Naquela noite eu me recusei a dormir, por mais que meus olhos estivessem pesados e meu corpo cansado. Eu temia que quando acordasse, descobrisse que tudo não passava de um sonho.

Jacob tentou ficar bem com o fato de Nahuel ter proposto criar Jeremy, mas era visível que ele não tinha ficado nada feliz com isso. No final, ele tentava entender aquilo como uma forma de ajuda, e que se ele não tivesse se lembrado, Nahuel me ajudaria a passar por tudo.

Jacob pegou em minha mão, me puxando para a porta do quarto com um sorriso nos lábios.

“O que foi?” Eu sussurrei para não acordar Jeremy.

“Vem, confia em mim” Ele sorriu e eu o imitei, acompanhando-o para fora. Jacob encostou-me na parede ao lado da porta e beijou meus lábios. Eu sorri, entendo suas intenções. Minha mão foi até seu rosto e eu colei nossas testas.

“Vou pegar a chave do meu carro” Tomando cuidado para não fazer barulho, utilizei minha velocidade vampira para pegar as chaves no criado mudo ao lado de minha cama. Dei uma olhadela em Jeremy, que dormia pesadamente. Mandei-lhe um beijo no ar e assim que saí do quarto, Jacob me pegou no colo. Eu ri, tentando não fazer muito barulho, escondendo o rosto na curva de seu pescoço.

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Voltamos para casa assim que amanhecia. Mesmo eu sendo mãe, tendo minha própria família, ainda seria estranho chegar em casa com marcas no pescoço e ficar tranquila sobre a reação de meus pais. Eles tentaram não parecer muito incomodados, agiram o mais normal possível. Subimos para ver Jeremy, que estava acordado brincando com o ursinho Jakey, quietinho no berço. Sorrimos como dois bobos para a visão tão doce e inocente que era Jeremy. Assim que me viu, estendeu os bracinhos para cima.

Mesmo com os tempos difíceis, ele ainda me reconhecia como sua mãe. Ainda me amava como sua mãe. Aquela criaturinha era a razão de minha existência. Aninhei-o em meus braços e ele sorriu. Depositei um beijinho na ponta de seu pequeno nariz. Ele tocou meu rosto com suas mãos.

“Mama”

Ele gargalhou com minha cara de surpresa. Meus olhos encheram-se de lágrimas ao ouvir meu pequeno proferir sua primeira palavra... me chamando.

“Ele é meu filho mesmo. Sabe como derreter uma garota” Jacob riu, pegando na mãozinha de Jeremy. Eu mal conseguia falar.

“Oh filho, isso foi tão lindo” Eu sorri, enchendo-o de beijinhos. Jeremy riu e estendeu os bracinhos para Jacob, então eu o passei para os braços do pai. Era engraçado ver como Jacob era habilidoso com alguém tão pequeno nos braços. Percebendo meu olhar de curiosidade, ele sorriu e disse:

“Te carreguei muito no colo, garota. Por isso levo jeito com coisas pequenas e moles” Jacob riu e beijou a têmpora de Jeremy. Eu sorri, e soava tão estranho aquilo. Jacob me carregara no colo.

“Aliás, obrigado por salvar minha vida, garotão.” Jacob rodou Jeremy no ar, que riu gostosamente. Suas pequenas mãos foram até o rosto de Jacob, que primeiro fez uma cara de assustado, depois de entendimento. Ainda confuso, ele sorria para Jeremy.

“O que foi? Jake... me fala!” Eu, como toda mãe coruja preocupada, já quase entrava em pânico sem entender o que estava acontecendo.

“Você precisa ver isso” Jacob sorriu para Jeremy, trazendo-o para perto de mim. Jeremy encostou sua mão nas maçãs do meu rosto e era como se ele tivesse criado um canal entre nossas mentes. Eu ouvia o que se passava na mente dele e ele ouvia a minha. Era como uma nova forma de conversação? Um talento de Renesmee 2.0?

“Carlisle e meu pai vão gostar de saber disso” Eu sorri, mandando imagens alegres para Jeremy, que piscava os olhinhos, fascinado.

“Gostar? Isso é fascinante” Meu pai entrava no quarto acompanhado de minha mãe, andando até Jacob. “Posso?” Ele estendeu os braços na direção de Jeremy.

“Será que você consegue?” Jacob provocou, fazendo meu pai rosnar de leve. Nós rimos e Jacob entregou Jeremy a ele.

“Temos uma família muito talentosa, huh?” Minha mãe observou, abraçando-me pelos ombros.

“Ser um Cullen não é pra qualquer um” Eu ri, vendo meu pai, Jacob e Jeremy conversarem os três pelo canal que Jeremy criava. Minha família estava completa.