Supernova Explosion escrita por lallie


Capítulo 94
How do I feel this good sober?




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A primavera estava em suas primeiras semanas. O sol não era um evento tão raro agora, e as cores começavam a se apresentar na natureza. Havia aquele sentido de renovação em tudo. Bom, em quase tudo.

Deixei Jeremy aos cuidados de meu pai mais uma vez. Ele estava aprendendo a falar e andando quase que perfeitamente bem. Completou três meses, mas parecia com um bebê de cinco ou seis. A cada dia mais parecido com o pai, e doía olhar para ele e saber que ele não teria sua companhia. Era meu pai que fazia o papel de Jacob. Era meu pai que o ensinava as coisas, que o abraçava quando ele chorava ou sentia medo. Que brincava com ele, que cuidava.

Afogar-me em meu saudosismo era minha tarefa torturante preferida. Estacionei o carro em uma das fileiras vazias destinadas aos carros, na First Beach, em La Push. Peguei minha bolsa e caminhei até certo ponto da praia, perto das pedras. Eu me sentava debaixo daquela árvore, onde ele me beijou pela primeira vez, desejando que o tivesse de volta.

Quando a dor começava a me sufocar, subindo pela minha garganta, e o choro ameaçava brotar de meus olhos, eu usava uma saída fácil que havia sido escolhida a dedo nas ultimas semanas. Abri a bolsa, tirando de dentro a garrafa de uísque, abrindo-a e bebendo um grande gole. O gosto ruim, o ardor. Nada disso importava. Era anestesiante e fazia a dor diminuir, ser esquecida. A garrafa logo foi esquecida ao lado, vazia. As lágrimas caíam, mas eu não sabia ao certo como. Abri a bolsa de novo, retirando uma nova garrafa. Como eu só era metade humana, eu precisava de uma quantidade um pouco maior do que um humano comum.

Eu perdia a conta do tempo que ficava ali. Jogada aos meus fantasmas e lembranças. Pateticamente alcoolizada. Como um humano fraco. Fraco e estúpido.

Olhei a imagem embaçada a minha frente. Ele vinha na minha direção. Sua figura alta e bonita, coberta por jeans e camiseta, andando até mim. Era nessas alucinações, de quem quase entrava em coma alcoólico, que eu me sentia melhor.

Enquanto ele se aproximava de mim e a visão se tornava cada vez mais verdadeira, alcancei o resto da terceira garrafa ao meu lado, virando tudo de uma vez. Tudo ficava mais embaçado, mas seu cheiro estava próximo. Eu não me sentia bem, mas ele estava comigo. Era o que importava, não é?

“Está tudo bem? Oh, garota, você bebe como um marinheiro” Tentei abrir mais os olhos para observar sua figura agachada na minha frente.

“Jake” Foi só o que eu consegui dizer, minha mão parando em seu ombro. Foi quando eu senti suas mãos me tocando. Meu rosto, o rastro quente de seu toque. Aquela era a melhor alucinação de todas.

“Vem, eu vou te levar pro hospital” Ele me pegou em seus braços, mas a movimentação exagerada me fez ficar tonta. Meu estomago embrulhou-se e antes que eu pudesse pensar, estava apoiada em uma das árvores, vomitando. Eu não sabia por que, mas a alucinação não ia embora. Ele me segurava pela cintura, tentando me manter em pé.

“Oh meu Deus, isso é sangue?”

Eu havia caçado naquela manhã. Droga. Porque ele estava falando aquilo? Porque meu corpo reagia daquela forma?

“Hey! Nessie, o que você-” Ouvi a voz de Embry aproximando-se, então mais um par de mãos grandes e quentes me seguravam. Meu estômago parou de expelir sangue, finalmente.

“Ela está vomitando sangue, Embry. Temos que ir pro hospital”

A voz dele era como música.

“Nessie, você se alimentou hoje?” Embry levantou meu rosto, então eu encarei o seu. Estava menos embaçado.

“Sim” Eu tentava me virar para ver meu Jacob.

“Embry! Hospital!”

“Ela não precisa” Embry passou os braços por minhas pernas, atrás dos meus joelhos, que cederam, então me pegou no colo.

“Como não precisa? Ela está vomitando sangue e tomou... Três garrafas de uísque!”

“Ela vai ficar bem. Vou levar ela até Sam”

“Oh, claro. Até seu precioso Sam”

“Eu não vou discutir isso de novo, cara”

A movimentação fez meu estômago revirar de novo. Embry me colocou no chão a tempo. Então eu vomitava o resto do sangue que havia tomado.

“Cara, é muito sangue. Essa garota vai morrer”

“Ela é forte”

“Eu vou ligar para Bella. Ela vai me ajudar com isso”

Não fale com Bella sobre isso”

“Por que?”

Ao passo que eu esvaziava meu estômago, tudo foi ficando mais claro. Não era uma alucinação. Eu estava ridiculamente bêbada na frente de Jacob.

“Embry. Me tira daqui” Eu sussurrei, apoiando-me em seu corpo novamente.

“Você precisa parar com isso, Ness”

“Eu vou”

“Estou falando sério” Ele segurou meu rosto com as mãos, me encarando.

“Eu já disse que vou, Embry. Que saco! Você parece meu pai”

“Ele tem razão e você sabe. Da próxima vez eu ligo para eles”

“O que você vai fazer com ela então?”

Olhei para Jacob, confuso ali.

“Deixe isso comigo” Uma terceira voz ecoou perto de mim. Outra alucinação, talvez?

“O que você está fazendo aqui?” Embry encarava alguém além de mim com certo desprezo.

“Tudo bem, eu cuido dela”

“Você sabe que não pode entrar aqui. Não é território Cullen”

“Não é hora de discutir isso” Nahuel pegou-me em seu colo, apertando meu corpo contra o dele. “Ela precisa de ajuda agora. De todos”

“Eu estou ajudando ela”

“Eu sei que está. Mas eu preciso ter um conversinha com ela”

Olhei para Jacob, ainda confuso sobre toda a conversa.

“Quem é esse?” Ele perguntou para Embry.

“Provavelmente o cara que vai roubá-la do cara que a ama de verdade”

“E onde está esse cara que a ama de verdade?”

Antes que eu pudesse abrir a boca para responder aquela pergunta, Nahuel disparou pela floresta, para longe deles.


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