“Minha cara, Renesmee, você entende a situação delicada que enfrentamos”

“Na verdade não, Aro. Você me diz que é papel dos Volturi como líderes dos vampiros erradicar criaturas que ameaçam nossa espécie, e que é uma cobrança feita por aqueles que confiam a vocês a sobrevivência de todos nós. De fato vocês seriam cobrados, se os vampiros soubessem da existência deles”

“Você tem um ponto interessante, querida. Mas veja, para satisfazer o meu argumento e anular o seu basta uma atitude muito simples” Era uma ameaça. Subliminar, é claro. Mas era uma ameaça. Uma coisa era derrotar os Volturi. Outra é ter vampiros do mundo todo vindo a La Push para matar os lobos.

“Você tem razão. Só me esclareça, se possível, por quê decidiram agir só agora”

“Oh querida, você sabe como nós vampiros somos com o tempo. Só se passaram nove anos. É o tempo de sua adorável assistência, mas para nós, os Volturi, é um pequeno risco na linha do tempo”

“Obviamente você gostaria de me ver, ou não iria até a casa de Charlie.

“Oh sim, gostaríamos de saber se os rumores eram verdadeiros”

“Rumores?”

“Se você estava de volta a Forks, é claro”

“Você poderia ter confirmado ao sentir meu cheiro ou me ouvir conversar com Charlie. Mas você queria falar algo”

“Nós não vamos recuar” Seu sorriso foi de gentil a assustador. Mais ameaças. “Sua família pode interferir o quanto quiser, estou aqui para dizer que sinto muito, pois os estimo grandemente, mas eu serei forçado a autorizar meus amigos a matá-los se envolverem-se nessa guerra. É com grande pesar que digo isso, Renesmee, pois, como já disse, estimo muito meu amigo Carlisle e sua família. Mas é claro que ele irá entender, são questões burocráticas e de poder, não levem para o pessoal”

Eu estava farta de ouvir ameaças calada, de ficar na defensiva. Ele vai ameaçar? Eu também vou!

“Não, Aro. Isso é pessoal. Isso é extremamente pessoal. Quantas desculpas você já arranjou pra atacar minha família? Não é novidade nenhuma que você deu ordens para seus soldados nos atacarem, eu mesma já fui atacada algumas vezes, quase morta. Então você pode pegar seus sentimentos falsos e voltar pra Volterra. Nós não vamos recuar” Um rosnado subia por minha garganta, mas ao mesmo tempo um sentimento de desabafo. Pronto. Falei o que eu queria e não me importava mais com falsas impressões para agradar os Volturi.

“Oh minha querida, isso não cabe a você” Ele riu como se eu tivesse contado uma piada, então sua mão de pedra bagunçou meus cabelos. “Você é só uma criança. Transmita minha mensagem a Carlisle e seja educada. Ele dará a palavra final” Suas ultimas palavras foram duras, sem sorrisos e sem humor. Não era uma sugestão, novamente uma ameaça. E então o sorriso idiota voltou a seu rosto.

“Acho que já transmitimos nossa mensagem. E não se preocupe querida, estamos voltando imediatamente para Volterra. Não mataremos nenhum lobo dessa vez, minha querida. Se não esbarrarmos em nenhum, é claro.” Aro levantou-se e fez uma breve reverência com a cabeça.

Eu assisti ele levantar-se com seus guardas e caminhar na direção da saída sem proferir mais nenhuma palavra ou me mexer de alguma forma. Aro virou-se lentamente para me encarar de volta na porta da sala de jantar.

“Ah, Renesmee! Como pude me esquecer? Seu filho terá que morrer. Voltaremos para garantir que esse pedido foi atendido”

Ele alargou seu sorriso e voltou-se na direção da porta. Levei dois segundos para absorver as palavras propriamente e voei para a sala a fim de alcançá-los e matar aquele desgraçado. Eu estava a alguns passos dele quando um par de mãos grandes me segurou.

“Shh, vai ficar tudo bem” Sua voz soou sussurrada em meu ouvido e ele me apertava contra seu corpo. Assisti Aro e os outros partirem de minha visão pelo escuro, então me permiti cair num choro soluçado. Jacob me virou de frente para ele, apertando-me num abraço confortador. Enterrei meu rosto em seu peito nu e me deixei levar pelas lágrimas e desespero.