estar longe dos meus filhos e principalmente do meu Jake, fosse tão grande.

Eu passava mal o tempo inteiro. Não conseguia comer direito e o pouco que eu comia eu colocava pra fora em minutos. Meu corpo estava fraco, e eu provavelmente tinha emagrecido bastante.

- Feiticeira – ouvi a voz cadenciada do garoto que sempre vinha me trazer comida ou roupas – trouxe comida pra você.

- Não quero comer – falei sem me mover, eu já estava há um bom tempo encolhida num canto.

- Você precisa, está fraca demais, vai acabar morrendo assim.

- E que importância isso tem? Seu ‘chefe’ me deixou trancada nesse lugar sujo e escuro, acho que a intenção dele é que eu morra mesmo.

- Não, não é. Pelo contrário, ele a quer viva. Se ele quisesse você morta ele já tinha te matado.

- O que ele quer comigo?

- Ele já te disse, ele quer seus poderes.

- Então por que ele não os pega logo de uma vez e me deixa voltar pra casa, pra minha família. – falei alto.

- Você ainda não descobriu o que está impedindo Stephan? – ele riu fraco – Meu Deus, você é mulher, mãe de dois filhos, estou certo? E ainda assim não descobriu que está grávida?

As palavras dele me congelaram. Fiquei alguns segundos sem respirar, meu coração batendo acelerado no peito. Minhas mãos desceram automaticamente para a minha barriga. Grávida? Sim era possível, eu não tomava remédio há algum tempo, Jake e eu nunca nos protegemos...

- Ele não pode tirar seus poderes enquanto essa criança estiver ai...

- Se ele quer tanto poder... por que ele ainda não me fez... – me esforcei para falar, mas eu tinha medo que minhas palavras dessem ‘ideias’ pra ele - ... perder o bebê.

- Porque essa criança pode ser, digamos, interessante pra ele.

- Como assim interessante? – meu medo de repente tinha se transformado em pavor.

- Ela pode ser uma feiticeira, ou feiticeiro, como você...

- E ele vai querer os poderes do meu filho? – minha voz saiu aguda demais – mas poderes não se manifestam assim tão rápido, e podem nem se manifestar, como Sarah... ela é uma humana normal...

- Stephan vai ter tempo para descobrir isso. – ele falou – ele pretende ficar com a criança.

- Eu não vou deixar – ameacei.

- Você não vai estar aqui para impedi-lo feiticeira. – ele riu – acha mesmo que Stephan vai permitir que você viva depois de tirar seus poderes?

A temperatura no lugar parecia ter caído uns vinte graus, eu senti meus ossos gelarem e meu corpo tremeu. Mas não era frio. Era medo. Aquelas pessoas ali eram perigosas, não como as bruxas que me sequestraram vinte anos atrás, eles eram piores porque eram preparados, e Stephan era mais poderoso que qualquer feiticeiro deveria ser.

- É melhor comer – o garoto se levantou – Seu bebê precisa de alimento.

- Eu não consigo – confessei com a voz cansada – Não é por birra que eu não como, é porque essa comida não me desce, esse lugar é horroroso. Me diga, você conseguiria viver num lugar assim? Conseguiria comer com esse cheiro no ar?

- Vou ver o que consigo fazer por você. – ele saiu deixando o prato de comida do meu lado.

Estiquei meu braço e o peguei, inclinando a cabeça para sentir o cheiro da comida, me arrependi no mesmo momento, meu estomago revirou com o cheiro de alho e cebola que vinha do prato. Me arrastei da forma que conseguia até o banheiro, eu estava fraca demais pra conseguir andar.

Fiquei ali no chão sentada de frente para a privada, meus olhos se fecharam e eu senti as lágrimas quentes molharem meu rosto. A história estava se repetindo. Eu fui sequestrada, Jake estava longe, e mais uma vez eu carregava um filho nosso. Mas dessa vez eu não veria mais o meu amor, e ele não conheceria nosso filho.

oOo

Não sei quanto tempo fiquei apagada nem como sai do banheiro, mas quando acordei estava deitada na cama. Eu senti que tinha alguém naquele lugar comigo, mesmo estando escuro demais eu podia sentir os olhos em cima de mim.

- Você tem que comer. – ouvi a voz de Stephan – Vai definhar até morrer se ficar assim, e vai matar o bebê também, quer que seu filho morra?

- É impossível pra uma mulher gravida conseguir se alimentar num lugar horrível como esse. – falei amarga.

- Você finalmente descobriu... fiquei imaginando quanto tempo você levaria para perceber o seu rebento ai dentro...

- Eu preciso de um médico, Stephan. – falei – Eu tenho que fazer um pré-natal, tenho que fazer exames, preciso saber como meu filho está.

- Tudo isso está sendo providenciado. – ele falou. Ouvi um farfalhar de tecido, ele devia ter se levantado – Na sua frente tem algumas frutas, imaginei que seria mais fácil para você conseguir comer. Tem roupas também, tome um banho e se troque, nós vamos... nos mudar.

- Pra onde você vai me levar? – perguntei e ele riu, saindo sem me responder.

Me sentei na ponta da cama e tateei até encontrar uma cesta com algumas frutas. Puxei a cesta colocando-a na cama, peguei uma das frutas dentro dela, arredondada e lisa. Levei a fruta até o nariz e a cheirei. Era uma maçã. Pelo menos meu estomago não se revirou dessa vez. Deixei a maçã de lado e voltei a tatear a cesta, encontrei um cacho de uvas, tirei uma fruta do cacho e levei à boca, rezando para meu organismo aceita-la. Stephan estava certo sobre eu ter que me alimentar, meu filho precisava de mim forte pra protege-lo.

As uvas estavam ótimas, não demorou e praticamente todas as frutas tinham sido devoradas por mim. Peguei as roupas que estavam perto da cesta e tateei as paredes até chegar no banheiro.

Ali tinha um pouco de luz, era mínimo, mas dava pra eu enxergar o que estava na minha frente, como o registro do chuveiro e o sabonete. Pelo menos a água era quente, mas mesmo assim não consegui ficar ali mais tempo que o suficiente para me lavar, era difícil demais, porque se eu fechasse meus olhos podia sentir as mãos quentes de Jake me ensaboando, ou os braços dele ao meu redor enquanto ele roçava a barba no meu pescoço e cheirava meu cabelo.

Desliguei o chuveiro e me enxuguei, colocando uma roupa em seguida. Voltei para a cama e fiquei lá, deitada, acabei adormecendo de novo.

Acordei com o som da porta se abrindo, me sentei e esperei falarem para eu saber se era Stephan ou o garoto que me trazia comida. A porta não foi trancada como de costume, isso me fazia sentir que algo estava bem errado.

- Você tomou banho. – Stephan afirmou eu não falei nada – Nós vamos partir agora.

- E pra onde você vai me levar?

- Não posso te contar – ele riu baixo.

- Então você vai me levar de carro, suponho, se eu não souber pra onde vamos como você vai se transportar comigo?

- Da mesma forma como te trouxe pra cá. – ele riu de novo – Eu sou mais poderoso que você pensa Kaileena, e eu posso fazer coisas que você nem imagina. Mas agora nós temos que ir.

Ele se aproximou de mim muito rápido e me apertou em seus braços. Tentei entender as palavras que ele dizia, mas ele falava baixo demais. Foi o tempo de uma respiração e eu me encontrava em outro lugar.

Diferente de onde eu estava, esse lugar era muito iluminado. Meus olhos estavam desacostumados com a claridade, de forma que eu me encolhi assim que Stephan se afastou.

- Me desculpe esqueci desse detalhe – ele falou ouvi as cortinas sendo fechadas e a escuridão tomou o quarto – vai ser mais fácil se você acender as luzes primeiro, até se acostumar com a claridade, depois pode abrir as cortinas.

- Eu vou poder sair desse quarto? – perguntei.

- Não – foi só o que ele falou e saiu.

Eu estava num quarto, provavelmente de um apartamento simples. Não tinha nenhuma sofisticação no lugar, só uma cama, um criado mudo, um armário e uma mesa, com alguns papéis.

Me aproximei da mesa e vi que os papéis era páginas escritas de algum livro, talvez... tinha uma história, mas as folhas estavam bagunçadas e não dava pra entender muito bem. Juntei todas as folhas e caminhei até a cama. Comecei a ler a primeira folhar, pelo menos agora teria algo para passar o tempo.

POV – Gabe

As coisas na minha casa não estavam nada fáceis. Meu pai parecia um zumbi. Não dormia, não comia, estava sempre em rondas ou trancado no quarto. Por vezes eu o ouvi chorar, e era pancada saber que minha mãe tinha sumido por minha culpa.

Eu quase não via Liz. O pai dela tinha a proibido de me ver, mas eu já tava de saco cheio disso. No começo eu aceitei na boa, tava todo mundo doido por causa da minha mãe, eu mesmo estava meio perturbado com isso tudo, mas já fazem semanas e sinceramente eu não consigo ficar nem mais um único minuto  londe de Liz.

Peguei as chaves do meu carro decidido a tirar Liz daquela casa por uma tarde pelo menos. Passei por Sarah que estava na sala, pendurada ao lado do telefone, ela era mais uma que sofria com isso tudo, meu pai tinha escalado todos para fazer rondas e mais rondas procurando qualquer pista da minha mãe, com isso Sarah praticamente não via Seth, eu sabia que vez ou outra ele ia no quarto dela à noite, mas não contei pro meu pai ou recriminei os dois, Seth já tinha provado que respeitava minha irmã, eu ia dar esse voto de confiança pra ele.

...

Parei na porta da casa de Liz, e mal eu desci do carro tio Embry já estava lá me esperando.

- Oi tio – falei.

- O que você quer aqui, Gabriel? – ele estava sério.

- Ver minha namorada.

- Você quebrou minha confiança Gabe – ele cruzou os braços e me encarou – Você prometeu que não faria isso com ela.

- Eu prometi que a amaria. Eu e a amo tio. Amo demais, por isso aconteceu o que aconteceu. Liz não é mais uma menina, ela é mulher, tem direito de fazer suas próprias escolhas, de tomar suas decisões.

- Mas é minha filha, mora debaixo do meu teto, portanto segue as minhas ordens.

- Você está arcaico, pai. – Liz falou passando pela porta – mas eu não vou discutir isso, não agora. Alguma noticia da sua mãe? – ela me perguntou ignorando a careta de tio Embry.

- Nada ainda – suspirei cansado, tio Embry saiu me deixando sozinho com Liz. Eu deixei minha cabeça cair no ombro dela – Eu me sinto um inútil.

- Não é sua culpa, Gabe. Você ainda está sendo treinado, você não aprendeu tudo e não tem como saber tudo.

- Mas eu queria encontra-la Liz. De alguma forma muito louca, eu sei que ela está sofrendo muito mais do que deveria, entende? – ela fez que sim com a cabeça.

Ficamos ali um tempo em silencio, apenas fazendo carinho um no outro, até que Peter, meu primo filho de tia Rachel, chegou ofegante.

- Hey Gabe, vocês viram Nick?

- Não, eu não a vi hoje. – falei.

- Nem eu. Quer dizer eu a vi quando cheguei na faculdade, mas foi só. - Liz o respondeu.

- Aconteceu alguma coisa, Pete? – perguntei já me preocupando.

- Eu cheguei com Nick na faculdade hoje e na hora de voltar eu não a encontrei, achei que ela já tivesse vindo pra casa, mas ela não estava aqui. Gabe, você podia conversar com o feiticeiro... ele deve saber onde ela está.

- Klaus? Por que Klaus saberia onde Nick está?

- Ela discutiu com meu pai por causa dele há alguns dias. Parece que ela está gostando dele e... ela quer lutar por ele ou sei lá o que, mas meu pai não aceita, ele disse que o cara é velho demais pra ela... – ele andou de um lado pro outro – Eu acho que ele pode saber onde ela está. E eu to com medo Gabe porque eu sinto que ela não tá legal. É a nossa ligação de gêmeos, você lembra disso... Nick e eu sempre tivemos uma ligação louca de um sempre saber como o outro está....

- Calma, Pete. Respira – pedi – eu vou atrás de Klaus, vou perguntar se ele sabe de Nick, ok? Você pode ficar com ele? – pedi a Liz que me confirmou com a cabeça.

Me concentrei na casa de Klaus e em segundos eu estava lá. A casa dele era um tipo de cabana no meio da floresta, quase na fronteira de La Push com a reserva de Makah, entrei sem nem mesmo bater na porta.

- Gabe – Klaus exclamou levantando de uma poltrona onde ele lia um livro – Alguma noticia da sua mãe?

- Não. – falei – Klaus, você sabe onde está a Nick?

- Nick? Não... o que aconteceu com ela?

- Ela sumiu. Peter falou que ela brigou com meu tio, parece que ela queria se declarar pra você, ou era lutar por você... Pete achou que ela poderia ter vindo pra cá. – falei me deixando cair numa cadeira cansado demais. Mais uma que tinha sumido, o que estava acontecendo aqui, abduções?

POV - Klaus

- Ela falou mesmo com o pai dela... – murmurei.

- Hãm? – Gabe perguntou sem entender.

- Nicole esteve aqui há alguns dias, Gabe. E foi bem inusitado o que aconteceu.

Flashback on

Eu estava exausto, todas os feitiços que eu tinha que podiam ajudar a localizar Kaileena eu já havia usado e não tinha obtido nenhum resultado. Eu estava poupando todas as energias que podia para ajudar a encontra-la. Até o teletransporte eu estava evitando usar, agora eu usava o Volvo de Edward.

Me joguei na cama assim que sai do banho, nem mesmo uma roupa me dei o trabalho de colocar. Uma batida na porta me obrigou a levantar, de que adianta ter uma casa no meio do mato se ainda assim as pessoas vão aparecer pra incomodar.

Me levantei a contra gosto, mas podia ser alguma novidade de Kaileena. Abri a porta dando de cara com a sobrinha de Jacob parada ali. Nicole, era o nome dela, se eu não estava errado.

- Posso ajudar? – perguntei a vendo engolir em seco enquando corria os olhos por meu corpo, só então me dei conta que estava só de toalha.

- Eu... preciso falar com você. – ela murmurou – Urgente.

- Algo sobre Kaileena?

- Não infelizmente ainda não encontraram tia Kay. Eu posso entrar? – ela parecia agoniada com alguma coisa.

- Claro – falei abrindo mais a porta e dando espaço pra ela passar – Er... fique a vontade ai, eu só vou ali vestir uma roupa.

- Ok. – ela ficou quieta, parada no meio da sala.

Corri no quarto e peguei a primeira muda de roupa que achei. O que aquela menina estava fazendo aqui? O que ela tinha de tão urgente pra me falar? Voltei depressa pra sala na intenção de obter minhas respostas.

- Então – falei me sentando de frente pra ela, que agora estava sentada na minha poltrona – O que você tem pra me falar de tão importante?

- Eu não sei como te falar isso, mas eu preciso.

- Então fale. – incentivei.

- Eu amo você. – ela soltou de uma vez, fazendo meus olhos arregalarem com o susto – Eu não sei como isso aconteceu, eu sei que eu te via de longe. Via você indo visitar a tia Kay, e o Gabe e a Sarah, e eu ficava te observando e um dia a sua forma de andar, seu sorriso, o jeito que você mexe no cabelo... tudo em você me atraia e eu não conseguia pensar em outra coisa além de você. Eu fiquei com medo disso, e tentei sufocar esse sentimento, mas ele crescia cada dia mais, e quando eu não te via eu sentia dor, era como se não ver você abrisse um buraco no meu peito. Eu sei que é loucura, que você vai dizer que é não sei quantos anos mais velho que eu mas... eu não consigo mais guardar esse sentimento. E pra ser sincera eu to me lixando pra diferença de idade entre nós. Se você me disser que eu tenho uma chance... uma mínima chance...

- Hey, calma. Respira um pouco, ok? – me levantei e fui até a cozinha e peguei um copo d’agua pra ela – Aqui, bebe isso, vai te acalmar.

- Me desculpa, eu sei que não devia entrar aqui e despejar tudo isso em cima de você, mas eu não aguentava mais segurar...

- Ta tudo bem, fica calma. – tirei o copo da mão dela e o coloquei na mesinha de centro, segurando as duas mãos dela entre as minhas – Voce é linda, Nicole, e pode ter o garoto que quiser, o que você sente por mim é só uma atração momentânea, você está encantada por eu ser mais velho e ser feiticeiro.

- Não. Não é. Eu me apaixonaria por você mesmo se você fosse um adolescente infantil e estúpido da minha turma.

Ela abaixou a cabeça como se estivesse envergonhada. Eu reparei nela então e vi como ela era linda, não aquela beleza comum que várias adolescentes tem, ela tinha uma coisa especial, era uma mistura de carinha de anjo e um olhar selvagem. Ela era destemida, só o fato de ter vindo até aqui e se declarado pra mim provava o quando ela era corajosa.

- É melhor você ir pra casa. – falei. Ela levantou os olhos lacrimejantes e me encarou – Seus pais devem estar preocupados, e seu pai principalmente não vai gostar de saber que você está aqui sozinha comigo.

- Meu pai não decide mais por mim. – ela falou séria – Se o problema pra você me dar uma chance é ele, eu te garanto que ele não vai ser problema.

- Você já contou pra ele o que sente por mim? – perguntei ela fez que não com a cabeça – Como você sabe que ele não vai ser problema então?

- Eu vou falar com ele. – ela se levantou – vou contar tudo pra ele.

- Nicole, espera – me levantei também a alcançando antes que ela chegasse na porta.

- Me chama de Nick. – ela falou e em seguida fez a ultima coisa que eu esperaria dela fazer. Ela jogou os braços sobre meus ombros e me beijou.

Flashback off

- Aquela conversa dela, aquele beijo... tudo me perturbou demais Gabe. – falei voltando ao momento presente – Eu comecei a observar Nick de longe, de repente ela era tudo o que eu conseguia pensar, e quando eu menos esperei eu estava completamente apaixonado por aquela baixinha maluca. Mas eu não imaginava que ela ia contar para o pai dela.

- Onde você acha que ela pode estar Klaus? – Gabe me perguntou preocupado, mas antes que eu pudesse responde-lo, meu telefone tocou.

- Eu tenho que atender – falei me levantando para pegar o aparelho – Pode ser alguma noticia da sua mãe.

Mal coloquei o telefone na orelha e pude ouvir o choro de Nick.

- Klaus? Klaus não vem. Não vem aqui, por favor, fica ai!

­

- Nick? – perguntei sentindo meu coração acelerar – Nicole? Onde você está? Por que você está chorando?

- É a Nick? – Gabe perguntou se aproximando.

- Ora, ora, ora quanto desespero... – eu não acreditava que estava ouvindo aquela voz de novo.

- Stephan?

- Oi irmãozinho.

- O que você está fazendo com a Nick?

- Garantindo que você me de o que eu quero. – ele riu do outro lado – Você é tão previsível que eu tenho certeza que você vai me entregar tudo o que quero só pra ter a garotinha nos seus braços de novo...

- Como você sabia dela? Como sabia de mim, onde me encontrar?

- Eu sei tudo, irmão. Eu tenho o poder sobre tudo agora. E em breve vou ter mais. Na porta da sua casa, debaixo do vaso de planta tem um mapa. Eu quero você no lugar marcado no mapa daqui quarenta minutos, e eu quero você sozinho, nem pensa em deixar o feiticeirinho filhote de lobo vir junto.

- Vou estar ai. – falei e desliguei o telefone.

- Eu vou com você. – Gabe falou sério.

- Não você não vai. – respondi – Você vai voltar pra sua casa, vai explicar o que aconteceu e vai dizer ao seu tio que eu vou trazer Nick de volta nem que seja a ultima coisa que eu faça na minha vida.

Gabe relutou, mas fez o que mandei e assim que ele sumiu na minha sala, eu corri até o vaso de planta e peguei o mapa. Eu conhecia o lugar marcado, era onde eu fazia meus exercícios de meditação, os mesmos que eu tinha abandonado desde que comecei a ‘seguir’ Nick. Me concentrei no lugar e em segundos estava lá.

- Irmão, há quanto tempo! – Stephan falou com o mesmo sorriso cínico de quando vivíamos na mesma casa.

- Você deixou de ser meu irmão no dia que se tornou um monstro.

- Ownnn assim você me magou, Klaus...

- Fala logo o que você quer, Stephan.

- É simples – ele foi até uma arvore grande com o tronco groso e tirou Nick de tras dele, ela estava com os braços amarrados e com um pano tampando sua boca – Eu quero seus poderes em troca da garota.

- Não tem como você ter meu poder, Stephan, você sabe disso.

- Achei que já tivesse entendido que quando eu quero, eu posso e eu consigo. – ele falou ostentando um anel que trazia no dedo.

- O anel de Zaim. – murmurei.

- Sim, o anel de Zaim. Aquele que seu pai insistiu em dizer que era falso, aquele que ele preferiu morrer protegendo.  O anel é real e é meu. E é com ele que você vai me dar todos os seus poderes....

- Ou então – falei sabendo que existiriam consequências.

- Ou então a garota morre.

- Me dê o anel – falei e ouvi Nick murmurar um não, abafado pelo pano na boca dela.

Stephan me entregou o anel, os braços dele rodearam Nick que se debatia tentando se soltar, ela tentava gritar mais alto para que eu não fizesse nada, mas eu a ignorei e coloquei o anel no dedo. Era possível sentir o poder dele emanando por minha pele.

- Agora diga estas palavras – ele me entregou um papel amassado, eu peguei e li as palavras apenas com os olhos – Em voz alta Klaus, você sabe muito bem que um feitiço só se completa quando lido em voz alta.

- Você me dá sua palavra que vai deixar ela livre depois que eu ler isso?

- É claro que sim, eu ainda tenho palavra irmão. Algumas vezes... – eu não tinha outra opção se não acreditar, ele estava com a vida de Nick nas mãos e eu não podia perde-la.

Respirei fundo e repeti em voz alta as palavras no papel, caindo de joelhos em seguida. Eu sentia uma dor lancinante na cabeça, como se a qualquer momento ela fosse explodir.  Senti mãos pequenas e quentes no meu rosto, limpando lágrimas que eu nem mesmo percebia derramar.

O anel foi arrancado do meu dedo, e antes de ir embora, Stephan se abaixou do meu lado.

- Tem algum recado para sua pupila? A feiticeirinha está precisando de uma palavra de conforto....

- Kay – murmurei – onde ela está? O que você vai fazer com ela? – tentei me levantar, mas eu me sentia fraco. Stephan não me respondeu, apenas riu e sumiu por entre as folhas.

- Klaus... Klaus... por que você veio? Por que não me ouviu e ficou em casa? – Nick perguntava chorando.

- Eu tinha que proteger você, minha pequena. Tinha que te manter segura.

- Eu vou te levar pra casa, vou cuidar de você. – ela falou me ajudando a levantar.

O caminho até minha casa foi difícil, eu estava fraco demais e Nick não tinha força suficiente para me carregar. Tivemos que parar várias vezes. Quando chegamos só o que consegui fazer foi cair na cama. Nick ficou lá do meu lado até que eu me sentisse forte o suficiente para pensar em como as coisas seriam daqui pra frente.

oOo

Eu estava sentado na cama tomando uma sopa que Nick tinha acabado de preparar quando a porta foi aberta com brusquidão. Paul, pai de Nick entrou bufando feito um touro.

- Filha – ele puxou Nick pros braços dele e a apertou – Me perdoa pelo que falei com você. Onde você estava, o que aconteceu?

- Eu estou bem agora pai. Eu estava com um feiticeiro muito poderoso... e mau... ele me pegou quando eu estava saindo da faculdade, mas Klaus me salvou.

- Obrigado – Paul falou rudemente.

- Não pai. – Nick se afastou – Você não pode falar assim com ele. Você não sabe o que ele fez pra me salvar.

- Filha, não vamos conversar. Eu não vou matar ele como disse que faria, mas também não vou aceitar essa loucura de você estar apaixonada por ele só porque ele te salvou.

- Ele abriu mão dos poderes dele por mim! – Nick gritou – ele deixou de ser um feiticeiro, pra me salvar. Acho que isso é a maior prova de amor que alguém pode dar.

Paul ficou um minuto sem dizer nada, apenas olhando de Nick pra mim.

- Tudo bem, vamos conversar sobre isso depois, ok? Quando estivermos mais calmos. Agora vem, vamos pra casa.

- Não eu vou ficar aqui. – Nick bateu o pé.

- Nick – falei chamando a atenção dela – é melhor você ir. Eu encontro você na casa do seu tio daqui a pouco, eu tenho que saber sobre Kay.

- Não há nenhuma novidade, e você não pode mais ajudar – Paul falou ácido.

- Sim, eu ainda posso ajudar. Eu sei quem está com ela. – os olhos dele se arregalaram

- Quem?

- Meu irmão.


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Notas finais do capítulo

Oh e agora???? Klaus sem poder, Nick lutando por ele.... as coisas estão ficando feias em La Push.... Comentem!!!!!!!!



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