What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 28
Capítulo 27 – Only You


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus lindos!
People, eu tenho dois avisos pra dar para vocês. Um eu vou dar agora e outro está nas notas finais, porque ele está relacionado com o capítulo.
Então, como vocês devem ter percebido, eu estou meio atrasada no quesito responder reviews… Eu estou respondendo todos desde o primeiro capítulo, porque muitos se acumularam durante os meses que eu não entrei aqui. Só quero esclarecer que, eu talvez demore um pouco, mas irei, sim, com toda certeza, responder os reviews de vocês! Eu não vou deixar ninguém no vácuo, não!
E continuem mandando comentários SIIIM! Por enquanto está mais devagar, pois eu ainda estou me habituando a essa nova rotina aqui, mas eu sempre vou adorar responder vocês! E um feedback é muito importante pra eu saber como vocês estão em relação a história. E críticas construtivas são sempre bem vindas!
É isso!
Espero que gostem do capítulo!
Nos vemos lá embaixo!



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Capítulo 27 – Only You

Alguns dias haviam se passado desde o ataque de Harry a Tom. A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts parecia ter entrado em uma atmosfera de alerta e consternação constante depois que o mais dedicado e admirado aluno fora acamado na Ala Hospitalar.

Por ordem do Diretor Armando Dippet, até mesmo Hermione Granger e Jade Bulstrude foram proibidas de prestar visitas ao rapaz. Agora que o Herdeiro de Slytherin – a suposta face desconhecida por detrás dos ataques – não mostrava mais nenhum critério em seus assaltos, o melhor e tudo que se podia ser feito era redobrar a segurança. Principalmente na Ala Hospitalar, onde se encontravam todas as suas vítima. Não que houvesse qualquer suspeita sobre Hermione e Jade, mas o que impedia o dito Herdeiro de lançar a Maldição Império em uma das garotas?

A Edgar Pomfrey e John Lupin, que decidira permanecer na instituição mesmo depois de já ter atendido seu paciente, foi decretado um espécie de quarentena. Não podiam deixar a Ala Hospitalar de forma alguma, nem para refeições. Um elfo doméstico levaria a comida para eles e para o único paciente acordado, Tom Riddle. Dippet acreditava que era forma mais segura, já que os elfos conseguiam se movimentar magicamente dentro da escola e ninguém sabia qual, especificamente, estava encarregado da tarefa, assim seria muito mais difícil amaldiçoá-lo.

Carolyn France e o resto do corpo docente estavam sentados da sala dos professores, numa reunião selada, tentando encontrar a melhor forma de lidar com a situação que se encontravam.

– Não sei, sinceramente, o que fazer, Diretor. Alice e Tom! – ela suspirou ao dizer o nome dos dois últimos alunos atacados – Fora Gunther Avery, Cassidy Benson, Nina Simmons, Leonard Allen… – ela listou alguns dos alunos que foram atacados desde o início do ano letivo – A segurança está redobrada, verdade, mas será que isolar Pomfrey, Lupin e Tom é a melhor maneira?

O Diretor a olhou calidamente.

– Não sei que outra medida tomar, Carol. Não acho saudável, para ser sincero… Recebi algumas vezes mensagens de Pomfrey, via patrono, dizendo que se Tom passar muito tempo isolado, isso pode dificultar sua recuperação, já que foi um trauma muito profundo, contudo… Que mais podemos fazer?

– Sei que a segurança parece ser tudo que podemos fazer – atalhou Marlon Adler –, entretanto no momento parece…. Insuficiente. Quem quer que seja esse atacante, ele provavelmente sabe como burlar nosso sistema de segurança. Provavelmente conhece o protocolo!

Galatéia Merrythought bufou, indignada.

– Todos que conhecem o protocolo são de confiança, Adler. Professores, monitores-chefe, monitores…

– Ora! E se tal atacante for uma dessas pessoas?

Merrythought riu, considerando a ideia, ridícula

– Quem? Um dos professores dessa sala? Ou algum dos monitores? Claro, Minerva McGonagall parece muito suspeita! Tom Riddle também! – ela bufou – Pelo amor do bom Merlin, Marlon! Todos os alunos escolhidos para esses cargos são avaliados desde o minuto que pisam em Hogwarts! A ficha, os deveres, tudo! Tudo é analisado desde o princípio! E os professores são selecionados arduamente! Não, não comece com bobagens!

Dumbledore, que bebia um hidromel calmamente, pousou seu cálice na mesa, pronto para dar sua opinião.

– Acho, meu caros colegas, que está na hora de tocarmos em um ponto crucial nessa discussão. A segurança parece ser uma solução inexata. Não sei se algum dos nossos encarregados pela segurança, sejam monitores, professores ou qualquer outro funcionário dessa escola, podem ser relacionados aos ataques. – ele ouviu Galateia bufar e soltar um muxoxo – O que sabemos é que foram muitos, mas nem todos foram iguais. Tanto Gunther Avery quanto Tom Riddle foram encontrados sangrando… Um pela Azaração da Morte Fingida e outro por um feitiço desconhecido. Os demais alunos, Cassidy Benson, Nina Simmons, Leonard Allen, Felicity Joy, Daniel Smith e tantos outros, foram petrificados. Acredito que o atacante não foi o mesmo.

O mestre de transfiguração já havia exposto tal opinião anteriormente, quando Gunther Avery fora atacado, ideia que Galatéia havia rebatido. Agora, novamente, a professora bufava.

– Ora, Dumbledore! Dois atacantes?

– Sim, Galatéia. – respondeu, educadamente – Dois.

Galatéia continuou a se empertigar, como se Dumbledore tivesse falado um despropósito tão grande que a ofendia pessoalmente. Carolyn revirou os olhos para a colega, sem que a outra percebesse.

– O que fará, Diretor? Fechará a escola como todos esperam? – questionou Marlon.

Dippet parecia considerar os últimos acontecimentos. Com certeza, pesava as medidas. Pais de alguns alunos já haviam retirado seus filhos após o ataque a Riddle.

– Não. – declarou – Por enquanto, pelo menos.

#*#*#

Gina estava sentada no Salão Comunal, absolutamente entediada. Com o reforço da segurança tudo o que se podia fazer era nada.

– Aff. – ouviu alguém bufar perto de si e notou que Minerva, Charlus, Septimus e Harfang ocupavam o sofá de frente para a poltrona em que a ruiva estava sentada.

– Olá! – saudou ela.

– Olá, Gina! – responderam.

Charlus tinha um bico nos lábios.

– Está tudo bem, Chas? – ela perguntou.

– Está. – respondeu Septimus – Ele só esta revoltado porque o diretor cancelou os treinos.

Minerva bufou.

– Não faz sentido… Isso não é a profilaxia… Está longe de ser.

Gina se limitou a elevar a sobrancelhas. Como podia Minerva e Hermione serem tão parecidas?

– Na nossa língua, Min. – disse Charlus – Por favor.

A garota revirou os olhos, mas “traduziu” o que havia dito.

– Isso não é uma solução! – ela disse, se exaltando – Ou vocês acham mesmo que o tal Herdeiro das Quantas vai atacar as pessoas que estão reunidas em um campo de quadribol, com todos os professores lá? – ela revirou os olhos – Eles não sabem mais o que fazer, gente! É isso que significa! Esse atacante misterioso, além de não ter um rosto, não tem um critério. E isso confunde a todos, inclusive os professores e o diretor.

– Eu sempre achei que fosse um sonserino. – disse Septimus – Na verdade, eu desconfiava de Riddle. Ele nunca me desceu muito, vocês sabem. Mas agora que ele foi atacado….

– Pode ter sido um modo de despistar. – atalhou Charlus.

– Ah, não, Chas. – disse Minerva – Eu desgosto de Riddle mais do que qualquer outra pessoa aqui, vocês sabem bem disso. Tudo nele é falso, não sei como tão pouca gente enxerga isso! Mas eu não acho que ele ia se ferir daquele jeito só para desviar a atenção de si…

Gina evitava falar sobre o assunto. Não queria discorrer sobre os problemas de segurança e a última coisa que queria falar era sobre o ataque a Riddle.

– Gin – começou Charlus –, olha, eu sei que nós não somos superamigos e tudo o mais, mas nós nos preocupamos com vocês e… A gente queria entender o que foi que deu na Hermione. Ninguém sabia que ela era tão… Amiga do Riddle.

– Charlus! – repreendeu Minerva – Você não pode sair perguntando o que dá na sua cabeça….

– Ah, vai dizer que você não está curiosa?

A ruiva não queria falar sobre Hermione e Riddle, também. Tudo que acontecera no último dia com Harry fora muito maçante. Mas Hermione e Riddle eram o assunto principal e ela sabia que a amiga não deveria estar com cabeça para lidar com aquilo no momento.

– Pessoal! – ela chamou, fazendo com que Charlus e Minerva parassem de discutir – Tudo bem, Chas. Eles são amigos… Vocês lembram de quando a Hermione perdeu a varinha?

– Não – respondeu Charlus.

– Sim. – respondeu Minerva.

Gina se lembrou que Charlus e Septimus não sabiam o que tinha acontecido, porque estavam de recesso durante o Natal.

– Enfim, ela perdeu a varinha numa noite em que desmaiou durante o recesso de Natal. E Riddle estava ajudando-a a encontrá-la. Acho que eles ficaram amigos aí. E ela ficou preocupada. É uma característica de Hermione, ela se importa com as pessoas.

– Então quer dizer que não tem nada entre os dois?

Charlus! – Gritaram Minerva, Septimus e Harfang ao mesmo tempo.

Gina preferiu não responder aquela pergunta. Hermione não sabia, então, quem ela era para sair opinando nas suas costas, não é mesmo?

– Mas é uma realidade – começou Harfang, visivelmente tentando mudar de assunto – que fazer os alunos viverem em um regime quase militarista não vai melhorar as coisas… Quer dizer, com uma interação quase nula entre nós ou entre outras casas…

– Ah, mas você diz isso por outros motivos. – riu Septimus – Ou vai negar que a escassez de tempo pra ver a Black não tem nada a ver com isso?

Black? Indagou Gina a si mesma. Então lembrou-se que poucos dias atrás, Harfang anunciara seu namoro com Callidora Black.

– Calado, Weasley! – riu Harfang – Mas realmente, não ver Augusta vai ser um martírio.

– Augusta? – perguntou a ruiva.

– Callidora não gosta de seu nome, então passei a chamá-la por seu nome do meio: Augusta.

Oh, Deus! É a avó de Neville! Lembrou-se da figura que encontrara no hospital, quando seu pai fora atacado no Ministério. De maneira nenhuma a associaria a jovem garota da Corvinal.

– Gina, onde estão os outros? – indagou Minerva.

Ela não sabia, mas supunha que Harry estivesse andando as cegas pelo castelo com a capa da invisibilidade, almejando não se encontrado. Rony, provavelmente, estava tentando achar o amigo, mesmo que fosse impossível. Hermione devia estar biblioteca, tentando ignorar o fato que não podia mais visitar Tom Riddle.

– Eu não sei…

No segundo em que fez a declaração, Harry surgiu pelo buraco do retrato. Seus olhos se voltaram para onde o grupo estava.

– Hey, Harry! – acenou Minerva, claramente o convidando para que se juntasse a eles.

Os olhos de Harry voltaram-se para Gina, ele a fitou por um momento rápido. Retribuiu o aceno de Minerva, mas se dirigiu aos dormitórios.

Gina sentiu-se empertigar-se.

– Eu volto já.

Seguiu Harry até o quarto que ele ocupava com Rony.

– Que está fazendo aqui, Gina? – ele disparou, assim que abriu a porta de supetão

– Vim falar com você! Pelo amor de Merlin, Harry! Para de agir assim!

– Como? Como se estivesse magoado? – indagou ele.

– Não. Como uma criança mimada! – ela bradou.

Viu os olhos do moreno se estreitarem.

Criança mimada? Sério, Gina? Você acha mesmo que eu não estou sendo razoável? Que estou sendo injusto? Ah!

Ela sentiu o sangue ferver-lhe a mente.

– Sim. Comigo. Com Rony. Entendo que esteja magoado com Hermione, mas nós nada fizemos….

– Exato! Nada fizeram! Omitiram isso de mim. Mentiram para encobri-la.

– Harry, não foi fácil para mim, para nós, quando descobrimos também. Tom Riddle me controlou, chegou muito perto de me matar. Imagine como é para Rony ouvir que ela o ama?

– E mesmo assim ele a perdoa! Não posso lidar com isso, Gina. Voldemort matou meus pais! Você nunca vai entender minha reação. Você tem seus pais.

Ela fechou as mãos em punho.

– É verdade. Tenho. Mas meus amados tios, Fabian e Gideon, morreram por causa de dele. Gui diz que a mamãe nunca mais foi a mesma depois disso. Eu não consigo imaginar perder nenhum de meus irmãos, Harry! É doloroso demais! Por isso, eu passei quase uma semana sem falar com Hermione, eu a puni pelo que ela estava fazendo, eu a puni pelo que Voldemort virá a fazer! Mas ela não tem culpa, ela só queria te ajudar, ela entrou nessa história toda para descobrir informações sobre ele que possam te ajudar!

– Imagino que ela tenha descoberto muita coisa mesmo com a língua enfiada dentro da boca daquele crápula! – o moreno fechou os olhos, dando as costas para a garota – Eu sou O Eleito, Gina. "Um não pode viver, enquanto o outro sobreviver." Era isso que dizia a profecia. Tenho que matá-lo ou ele me matará e creio que ele não poupará aqueles com quem me importo, inclusive a Hermione, por benevolência. Estamos numa época em que ele não está em uma posição vantajosa, matando meio mundo com um séquito de comensais da morte e aliados gigante! Tenho alguma chance. Ou achei que tinha. – ele se voltou novamente para a ruiva – Hermione, minha melhor amiga, a quem considero uma irmã, agora ama esse monstro. Eu não sei o que fazer daqui em diante, mas não me peça para compreender Hermione… Não me peça para compreender porque vocês não me avisaram antes. – ele suspirou.

– Você nunca vai nos perdoar por isso, não é? – ela perguntou e podia ver claramente a reposta nos olhos do garoto que amava – Sabe, Harry, pela primeira vez, isso não é sobre você. É sobre Hermione. Não acha que dói nela amar alguém como Tom Riddle?

A ruiva lançou a pergunta e deixou o quarto. Sentiu o rosto molhado e percebeu que lágrimas de raiva caíam de seus olhos de safira. Nunca imaginou brigar com Harry daquela forma, mas o que poderia fazer? Ele achava que ela havia abençoado a paixão insana de sua melhor amiga por Tom Riddle? Óbvio que não! Em seu íntimo queria vê-la namorando Rony. Mas não era ele que fazia as pernas de Hermione virarem gelatina, era Riddle. E, se assim fosse, a ruiva a apoiaria até o último instante.

#*#*#

Hermione estava na biblioteca, a única área, fora o Salão Principal, os Salões Comunais e as salas de aulas em uso, que os alunos podiam frequentar depois do reforço a segurança. Como sempre, tinha um livro aberto frente a si, Desta vez era um título muito famoso da literatura trouxa brasileira, aclamado mundialmente: Dom Casmurro. Ficara encantada em saber que a biblioteca de Hogwarts dispunha de um exemplar! O principal ponto cativante do livro para Hermione eram as características emocionais dos personagens, tão explícitas e, ao mesmo tempo, tão disfarçadas. Além do fato de não conseguir saber, realmente, o que havia acontecido na história. Era tudo ilusão de Bentinho? Ou será que não? O fato do narrador ser em primeira pessoa fazia dele um possível mentiroso. E a personagem mais cativante e intrigante era, sem dúvidas, Capitu! A dona dos famosos olhos de ressaca!

– Srta. Granger?

Uma voz feminina interrompeu seus devaneios sobre o livro. Ela olhou para o lado e quase engasgou. Quem a chamava, era, sem sobra de dúvidas, a Murta – Que – Geme.

– Sim? – respondeu, tentando se recompor.

– Não tivemos a chance de nos conhecer ainda! – Murta tinha uma voz irritante, fina e agudíssima. Um fato que parecia ser imutável em qualquer espaço e tempo, mas parecia doce, diferentemente da Murta que ela conhecia, que era triste e mal humorada – Eu sou Nine Murta – disse, estendendo a mão para a castanha, que retribuiu a cortesia – Eu me machuquei mais cedo e tive que passar na Ala Hospitalar, quando estava lá o Dr. Pomfrey me pediu para lhe encontrar… Ele gostaria que a senhorita fosse até lá.

Ora, mas não está proibido? Quer dizer, obviamente não está proibido para os alunos que se machucam, mas eu estou bem… Oh! Isso tem a ver com Tom.

– Obrigada, Nine. – ela agradeceu e depois olhou mais atentamente para a garota, seu braço estava enfaixado – Meu Merlin! O que te aconteceu?

– Nada. – a garota rapidamente olhou para baixo.

– Não está com cara de nada. – Hermione disse, preocupada.

A garota não parecia querer falar sobre o que lhe acontecera, havia comprimido os lábios numa linha fina e baixara a cabeça. Hermione não queria pressioná-la. Não era fã da Murta de 1996, mas a de 1943 não parecia ser a mesma pessoa… Bom, a Murta de 1996 morreu pelos olhos de um basilisco que a sua paixão comanda, é óbvio que ela não vai ser o fantasma mais legal de Hogwarts, disse a voz irritante em sua cabeça.

A castanha balançou a cabeça.

– Você me acompanharia? Não é mesmo aconselhável que andemos sozinhos.

Nine pareceu assustada com convite, como se não estivesse acostumada com alguém sendo legal com ela.

– Cl-Claro!

Depois que Hermione devolveu Dom Casmurro a seu lugar, as duas deixaram a biblioteca. Nine parecia pensativa e então disse num jorro:

– Olivia Hornby enfeitiçou meus sapatos essa manhã.

– Olivia Hornby? – ela já ouvira aquele nome…

– É… Ela está no sexto ano, é da Corvinal também. Ela me odeia. – declarou a garota, tristemente – Eu não sei o motivo, mas eu sei que ela me odeia. Enfim, hoje quando calcei meus sapatos eles se prenderam aos meus pés e me fizeram andar de um lado para o outro sem meu comando, desgovernados. Eu caí depois disso e machuquei o braço. Olivia me disse para ir a Ala Hospitalar e não contar a ninguém o que ela fez.

Hermione estava indignada. Não entendia porque alguém poderia querer, voluntariamente, machucar a menina. Ela era bondosa e, apesar da voz irritante, era fácil de estar perto dela. A castanha parou perto o suficiente da Torre da Corvinal e se virou para encarar a garota.

– Nine, presta atenção em mim. Se a Hornby tentar fazer qualquer coisa com você de novo você vai apontar sua varinha para a perna dela e dizer Troglodytarum oculos. – Hermione não soube o que a levou fazer aquilo, mas odiava ver alguém sendo maltratado. A castanha sempre tivera um enorme senso de justiça.

Troglodytarum oculos… – repetiu a menina – Isso não vai me colocar um apuros? O que esse feitiço faz?

– Vai fazer ela parecer um trasgo. – disse Hermione – E vai valer a pena. E se ela mexer de novo com você, não se atenha em me procurar.

– Mas… Por quê? Você nem me conhece.

– Verdade. – ela realmente não conhecia a verdadeira Murta – Mas gostei de você e não gosto de pessoas tratando mal meus amigos.

Nine sorriu. Era um sorriso bonito, bem diferente do sorriso de deboche que Hermione estava acostumada a ver na futura fantasma que ela viria a ser.

– Obrigada, Hermione. – a garota começou a se afastar e depois se virou – Sabe, você e o Riddle fazem um casal bonito.

A castanha não esperava por essa, ela ficou parada por alguns segundos, vendo a garota se dirigir para a Torre, antes de conseguir se mover. Agora já virou um boato universal? Eu e Tom viramos o casal 1943? Isso é tão estranho que chega até ser engraçado!

#*#*#

Ao chegar na Ala Hospitalar Hermione a encontrou, como de costume, lacrada. Bateu algumas vezes na porta e esperou.

– Srta. Granger! – abriu-lhe a porta um Pomfrey animado – Entre, entre! Desculpe chamá-la assim, tão repentinamente. Na verdade, nós não deveríamos, que fique claro. São ordens expressas do Diretos. Mas Tom…

– O que houve com ele?

– Nada. – disse Lupin – Acontece que ele é nosso único paciente acordado e está aqui já faz algum tempo, o que colabora para sua irritação. Ele a desenhou outro dia. – o homem sorriu para a castanha – Bom, achamos que um pouco de companhia não fará mal… E…. Bom, que isso fique entre nós. O diretor não ficará muto feliz se souber que estamos burlando suas regras de segurança para deixar um casal de namorados se encontrar.

(N/A: link da música: https://letras.mus.br/yazoo/43463/traducao.html)

Ela corou e assentiu, procurando localizar Tom. Ele estava em uma maca diferente, mais próximo da janela. Vestia uma blusa de gola rulê branca e uma calça de moletom da mesma cor. Parecia incrivelmente entediado, entregue a monotonia.

"Olhando de uma janela acima

É como uma história de amor

Você pode me ouvir?

Voltei só ontem

Eu estou indo para muito longe

Eu preciso de você perto de mim"

A castanha mordeu a língua, seguindo para onde ele estava. Assim que os olhos verdes – quase castanhos – de Tom a fitaram um sorriso enviesado abriu-se nos lábios do sonserino.

– Não sabia que é expressamente proibido vistar os pacientes da Ala Hospitalar?

A voz dele – como sempre – vinha carregada de uma sarcasmo latente. A castanha se limitou a sorrir.

– Mandaram me chamar. Ao que parece você precisava urgentemente de minha companhia. – ela correu as mãos pelo ferro da maca – Então quer dizer que você tem como passatempo desenvolver a arte de desenhar-me?

"Tudo o que eu preciso é o amor que você me deu

É tudo o que eu preciso para aguentar mais um dia

E tudo o que eu sempre soube

Só você"

Ela o pegou de guarda baixa. Percebeu isso no instante em que viu uma coloração levemente rósea preencher-lhe a face. Estupefata, notou que tinha feito ninguém menos do que Tom Riddle corar.

Hermione riu.

– Acho muito – ela pensou na palavra adequada – galante de sua parte, Tom. Já lhe disse o quanto desenha bem, se não me engano.

"Às vezes quando eu penso no nome dela

Quando isso é apenas um jogo

E eu preciso de você

Ouvindo as palavras que você disse

Está ficando difícil de dizer

Quando te vejo"

Ele balançou a cabeça e seu olhos lhe cravaram a face. Ela não pode deixar de pensar nos olhos de Capitolina Pádua e em como o autor da obra que ela tanto amava, Machado de Assis, usava adjetivos para descrevê-los. Tom também possuía olhos tão intensos como os da personagem, olhos tão dissimulados e enganosos quanto os dela… E mesmo assim, lindos.

– Veio puramente para falar de meus dotes artísticos – ele estava irritado por ela tê-lo feito corar, sabia disso. Sua pergunta a lembrou de outra coisa…

"Tudo o que eu preciso é o amor que você me deu

É tudo o que eu preciso para aguentar mais um dia

E tudo o que eu sempre soube

Só você"

As mãos da garota tatearam os bolsos internos do casaco que vestia. Tirou de lá o objeto fino e comprido. A varinha do sonserino.

– Esqueci de a entregar quando lhe visitei logo que ficou estável. – era mentira. Harry só havia lhe entregado o objeto depois da discussão que tiveram, dias atrás. Mas Tom não sabia disso.

O rapaz tomou a varinha das mãos de Hermione e admirou por um tempo.

"Tudo o que eu preciso é o amor que você me deu

É tudo o que eu preciso para aguentar mais um dia

E tudo o que eu sempre soube

Só você"

– Obrigado. – ele disse, como se não estivesse habituado com a palavra, e muito provavelmente, não estava.

– Não há de quê. – ela respondeu.

– Hermione, preciso lhe perguntar uma coisa. – ele baixou a voz – Você viu quem me atacou?

"Isso vai levar muito tempo

E eu anseio por o que é meu

Não posso aguentar mais

Gostaria de saber se você vai entender

É apenas o toque de suas mãos

Atrás da porta fechada"

Ela reprimiu a vontade de engolir em seco. Metade da escola já havia lhe feito essa pergunta e todas as vezes ela negara no mesmo átimo de segundo. Agora não seria diferente.

– Não. – disse – Desconfia de alguém?

Ele balançou a cabeça.

"Tudo o que eu preciso é o amor que você me deu

É tudo o que eu preciso para aguentar mais um dia

E tudo o que eu sempre soube

Só você"

– Não. E é isso que mais me intriga. Isso e o fato de não conseguir me lembrar de nada.

– Já sabe o motivo disso?

– Dr. Lupin disse que eu provavelmente caí, o que faz sentido, eu não me deitaria no chão do banheiro por vontade própria. E tive uma concussão cerebral leve. Ele disse que fui sortudo, que se tivesse batido a cabeça com mais intensidade a concussão poderia ter sido pior e eu poderia perder a fala, o equilíbrio, a coordenação dos membros… – Tom olhou para Hermione, que tinha os olhos arregalados. A castanha pensava em todas essa possibilidade e nenhuma lhe agradava – Mas estou bem! – ele exclamou.

Ela o olhou.

– Eu sei, Tom. Eu fico feliz que esteja bem.

#*#*#

Harry Potter se encontrava sentado na cama de seu dormitório; refletia sobre todos os fatos que vivenciara nos últimos dias. Hermione fingia ser uma Comensal da Morte. Hermione tinha a Marca Negra no braço.

Hermione amava Tom Riddle.

Tom Riddle era Voldemort.

Voldemort matara seus pais, Lily e James.

Sirius.

Voldemort lhe tirara qualquer chance de ter uma vida normal.

Um não pode viver, enquanto o outro sobreviver”.

Harry tinha de matar Voldemort.

Voldemort era Tom Riddle.

Hermione Granger amava Tom Riddle.

Hermione Granger era sua melhor amiga.

Sua melhor amiga amava seu pior inimigo.

Uma novela russa não parecia tão comi-trágica quanto a vida de Harry. Ele repetira aquelas informações mais de duzentas vezes para ver se conseguia assimilá-las. Falhou. Miseravelmente.

De alguma forma, Harry gostaria muito de acordar em 1996, quando tudo estava em seu devido lugar! Lá Voldemort era puramente seu inimigo e não objeto de paixão de Hermione.

Queria muito conversar com alguém, mas não tinha ninguém. Hermione, a quem ele recorreria numa situação como essa, era a razão de toda a confusão que habitava sua cabeça; Ron e Gina haviam lhe omitido o que sabiam sobre Hermione; Dumbledore, o qual Harry queria falar, estava há cinquenta anos do ano que se encontrava…

Mais do que nunca Harry se sentiu a pessoa mais solitária da face da Terra, com um fardo imenso nas costas. Parecia amargo a ela não poder contar com ninguém além de si mesmo. E fazia anos que ele não se via assim, completa e puramente só.

A porta do quarto se abriu e ele viu Rony entrar.

– Harry. – lhe chamava o ruivo, mas ele não dava chance dele continuar. Não podia dar chance. A traição de um amigo é muito pior do que qualquer outra, porque espera-se que os amigos ajudem, consolem e cuidem uns dos outros quando é preciso... É horrível precisar consolar a si mesmo de uma traição feita por um amigo.

É horrível estar tão só que sua única companhia é uma capa surrada e um mapa!

– Harry! – tentou Rony de novo, mas Harry o ignorou. Estava surdo para traidores.

E Rony era um deles.

E Hermione.

E Gina.

Harry estava só.


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Notas finais do capítulo

Povo lindo, então! Aqui está o segundo aviso que eu disse que faria.
Como vocês puderam ver, a Murta aparece nesse Capítulo, a explicação aqui é sobre o nome dela.
A J.K. publicou em seu twitter no dia 11/05/2015 que o nome da Murta é Myrtle Elizabeth Warren, eu sei disso. Acontece que ela foi citada aqui na fanfic antes disso.
No Capítulo 10 – What If?, publicado aqui no Nyah! em abril 2012, Minerva e Harfang falam sobre a garota com o jovem Hagrid. Eu não sei se ficou claro na época que Nine Murta era a Murta – Que – Geme, mas ela seriam a mesma pessoa aqui na fanfic.
Como na época que eu escrevi aquele capítulo a J.K. ainda não havia dito nada sobre o nome da personagem, eu coloquei um por minha conta. E, para não prejudicar a coesão da história, vou manter o nome dela de Nine Murta. Okay, gente?
Só explicando pra ninguém ficar confuso e tals =D
Comentem tudinho o que acharam!!
Próximo capítulo sai dia 20/11
Beijos!



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