What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 7
Capítulo 6 - The Little Things


Notas iniciais do capítulo

Oi, geente.
Então, eu atrasei um pouco por causa das festas, mas o capítulo está aí e ele está BEEEM maior.
Nos vemos lá em baixo :*



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Capítulo 6 – The Little Things



Jade estava sentada em sua cama, no dormitório feminino do sexto ano. Sozinha. A solidão não incomodava a morena, ela nunca foi a pessoa mais comunicativa do mundo. Mas algo, realmente a incomodava, tinha nome e sobrenome. E espero que se lembre que tem namorada, ela pensou com amargura.

Ela tinha acabado de voltar do treino da grifinória, preferia não ter ido, mas Gunther insistiu tanto que ela não teve escolha. Resignada, ela se sentou perto do amigo, esperando que o namorado entrasse a qualquer minuto no estádio, mas ele não o fez. Tom não gostava e não admitia ser contestado e, na grande parte das vezes, gostava de fazer tudo sozinho; mas, por Merlin, eles eram namorados! Alguma hora ele iria ter que aceitar que Jade não era uma seguidora comum.

Enfurecida, ela pegou a bolsa em que estava escondida sua garrafa de firewhisky e a varinha da garota Granger. Ela abriu seu malão e tateou o fundo até encontrar o que procurava. Uma pequena ‘ruga’ onde era possível que ela puxasse o fundo, revelando um fundo falso. Lá ela guardava tudo que lhe era precioso, mas essas coisas não tinham nenhum valor material, apenas emocional.

Uma pintura velha de uma mulher de longos cachos negros e olhos azuis sorria para ela, Elika tinha uma aspecto jovial e astucioso, tinha um lindo sorriso, mas esse não chegava aos olhos. Do lado, a foto de um rapaz louro, com os mesmo olhos azuis de Elika, só que não sorria como a mãe; Andrew tinha um sorriso de deboche, como se estivesse lá por obrigação. A pena de estimação da mãe e mais um hidromel envelhecido em carvalho.

Jade acrescentou o firewhisky e deu um último olhar a varinha quando a pôs lá, questionando se estava fazendo o certo ou se era uma atitude infantil gerada por seu ciúmes bobo. Não importava, ela não iria voltar atrás.

Quiescente! – ela murmurou o feitiço que assegurava que ninguém além dela poderia achar aquele esconderijo. Colocou o malão debaixo da cama e saiu do dormitório.

#*#*#

Hermione estava parada em um canto do Salão Comunal, olhando pela janela, mas não via coisa alguma. Ela estava preocupada e confusa, sendo que isso não era normal nela. Eu sempre tenho as atitudes corretas, os planos sem falhas... mas não consigo pensar em nada que possa evitar que Gina desconfie do que está acontecendo, ela não é estúpida.

A castanha olhou para Gina, ela estava entretida em uma conversa com Harry, mas não parecia ter abandonado sua desconfiança. Harry e Rony acreditaram fácil que Hermione tinha saído para tomar um ar e que isso se devia ao fato de que ela ainda estava em estado de recuperação, mas Gina não.

E para ajudar, Riddle quer que eu me encontre com ele a meia noite... Meia noite! Claro, Harry trouxe a Capa e eu poderia surrupiá-la sem ninguém ver muito facilmente, mas... Merlin, eu divido o dormitório com Gina e ela já está desconfiada, não vai ser fácil sair sem ela me ver... Eu poderia dar uma poção do sono, mas leva 24 horas para preparar e AH! Um feitiço? Não consigo pensar em nenhum... será que isso existe? Bom...é como eu sempre disse, se tem alguma duvida, vá a biblioteca.

Ela se virou e andou rapidamente em direção para o buraco do retrato, mas alguém pegou seu braço, levando-a de novo para um canto do Salão. Quando ela viu quem era, seu coração começou a palpitar tão rápido que ela achou que até ele pudesse ouvir.

– Mione, aonde você ia? – Ron estava preocupado, ela sentia pelo tom de voz dele. Ela sentiu também que ele ainda não havia soltado seu braço, mas não era um aperto incômodo, era perfeito.

Coerência, ela pensou. Mas com ele tão perto está difícil de ter isso... como é que chama mesmo? Hermione Granger! É coerência! Ela olhou dentro dos olhos azuis de Ron antes de responder.

– Eu ia à biblioteca. – ela respondeu, verdadeiramente – Eu... é... precisava pegar um livro, alguma coisa para me distrair.

Ele percebeu que ainda segurava o braço dela e, com as orelhas ficando escarlate, o soltou. Isso deu mais clareza aos pensamentos da garota, mas uma parte dela lamentava, não só por ele ter soltado seu braço, mas por nada entre eles ser fácil. Ela sabia que ele só a via como uma amiga e não queria estragar isso, se essa era a única coisa que poderia ter dele – amizade – ela conseguiria conviver com isso e iria procurar não danificá-la.

– Acho que eu vou com você, é perigoso andar por aí sozinha, de qualquer forma. – ele disse e Hermione não pode evitar sorrir.

– Obrigada, Ron. Mas você não gosta de livros...

– Nah, mas eu estou indo te acompanhar e não ler.

Hermione sentiu que estava corando e isso não era muito natural. As orelhas de Ron ainda estavam vermelhas, mas mesmo assim eles foram. Avisaram a Gina e Harry aonde iam e saíram. Mas, antes de irem, ela percebeu que Gina lhe dava um sorriso torto.

O caminho durante a biblioteca não foi bem o que ela chamaria de silencioso. Eles não ficaram conversando o tempo todo, mas Rony era muito engraçado. É claro que ela jamais admitiria isso, mas era. Hermione não era como Lilá, que dava uma risada escandalosa para qualquer coisa que ele falasse, ela sorria de lado e balançava a cabeça, raramente ela ria, mas esse era seu jeito e Ron não parecia se importar que ela não risse daquele jeito, ele continuava a contar suas piadas e sorria com Hermione.

Eles entraram ainda sorrindo na biblioteca, e Hermione o guiou para a sessão que ela queria: feitiços. Diferente da de Runas, que ficava atrás de várias outras sessões e bem longe das mesas, a de feitiços ficava a poucos metros.

– Ron, se você quiser sentar, enquanto eu procuro o livro...

– Acho que vou ficar com você. O que está procurando? – Hermione arqueou as sobrancelhas para o rapaz, mas respondeu mesmo assim.

– Um livro de feitiços. Nada muito específico.

Eles perambularam em frente à estante, Hermione tentava achar o livro, Ron apenas olhava alguns títulos e depois olhava para castanha. Finalmente, ela achou o que procurava, mas, novamente, o livro – Feitiços e Encantos Caídos no Olvido – estava no alto.

– Achou? – perguntou Ron vendo que Hermione abria um tímido sorriso.

– Sim. É aquele ali. – ela mostrou a ele. Ron levou a mão ao bolso instantaneamente e a castanha ficou confusa. – Que está fazendo, Ronald?

– Pegando a minha varinha... hum, para convocar o livro?

A atitude de Rony, mesmo sendo cavalheiresca, deixou Hermione um tanto irritada, talvez porque no fundo ela soubesse que acabou lembrando-se de Riddle. Ela balançou a cabeça, tentando clarear a mente. A castanha tinha nascido trouxa, passara onze anos vivendo como trouxa e agora não conseguiria pegar um livro só porque ele estava no alto? É claro, ela pensou, que é muito gentil da parte de Rony fazer isso, mas eu não sou uma ‘dama em perigo’, eu não sou como a Brown que precisa dele, eu posso me virar.

– Não precisa. – ela disse – Eu acho que posso me virar.

– Mione...

– Escute, Ron, eu sei fazer isso, ok? É estender a mão e pegar um livro, não é difícil.

– Mas...

– Ronald!

Ela o ouviu resmungar palavras como ‘teimosa e orgulhosa’ antes de guardar a varinha de novo na calça. Nesse momento ela desejou estar usando o seu jeans e não aquela saia de algodão que tinha sido deixada para as garotas usarem; claro, a saia não era curta, mas também não era a roupa mais indicada para ficar fazendo malabarismos na biblioteca.

Hermione se ergueu na ponta dos pés, literalmente, estava na ponta dos dedos. Dói, ela pensou. Ela ergueu a mão tentando alcançar o livro e não alcançou, flexionou os joelhos e deu um impulso a fim de conseguir ir mais além... as pontas dos dedos encontraram com a capa de couro do livro, ela conseguiu agarrá-lo, mas ela não esperava, mesmo o livro sendo grosso, que fosse tão pesado. A castanha perdeu o impulso, o corpo caindo para trás...

A queda não seria tão brusca ou tão alta que chegaria a machucá-la, mas ela corria o risco de bater a cabeça e por um segundo ela desejou que isso acontecesse. Desejou esquecer que tinha beijado Riddle, desejou esquecer que enquanto o beijava ela se sentia bem e segura, desejou esquecer que tinham voltado cinqüenta anos no tempo, que ela tinha tido um plano absurdo para ajudar Harry, que procurava um feitiço para despistar Gina... por um segundo ela também desejou esquecer da guerra que o garoto com quem ela iria se encontrar a meia noite causava em sua época e também que Ron estava namorando com Lilá.

Ela desejou a queda, mas ela não aconteceu.

No lugar da queda Hermione se sentia rodeada por um par de braços fortes e musculosos, um par de braços quentes, que a seguravam com gentileza, mas com firmeza; o dono do par de braços disse com uma voz preocupada.

– Mione? Você está bem? – foi então que ela se deu conta que era Rony quem falava e abriu os olhos. Estava praticamente deitada nos braços dele, o chão da biblioteca a centímetros dos dois e alguns alunos se aproximavam para ver o casal que veio do futuro. Uma bela cena, o cavalheiro segurando a donzela em perigo que não consegue nem pegar um livro idiota.

Rony a ajudou a levantar e os curiosos foram deixando o local devagar, alguns ficaram e ela pode ver um rosto ao fundo. No segundo que ela olhou parecia preocupado, mas agora uma máscara impenetrável e um aspecto rude apareciam em suas feições, ele parecia furioso.

– Mione? – Rony chamou de novo, fazendo com que ela desviasse o olhar de Tom – Você está bem?

– Claro que estou, Ron. Eu só me desequilibrei e caí, não foi nada. – ela olhou para o canto onde Tom estava, a única coisa que ela pode ver foi a ponta da capa esvoaçando enquanto ele se afastava – Venha, vamos ver o que tem de bom nesse livro.

Eles se sentaram em uma mesa qualquer, enquanto Hermione folheava o livro uma parte de sua mente pensava em Riddle e em porque ele parecia tão furioso. Isso incomodou Hermione, ela não entendeu porque, mas incomodou ver aquele olhar assassino e furioso no rosto dele. Ela balançou a cabeça.

O livro era novo, quase novo em folha. Hermione abriu o livro folheando o índice, então sua mente clareou. É claro! Eu lembro desse livro, Harry, Ron e eu vasculhamos quase todas as páginas para ver se havia algum feitiço que ele poderia usar durante o Torneio!

No índice, ela viu um tópico interessante e abriu nele. Ron nem se deu o trabalho de perguntar o que ela fazia, parecia tão absorto em seus pensamentos que Hermione resolveu não interromper.

‘Feitiços para dormir: sabemos que não é comum um feitiço para fazer dormir, muitos bruxos preferem usar uma poção do sono eficiente, que, diferente da maioria das poções, demora apenas 24 horas para ficar pronta. Mas para quem prefere a agilidade e facilidade de um feitiço temos dois mais comuns: Addormio e Somnum.

Addormio faz a pessoa atingida pelo feitiço cair desmaiada na hora que for atingida, pode parecer um pouco com o feitiço estuporante, mas é mais leve. Somnum faz a pessoa sentir muito sono, como se tivesse tomado um chá de Bétulas Azuis.

Ambos têm um tempo de duração. Mas eles são iguais, o de dez horas inteiras ’

Hum... Addormio ou Somnum? Acho que vou usar o Somnum, porque, não sei, mas me parece mais justo. Seria como se ela tomasse um chá e não como se tivesse sido estuporada.

Ela se levantou e olhou para Ron, que ainda parecia absorto em pensamentos. Ah, Merlin, eu preciso de uma varinha. Pra ontem, aliás. Ela cutucou Ron, que saiu de seu transe e olhou para ela.

– Oi?

– Ron, é... eu acho que seria uma boa ideia se você colocasse o livro de volta. Não quero repetir o que aconteceu agora pouco...

– Ah, tudo bem. – ele sacou a varinha e pegou o livro, em poucos segundos eles estavam de volta ao corredor. Ron continuava em outro mundo quando Hermione parou abruptamente.

– Ron, eu preciso ver Dumbledore.

– Dumbledore!?

– Sim, bem, eu preciso de ajuda para conseguir uma varinha nova, até eu achar a minha, e a única pessoa que pode me ajudar é Dumbledore. Eu vou entender se você quiser voltar para a Torre.

– Não, tudo bem, eu vou.

Hermione estava começando a ficar incomodada com esse jeito que Ron havia ficado desde que ela caiu, mas entendeu porque ele ficou desse jeito e julgou que fosse preocupação. Sim, isso faz todo o sentido.

Eles seguiram para a sala que em 1996 pertencia à Minerva McGonagall e Hermione se aproximou da porta, batendo devagar.

– Entre. – a castanha abriu a porta e ela e Rony entraram e depois ele a fechou. – Srta. Granger, Sr. Weasley! No que posso ser útil a vocês?

– Prof. Dumbledore, acho que o senhor deve ter sabido o que aconteceu comigo há algumas noites – ele acenou afirmativamente e ela continuou – bom, com tudo que aconteceu eu acabei perdendo minha varinha?

– Sua varinha?

– Sim. – ela se sentiu um tanto desconfortável quando Dumbledore lhe mandou aquele olhar que ela sentia que podia ver dentro de sua alma.

– Srta. Granger, perdoe-me a intrusão, mas porque a Srta. saiu tão tarde da noite sabendo que era perigoso?

A garota não suspirou, não piscou e nem pareceu, de modo algum, surpresa. Ela contou a Dumbledore o mesmo que havia contado a Gina, Rony e Harry.

– Prof. a culpa de nós quatro termos voltado ao tempo foi minha, o vira-tempo era meu e eu acabei levando-o a um passeio para Hogsmeade. Eu queria mudar as coisas que estavam acontecendo, coisas importantes, mas eu não posso adentrar demais nesse assunto. Desculpe-me, mas eu não posso. Bom, eu me sinto culpada e naquela noite eu estava me sentindo muito culpada por termos voltado no tempo, por ter tirado cada um de nós de uma conhecida rotina e ainda mais porque só poderemos voltar daqui a três meses. – ela pausou e percebeu que Ron estava parado bem ao lado dela – Eu me senti pressionada pela minha própria culpa e acabei saindo, sei que foi imprudente e juro que não irá se repetir.

Dumbledore sorriu, aliviando a tensão.

– Então que não se repita, Srta. Sentem-se, por favor. O Sr. Weasley está aqui por algum motivo especial?

– Eu? Não. – disse Ron ficando vermelho – Só vim acompanhar a Hermione... – ele parecia desconfortável – Bom, depois do que aconteceu eu, Harry e Gina não achamos uma boa ideia ela andar sozinha.

– E não só ela, Sr. Weasley. Mas sobre sua varinha, bom, não sei se posso achar a antiga, mas vou chamar o Sr. Olivaras, fabricante de varinhas, para poder fazer uma nova para a Srta.

– E como pagarei por ela?

– Srta. Granger, isso não será preciso, Hogwarts tem uma conta para alunos que necessitam...

– Mas eu não necessito, tenho meu dinheiro... só que está em 1996. – ela disse fazendo Dumbledore rir.

– Srta. não se preocupe com isso, está bem? Pelo menos por hora. – ele completou vendo que Hermione não iria desistir – Vou mandar uma coruja agora ao Olivaras, pedindo para ele vir amanhã.

– Obrigada, Professor.

– Não há de que, minha cara. Tenha um Feliz Natal.

Hermione se virou e abriu a porta com a intenção de sair, Rony estava bem atrás dela. Eles percorreram os corredores silenciosos enquanto ela mergulhava em pensamentos distantes. O Natal era um época que mexia com ela, ela sempre soube o porquê. O Natal era mágico.

Claro, não na forma literal da magia, mas ele tinha o poder de unir as pessoas. O poder de trazer parentes distantes para perto, de fazer brigas familiares cessarem, corações apaixonados se revelarem... O Natal tinha a magia em sua forma mais pura, a forma do amor.

A garota colocou as mãos no casaco e fechou os olhos por alguns segundos. Queria estar em casa, com seus pais e sua família... mas elas não podia continuar se culpando por isso. Tinha que aceitar que tinha voltado no tempo, mas daqui a três meses irei embora e enquanto estiver aqui farei o todo possível para descobrir algo que possa nos ajudar no futuro.

(link da música: http://letras.terra.com.br/colbie-caillat/907863/#traducao)

Ela abriu os olhos e deu um sorriso machucado. O Natal era especial para ela e agora nem tivera a oportunidade de presentear seus amigos ou familiares... E não parecia Natal, parecia um dia normal, não havia a costumeira união que eles tinham normalmente.

As pequenas coisas que você faz para mim

estão me conquistando

Eu quero mostrar para você

Tudo dentro de mim

Como um coração nervoso que

está batendo loucamente

Meus pés estão presos aqui,

contra o calçamento

Eu quero me libertar,

eu quero fazer isso

perto dos seus olhos

Conseguir a sua atenção

antes que você passe por mim

– Mione? – ela ouviu a voz de Rony em um tom preocupado – Mione, o que você tem?

Eles tinham parado a alguns metros do retrato da Mulher Gorda; Rony olhava fixamente para Hermione, esta estava completamente confusa com essa parada brusca. Ela olhou dentro dos olhos do garoto e viu os seus próprios refletidos, eles estavam cheios d’água.

Apoie, apoie

Tome outra oportunidade

Não estrague, estrague

Eu não quero te perder

Acorde, Acorde

Isso não é só uma coisa que você

Desiste, desiste

Não diga que eu estaria melhor,

Estaria melhor sozinha do que me perguntando

Se eu estaria melhor, estaria melhor sem você garoto

– Por que está chorando? – perguntou Ron.

A castanha limpou rapidamente as lágrimas e encarou o garoto que amava, ela procurou as palavras certas enquanto se perdia nas safiras que eram os olhos de Ron.

– Porque é Natal. – a resposta soou confusa e infantil até os próprios ouvidos e ela tentou reformular – Porque o Natal é uma época importante para mim, ele une as pessoas e...

E toda vez que você me nota,

me abraçando apertado

E dizendo coisas meigas

Eu não acredito que você

estaria sendo sincero e dizendo a verdade

Meus pés estão livres e eu estou partindo

Eu não vou ficar aqui me sentindo sozinha

Mas eu não me arrependo e não acho

que isso foi só uma perda de tempo

– Você está longe de quem você ama. – ele completou – Mione, pense que daqui a três meses nós voltaremos.

– Isso me conforta, em parte. – ela disse com uma careta.

– Não me diga que ainda está se culpando por termos voltado? – ele perguntou e quando ela deu um sorriso de lado ele suspirou – Mione, não foi culpa sua. Aliás, se quiser culpar alguém, culpe a mim; eu que quis ver o vira tempo e por isso todos acabamos aqui. – a garota iria começar a contestar, dizendo se ela nem tivesse um vira-tempo essa confusão não seria armada, mas ele colocou o indicador sob os lábios dela – Pare de se culpar, Mione.

Apoie, apoie

Conquiste outra oportunidade

Não estrague, estrague

Eu não quero te perder

Acorde, Acorde

Isso não é só uma coisa que você

Desiste, desiste

Não diga que eu estaria melhor,

Estaria melhor sozinha do que me perguntando

Se eu estaria melhor, estaria melhor sem você garoto

Mais lágrimas desceram pelo rosto de Hermione, mas não de tristeza, era uma alegria histérica. A mão de Ron caiu de seu rosto, indo para sua cintura e ele a puxou para um abraço carinhoso, ela colocou o rosto em seu ombro e deixou que suas lágrimas manchassem a camisa dele.

Apenas não me deixe esperando

Apenas não me deixe esperando

– Desculpe. – ela sussurrou depois de um tempo.

– Pelo que?

– Sujar sua camisa com as minhas lágrimas. Sabe, Ron, eu ando chorando tanto ultimamente, acho que são os nervos... – ela foi interrompida quando Rony ergueu a cabeça dela a altura da sua e eles puderam se encarar nos olhos.

As pequenas coisas que você faz para mim

estão me conquistando

Eu quero mostrar para você

tudo que está dentro de mim

Como um coração nervoso que está batendo loucamente

Meus pés estão presos aqui,

contra o calçamento

Eu quero me libertar

Eu quero fazer isso

perto dos seus olhos,

Conseguir a sua atenção

antes que você passe por mim

– Você não precisa chorar, por nada. Eu estou aqui, sempre que precisar, sabe que pode contar comigo. Você me ajudou muito, de uma maneira que nem pode imaginar e eu não gosto de te ver chorando.

Apenas não me deixe esperando

Hermione acompanhou o movimento dos lábios de Ron enquanto ele falava e quando ele parou, ela se sentiu extasiada com as palavras dele, fechou os olhos, aproveitando o momento. Quando os reabriu, o nariz dela estava tocando o do garoto, a respiração dele estava muito perto e, ela percebeu depois, no ritmo da dela.

Apoie, apoie

Conquiste outra oportunidade

Não estrague, estrague

Eu não quero te perder

Acorde, acorde

Isso não é simplesmente uma coisa para que

desista, desista

Não diga que eu estaria melhor,

Estaria melhor sozinha do que me perguntando

Se eu estaria melhor, estaria melhor sem você garoto

Ron inclinou a cabeça para ela e a garota percebeu uma coisa com um rasgo de intuição. Ele vai me beijar! Oh, Merlin! Ele está tão perto... Os lábios dele se aproximaram dos dela e então ela viu.

Ela viu os cabelos negros, as vestes esvoaçando quando ele chegou ao corredor, a boca dele se abriu em um O completamente perfeito, as feições ficaram ilegíveis, diferente dos olhos, eles estavam furiosos. Hermione piscou e então abaixou a cabeça.

A castanha não viu, mas ouviu a capa farfalhar enquanto ele se afastava. Os lábios de Rony atingiram sua cabeça e depois ele falou.

– Mione? Ah, eu sinto muito, eu... quem nos viu?

– Não vi. – ela mentiu – Mas Ron, isso não está certo. Você tem namorada e – ela obrigou as palavras saírem – é meu melhor amigo. Sinto muito.

Ela obrigou-se a sair do abraço de Ron e a se virar para limpar as lágrimas descontroladas que desciam por seu rosto de porcelana. Por que tinha feito aquilo? Era tudo o que ela mais queria não era? Cair nos braços de Rony e ser feliz eternamente.

O que houve então? Ela perguntou a si mesma. Mas ela sabia a resposta, quando ela viu Riddle ela caiu em si... percebeu que, mesmo que não tivesse simpatizado com Lilá, não era justo ser a pessoa que estragaria o namoro dela. Além disso, eu sei que Ron não me ama. É óbvio. A reação dele é o resultado de toda uma cadeia de acontecimentos, ele está carente. Carente por não ter a namoradinha dele com ele. Mais lágrimas desceram. Ele só estava me usando.

– Hermione – ele a chamou pelo nome e não pelo apelido e isso doeu, talvez tenha sido o que reforçou aquela hipótese –, eu sinto muito. Não sei porque eu fiz isso...

– Mas eu sei... – ela o interrompeu – Eu pensei que a nossa amizade significasse mais que isso, Ronald. Mas eu me enganei. – Ron abriu a boca, mas ela não deu nenhuma chance para ele – Nunca esperei que você fosse esse tipo que garoto.

Ela deu as costas para ele e entrou na Torre. Teve a certeza de que não foi a coisa certa fazer no minuto em que viu que todos os olhares se voltaram para ela. Um minuto foi o que bastou para decidir o que iria fazer, atravessou o Salão a passos largos e correu para seu dormitório.

Deitou na cama, agarrada ao travesseiro. Agora que tinha a privacidade de chorar as lágrimas não vinham e ela se sentiu feliz por isso. Minhas lágrimas não vão apagar a atitude de Rony e nem a minha. Nada pode apagar isso e esperar algo assim é gastar meu tempo à toa.

Ela ouviu quando Gina abriu a porta do quarto e imaginou que a tinha fechado atrás de si. Depois sentiu o colchão afundar com o peso da amiga.

– Mione?

– Oi. – sua voz era fraca.

– O que aconteceu?

– O de sempre. Mas agora não vai acontecer mais, Gina. Eu aceitei meu lugar, eu sou apenas amiga do Ronald e não quero estragar isso, mesmo que ele já tenha quase estragado tudo eu vou consertar as coisas. Uma amizade tão longa como essa não merece ser jogada na lata do lixo.

Gina parecia confusa, não, isso era pouco. Como diria o dito popular bruxo ela estava mais perdida que um grifinório na Sonserina.

– Mi, o que aconteceu? Você entrou parecendo uma louca e chorando, Ron parecia que tinha sido atingido com a cruciatus. E agora... você está falando coisas que...

– O que aconteceu foi o seguinte – disse Hermione numa voz cortante –: seu irmão tentou me beijar.

A ruiva não teve uma reação, mas sim três. Primeiro ela abriu a boca, sem conseguir dizer palavra; depois, ela sorriu e começou a saltitar murmurando coisas como ‘Eu sabia, não sabia? Eu disse que tudo ia ficar bem’; por último, ela sentou na cama olhando fixamente para Hermione.

– Mas você não parece feliz.

– E eu não estou. – disse a castanha ainda agarrada com seu travesseiro. Agora, as duas estavam sentadas uma de frente para a outra. – Eu sei que é confuso, sendo que eu amo Ron, mas enquanto ele vinha me beijar eu percebi uma coisa.

– E que coisa extraordinariamente estúpida você percebeu na hora H?

– Calma, Gina! – a ruiva parecia uma dinamite, prestes a explodir de confusão, raiva e frustração – A primeira coisa que percebi foi que não seria justo com Lilá, ela o ama, Gina. Talvez tanto quanto eu e se eu estivesse no lugar dela gostaria que estivesse no mesmo ano na hora que fossem me botar um par de chifres. – Gina bufou e Hermione sentiu que isso fosse um aval para continuar – E depois, tudo ficou claro. Ron não me ama.

– Não? – perguntou Gina com um pouco de sarcasmo.

– Não, Gina. Ron estava apenas me usando e eu não posso culpá-lo, eu não coloquei freios nele, mas eu achei que a nossa amizade valesse tanto para ele quanto vale pra mim.

Gina abriu a boca de novo, tentou responder alguma coisa para Hermione, mas não conseguiu. A castanha percebeu que ela estava furiosa, muito mais que isso, não havia palavras que pudessem descrever estado emocional de Ginevra Molly Weasley naquele momento.

– Você é inacreditável, Hermione. – ela disse quando conseguiu formular uma frase – Você é minha melhor amiga e achei que fosse a pessoa mais inteligente que eu conhecia, mas pelo visto eu me enganei. – ela pausou – Não posso obrigar você a ver o que está bem na sua cara, bem que eu queria, mas eu não posso. Pense bem nas coisas que me disse. Pense se elas são, como você mesma diz, plausíveis.

Gina saiu do quarto deixando Hermione sozinha com seus próprios e confusos pensamentos. Ela pegou o livro que tinha trazido da biblioteca no dia em que havia caído na floresta e começou a ler, tentou se distrair com a leitura.

Em alguns minutos ela estava mergulhada em uma maravilhosa leitura sobre o tempo.

‘O tempo é um tipo de magia confusa e indomável. Quem mexe com o tempo deve saber que está entrando em um jogo perigoso e que, muitas vezes, pode trazer graves conseqüências.

Vira-tempos são objetos que nos permitem mexer com tempo, encaminharmos ao futuro, voltarmos ao passado. Esses objetos se encontram em poder do Ministério da Magia e há uma burocracia bem grande para que um cidadão que não trabalhe com o tempo possa tê-lo em seu poder.

Tanto quem avança ou regressa no tempo tem que tomar o cuidado para não ser visto por uma pessoa que saiba onde está o seu ‘eu’ atual e deve fazer o impossível para não ser visto por si mesmo. Uma estadia longa em um hospital será o preço por essa imprudência.

Já aqueles que avançam ou regressam muitos anos no tempo devem tomar cuidado para, no caso de avançarem, não descobrirem muito sobre o futuro ou, no caso de regressarem, revelarem alguma coisa que possa ser crucial para a determinada época.

Lembrando que as pessoas com quem convivem no tempo de uma longa estadia em um dos tempos podem lembrar-se de você. Mas apenas se tiverem uma convivência sentimental muito grande. ’

Hermione pousou os olhos no relógio, já haviam transcorrido vinte minutos e estava na hora do jantar. Ela marcou a página em que tinha parado de ler e desceu as escadas do Salão Comunal. Ela encontrou Harry sentado em uma poltrona na frente da lareira e sorriu para ela.

– Oi, Mione.

– Oi, Harry. – ela disse – Onde está Gina? – Harry, como ela, percebeu que ela se referia aos dois Weasley e não só a mais nova.

– Gina foi jantar. Acho melhor dar um tempo a ele. – disse o moreno, abandonando as implicações indiretas – E a você também.

Hermione assentiu.

– Eu não sei mais o que fazer, Harry. Eu não entendo o Ronald e acho que isso acontece porque eu não me entendo, estou ficando louca?

– Não. – ele respondeu – Mas se você quer resolver isso, tem que descobrir primeiro o que você está sentindo, talvez você não goste, queira reprimir, mas vai ter uma hora que isso vai começar a ficar penoso.

A castanha arqueou as sombrancelhas e olhou para o amigo. Harry tinha os olhos em suas mãos e, inconscientemente, ele traçava a letra G com o polegar e a garota entendeu o que significava.

– Você... percebeu, não foi? Que ama Gina.

Ele assentiu e suspirou. Fechou os olhos e falou as palavras devagar, como se doesse a ele.

– Eu a amo, mas não posso.

– Não? Mas Harry...

– Primeiro, Mione, ela tem namorado. Segundo, todos esses anos que passei ao lado de Gina fortaleceram a nossa relação como amigos e, indiretamente, como irmãos.

– Harry do que você está falando?

– Ela é irmã de Rony e eu não quero perder a amizade dele...

– E por outro lado você ama Gina. Entendi o que você quis dizer com a parte do penoso.

Harry sorriu para ela, depois se levantou e pegou a mão da amiga, puxando-a com ele para fora da Torre. Hermione o seguiu sem contestar, estava feliz de ficar perto de Harry, precisava de alguém que a ajudasse e a entendesse e ele fora exatamente aquele alguém.

Eles começaram a descer as escadas e ela percebeu aonde iam. Para a cozinha de Hogwarts.

– Harry... o que?

– Quando disse que achava melhor darem um tempo eu estava falando sério, mas você está debilitada, saiu da enfermaria hoje e precisa se alimentar.

– Mas Harry... eu não... você não pode pedir a esses pobres elfos que nos arranjem comida, isso é revoltante.

– Hermione, você precisa de comida, eles querem dar comida a qualquer ser que fique parado tempo suficiente. – ela fechou a cara para ele – Não é hora para o F.A.L.E.

Ela, resignada, deixou-se ser guiada pelo amigo. Os elfos ficaram muito felizes em arranjar um pequeno banquete para os dois, a garota não concordava com isso, mas seu estômago pareceu muito agradecido quando a comida chegou até ele.

Harry era uma ótima companhia, eles voltaram conversando animadamente. Não que precisassem preencher o silêncio que era tão confortável a Hermione, mas era difícil ficar em silêncio quando se estava com uma pessoa tão agradável e que entendia completamente o que estava sentido.

Quando eles chegaram ao Salão Comunal ele estava quase completamente vazio, exceto por Gina, Harfang e Minerva que conversavam a um canto. Hermione sentiu seu estômago embrulhar ao olhar para ruiva. Sabia que estava chegando a hora em que teria que enfeitiçar a amiga.

– Harry, eu acho que eu vou dormir, me deitar, pelo menos tentar descansar e colocar meus pensamentos completamente descabidos no lugar.

Harry sorriu para a amiga.

– Vai lá, Mione. Espero que esteja se sentindo melhor quando se levantar.

Ela se direcionou para o dormitório ela deitou na cama, sem nem ao menos trocar de roupa. Se enroscando nas cobertas como se fosse uma bola, estava nervosa e não apenas com o que tinha acontecido com Rony, mas com as decisões que ela tinha tomado.

Parece que eu só ando fazendo coisas que não devia, coisas erradas, coisas que me confundem e que confundem a todos a meu redor. Eu queria poder fazer as coisas certas e corretas pelo menos uma vez na minha vida, mas, por uma alguma razão isso parece tão impossível.

Eu só ando chorando. Não tenho forças para reagir a mim mesma, as conseqüências de minhas próprias escolhas. Eu nem sequer honro a minha casa, eu deveria ter coragem, não é? Coragem para seguir meu coração e o que acho certo.

Ela fechou os olhos e pensou em Ron. Queria tanto tê-lo beijado, mas não o fez, porque não era o certo. Isso mostrava que ela tinha caráter, mas ter caráter a fazia infeliz.

Hermione ficou lidando com seus próprios de pensamentos, tentando entender porque não largava tudo e era feliz com o garoto que amava, por vários minutos até que ouviu a porta se abrir. Era Gina.

A castanha pode ver, pelas pálpebras semicerradas, a ruiva pegar o pijama e entrar no banheiro. Ela ficou lá por alguns minutos e depois voltou, colocou a varinha na mesa de cabeceira que ficava entre as duas camas e depois deitou na cama.

Era um momento de grande tensão, mas Gina nem desconfiava o que estava prestes a acontecer. Alguns minutos se passaram e a respiração de Gina começou a pesar, mas Hermione não se deixaria enganar por esse sinal. Sabia melhor do que ninguém que Gina tinha o sono leve e qualquer barulhinho podia acordá-la.

A castanha levantou-se e pegou a varinha de Gina, nas pontas dos pés, se aproximou da cama de Gina, então tudo aconteceu muito rápido.

Hermione tropeçou no sapato de Gina e esbarrou na mesa de cabeceira antes de recuperar o equilíbrio. Nisso, a amiga já tinha acordado e olhava assustada para a castanha.

– Mione, o que... Hermione, o que está fazendo com a minha varinha?

Hermione percebeu que os seus olhos estavam marejados de novo e engoliu em seco.

– Eu sinto muito, Gin.

– Mas...

Obliviate! – os olhos de Gina perderam o foco e Hermione sentiu uma lágrima descer – Somnum!

Os olhos da ruiva de fecharam e ela deitou o tronco na cama. Os cabelos se espalharam pelo travesseiro. Ela parecia estar dormindo, mas em um sono profundo... Mais lágrimas rolaram pelo rosto da castanha.

– Eu sinto muito, mesmo.

Ela colocou a varinha de Gina no bolso e andou para fora do quarto.

#*#*#

Tom Marvolo Riddle estava sentado no Salão Comunal da Sonserina, sozinho. Tom estava muito confuso e procurava se isolar para organizar os pensamentos, que não eram poucos.

Ele não esperava, de modo algum, que fosse tão fácil trazer a tal Granger para seu lado. Estava ficando cada vez mais manipulador e isso era importante, não se pode colocar o mundo nos eixos e a seus pés sendo bonzinho. Mas aquela garota era diferente, ela tinha uma coisa de especial, algo que Tom não sabia definir.

O que será? A beleza? Não, isso não faz diferença se não houver cérebro, o que ela com certeza tem, mas é mais que isso. Talvez o modo como ela se comporta, os olhos tristes que ela tenta disfarçar e a insistência em participar de meus seguidores. Ela não tem um motivo pessoal, só uma convicção e posso ver por sua face que ela sabe que está fazendo o certo.

Acho que ela não é do tipo que se precise ensinar muitas vezes, apenas uma e ela aprenderá. Ela é diferente de Jade... muito. Talvez seja o futuro... e ela quer que eu a chame pelo nome... Hermione.

Tom juntou a palma das mãos. Hoje iria apresentá-la a seus Comensais, daria alguns dias para se habituarem e então lhe daria a Marca. Jade a chamava de Marca Negra e, como o de Comensais, o nome era perfeito.

– Tom? – foi só pensar em Jade que a morena apareceu a seu lado.

– Sim? – seu tom de voz soou irritado.

– Tom, se lembra da garota daquela noite, a que veio do futuro.

– Sim.

– Bom – Jade pareceu desconfortável e Tom não estava fazendo nada para que ela se sentisse melhor –, eu acho que seria melhor se apagássemos a memória dela.

– Jade, você já me disse isso, e, a menos que a minha memória tenha sido alterada, eu te respondi.

– Sim, respondeu. Só que ela ouviu muita coisa e isso pode nos prejudicar, prejudicar nossos planos... Não estou criticando sua decisão, eu só...

– Está fazendo exatamente isso. – Tom se levantou – E acho que se lembra que mesmo sendo minha namorada você não tem autoridade para tanto. Você é brilhante Jade, no que compete a planejar, você é brilhante e eu sei reconhecer isso, mas eu sei o que pode prejudicar meus planos e aquela garota não é uma ameaça.

Na verdade, ela é uma aliada. O garoto viu o rosto de Jade enrubescer, e percebeu porque, mesmo que irritasse com ela, ainda a mantinha como namorada. Qualquer garota agora se debulharia em lágrimas, mas ela não ficou nem com os olhos marejados.

– Como quiser. – respondeu – Se mudar de ideia... – ela se levantou, sem se abalar.

Tom deu as costas a ela e saiu do Salão. Queria ir para algum lugar calmo, um lugar onde pudesse pensar... Ele decidiu que a biblioteca era uma boa opção, talvez a melhor que ele tinha.

Ele era um assíduo leitor, tinha aprendido que o que enriquece a mente são as palavras, e elas são armas, de certa forma. ‘Articule a frase de certa forma e convença alguns a terem o seu ponto de vista’. Fora em um livro que tinha visto essa frase e ela era completamente verdadeira.

A biblioteca de Hogwarts era vasta, Tom poderia passar anos ali e não se cansaria, nada que trouxesse conhecimento cansava. Um livro qualquer sobre Transfiguração era o que ele queria, não gostava do professor, mas gostava da matéria.

Um grosso livro, de capa esverdeada, foi o escolhido. As páginas estavam gastas e amareladas, mas dava para ler. O rapaz se sentou em uma mesa mais ao fundo da biblioteca e começou a ler.

Alguns minutos se passaram, ele estava entretido com a leitura quando ouviu uma voz que o despertou.

– Ron, se você quiser sentar, enquanto eu procuro o livro...

– Acho que vou ficar com você. O que está procurando?

– Um livro de feitiços. Nada muito específico.

Tom ergueu os olhos do livro e viu Hermione e um garoto ruivo rodeando a seção de feitiços. Ela estava preocupada em achar o livro, já o ruivo nem olhava pra a prateleira, só para ela.

– Achou? – perguntou ele, a vendo sorrir.

– Sim. É aquele ali. – ela mostrou a ele. O ruivo levou a mão ao bolso e Tom sentiu uma pontada de raiva – Que está fazendo, Ronald?

– Pegando a minha varinha... hum, para convocar o livro?

Enquanto a garota pensava por um instante, Tom abaixou a cabeça tentando se concentrar em seu livro. Por que eu estou com raiva?

– Não precisa. – ela disse – Eu acho que posso me virar.

– Mione...

– Escute, Ron, eu sei fazer isso, ok? É estender a mão e pegar um livro, não é difícil.

– Mas...

– Ronald!

Por mais que Tom tentasse se concentrar ainda estava ouvindo a conversa e não pode evitar curvar os lábios minimamente quando a garota impediu o ruivo de convocar o livro. Hermione se ergueu na ponta dos pés. Ela ergueu a mão tentando alcançar o livro e não conseguiu, flexionou os joelhos e deu um impulso a fim de conseguir ir mais além... Tom viu quando as pontas dos dedos dela encontraram com a capa de couro do livro e ela conseguiu agarrá-lo, mas algo aconteceu e ela perdeu o impulso e caiu.

O rapaz se levantou em pulo, não sabia porque, mas quando deu por si já estava de pé. Os reflexos do ruivo não eram ruins e ele a pegou pouco antes que ela caísse no chão, apoiando a cabeça dela no seu braço.

– Mione? Você está bem? – o garoto perguntou, mas a garota não respondeu. O ruivo ajudou-a a levantar e por um segundo o olhar dela encontrou o de Riddle e ele disfarçou qualquer emoção.

– Mione? – Rony chamou de novo, fazendo com que ela desviasse o olhar de Tom – Você está bem?

– Claro que estou, Ron. Eu só me desequilibrei e caí, não foi nada. – ao ouvir isso Tom se virou e saiu e atravessou a biblioteca, mas ainda pode ouvir a voz dela – Venha, vamos ver o que tem de bom nesse livro.

Quando ele atravessou a porta e entrou no corredor deserto estava furioso, completamente furioso. Consigo mesmo.

Ele não entedia porque sentiu raiva daquele ruivo ou porque se levantou correndo quando ela caiu. É porque eu sei que ela valiosa e que será importante tê-la lutando ao meu lado. É por isso. Ele disse a si mesmo.

Tom foi até a uma sala vazia, onde ficou sentado com seus próprios pensamentos. Tudo o que precisava era colocá-los em ordem, mas estava difícil, porque ele estava confuso. Era a primeira vez que ele estava confuso na vida, Tom sempre soube exatamente o que fazer, que caminho trilhar, que decisão tomar e agora ele contestava se fora uma boa ideia deixar a tal garota do futuro participar de seus planos.

O problema era que ela era valiosa exatamente porque vinha do futuro, porque poderia conhecer alguma magia nova, mais poderosa e ele tinha que estar atento para esse tipo de coisa, se quisesse ser poderoso. Mas talvez, só talvez, Jade tivesse razão e ele devesse obliviá-la.

No fim, ele decidiu dar-lhe essa noite como um teste final. Saindo da sala, ele percorreu os corredores com rapidez, queria chegar logo ao Salão Principal, mas então uma cena o deixou paralisado. O tal Rony e Hermione estavam abraçados no meio no corredor.

Tom pode ver que ela estava chorando e então o ruivo inclinou a cabeça para ela e o rapaz percebeu. Ele vai beijá-la. Ele não pode evitar que sua boca se abrisse em um O, tudo que ele não esperava da tal garota do futuro fosse que ela beijasse um em um dia e outro em outro.

Uma fúria inexplicável o assolou. Os olhos dela encontraram os dele, Hermione piscou e então abaixou a cabeça.

Mas o sonserino não quis ver mais nada, saiu do corredor e se dirigiu para o Salão Principal. Assim que Jade o avistou foi a seu encontro.

– Tom, o que você tem? Parece...

O garoto a interrompeu com um olhar severo, ele respirou fundo alguma vezes.

Então a clareza chegou a seus pensamentos. Isso mostra que ela é esperta. Além de vir do futuro e saber sobre os avanços da magia, ela é esperta. Não, eu não posso deixar alguém como ela me escapar. Ela deve se tornar minha Comensal. Mas, por Merlin, por que eu fiquei tão furioso?

Para isso, ele não tinha resposta e nem conjecturas. Jade continuava a olhá-lo com curiosidade e preocupação.

– Jade, quero que quando faltar quinze minutos para a uma hora, você reúna os Comensais e os leve para a Torre de Astronomia. Lancem um feitiço da Desilusão sobre si mesmos.

– Claro, Tom, mas...

– Sem perguntas, Jade. Faça o que eu digo. – ele abriu um sorriso de escárnio – Acho que você vai se surpreender.



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Notas finais do capítulo

Então, pessoinhas. O que acharam?
A Mione não enxerga o que está bem na frente dos seus olhos... E Tom ficou com ciúmes, mas ele não sabe hasauhsuahsuash
Bom, eu não sei quando sai o próximo capítulo, mas vou tentar postá-lo o mais rápido possível.
:*